O olho

O olho Vladimir Nabokov




Resenhas - O Olho


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Aline Teodosio @leituras.da.aline 26/12/2023

Smurov, um imigrante russo sem recursos, tenta ganhar a vida como preceptor de duas crianças na Berlim dos anos 1920. Ele acaba se envolvendo com uma mulher casada e é humilhado pelo marido dela. Ele não vê outro caminho para essa vida miserável que não seja o de tirar a própria vida. Mas algo bem inusitado vai acontecer.

Nesse meu primeiro contato com o autor tive sentimentos controversos. A narrativa contada de diferentes ângulos, ora em primeira pessoa, ora em terceira, me deixou um tanto quanto confusa. Por vezes conseguia mergulhar na trama, por vezes me perdia.

Tudo nessa história pareceu meio nonsense, nunca sabemos o que é real e o que são apenas divagações (ou alucinações) do protagonista. E alguns pontos eu fiquei sem entender mesmo. Mas as reflexões do final, ah... essas valeram pelo livro todo. Não pude conter algumas lágrimas. Um dia eu faço uma releitura desse livro para tentar entender melhor.

No mais, temos aqui uma obra com uma escrita primorosa, inteligente e bem humorada. Culta, mas não demasiadamente pomposa. Reflexiva, mas com uma leveza estonteante. Vale a pena conhecer.

"Talvez uma história qualquer, uma simples anedota em que eu figure, passará dele para seu filho ou neto e então meu nome e meu fantasma aparecerão transitoriamente aqui e ali por algum tempo ainda. Depois virá o fim."
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Diógenes - Estr 11/09/2013

Um Inferno de Espelhos
Nabokov ao escrever essa trama nos remete ao que ele mesmo chama de "inferno de espelhos", um personagem preso na dúvida da realidade ou fantasia, vida e morte, que persegue insanamente a ele mesmo refletido no outro que serve de espelho. Mais uma vez o autor utiliza-se da sua imensa capacidade de escrever para nos legar uma deliciosa prosa de tonalidade poética... "Muitas vezes, ao voltar a pé para casa, a cigarreira vazia, o rosto queimando na brisa da aurora como se eu tivesse acabado de remover uma maquiagem teatral, cada passo lançando uma pontada de dor que ecoava em minha cabeça, eu inspecionava minha débil felicidadezinha de um lado e de outro e me assombrava, tinha pena de mim mesmo e me sentia demasiado medroso". O "olho" é um narrador que se vê personagem em busca de si e de sua parca "felicidadezinha", nem que essa seja um mero piscar de olhos da consciência.
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Rickyson.Heverton 23/12/2022

Livro confuso
Nabokov escreve de forma sem igual. Chega a ser incrível a narrativa que o Nabokov faz no decorrer do livro, realmente te prende.
Em O olho, nós acompanhamos a vida do jovem Smurov, russo que decide viver na Alemanha após a revolução de outubro 1917.
Acompanhamos, portanto, a vida desse jovem, que trabalha dando aulas particulares a dois garotos pequenos, também russos.
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pirocadeperuca 26/10/2022

Maravilhoso
Uma pena que seja tão breve. Gostaria de presenciar mais das máscaras de Smurov. Gostaria também que não fosse tão óbvio desde a apresentação de tal personagem quem ele realmente era.
Extremamente bem escrito, um dos primeiros livros em que sou capaz de realmente vivenciar os acontecimentos. Me vi debaixo do mesmo céu, senti o vento. Muito foda.
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Matheus Nunes 31/07/2022

As Vantagens de Ser Invisível
O Olho não é Lolita, não é Machenka, (e nem de longe o autor aqui comete aqueles erros de escritor iniciante, como ele próprio revelou posteriormente...) não é e nem pretende ser poético como o Fogo Pálido, nem modernista-satírico-desmiolado como é o A Verdadeira Vida de Sebastian Knight (estreia do autor de seus escritos em inglês), este livro é diferente.
Esse quarto romance de Vladimir Nabokov é mais que excelente, e não pelos motivos mais esperados de quando se trata de um livro excepcional como este. Smurov é o personagem mais estranho escrito pelo Nabokov que eu já li até aqui, acho que o único personagem que eu já tenha lido que se equipara a ele em termos de complexidade é o Vitangelo Moscarda, do também incrível Um, nenhum e cem mil, de Luigi Pirandello.
Há um pouco de tudo neste livro mesmo que ele tenha tão poucas paginas, há até mesmo o espaço para odiar com todas as forças algumas das atitudes finais do protagonista, o Nabokov sabe como ninguém escrever protagonistas odiosos na mesma medida em que ele escreve e amarra tudo em uma narrativa veloz, sucinta mesmo em meio a devaneios, tudo isso regado a pitadas de um "amor" doentio que se confunde com uma espécie de irresponsabilidade existencial para com o mundo, para com as coisas.

Smurov na minha opinião se destaca dos demais personagens Nabokovianos pelo fato de ser um personagem que acredita que há vantagens em se tornar homem invisível, enquanto outros pensam em deixar um legado de forma quase que obsessiva, este, só quer desaparecer, ou destruir tudo a sua volta por acreditar que tudo irá se esvanecer consigo.
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Guilherme 08/08/2021

Razoável
O livro é meio confuso para quem não tenha tido contato com a obra antes. Gostei muito das reflexões do final, mas sinto que preciso de algumas releituras para capturar melhor a experiência.
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Isadora1578 28/07/2021

Muito bom. Um pouco confuso em algumas partes mas tudo faz muito sentido quando se entende a intenção do autor. A crise existencial vem aí.
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Diego Almeida @diegoalmeida999 24/05/2021

Uma boa leitura para relaxar e pensar
Deixa alguns questionamentos que podemos aplicar no nosso dia a dia, a narrativa corre tranquila e a leitura fica fluída. Nas primeiras páginas o que me agradou foi a análise do sujeito sobre si mesmo e as ponderações sobre a vida e a morte, no decorrer do livro gostei da forma como as imagens projetadas e reflexos servem como metáfora de uma perspectiva de si mesmo e do mundo. A forma como o livro fecha nos leva a pensar em como construímos mundos internos e as consequências e desdobramentos disso.
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Israel145 18/03/2020

Um bom livro do autor de Lolita. Conhecido só pela sua Opus Magna Lolita, Nabokov traça nesse livro uma história bem convencional mas dá sua pitada de sarcasmo tornando uma prosa ágil e agradável de ler. Bem legal!
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Matheus945 01/09/2019

Nota 3,7
Eu talvez esteja lendo Nabokov errado, comecei logo por Lolita e passei pra Fogo Pálido, que não consegui terminar, e agora que concluí essa novela eu sinto que eu tô buscando de novo a sensação que Lolita me trouxe com os outros livros dele. E não quero me frustrar ou me desestimular por isso.
Sobre o livro, ele foi ok nessa primeira leitura que eu fiz, acho que eu posso tirar mais dele numa futura releitura. Foi muito confuso e todas as trocas de narração de um parágrafo pro outro eu tinha que reler pra saber o que tava acontecendo. O enredo foi realmente o que eu mais gostei, é como se fosse um misto de acontecimentos em tempos diferentes, me vem a mente quando coloca leite no café e aparecem aquelas ondas de leite sem se misturar até que no final fica tudo homogêneo. Sinto que o autor fez esse livro pra se divertir mesmo.
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Rodiney 01/01/2019

E se...
Ler Nabokov é sempre um bom experimento. E se... eu não tivesse lido este livro? E se... eu tivesse optado por outro autor? Esse "E se..." existencial colocado propositalmente no pequeno romance de Nabokov será o mote da história. Bem, na minha opinião. Porque o "E se..." tem profunda relação com as várias possibilidades existenciais de Smurov. No entanto, as possibilidades só são possíveis durante a vida. Contudo, a vida só nos permite uma única narrativa, uma única escolha que se desdobra em consequências que são interrompidas com a morte. Porém, Smurov morre e não morre. Sua consciência permanece e diante de espelhos pode contemplar as várias possibilidades. Por um momento, essa nova situação causa-lhe certo torpor, mas no fim, ele entende. Smurov conclui que é feliz, sim, feliz. E entende 'que a única felicidade neste mundo é observar, espionar, olhar, esquadrinhar a si mesmo e aos outros, ser nada mais que um grande, ligeiramente vidrado, um tanto congestionado, olho que não pisca'.
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