Vanessa 27/05/2023
Uma gripezinha?
Eu esperava uma pegada bemm diferente pra esse livro.
Mais do lado da sobrevivência em si, da parte prática, da jornada em um mundo pós-apocalíptico.
Mas, esse livro não é The Walking Dead, e é escrito pelo King, então claro que o foco aqui são as personagens, seus dilemas internos e seus conflitos com os vizinhos.
Acho que é bom adentrar a leitura sabendo disso, para dosar as expectativas, talvez assim o primeiro terço do livro até se torne melhor.
Isso ocorre, pois, apesar de ter alguns trechos bons nessa parte introdutória, principalmente no que se refere a construção de alguns personagens em específico, neste livro em especial o King não nos poupa de longas e densas construções de personagens, até porque são muitos, o que pode ser um problema para alguns leitores.
Por um lado, essa "enrolação" em começar a estória em si é um lado negativo que sobrecarrega a leitura, mas, por outro, é muito bacana quando os personagens se encontram e começam a se relacionar entre si, conosco sabendo tudo o que carregam consigo, tudo que os motivo e os decepciona.
Mas até aí é algo normal e costumeiro aos livros do King, o que não torna, especificamente, esse livro algo extraordinário.
Achei interessante as ligações que o autor faz com o cristianismo, embora esperasse uns desfechos diferentes, seguindo o que prega a religião, o que com certeza daria um plot twist muito foda, mas não vou comentar aqui pq não quero estragar a experiência de leitura de ninguém, mas acho que quem leu pode pegar a referência, e concordar, ou não, comigo.
Outro ponto positivo para esse livro em questão se refere a toda imersão que a estória proporciona, até por conta da extensão da mesma.
Eu lia aos poucos, então tive umas boas semanas com a cabeça nessa narrativa, e foi muito legal. Me lembrou como era assistir as novelas, em minha infância, onde a gente acompanhava vários personagens em seus próprios dilemas enquanto brigavam entre si. Quando terminei o livro, fiquei um bom tempinho com falta da leitura, de tão acostumada que estava com cada personagem, o que faz o livro merecedor de um pontinho extra, não é mesmo?
Recomendo a experiência, inclusive.
Veredito final é de que, até pelo que ouvi falar por aí, eu achava que o livro seria bem mais mirabolante e complexo do que foi. Até achei o Flag meio bonzinho demais.
Mas, independentemente das minhas expectativas, o livro é muito bom e vale a pena a leitura, embora eu admita que, dentre os calhamaços do King, Sob a Redoma ainda lidera meu pódio.