No Caminho de Swann

No Caminho de Swann Marcel Proust




Resenhas - No Caminho de Swann


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Renato 11/09/2021

Em busca do tempo perdido
Proust é um nome muito conhecido dentro do mundo dos clássicos da Literatura Mundial. Muito citado entre diversos autores, críticos literários e teóricos da arte das palavras. Contudo, dificilmente encontramos algum alguém que já tenha lido a obra "Em busca do tempo perdido", única obra do autor e da qual esse título - No caminho de Swann - faz parte.

Essa escassez de leitores proustianos pode se dar por vários fatores. Talvez, pelo fato de a grande massa de leitores não ter uma preferência pela leitura dos clássicos; ou devido ao fato da linguagem que o autor utiliza neste volume - que é predominantemente descritiva e com um vocabulário rebuscado; ou por causa da extensão da obra - que é composta de sete volumes.

De fato, Marcel Proust usa uma linguagem muito peculiar e inovadora em sua narrativa, que é baseada em sua infância mas também não possui caráter biográfico. O narrador conta as lembranças de infância e de suas experiências vividas no seio de sua família: os lugares por onde costumava passear, as enfermidades pelas quais passava, as relações entre as pessoas que frequentavam a casa, os lugares onde morou, a experiência de seu primeiro amor... tudo isso sendo contado de uma forma muito descritiva, com parágrafos longos e que num primeiro momento pode ser até cansativo ao leitor, mas que, depois que nos familiarizamos com o estilo do autor, segue com fluidez. A descrição da cidade de Combray, por exemplo, se torna um agradável passeio.

Apesar do livro ser contado em primeira pessoa e ter uma característica muito próxima do gênero Memórias Literárias (tipo de texto de caráter biográfico), o livro é uma obra de ficção (um romance). O foco narrativo real está direcionado no Personagem Swann, que aparenta ser um personagem secundário na primeira parte do volume, apenas aparecendo em visitas à família do narrador personagem, mas que ganha grande destaque na segunda parte, que narra a história de seu relacionamento com Odette, relacionamento que é marcado por um ciúme intenso da parte de Swann. E por fim, com uma influência um pouco mais tênue quando ele é representado pela sua filha e a influência que esse encontro desencadeia quando ela e o narrador se encontram.

Por fim, No caminho de Swann é um livro de uma leitura muito prazerosa e que estimula a ler os outros volumes da obra Em busca do tempo perdido. Há no texto a presença de uma linguagem bem lírica, mas que não deixa de ser objetiva e talvez seja por isso que alguns teóricos coloquem Marcel Proust como o maior escritor do século XX. Um livro de leitura e releitura obrigatória.
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Maylana.Spricigo 11/08/2021

Livro 2 - À sombra das moças em flor

é uma obra que trata sobre os primeiros amores do narrador: primeiro por Gilberte, e depois por um grupo de meninas (sim, o rapaz decide atirar para todos os lados numa tentativa de se "curar" das dores que a Gilberte lhe causou)

como é de se esperar, a história demora para se desenrolar e apresenta umas reflexões sobre comportamentos bem interessantes
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Fernanda 30/06/2021

É tão maravilhoso quando um livro nos absorve completamente e sua história continua nos tocando mesmo depois de terminada. No caminho de Swann foi uma experiência de leitura para a vida, aquele tipo de livro profundo, poético e que ao mesmo tempo trata de temas comuns, aquela leitura que lemos economizando para não acabar logo, a única parte ruim é já não ter em mãos a continuação o que pretendo providenciar o quanto antes. Proust já me conquistou no primeiro parágrafo deste livro, espero que o restante da obra me conquiste por completo, com certeza é um dos melhores do ano e da vida.
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Anna intimista/yt 16/05/2021

Substimei
Não é uma leitura fácil para um iniciante. Mas seja persistente, segura mão de God e vai?!
Agora sério, é uma experiência não é só leitura. A profundidade da escrita de Proust ? é única. Certeza ganhei vários neurónios a mais.
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Nivaldo.Alves 17/04/2021

Livros para serem lidos com a mente livre de outros pensamentos.
O livro é narrado em primeira pessoa, nele o protagonista fala de suas experiências de vida, principalmente sobre seus relacionamentos e como eles se construíram.
Achei surpreendente a capacidade do autor em descrever em minucias os sentimentos vividos pelo protagonista, o que sem dúvida exigiu uma imaginação que até então eu não tinha percebido em
nenhuma outra obra de outro escritor.
Gostei da leitura, embora alguns trechos sejam um pouco enfadonhos.
Não posso deixar de fazer minha crítica a está edição, pois nunca antes eu tinha me deparado um um livro com tantos erros de português, foram mais de uma dezena de palavras escritas sem o espaço de separação da palavra seguinte, o que não diminui o valor da obra, mas decepciona pela falta de cuidado.
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Bruno.Andreoli 08/04/2021

Ensaio sobre a memória
De saída, diria que é um livro sobre os ciúmes. Mas é, antes, um ensaio sobre a memória; o que ela cria, produz, destila a partir da experiência. Os lugares de que lembramos não pertencem ao espaço, mas sim a um encadeamento de impressões que vivem dentro de nós.
Comprei meu exemplar num sebo do Centro e me sentei na mesa de um bar de esquina para ler a primeira página, logo antes da pandemia. Terminei o livro hoje, preso em casa, enquanto vivo do passado e da memória de meus amigos, passeios e aventuras fora de casa, sonhando com o dia em que tomarei novamente uma cerveja na calçada, sem receio.
Não é uma leitura fácil, mas é impossível não encontrar a si mesmo, de maneira recorrente, nas sensações que são descritas nesta e naquela página. Até hoje não conheço autor que tenha descrito tantos sentimentos com tanta maestria.
Fico, enfim, pensando na substância de minha memória, elemento universal e vivo nas palavras de Proust, que continua trazendo alento e alimentando minhas esperanças de cidadão em isolamento.
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Paula.Juca 19/03/2021

Leitura deliciosa
Marcel Proust em sua obra prima nos convida a sentar e tomar uma xícara de chá e comer madelaines e assim viajar em nossas memórias e descobrir e relembrar e reviver toda uma vida, toda uma história encerrada em momentos.... No primeiro Vol intitulado No caminho de Swann podemos sentir que esse não é só um romance mas uma filosofia e modo de vida. É o primeiro mas já amei
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luizaslike 26/01/2021

Um olá ao estilo de proust
Com esse volume, começa a minha saga de ler um tremendo calhamaço dos calhamaços. O estilo de proust é uma preciosidade. Nesse vol. ele cria a base da história e expõe ao leitor sensações em forma de texto. A afinidade arquitetônica que Proust tem com as miudezas é fantástica. Já adianto que a forma com que ele inicia sua obra colossal é uma das coisas mais belas que já li. Ele consegue transportar através da memória o personagem ao passado e evoca em nós também o sentimento nostálgico do que um cheiro, um lugar, uma imagem podem trazer. No meu caso senti o cheiro e o gosto da infância. Temos personagens icônicos, com personalidades ímpares que acompanharão Marcel durante sua trajetória. Muita coisa acontece aqui, o amor de swann, a infância em Combray, obsessão, amor platônico, Paris e a vida boêmia. Amei demais esse início, me assustei com a profundidade e robustez. Essa jornada vai ser marcante.
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paulla.costa.779 03/01/2021

A aldeia de Combray , fiel representação de Ilien, onde o autor francês passava suas férias na infância. E que anos depois algo o faz reviver está lembrança.
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Higor 24/12/2020

"Aprendendo com Nabokov": sobre a caça ao tesouro, em que o tesouro é o tempo e o esconderijo é o passado
Figura igualmente admirada e temida por leitores quando mencionada, a saga de sete livros de "Em busca do tempo perdido", de Marcel Proust estava me cercando em todos os aspectos possíveis. Está presente nas listas de "1001 livros para ler antes de morrer", do "Livro da Literatura", e do "Lições de Literatura", além de ser mencionada em diversos livros e ter abocanhado prêmios importantes, porém nacionais, como o "Prix Goncourt", que não acompanho a risca, mas volta e meia dou aquela conferida para saber o que há de bom sendo laureado no território francês.

Depois de tantas opções de caminhos para conhecer Proust, o mais rápido foi justamente o de acompanhá-lo nas Lições de Literatura de Vladimir Nabokov. Chamado pelo próprio Nabokov de "prisma, em que Proust refrata e cria um mundo em retrospecto", eu fiz esse percurso com a sensação de que ia amar a experiência. E que delícia de livro é este primeiro volume!

Nabokov, inclusive, ousa dizer que leitores ruins ou superficiais, com esse livro, vão sentir tédio e bocejar até, definitivamente, abandonar a empreitada, enquanto outros leitores vão se alimentar das deliciosas palavras de Proust, ora de maneira rápida e ágil, ora com paciência, sem pressa, para apreciar cada detalhe.

É impossível sair ileso das memórias tão intensas, tão ricas de detalhes, que embora sejam atos tão simples e corriqueiros da vida, como o ato de ir ao quarto do filho dar um beijo de boa noite; a visita ao tio, sempre programada, mas de repente feita sem aviso prévio ou até mesmo seus gostos literários, são cenas tão básicas, que escritores atuais, ou que procuram cenas chocantes, bombásticas ou até mesmo com efeitos ou ganchos para manter o leitor vidrado ao próximo volume, acabam por detalhar coisas simples em meras linhas, quando é justamente no simples que mora o magnífico.

O encanto em acompanhar as memórias do jovem narrador de "No caminho de Swann" é justamente o cuidado com que tais imagens são contadas, em um primeiro momento "abandonadas por tanto tempo fora da memória" e que, de repente, "se estiram, de delineiam, se cobrem, se diferenciam, tornam-se flores, casas, personagens consistentes e reconhecíveis". Memória.

É óbvio que muita coisa ainda não foi percebida por mim, mas que certamente serão reconhecidas com uma bagagem literária maior e uma releitura. Exemplo é a menção às obras de arte de Giotto di Bondone, pintor e arquiteto italiano, que eu já conhecia graças às aulas História da Arte, mas que em certos leitores, será algo novo e até pouco interessante. No entanto, tais referências de nada tiram o brilho do livro, mas impulsionam a querer conhecer mais para apreciar Combray e Guermantes em sua completude.

Um livro que demanda tempo e paciência, mas que recompensa o leitor a cada página, "No caminho de Swann" foi a melhor leitura do ano. Um exercício de como olhar as coisas simples da vida com mais atenção.

"Lendo Lições de Literatura" é um projeto baseado no livro 'Lições de Literatura', de Vladimir Nabokov, em que suas aulas da década de 1940 sobre os Grandes Mestres da Europa foram transcritas e compiladas. Para saber mais sobre a lista e conhecer os demais livros, acesse:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Lázara 03/11/2020

Quarenta Anos
Quando mais nova eu costumava listar alguns autores para os quais eu só estaria preparada após os quarenta anos de idade: Dostoiévski, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Tolstói e tantos outros, cujas obras serão enfileiradas em minhas estantes futuras. E Proust era um deles.

Embora ainda não tenha chegado aos quarenta anos de idade, estou bem próxima. Mas adquiri o primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido há mais de três anos, afinal, não era a menina de vinte anos que eu era que iria decidir o que devo ou não ler após os trinta.

Fiz uma primeira leitura quase sem nenhum compromisso e terminei um tanto amargurada: simplesmente não alcancei o texto de Proust. Culpei o cansaço e o estresse do trabalho -- e quase me perdoei. A decepção comigo mesma, porém, era grande demais. Durante mais de dezoito meses não peguei um livro nas mãos, com exceção dos infantis, lidos para minha filha.

Confesso que não lembro em que momento deste ano de 2020 decidi reencontrar Proust. Os dias se enovelaram numa massa de tempo que não consigo mais dividir. Em algum momento aconteceu -- numa hora mágica, eu acrescentaria.

Proust tem tudo aquilo que eu amo e me desafia na literatura: um texto caudaloso, denso e que ao final de uma longa sentença, profusamente entremeada de vírgulas e parênteses, nos entrega uma incerteza -- sobre a natureza de suas reflexões, os caminhos filosóficos percorridos pelo autor, sobre a enormidade dessa prosa que, além de rica, é inteiramente bela.

Amei cada segundo da existência que vivi junto desse livro. Que o segundo volume me tome por completo.
Meury3 26/01/2021minha estante
Relato belíssimo!




Pedro 02/10/2020

Brilhante, sublime, estupendo. Que livro! Delicioso, sensível, humano e acalentador.
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Erick.Silva 13/08/2020

Em Busca do Tempo Perdido
Pensei durante muito tempo sobre qual nota dar pra esse livro e não foi fácil decidir
por ele ser bem complicado. Porém, cheguei a conclusão que a maioria (se não todas) as
dificuldades que senti lendo-o, tem origem mais em defeitos que se originam em mim do que
no livro em si.
Não há como eu negar que achei o livro tremendemante cansativo em algumas partes, em
outras até não consegui absorver quase nada por ter um conhecimento muito pobre de
todas as referências que ele cita (por exemplo todos os detalhes e sentimentos
despertados a partir de certo estilo arquitêtonico). Porém, novamente, isso é mais
um defeito meu do que do estilo de escrita de Proust, que é literalmente repleto
de sentimentos e emoções em cada palavra. Eu é que deveria ser mais culto em relação
a esses tópicos e, principalmente, deveria saber aproveitar mais as emoções em si,
sem esperar por explicações lógicas ou um enredo que necessariamente tenha começo,
meio e fim.
Durante o livro fui mudando um pouco e conseguindo me deixar tocar mais pela beleza tremenda
de tudo o que Proust escreve. Fui abrindo mão da expectativa de um história contínua e do
que viria a seguir e fui conseguindo aproveitar com mais simplicidade o presente e tudo
o que ele pode oferecer. Não consigo não fazer um paralelo deste livro com o que sinto
quando leio poesia: o mais importante é mergulhar de cabeça nas emoções e sentimentos
e abrir mão do costume que temos de querer saber o que vem a seguir, o que acontecerá
depois e pra onde a história vai nos levar.
É impressionante o nível de detalhamento que ele usa em questões psicológicas,
a que profundidade ele vai ao analisar nossos comportamentos e pensamentos. Durante
essas partes pude ver claramente porque ele é considerado um clássico da literatura.
Este livro é exatamente como a realidade (acho que até por se basear fortemente na
biografia dele): os dias vêm e vão, as pessoas ou personagens vêm e vão, os lugares
vêm e vão e nada de tão escandaloso como um vilão querendo destruir o planeta,
traições épicas ou uma reviravolta impossível acontece. O que importa na verdade
é que saibamos aproveitar com todo o vigor possível cada sentimento e cada momento
sem se preocupar demais com o futuro. Mais importante ainda e até essencial,
é, na verdade, ir ainda mais fundo e aproveitar cada detalhe de cada experiência,
de cada conversa com cada pessoa, suas expressões, todos os passeios que realizamos,
todas as manhãs, todo nascer e por do sol, toda paisagem bonita que encontramos,
todos os pensamentos e memórias agradáveis que construímos...
Enfim, a realidade pode parecer meio monótona diante da realidade de tantos livros
e filmes fantásticos e maravilhosos que existem por aí, mas se estivermos dispostos
a abrir o coração e nos permitir viver com toda plenitude possível a realidade
também se torna fantástica e maravilhosa, assim como Proust.
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Henrique Fendrich 19/07/2020

O único Proust que li até hoje, e tão difícil foi a minha experiência com a lentidão da linguagem que nunca cogitei ler alguma outra coisa. Lembro-me que a segunda parte era a mais agradável e na qual fiz algumas comparações com Machado. Não à toa, essa parte do livro é vendida separadamente por aí com o nome de "Um amor de Swann". Mas é um livro dificílimo no geral.
Maria 19/07/2020minha estante
Quero ler. Segundo OdC, Proust só deve ser lido no original.




MauricioTiso 29/06/2020

Uma obra de arte
O primeiro volume possui dois livros, O Caminho de Swann e A? sombra das Moc?as em Flor.

Detalhei o primeiro livro em resenha do histórico desse volume.

Falo agora do segundo: À Sombra das Moças em Flor.

A temática da paixão volta agora sob a forma da inocência e da idealização, contrapondo o que foi vivido por Swann no livro anterior, porém com a mesma essência do sofrimento que se retroalimenta mas não mais do que a tudo suporta, pois essa nova ótica não tem mais a posse como base e sim o alcance de um ideal, e não o tê-lo causa o mesmo sofrimento de o não toca-lo.

A questão da posse (na maturidade) e do ideal (na juventude) me foi ainda mais latente pela inconstância e dissipação das paixões. Outra forma são as diversas formas de paixão colocadas na narrativa, a da posição social, do ambiente, da amizade...

O poder transformador do tempo tem aqui o seu papel mais concentrado , causando um efeito mais tátil do que, na minha percepção, o era um pouco mais difuso no primeiro livro.

Outro ponto que se destaca são as críticas a moral vigente da época, algo que carrega um certo DNA com o que observamos hoje.

O paralelo com as artes da um passo além, ele se modula conforme o dilema do narrador entre a suas reflexões intelectuais para entender o novo mundo de sentimentos que se descortina à ele, sombrio, impenetravelmente individual e profundo, e a abundância de suas paixões vividas, alegre, social e profundamente superficial. Toda a percepção do ambiente e do clima se ajusta à estes sentimentos.

Boa leitura!!!
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