Sidney.Prando 18/07/2021
ALÉM DO CONCEITO MORAL, ALÉM DO HOMEM
“Além Do Bem e Do Mal, preludio de uma filosofia do futuro”
“Além Do Bem e Do Mal” é uma das obras mais representativas de Niet. Nela nós nos deparamos como o pensamento filosófico dessa figura emblemática e polemica, que junto a figuras como Søren Kierkegaard, Albert Camus e Jean Paul Sartre, dentre outros, fazem parte dos mais conhecidos Filósofos Existencialistas.
Niet, em especial nessa obra, nos introduz a uma gama muito vasta de seus principais pensamentos, que em forma de aforismos (pequenos textos), nos levam a interpelar sobre nossos próprios valores morais de forma geral. É parte constituinte de sua filosofia o caráter indecoroso ao qual rendeu-lhe a fama de “filosofia do martelo”, não colocando assim nenhum assunto como “santo” ou “tabu”. Concomitantemente, ele não é apenas um crítico da moral alemã do século XIX, mas como também é dos costumes, cultura, musica, filósofos, do homem quanto raça e principalmente dos valores cristãos, sendo esse último o que lhe rendeu o título de “Anticristo”. Assim, sua influência gira entorno de uma Alemanha em pleno pangermanismo, espalhando-se por toda a Europa e posteriormente ao mundo. Portanto, tamanha voracidade tornou-o celebre na mesma medida que o transformou em um “monstro”, entretanto, isso é assunto para uma biografia em particular.
Para mim, o livro foi o meu batismo de sangue para adentrar com sede de conhecimento no estudo da filosofia, contudo, foi mais complicado do que parece. Niet é de fato um filosofo irreverente, dedicado a analisar seus muitos objetos de estudo de forma imparcial e intrínseca, e isso com certeza me fez admirar seu fazer filosófico. Dentro dessa obra, sua conduta ao abordar o amor como uma posse inerente ao homem quanto espécie e sua reflexão sobre as virtudes da solidão, além de sua premissa a crítica religiosa, foram os pontos que mais me chamaram a atenção e que dê certo moldaram, ou melhor dizendo, constituíram minha visão inicial de mundo.
Contudo, vale ressaltar que Niet é um homem do século XIX, e levando em conta que eu não o considero um filosofo afrente de seu tempo e sim filho do mesmo, ele não escapa de seus preconceitos. É possível observa esses traços em muitos pontos de sua dissertação sobre as diferenças entre os gêneros. Não discutirei sobre esses valores, mas é importante lembrar que todo estudo deve ser analisado de forma imparcial e livre de julgamentos morais. Ademias, esse caso em particular não resume sua filosofia, ao contrário, é apenas um grão em um grande balaio. Mas se esse detalhe lhe fez desconsiderar ler Niet, sinto em lhe dizer que você faz parte do pobre “rebanho”.
Logo, sua “filosofia do martelo” cai sobre nós constantemente e nos leva a refletir para além dos frágeis valores morais que nos constitui, para “Além do Bem e do Mal”.
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