A Última Tentação de Cristo

A Última Tentação de Cristo Nikos Kazantzakis




Resenhas - A Última Tentação de Cristo


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LucasMiguel 22/02/2024

Dando continuidade ao projeto que criei de ler as obras mais importantes de cada período histórico do ocidente, bem como de obras escritas em nosso tempo sobre estes períodos pretéritos, tendo como resultado um vislumbre destas épocas pelos textos escritos no calor dos acontecimentos e por meio de uma análise retrospectiva e histórica delas, nada melhor que uma biografia do responsável pela cisão da história em antes e depois de seu nascimento para entender a Roma cristã.

O que me atraiu nesta obra de Nikos Kazantzákis foi o fato do texto não se mostrar proselitista, nem tampouco uma tentativa de recriar uma antropologia sobre um suposto Jesus histórico. A mim me interessava o mito e sua metafísica, sem, contudo, uma religião como guia. Também me interessava pela humanidade de Cristo, ou seja, quão humano pode ser um personagem que é o próprio Deus?

É rigorosamente este curto-circuito que me atraiu nesta obra. O Jesus de Nikos sente medo, sente fome, sente desejo e não se sente preparado para a missão que todos lhe atribuem. Também sente o mais inalienável dos sentimentos humanos: sente uma profunda solidão.

No decorrer da leitura, eu me senti conectado a este personagem como nunca havia acontecido antes, talvez por não haver uma única alma no mundo que não tenha, em algum momento, se sentido completamente só e, principalmente, não tenha sofrido a angústia de imaginar não estar correspondendo ao que esperam de nós.

No mais humano de Jesus é que me foi possível encontrar uma profunda e verdadeira divindade e, talvez por isso sua figura permanece viva no ocidente, fazendo líderes de diversas correntes cristãs como o católico Leonardo Boff afirmar sobre ele: “sendo assim tão humano, só poderia ser Deus”, e o espírita Haroldo Dias escrever: “de perto, todo mundo é louco; de muito perto, todo mundo é divino”.

A parte disso, o livro é muito bem escrito e em momento algum descamba para o melodrama ou para o sentimentalismo.

Aconselhável para quem não possui preconceitos: pode ser lido e apreciado por quem não tem religião; e pode também servir aos religiosos que ainda relutam em perceber que ser humano, é ser divino.
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Janice 30/07/2023

Um livro ...
Que apresenta um Jesus diferente daquele que conhecemos. Um homem como qualquer outro; com medos, alegrias, desejos. Ou seja, um homem comum que questiona o seu destino e sua missão. Excelente livro!
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Lucas 01/10/2022

Um livro muito a frente do seu tempo
Como católico, sempre gostei de muitas histórias ligadas às Bíblias. Já tinha tempo que havia lido sobre essa obra, e agora tive a oportunidade de ler.
Que forma linda Kazanizákis retratou o lado humano de Jesus. Me ajudou a criar uma nova forma de ver o verdadeiro homem por trás da santidade. Não há motivos para toda as polêmicas criadas pela igreja.
É um livro arrebatador.
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Rittes 13/01/2022

A história do Filho do Homem
Difìcil tarefa a conclusão desta leitura monumental. Não pelo tamanho em si, mas por tantas questões que deixa quase que a cada página. O mito de Jesus ganha aqui uma de suas faces mais humanas numa das histórias mais repassadas de geração em geração desde quase mil anos antes do próprio Cristo (leia "Jesus Cristo nunca existiu", de La Sagesse). Não importa, na verdade, se você acredita ou não, ou até mesmo se ele existiu ou não. O livro é fantástico e a tradução diretamente do grego é primorosa. Se o começo lhe parecer enfadonho, tenha paciência. O livro só melhora a cada página e, sem dúvida, é uma daquelas obras obrigatórias nas listas de livros para se ler antes de morrer.
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thirdozinho 03/01/2021

um achado para um ateu
é incrível como a literatura pode nos encantar onde a gente menos espera. por ser ateu e conhecer pouco da Bíblia, não achei que fosse me interessar tanto pelo livro. engano meu!

é simplesmente o meu livro favorito hoje em dia. a capacidade de imersão de Nikos é surreal. você passa o livro todo imaginando o que vai acontecer, torcendo para que essa versão humanizada de Jesus consiga se encontrar. sem contar com o ótimo final, inigualável.

fui consumido totalmente pela narrativa, devorando o livro em poucos dias. recomendo muito a leitura!
Lucas 18/10/2022minha estante
Bela resenha.




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@fabio_entre.livros 16/07/2015

O humano é divino

"Minha principal angústia e a fonte de todas as minhas alegrias e sofrimentos desde a juventude tem sido a incessante, impiedosa batalha entre o espírito e a carne... e minha alma é a arena onde esses dois exércitos têm lutado."


“ – Ele é o Senhor, não é? Pode, portanto, fazer o que bem entende. Se ele não fosse capaz de cometer injustiças, que tipo de Onipotência teria?”



“Pilatos sorriu:
– O que quer dizer verdade?
O coração de Jesus contraiu-se de tristeza. Assim era o mundo. Assim são os governantes. Eles perguntam o que é a verdade e riem.”


Só pelo título já é possível conjeturar as razões pelas quais este livro foi “amaldiçoado” por diversos grupos religiosos conservadores e, obviamente, pela Igreja acabando por ir parar naquele badalado rol de obras que os fiéis não devem ler se desejarem ir para o Céu: o Index Librorum Prohibitorum.
Eu achava que seria algo desrespeitoso, grosseiro ou caricato, que justificasse tanta perseguição e condenação da obra, mas o que vi foi um livro maravilhoso no qual o autor traça um formidável exercício criativo. Jesus é representado de forma totalmente humana, inseguro e vulnerável às tentações da carne, mas isso de nenhuma forma diminuiu ou ridicularizou sua imagem para mim (eu sou cristão: não que isso faça diferença). Para mim não é necessário ter de escolher acreditar em um ser inalcançável e perfeito ou num ser humano de carne e osso como nós, e ainda assim ser “divino”, capaz de se sacrificar por seus ideais e por amor, acima de tudo. Na verdade, a representação física de um ícone, a meu ver, tende a aproximar o adorador à coisa/ser adorado, mostrando que tal ícone é palpável, mais real, não inteiramente etéreo.
Kazantzakis fez uma excelente releitura da história de Cristo, sem adulterar os evangelhos, mas recriando a trajetória do Salvador (particularmente seu calvário pessoal, crivado de tentações) num contexto carnal, material, como ele bem explica já no prólogo, o qual reflete o conflito entre a carne e o espírito que acompanha não apenas o personagem, mas os seres humanos em geral, independentemente de crença – ou falta dela.
Naturalmente, por contexto e temática, “A última tentação de Cristo” lembra o também controverso livro de José Saramago, “O evangelho segundo Jesus Cristo”, mas é possível notar que o primeiro é mais formal, simples e sensível, apesar da escrita vigorosa, enquanto o livro de Saramago possui uma abordagem mais crua, rigorosa e preocupada com a estética narrativa que caracteriza o autor.
Finalizando, recomendo muito “A última tentação de Cristo” aos leitores que têm mente aberta e ávida por novas perspectivas (do ponto de vista literário e ficcional, ressalte-se), deixando de lado convicções religiosas durante a leitura, porque este não é um livro com a finalidade de ofender ou abalar os pilares de nenhuma crença. É, sim, um livro provocante, mas por suscitar reflexões muito mais intrínsecas do ser humano: suas angústias, aflições e dúvidas atemporais entre a carne (matéria) e a essência que nos define (o espírito). Nesse aspecto é uma obra-prima.


site: http://metamorfosedaleitura.blogspot.com.br/2015/07/sobre-o-livro-ultima-tentacao-de-cristo.html
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TMLQA 04/06/2015

SKOOB3RS
Esse romance é uma recriação da vida de Jesus. Além de cristão, Nikos Kazantzákis era nietzschiano e adorador da natureza; portanto, seu Jesus é um homem de carne e osso, vulnerável a seu entorno físico na Palestina, dividido entre a missão divina de se tornar o Messias e o desejo que sente por Maria Madalena.
As descrições da vida de Jesus se baseiam sobretudo no Novo Testamento. Por vezes, a prosa exuberante transborda para uma espécie de realismo mágico; em certa passagem, por exemplo, flores brotam em torno do Messias. No momento da crucificação, Jesus acredita ser resgatado por um anjo que o conduz a uma felicidade terrena: ele se casa com Marta e com Maria Madalena, tem filhos e leva a vida pacata de um ser humano qualquer. Anos mais tarde, no entanto, percebe que o tal anjo era na verdade Satã e que seu paraíso mundano não passara de um sonho. Ao despertar desse sonho. Ao despertar desse sonho, ele se vê novamente na cruz e morre. É justamente aí que o autor identifica o valor de Jesus: numa dimensão espiritual, não natural. Mesmo assim, o Vaticano condenou o livro, julgando o Jesus de Kazantzákis demasiado carnal e inseguro; na Grécia, as autoridades ortodoxas tentaram processar o autor, atrasando a publicação do romance.


site: https://www.facebook.com/profile.php?id=100009583351923
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Fábio Valeta 01/01/2014

Minha história com a descrença começou cedo.

Eu, que fui criado dentro do catolicismo (embora ninguém na família tivesse o costume de ir a igreja com freqüência), tive a primeira grande "crise" com a religião quando tinha por volta dos cinco anos se não me engano. Passava um filme na TV e alguém comentou que a história se passava antes de Cristo. O que para uma criança de 5 anos não fazia muito sentido: já que apenas a crença em Cristo poderia trazer a salvação e haviam pessoas que viveram antes de Cristo, então essas pessoas já estavam condenadas simplesmente por terem nascido antes???

A medida que ia crescendo, os questionamentos mudavam, mas a dúvida sempre persistiu, até que em algum ponto da minha adolescência, percebi com um grande espanto que toda a crença em Deus ia contra aquilo que eu conseguia pensar como lógico.

Dito isso, quando tento imaginar um deus de acordo com a concepção bíblica, o personagem de "A Ultima Tentação de Cristo" de Nikos Kazantzakis é o mais próximo que consigo pensar. Não um ser amoroso que deseja a felicidade de todos (mesmo porque se desejasse, e, sendo deus, era fácil) e sim um ser cruel.

Esse deus cujo "amor" é tão profundo que causa sofrimento naqueles que toca. Em especial em Jesus, que sente esse amor como se fossem garras arranhando seu cérebro. Que sabe exatamente o que deus deseja dele e luta contra isso com todas as suas forças até não agüentar mais.

Jesus alias, extremamente crível. Nada de uma pessoa divina, que não tem desejos. E sim um homem como outro qualquer. Que sonha em constituir uma família e viver tranqüilo; que deseja Maria Madalena; é covarde e tem medo de tudo... principalmente deus. Medo esse alias, aliado a seu cansaço de lutar contra ele que o colocam por fim na jornada cujo passo final é a Cruz.

Todos os personagens são muito bem delineados cada um com personalidades muito distintas e bem trabalhadas, em especial os apóstolos Pedro (covarde de indeciso) e Judas (Zelote fanático), que tem uma participação maior na história. Mas o melhor da narrativa, na minha opinião, é que vários personagens passam por momentos em que tem certeza de que existe uma força superior forçando sua ação, sem nunca saber ao certo se é deus ou o diabo... será mesmo que eram duas entidades diferentes? Ou apenas dois lados da mesma moeda?

No final das contas, é um livro muito bem escrito sobre o mito de Jesus, dando a ele uma atmosfera mais humanizada e falha. Justamente por isso uma excelente narrativa, capaz de deixar muito religioso de cabelo em pé gritando "blasfêmia"...
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dudu28 07/01/2013

um dos melhores livros qu eu ja tive o prazer de ler.
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Fabio Michelete 21/12/2012

Escrever é espiritual
Este foi meu primeiro contato com o autor de “Zorba – O Grego” e de “O Cristo Recrucificado”. O que me atraiu para o livro foi sua relevância para a literatura mundial, mas desconfiava que a polêmica religiosa pudesse ter sido a única razão de seu sucesso mundial. Como sabemos, basta falar de religião para detonar uma incrível polêmica. Dependendo do tema, o povo sai se matando – o que classifico como trágico, mas também ridículo.

Como não sou religioso, não passou por mim nenhum pudor maior ao conhecer esta releitura da vida de Jesus. Ainda assim, talvez haja um prazer maior na leitura, se você já teve algum contato com algum dos evangelhos, pois vai reconhecer momentos importantes, como o “sermão da montanha”, alguns milagres, a luta de Jesus no templo, entre outras. O livro não faz propaganda religiosa, mas consegue ser espiritual ao contemplar a vida, ao humanizar a personalidade de Jesus. Faz sem medo o saudável exercício de questionamento das histórias do evangelho, e também as diferentes opiniões que se pode ter sobre o que se convenciona Bem e Mal:

“Alguém veio aqui enquanto eu dormia – disse o rapaz baixinho, como se temesse que o visitante ainda estivesse por ali e pudesse ouvi-lo – Veio alguém... Sem dúvida foi Deus, Deus..., ou teria sido o diabo. Quem consegue distinguir entre os dois? Eles trocam de cara. Deus ás vezes é só escuridão; e o diabo, só luz. Por isso, o espirito do homem fica desorientado.”

Mais do que isso – e é preciso destacar nesta resenha – O LIVRO É MUITO BEM ESCRITO. Suas 500 páginas passam rápido. Alguns trechos são realmente lapidados – primorosos - e tudo tem um ritmo bom, não há partes áridas. Kazantzakis mostra o constante debater de Jesus com seu destino, revelado a ele por Deus (ou seus representantes – anjos e outras figuras, que se alternam ao longo da trama). Será que ele, ou Judas Iscariotes, tiveram livre-arbítrio? Será preciso procurar Deus fora? Será imprescindível uma vida de abnegação e pobreza? Ele passa ao largo da questão política da época (romanos x Judeus x outros povos), mas usa esse cenário com sabedoria – e é tocante nos momentos em que contempla a vida comum e sua beleza intrínseca. Suas descrições do deserto fazem sentir sede. Ao ler sobre a comida, sentimos fome. Sobre as mulheres, sentimos desejo.

Frases Selecionadas:

“Ali fora ainda estava claro: a luz do verão afastava-se lentamente da terra como se não quisesse ir embora. Homens e bois voltavam de seu trabalho nos campos. Donas de casa acendiam o fogo para preparar a refeição vespertina; a fragrância de lenha a queimar invadia o ar da tarde. Maria fiava, e seu pensamento volteava para um lado e para o outro, acompanhando o movimento do fuso.”

“O filho de Maria estava tranquilo. Sentou-se na raiz da antiquíssima oliveira e pôs-se a comer. Esse pão era tão bom! E a água tão refrescante! E como eram deliciosas as duas azeitonas que a velha lhe deu para acompanhar o pão! Os caroços eram finos, e elas eram gordas e polpudas como maças. Ele mastigava, sereno, e comia sentindo que seu corpo e sua alma eram agora um só, que os dois estavam recebendo o pão, as azeitonas e a água através de uma só boca, e que os dois com isso se alegravam e se nutriam.”

“ – Ora, pobre coitado, você não sabe que não se encontra Deus os mosteiros, mas sim nas casas dos homens? Onde quer que se vejam marido e mulher, ali está Deus. Onde quer que haja crianças, pequenas preocupações, cozinha, brigas e reconciliações, é ali também que Deus está. Não dê ouvidos a esses eunucos. As uvas estão verdes! Estão verdes! O Deus de que lhe falo, o Deus doméstico, não o monástico, é esse o verdadeiro Deus. É a ele que você deve adorar. Deixe o outro para aqueles idiotas preguiçosos e estéreis no deserto!”

“Madalena estava deitada de costas, inteiramente nua, encharcada de suor, seu cabelo negro como a noite espalhado no travesseiro e os braços cruzados atrás da cabeça. Seu rosto estava virado para a parede, e ela bocejava. O embate com homens nessa cama desde o amanhecer a deixara exausta. Seu cabelo, suas unhas, cada centímetro de se corpo recendiam aos cheiros de todas as nações, e seus braços, seu pescoço e seus seios estavam cobertos de mordidas.”

“ – Ele é um de nossos filhos. É por isso que as Escrituras chamam-no de Filho do Homem! Por que vocês pensam que milhares de israelitas, homens e mulheres, copularam geração após geração? Para esfregarem seus quadris e excitarem as virilhas? Não! Todos esses milhares e milhares de beijos eram necessários para que se produzisse o Messias.”

“ – Não, não quero me calar! – prosseguiu o rapaz, com os nervos em frangalhos – Agora que já comecei, é tarde demais. Não vou calar a boca. Sou um mentiroso, hipócrita. Tenho medo da minha própria sombra. Nunca digo a verdade, não tenho coragem. Quando vejo uma mulher passar, enrubesço e abaixo a cabeça, mas meus olhos enchem-se de desejo. Nunca ergui minha mão para roubar, açoitar ou matar. Não por não ter vontade, mas por ter medo. Deus, mas tenho medo. Medo! Medo! Se você olhar dentro de mim, verá o Medo, um coelhinho trêmulo, alojado em minhas entranhas. Só o medo e nada mais. Ele é meu pai, minha mãe e meu Deus.”

“Como podem, então, Onipotente, olhar diretamente para o Senhor? Tenha piedade, Senhor; modere sua força, diminua seu esplendor, para que eu, pobre e aflito, possa vê-lo! Então escute, meu velho, Deus transformou-se num pedaço de pão, numa caneca de água fresca, numa túnica aconchegante, numa cabana e, na frente da cabana, numa mulher amamentando uma criança.”

“Gemendo, Maria Madalena abraçou o homem de forma a manter seu corpo grudado ao dele.
– Nenhum homem jamais me beijou. Nunca senti uma barba nos meus lábios e no meu rosto; nem os joelhos de um homem entre os meus. Hoje estou nascendo... Você está chorando, meu filho?
- Amada esposa, eu nunca soube que o mundo era tão lindo nem que a carne era tão sagrada. Ela também é filha de Deus, a graciosa irmã do espirito...Eu nunca imaginei que os prazeres do corpo não fossem pecaminosos.
- Por que você se decidiu a conquistar os céus, a suspirar à procura da milagrosa água da vida eterna? Sou eu essa água. Você debruçou-se, bebeu e encontrou a paz...”

“Passaram-se os dias, os meses, os anos. Na casa de mestre Lázaro, multiplicavam-se os filhos e filhas, e Marta e Maria competiam para ver quem daria à luz mais crianças. O marido lutava. Ás vezes na carpintaria, com o pinho, o carvalho e o cipreste, derrubando a madeira e forçando-a a assumir a forma de utensílios para os homens. Às vezes no campo, com ventos, toupeiras e urtigas. À noite ele voltava exausto para se sentar no quintal, e suas mulheres vinham lavar-lhe os pés e as pernas, acendiam a lareira, serviam a mesa e abriam os braços para ele. E da mesma forma que ele trabalhava a madeira, liberando os berços que estavam presos a ela, e trabalhava a terra, liberando as uvas e as espigas do grão que estavam dentro dela; da mesma forma ele trabalhava as mulheres e de seu ventre liberava Deus.”
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Júnior 20/06/2012

Decepcionante
Este sempre foi um dos livros que mais procurei para ter e ler. Apesar de toda a empolgação e os primeiros capítulos serem excelentes, o livro cai em uma mesmice que eu não esperava.

A discussão e a maneira como Kazantzakis apresenta os medos de Jesus é super interessante e calmamente introduzida ao leitor, mas há uma desestimulante quando ele aceita seu destino como messias. A partir daí o texto se torna bíblico de mais, como soluções nada convincentes para os personagens da Paixão de Cristo. Além disso, a expressão título soa quase que secundária em toda a estória.

Me decepcionou. Saramago é mais contundente.
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cid 31/07/2010

Deus não tem pressa , mas o homem tem.
(Alerta de spoilers )Jesus, o messias relutante , cumpre o seu destino e é levado a cruz. Mas, antes que tudo se acabasse , a cruz se transforma em uma árvore imensa que se ergue da terra e sobe aos céus, seus galhos floridos indicam que a primavera chegou e os pássaros cantam em seus galhos.Trinta e três pássaros. E um belo anjo, lhe diz que Deus está satisfeito. Ele pode deixar a cruz e viver como sempre desejou. Esta é a ultima tentação. Jesus não desejara poder, ou riqueza, ou conhecimento, apenas as alegrias comuns da vida humana . Muito humano , o Jesus de NK é comovente. O texto muito bonito, envolto num olhar à natureza, onde surgem com profusão, romãzeiras floridas, limoeiros perfumados e maravilhosas amendoeiras, talvez para amenizar uma estória de dor e sofrimento. A natureza parece nos consolar. As descrições são primorosas. Apreciei particularmente o capitulo IV, onde é descrita a crucificação de um zelote, com tal intensidade, que me pareceu talvez o momento mais emocionante do livro. Nikos foi excomungado pela igreja ortodoxa grega e seu livro foi colocado no índex dos livros proibidos da Igreja Católica. Nikos respondeu a proibição do seu livro: “A Teu Tribunal, Senhor, apelo” .Para mim, foi uma experiência inesquecível , essa jornada ao lado desse Jesus, em sua busca pelo seu destino.
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Peterson Boll 08/02/2010

Um Cristo no sentido original da palavra. Excelente leitura!!!
lucio marques 10/09/2010minha estante
kazantzakis é um icone grego...esse é o meu livro de cabeceira e o unico autor que levo para a cama para querer dialogar a noite inteira...com certeza...




Egídio Pizarro 05/02/2010

O livro é chato e modorrento da primeira à última página. Uma invencionice sem tamanho sobre um assunto que, por si só, já tem um bocado de invencionice.

Li do início ao fim e não sei se isso comprova que eu sou um guri muito persistente ou se sou masoquista.
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Peterson Boll 08/02/2010minha estante
Interessante não teres gostado da leitura. Concordo que em algumas passagens Kazantzakis exagera na digressão, mas o sofrimento deste Jesus humano é muito forte.




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