Davi.Paiva 20/12/2022
O canto do cisne de Tolkien
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Comprar este livro e fazer a leitura do mesmo não estava em meus planos. Só o comprei e li por conta de um momento de sorte: passei por uma unidade da Promolivros (franquia de livros a preços acessíveis, com lojas e quiosques em vários shoppings e estações de metrô) e vi um exemplar à venda. Comprei e o levei para ler em um dia que precisei sair de casa e pegar uma longa fila. Em tal lugar e mais dois dias indo trabalhar, terminei a leitura.
Primeiro, deixa eu fazer o bom e velho elogio de sempre para o trato editorial: fonte Garamond e papel pólen já são uma ótima escolha. Com capa dura, formato pequeno e as belas ilustrações de Pauline Bayles, ficou melhor ainda! Harper Collins, você é 10!
Agora sobre o livro: uma das coisas que mais gosto na linha de obras infantis do Tolkien é ver como elas foram criadas. Ele não escrevia contos infantis do nada. Sempre havia algum incidente. E no caso desta obra, ela era para ser a apresentação de um livro, "A Chave Dourada" de George MacDonald. Só mesmo uma pessoa como Tolkien para apresentar uma história... com outra história!
E o que achei de "Ferreiro do Bosque Maior"? A princípio, quando você lê a sinopse na contracapa, pensa que Ferreirinha será um jovem aventureiro. E quando vai vendo o começo da narrativa meiga com toda a apresentação da vila e como a tal estrela mágica foi parar nas mãos do jovem, fica seduzido a querer ler mais. No entanto, para mim, a leitura perdeu um pouco da empolgação. Ferreirinha se torna um adulto e pai, o que tira aquela imagem de jovem aventureiro cultivada antes. E por mais que ele viva algumas aventuras encontrando lugares e seres mágicos, nem se compara ao que estava sendo cultivado.
Para mim, "Ferreiro do Bosque Maior" não é só o último conto de Tolkien. É também o canto do cisne de um escritor que já havia criado jornadas magníficas e não precisava provar mais nada. Lembra até os últimos jogos de um atacante que não consegue marcar gols, mas ninguém o critica porque sabe que ele, no auge, foi capaz de feitos inacreditáveis.
Pelo menos eu consegui vender o meu exemplar a um grande amigo que sei que não só apreciará a obra muito mais que eu como também vai compartilhar as belas ilustrações com os filhos. Boa leitura, Lucas!