Beleza e tristeza

Beleza e tristeza Yasunari Kawabata




Resenhas - Beleza e Tristeza


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Bruno.Dellatorre 18/07/2022

Uma tela deprimente
Esse livro (que, pela forma como é escrito, mais parece uma pintura) tem um dos títulos mais coerentes que já vi nos últimos tempos.
Beleza e tristeza.
Ao longo da história, vemos que há beleza na tristeza e que muito do que é belo é triste também.
Vemos um amor verdadeiro que, em essência, só trouxe dor às pessoas amadas.
Um passado que, apesar de passado, nunca ficou para trás. Pelo contrário. Sempre está ali, pairando sobre o presente, se infiltrando no futuro.
Personagens que, ao ficarem em silêncio, dizem muito mais do que poderiam se abrissem a boca.
Opostos que, na verdade, estão contidos um no outro.
Uma história das mais lindas... e também das mais tristes.
Dan 18/07/2022minha estante
Vou comprar!




Rosa Santana 28/11/2010

Precedido por "Kyoto", "Beleza e Tristeza" foi o segundo livro de Yasunari Kawabata que li.
A delicadeza e a sensibilidade do autor me encantam.
Ele fala de tragédias de uma forma leve e sutil...

O livro conta a história de Oki, já com cinqüenta e cinco anos de idade, relembrando seu romance extraconjugal com uma garota bem mais jovem do que ele, Otoko, então com dezesseis. A esses personagens se juntam a família de Oki (esposa e dois filhos), a mãe de Otoko e uma jovem aprendiz de pintura, que vive, no presente da narrativa, um caso de amor homossexual com Otoko.

A trama, então, é tecida como um rodopiante vai-e-vem no que se refere ao tempo. Ora estamos diante dos personagens, no presente, ora eles nos são apresentados no passado... E vemos, então, o sofrimento de ambos, sobretudo o da personagem central feminina, que abortara uma filhinha, e, em conseqüência disso, fora internada em uma casa psiquiátrica, chegando mesmo a tentar o suicídio.

Ele é escritor; ela, pintora. Sua obra máxima é o romance Uma Garota de Dezesseis Anos, em que ele narra a história vivida com a atual pintora. Nesse livro, Oki, o personagem-narrador, engendra realidade x fantasia, em um jogo que encanta os leitores e faz com que sua obra não deixe de ser vendida/admirada/lida...

Ela se torna pintora, depois de se separar do amado. E por muitas vezes, agora com quarenta anos de idade, medita sobre o papel da arte. Como, por exemplo, quando se vê à frente do retrato que fez de sua mãe, questiona se ali não estão seus traços pintados inconscientemente, de forma a que o resultado fosse o seu espelho, seu próprio retrato, como Narciso que anda sempre em torno de si mesmo. Assim, se põe a refletir sobre narcisismo e arte; a questionar sobre até que ponto somos produtos da imaginação própria e/ou alheia.

Tanto Oki, como Otoko, ao refletirem sobre o campo da arte em que atuam, fazem uso da metalinguagem servindo-se dela para questionamentos no âmbito estético/artístico/ filosófico...

E aqui faço uso do poema MEMÓRIA, de Carlos Drummond de Andrade, perfeito para um contraponto:


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

...

Mas a história não se constitui somente disso...

A par dessa interessante reflexão, se desenrola o drama maior(?) e atual, vivido por Keiko - a jovem namorada de Otoko - e Taichiro, o filho de Oki. As páginas finais nos deixam tensos até o último minuto, mas, com o final em aberto, o fim do livro não finaliza a história, porque ainda temos que buscar, tentando ler a ambiguidade, as pontas deixadas pelas palavras, um destino mais possível para os personagens envolvidos na trama.


Trechos:

Seria mais correto dizer que era Otoko, tal como ela aparecia no romance de Oki, que seduzia os leitores, e não a adolescente que lhe serviu de modelo. O romance não era a verdadeira história de Otoko, mas simplesmente alguma coisa que Oki havia escrito. O ficcionista que ele era acrescentara algo de sua imaginação, e sua fantasia havia, evidentemente, idealizado a personagem. Mas, pondo isso de lado, qual era a verdadeira Otoko aquela que Oki havia descrito ou aquela que a própria Otoko poderia ter criado ao narrar ela mesma sua história?
Ainda assim, a jovem adolescente de seu romance era realmente Otoko. (32 -33 )

Nos traços do santo homem menino, como nos de uma Virgem, não era uma imagem santificada de si mesma que ela estava procurando? (160)

Fora o afeto que Otoko sentia por sua mãe que a levara a representá-la em plena juventude e no auge de sua beleza, mas essa escolha não traía igualmente uma certa dose de narcisismo? (161)

Otoko continuava a amar Oki, seu bebê e sua mãe, mas poderia esse amor permanecer imutável desde o tempo em que haviam sido uma realidade tangível para ela? Seria possível que o amor que tinha por esses três seres houvesse se transformado em amor-próprio? (161)

....

Tenho mais dois do Kawabata na fila: "A Dançarina de Izu" e "A Casa Das Belas Adormecidas"... Que venham!





Manuella_3 27/08/2014minha estante
Que linda sua resenha! Fiquei com mais vontade ainda de conhecer as obras do autor. E se gostar, vou ler todos.


Rosa Santana 28/08/2014minha estante
Manuella, pois leia. O livro é muito bom e de leitura rápida. Recomendo.
Até eu fiquei com vontade de reler...
Obrigada pelas palavras elogiosas!




Maria1691 11/02/2023

Beleza e Tristeza
Beleza e Tristeza, uau! Que livro sensacional. Me prendeu do começo ao fim e a cada página que se passava eu ficava curiosa e chocada com os acontecimentos.
Pedi uma indicação á um amigo e ele me recomendou está obra de arte, falando que era uma leitura incrível e que eu iria ficar em choque com os acontecimentos, e de fato.
Ao decorrer da história conseguimos ver que as coisas que consideramos boas também são tristes, porém também se tem uma beleza nos momentos tristes.
Também vemos que uma história nunca se fica para trás, quando amamos uma pessoa de verdade mesmo, nunca há esqueceremos, mesmo com qualquer obstáculo e apesar de se passar anos e mais anos, o sentimento nunca acaba.
A única coisa que me deixou meio sem entender foi o final, que foi uma coisa meio aberta.
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Marcos606 17/12/2023

O famoso romancista Oki Toshio viaja de sua casa em Tóquio para Kyoto. Ele desenvolveu um desejo sentimental de ouvir os sinos do templo da cidade tocarem no Ano Novo ao lado de sua ex-amante Otoko. Eles não mantêm contato há mais de vinte anos, mas Oki recentemente viu uma foto dela em um artigo de revista sobre seu trabalho: ela é uma pintora de sucesso. Ele quer ver se ela manteve a qualidade de inocência que o atraiu pela primeira vez. Oki não é apenas um antigo amante. O caso deles terminou mal quando Otoko engravidou e Oki a abandonou.

Otoko não se recusa a vê-lo. Ela envia sua bela protegida e amante de dezenove anos, Keiko Sakami, para cumprimentá-lo. Oki está ao mesmo tempo entusiasmado e perturbado com o relacionamento delas.

Otoko e Oki discutem o romance mais famoso de Oki, 'Uma Garota de Dezesseis Anos', que é baseado no caso que eles tiveram. Otoko se reconhece no romance, mas acusa Oki de deixar de lado o sofrimento psicológico que para ela foi a principal experiência do relacionamento deles.

Fica claro que Keiko - que, naturalmente, leu o romance - tem ciúmes fanáticos de Oki e do poder que o homem mais velho ainda tem sobre sua mentora e amante.

Num ambiente sempre muito equívoco, os personagens oscilam entre relações físicas e espirituais. Estética da arte japonesa entre o figurativo e o abstrato. As mentalidades progridem no caminho da perdição consciente, movidas pelos seus impulsos sensuais, da contemplação à vingança.
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@ninh@ 15/12/2021

BELEZA E TRISTEZA - YASUNARI KAWABATA
Esta obra de Yasunari Kawabata é realmente maravilhosa, adorei é uma leitura gostosa de ler, rica em detalhes da cultura japonesa, descreve claramente os detalhes dos lugares e o romance entre os personagens onde pode se notar a mistura de amor, ciúmes e vingança. Amei, virei fã dele, tentarei ler outros livros dele, recomendo.

Por ter gostado tanto do livro vou colocar alguns trechos dele para vocês entenderem o que falei sobre ele:
"Do outro lado da janela , as árvores dos bosques flutuantes numa bruma espessa e cálida. Acima da bruma, uma tênue claridade que parecia emanar do chão iluminava longínquas nuvens brancas....o trem passava perto da montanha coberta por pinhos, Oki pôde ver que o chão estava juncado de folhinhas secas pontiagudas "
Este livro há descrições de muitos lugares do japão, lindas paisagens descritas pelo autor, vale a pena ler o livro.

site: https://detalhefeminino.blogspot.com/2012/04/beleza-e-tristeza-yasunari-kawabata.html
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Helder 27/10/2022

Mas um romance tem de ser necessariamente uma coisa bela?
Engraçado como eu gostei deste livro!
Há tempos tenho vontade de ler este autor e esta semana surgiu a chance ao encontrá-lo como livro escolhido de um clube de leitura.
Acho que este livro não funcionaria nos dias atuais, pois precisa de uma ingenuidade nas pessoas que já não existe mais, porém eu li imaginando que estava assistindo um filme Noir da década de 60, quando ele foi escrito e foi uma boa experiência.
Beleza e Tristeza foi o penúltimo título escrito pelo autor e é um drama, mas para mim foi como ler um thriller, pois existe toda uma aura no texto que nos diz: Vai dar merda!.
Em Beleza e Tristeza conhecemos Iko, um homem de 55 anos, escritor, que está vaijando para Kyoto com a desculpa de ouvir os sinos de Natal em mosteiros (Um evento cultural que de acordo com o livro era transmitido nas rádios japonesas em épocas natalinas), mas cujo real motivo é encontrar Otoko, que foi sua amante em uma relação extraconjugal quando ela tinha 16 anos e ele 31.
Oki encontrou uma foto de Otoko no jornal, onde descobriu que ela se tornou uma grande pintora e reside em Kyoto.
O tempo passou, muitas coisas aconteceram, mas ele tem uma certeza de que este encontro será bom.
Machismo? Cultura oriental? Sei lá, mas ele realmente acredita que aquela situação foi algo ok.
Porém, quem vai ao encontro de Oki, na sua estadia em Kyoto, é Keiko, uma bela jovem japonesa, extremamente linda, e aluna das aulas de pintura de Otoko.
Em meio a descrições de artes e maravilhosos locais históricos de Kyoto, Kawabata vai nos enredando lentamente em uma dramática história que envolve mágoa, solidão, vingança, ciúmes e porque não dizer, amor. Louco ou sensato, é o leitor que escolhe.
Eu gostei muito do clima de crescente tensão que o autor trouxe para obra, em paralelo com um clima de erotismo latente, mas que quase nunca chega as vias de fato e as maravilhosas descrições de Kyoto que me faziam a todo momento querer parar a leitura e procurar aqueles lugares no Google.
Como li em uma outra resenha, parece que Kawabata foi pintando um quadro.
O final me deixou com um gosto amargo, e como disse, não acho que seria possível nos dias de hoje, mas foi completamente coerente com a história, cultura e época que foi escrito, portanto me agradou bastante.
Leitura recomendada e me deixou com vontade de procurar outros títulos do autor!


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31/10/2022

Uma surpresa
Esse foi o meu primeiro contato com a literatura clássica japonesa. O livro conta a história de um caso de amor extraconjugal com consequências que perduram mesmo vinte anos depois da separação dos amantes. Numa noite de ano novo, eles se encontram novamente e essa é a porta de entrada para novos personagens fazem com que suas vidas se entrelacem novamente, mas de maneira diferente.

Na minha primeira impressão do livro, eu não pude enxergar nada de bom ou interessante na obra. Na verdade julguei com muito preconceito enxergando apenas as partes problemáticas. O que é normal, já que além de ter sido meu primeiro contato com o autor, nunca havia lido esse tipo de romance.

Aos poucos, com doses de conhecimentos literários e artísticos sendo inseridas na obra através do presente dos protagonistas, eu pude contemplar o que a descrição e a ambientação tradicional japonesa tinham de belo e o que as marcas do passado de cada um tinham de tristes e melancólicos. E como o amor pode ferir e ser obsessivo ou até mesmo confundido.

Não é novidade o meu fascínio pela Terra do Sol Nascente, mas não sei se escolhi bem a primeira obra clássica para iniciar os meus estudos com clássicos orientais hahaha

É importante saber de duas coisas antes de ler esse livro:
1. Não crie expectativas positivas sobre o desenrolar da trama;
2. Você vai ficar incomodado com a leitura (pelo menos eu fiquei).

O primeiro autor de seu país a ser ganhador do prêmio Nobel no ano de 1968.
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Livia Barini 25/10/2022

Não gostei
O autor escreve bem. O livro tem aquele ritmo mais lento e descritivo da literatura oriental.
Os personagens, entretanto, não me cativaram.
Mais parece uma tragédia grega.
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Nath Mel 20/11/2022minha estante
Adorei! Eu tbm participei




Nati 17/09/2022

Admito que ainda estou a digerir tudo o que foi apresentado na obra. Me sinto inclusive incapaz de resumir tudo o que foi apresentado de forma satisfatória. O texto é bem direto, de fácil entendimento e claro. A escrita do Kawabata é de uma beleza natural, intrínseca, sem floreios e limpa - mesmo ao abordar assuntos complexos e profundos. Transparece toda a carga cultural do autor. Tudo ali é o espírito do próprio Kawabata, mesmo o corpo sendo o de seus personagens.

Existe uma chave importante em todo livro. Todo ato de afeto, amor, ciúme, qualquer coisa é ligado à dor, sangue, cicatrizes ou marcas. Seja um corte ou até mesmo a própria morte e a perda, das mais dolorosas que alguém pode sentir.

Os personagens ao mesmo tempo que são comuns (como a esposa traída e a jovem amante) são extremamente complexos. E é nesse ponto que a arte se apresenta. Temos todos os sentimentos e a história de Oki contada através de seu livro. Nada é escondido de ninguém. Otoko se expressa através de suas pinturas como sua jovem amante - que apesar de usar o mesmo meio que sua mestra, o faz de modo mais violento e caótico. A relação de Taichiro com a arquitetura e a apreciação de túmulos nos entrega através de algo concreto toda a sua personalidade. As duas únicas que não apresentam tal meio são a mãe de Otoko e Fumiko, a esposa traída - justamente aquelas que sofreram com as consequencias dos atos dos outros. Fumiko, datilógrafa das obras de Oki, vê através dos olhos do próprio marido a traição cometida. Por mais que esteja furiosa, e rasgue por diversas vezes as cópias ela continua tanto com a datilografia quanto com o casamento.

Acredito que não exista um único meio de ler Kawabata. Esta obra em especial é muito plural e ímpar. Fico imaginando o processo que levou a transformação dos sentimentos de Otoko. E o quanto o mesmo foi visceral e passivo. Apesar dela não falar muito sobre, suas ações dizem muito mais do que qualquer coisa. Antes de tudo os quadros dela falam e é muito importante ouvir o que tem a dizer (aliás o livro entrega uma verdadeira aula de história e arte japones).

Tive certa ressalva em "comprar" as motivações de Keiko. Talvez por não me parecer coerente em determinados trechos, mas nada muito grave. Oki de longe foi o personagem que mais me causou incômodo. O modo como descreveu suas realções com Otoko em seu livro e seu comportamento em relação à jovem me deixaram com aversão logo de início. Ao fim, o retorno dele apenas trouxe mais desgraça e mostrou o quão fraco e por vezes covarde ele é.

Um dos melhores livros de literatura japoensa que eu já li. Vi alguém a dizer que algumas ações causaram estranhamento, muito provavelmente por ser uma cultura diferente da nossa e uma literatura e que não estamos habituados a consumir. Vale muito a pena ampliar nossos horizontes para desfrutarmos de experiências como esta.
Nicolas388 28/12/2023minha estante
Que resenha maravilhosa! Já queria ler esse, depois disso então. ?




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Julia Oneda 14/02/2022

Beleza e Tristeza, ou Rancor e Obsessão?
Um livro que fala sobre rancor e obsessão. Meu contato com a literatura japonesa ainda é muito superficial (esse é meu segundo livro) e me lembrou MUITO Voragem, de Junichiro Tanizaki. Apesar de terem pouco mais de 30 anos entre as publicações, a história com um amor obsessivo, tragedia, rancor e vingança é muito forte em ambos os livros. Ambos também abordam muito sobre a arte (o que é o que eu mais gosto) e sobre doenças mentais. Fiquei com raiva dos personagens principais, e não me identifiquei profundamente com nenhum. Eu trocaria facilmente o nome para ?Rancor e Obsessão?, porque a única beleza que tem no livro é da arte que a personagem principal faz. Não é um livro ruim, porém me incomodou muito esses sentimentos pesados e intensos. Indicaria para quem tem vontade de se aventurar em uma literatura bem fora do comum.
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bi-a 20/06/2023

Delicadamente amargo. Uma pintura em forma de prosa
Como um quadro, Yasunari Kawabata vai pintando, da forma mais delicada possível, camada após camada de uma obra de arte sobre um amor trágico vivenciado por duas pessoas no passado e que traz à tona temas como solidão, dor, luto, obsessão e vingança. Ao mesmo tempo, o autor, com uma literatura fincada numa tradição japonesa clássica, nos descreve um rico conteúdo da cultura histórica do Japão, suas artes, seus sabores, costumes e paisagens. Definitivamente, terminei o livro querendo conhecer Kyoto. Aqui, o tempo não flui como o tempo físico ou como um tempo metafísico, mas é apresentado como que o tempo interior de cada ser humano flui a partir de acontecimentos que nos marcam de forma inesquecível, comparando esse tempo a um rio que pode estagnar-se em épocas gélidas ou escoar ,no seu ritmo, nas demais estações

Esse livro aqui é repleto de diálogos interessantíssimos, as associações com a arte são maravilhosas. Amei muito porque também pinto, e me senti muito conectada nessas partes. A escrita é fluída e delicada, ao mesmo tempo em que aborda o erotismo e trata o amor sáfico. O título foi certeiro para a obra. Realmente, só achei que ficou devendo no final. Mas vale muito, muito a pena ser lido e relido. É um livro delicadamente amargo é assim que o defino.
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vivi 13/02/2023

Arte em sua pura forma
Como admiradora do Kawabata, eu peguei este livro pra ler com expectativas gigantescas e um medo incomum de desgostar dele; eu queria amar esse livro. E posso dizer com toda a certeza que eu o amei do início ao fim. A escrita do Kawabata já é mágica, mas em Beleza e Tristeza é como se ele descobrisse o epítome de seu estilo narrativo, porque o livro inteiro é uma obra de arte! Cada palavra escolhida, cada cena narrada... É tudo belo e triste ao mesmo tempo. Apaixonante de ler, uma narrativa a se admirar! Confesso que a escrita do autor vira quase protagonista dessa experiência literária.
Em relação á história, que complementa essa narrativa melancólica, surpreende em níveis enormes! Os personagens são tão complexos e seus desejos ainda mais, as suas vidas se entrelaçam umas nas outras de formas que não esperava. O erotismo, sempre presente nas obras do Kawabata, toma sua forma mais melancólica nesse livro, além de trazer um contato bem inesperado com o amor sáfico.
Eu amei e favoritei o livro! Ver como o título é a descrição perfeita da vida desses personagens e a complexidade de sentimentos que ele traz foi incrível!!
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Israel145 17/03/2015

Beleza e tristeza é um livro espetacular. A composição da história e dos personagens dá ao título algo que vai muito além dos dois substantivos que o batizam. A intrigante história do escritor Oki passa por uma reviravolta quando ele decide reencontrar 20 anos depois, Otoko, ex-amante cuja vida ele desgraçou. A história da vida dos dois se transformou no maior best seller de Oki, depois dele escrever a versão romanceada do seu caso. Assim como o amor por Otoko se recusava a se dissipar, antigos rancores também e velhas feridas permaneceram abertas.
Otoko deixou de ser a jovem adolescente seduzida pelo escritor sedutor e mulherengo e se tornou uma mulher forte e decidida, cuja vida de pintora fez com que Keiko, sua pupila e eventual amante num sórdido caso de amor lébico, cruzasse seu caminho, tornando-se o verdadeiro amor de sua vida. Acontece que Keiko, conhecedora da versão romanceada da vida de sua mestra e amante, decide empreitar uma bem articulada vingança que fará com que Oki pague pelos seus atos passados e ao mesmo tempo elimine o maior empecilho de felicidade das duas: Oki.
É nessa instigante trama que Kawabata desenvolve seus dois temas, fugindo da simplicidade e caprichando numa ambientação que não se encaixa exatamente no termo “belo” por conta da sordidez e amargura contidas nas páginas do romance. Mas é aí que entra a impressionante capacidade do autor de produzir algo realmente belo sem recorrer aos clichês narrativos que se conhece. Kawabata expõe também o lado psicológico de cada personagem, onde cada qual convive com suas melancolias decorrentes de suas perdas. Otoko perdeu sua felicidade, Oki sua amante, Keiko teme perder Otoko e por aí vai. É essa melancolia e medo do futuro que conduz a ação dos personagens na trama e os alinha num único sentido: o caminho da autodestruição.
É um ótimo livro para quem gosta de narrativas intensas e tem uma admiração pela cultura oriental. Altamente recomendado.
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