Grande sertão: Veredas

Grande sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


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Fred.Braga 09/05/2024

GRANDE SERTÃO: VEREDAS
Não dispenso uma vírgula da qual, Clarice Lispector e Fernando Pessoa utilizaram para elogiar essa obra: genial! Que outra palavra se não essa?!

Você precisa se adaptar à escrita única de Guimarães Rosa, essa escrita regionalista não tão distante de nosso dialeto sertanejo. As primeiras páginas foram um desafio, mas depois que você pega o ritmo não há como sair dessa imersão. O livro se passa no interior do grande sertão entre os estados de Minas, Bahia e Goiás. O que acontece nas veredas desse sertão só lendo pra descobrir.

O regionalismo, religiosidade, sexualidade (e aqui eu me peguei surpreso) as dispostas do sertanejo entre outros assuntos que são impostos nessa obra, aproxima o leitor da realidade vivida ainda hoje.

Acredito que nunca li algo como isso. Riobaldo é um protagonista forte, cangaceiro, confuso e homem macho esteriotipado mas delicado em sua própria singularidade. Diadorim esse personagem apaixonante de olhos verdes, bruto feito um touro mas também cheio de muitas dores. Dois personagens que põe o leitor pra refletir muito, desde a primeira página até a última. Simplesmente um dos melhores romance que li na vida.

Riobaldo em todo momento nos lembra que "viver é muito perigoso..." Isso é um recorte da realidade, precisamos saber de onde viemos, onde estamos e pra onde iremos. O sertão está dentro da gente.

Outro ponto que muito me intriga na obra e amor que tanta se fala. Guimarães Rosa estava à frente de seu tempo. Uma obra escrita em 1956 retratando (de forma mal resumida) a vida dos homens do sertão, mas que sim, há romance nesse romance. Acredito ainda que muitas vezes deixamos quem amamos, pois somos miseráveis da falta de amor próprio. É preciso saber quando e por quem somos amados...
"Dói sempre na gente, alguma vez, todo amor achável, que algum dia se desprezou..."
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Lucikelly.Oliveira 09/05/2024

Eu sinto que preciso voltar e ler novamente
Juro que não foi um livro que me pegou e me manteve fissurada na leitura mas acho que isso se dá pq eu não tenho bagagem suficiente ou pq eu precise reler com muito mais calma. Muitas vezes eu achei a leitura massante e em outras eu não entendia era nada. Mas em fim, não é culpa do autor hahahahaha a história é mesmo surpreendente
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Céu cheio de estrelas 05/05/2024

"Quem elege a busca não pode recusar a travessia"
Ao tempo em que Riobaldo narrava sua travessia pelas veredas das "gerais" eu também iniciava a minha própria travessia, inspirada por suas lições sobre a vida. Finalizei o livro do dia do meu aniversário de 29 anos, em uma praia de Sao Luís, era terça-feira ensolarada, do mes de novembro, o sol alto e as ondas arrebetavam mais adiante, o vento misturava o sal que estava no ar com o sal das minhas lágrimas: eu havia lido a última palavra de Grande Sertao: Veredas. Acabava a travessia de Riobaldo. Nesse momento eu me encontrava emocionadissima por ter abocanhado cada palavra escrita por Rosa. Foi uma experiência catártica que me deixou em um vazio imenso por dias. O livro é uma das coisas mais bonitas que eu já experimentei na vida e eu invejo cada pessoa que irá lê-lo pela primeira vez!

"Até os pássaros, consoante os lugares, vão sendo muito diferentes. Ou são os tempos, travessia da gente? " pg.63
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umpontoefemero 01/05/2024

Experiência de leitura (Grande Sertão: Veredas)
"Concluí a leitura, abracei o livro e fixei meus olhos na parede por vários minutos. "O que acabei de ler???", falei. O ruim de experimentar uma obra tão boa é que você vai buscar a mesma sensação em outras histórias."

Publiquei minha experiência de leitura com a obra no instagram @umpontoefemero (https://www.instagram.com/p/C3GddfUukPu/?igsh=dml2ZWpuNzRhajg=)
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Rosa282 26/04/2024

A atemporalidade de uma obra colossal!!
"Grande Sertão Veredas", obra-prima da literatura brasileira escrita por João Guimarães Rosa, cuja 1ª edição foi publicada em 1956. É conhecido por sua narrativa que mistura elementos do regionalismo, do misticismo e do existencialismo. Além disso, traz as inovações linguísticas criadas por Guimarães Rosa. Através dessa linguagem, o autor cria um retrato profundo e complexo do sertão e de seus habitantes. Sem anacronismos, quando relacionamos "Grande Sertão Veredas" com questões contemporâneas encontramos paralelos e insights, que ajudam a perceber os desafios e dilemas, permanências históricas, enfrentados pela sociedade ainda hoje. Essa constatação revela o caráter atemporal e a relevância dessa grande obra literária. Alguns temas, dentre tantos outros apontados na narrativa, e visíveis na sociedade contemporânea:
1. Desigualdade e Poder: são questões urgentes em muitas sociedades ao redor do mundo, incluindo o Brasil. A concentração de poder nas mãos de elites econômicas e políticas, assim como as relações de subalternidade entre diferentes grupos sociais, continuam a moldar as dinâmicas sociais e políticas em muitos contextos.
2. Identidade e Gênero: "Grande Sertão Veredas" a personagem 'X' desafia as normas de gênero estabelecidas ao se disfarçar de homem e sua trajetória no romance aponta para os debates contemporâneos sobre identidade, sexualidade e diversidade de gênero.
3. Conflitos de Terra e Meio Ambiente: a luta pela terra e os impactos ambientais da exploração agrícola e pecuária podem ser percebidos em "Grande Sertão Veredas". Essas questões seguem em conflitos e implicam em debates extremamente relevantes hoje, à medida que comunidades lutam pela proteção de seus territórios e recursos naturais. Ressalte-se que a existência da vida no planeta exige mudanças nas ações predatórias do capitalismo sobre os recursos naturais e a poluição desenfreada.
4. Violência e Justiça: A violência e a busca por justiça são temas recorrentes nesta narrativa, refletindo as complexidades morais e éticas da sociedade. Essas questões permanecem vivas na atualidade, especialmente em contextos marcados pela violência urbana, criminalidade organizada e falhas no sistema de justiça.
Uma leitura complexa, de difícil entendimento, mas necessária para a formação de consciências. Recomento a sua leitura, mas aconselho: leia degustando, lentamente, reflexivamente.
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Claudio 17/04/2024

Um arrebatamento
O lirismo desse épico brasileiríssimo encanta durante toda essa obra fundamental da literatura brasileira.
A história de Riobaldo pelo Grande Sertão é narrada pelo próprio, tendo guerras entre jagunços como pano de fundo e cobrindo temas profundos como a existência de Deus e o Diabo ou seu amor impossível.

É definitivamente um livro para leitores com disposição de se embrenhar nesse universo. O início é complexo, pela oralidade e infinitos neologismos, além de uma narrativa com longos períodos e sem divisão de capítulos. Uma vez adaptado ao estilo e entregue às veredas, vira um deleite até o fim!
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Márcia! 15/04/2024

"Medo do que pode haver sempre e ainda não há."
"Eu tenho a impressão que a ambição do Rosa era descrever um pássaro pela pena de uma asa."
Essa frase é do poeta Alberto da Costa e Silva e eu concordo plenamente. Quão grandioso é Guimarães Rosa! Demorei aproximadamente quarenta páginas pra conseguir pegar o ritmo da leitura. Em alguns momentos precisei ler em voz alta pra me localizar. Entre 300-400 páginas fica tudo muito arrastado. Considero que deve ser lido mais de uma vez, em épocas diferentes da vida.
Infelizmente, já tinha levado spoiler do final,mas é interessante ler dessa perspectiva e pensar que Diadorim tentou falar pro Riobaldo durante o livro inteiro e nunca conseguiu...
Pra mim,o que tem mais destaque é a escrita regionalista com muita propriedade, rica em detalhes sobre as paisagens vistas pelos jagunços (e a aparente fixação por buríti,que foi citado diversas vezes).
Super recomendo. Grifei MUITAS coisas! Sorte teve a Aracy Guimarães Rosa por ter dedicatória nessa obra.
No mais,compadre Quelemém é a única pessoa sensata desse livro,mas a grande estrela é o Zé Bebelo!!
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Adriana791 06/04/2024

?Viver - não é? - é muito perigoso.?
Até os 20% do livro eu estava pensando em abandonar a leitura. Então, comecei a me envolver com a história e não consegui mais largar até finalizar.

É uma leitura difícil, complexa.

Guimarães Rosa criou muitas palavras que, incrivelmente, fazem muito sentido na narrativa.

A história é contada em primeira pessoa por Riobaldo que foi jagunço no sertão de Veredas (partes de MG, BA e GO).

É um livro filosófico que reflete sobre o pacto com o maligno e suas consequências.

Mas, também, conta sobre o amor de Riobaldo por Diadorim (Reinado) e os conflitos que ele passa por ter esses sentimentos que ultrapassam a amizade.

Uma obra prima que merece ser lida por todos, mas esteja preparado pois é um livro para leitores experientes e que fez até Clarice Lispector e Fernando Sabino acharem a leitura difícil. E é maravilhoso! Não pensei que gostaria tanto!
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Dalila.Almeida 18/03/2024

Não se sinta intimidado
Que experiência!!! Faça de tudo pra não pegar spoilers e vá iniciar essa leitura AGORA! Senti que tinha zerado a vida! Fiquei extremamente feliz por ter um amigo que já tinha lido pra comentar e principalmente porque ele não me contou nada. Aaaaaaaaaaaaaaaaa. Só leia. Apaixonada. Perplexa! Nunca um livro me pegou tão de surpresa!
E não se esqueça: "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!" e "viver é muito perigoso".
A edição da companhia das letras tem muitos textos de apoio, mas não li todos. A Isabela Lubrano tem um projeto de leitura coletiva no canal dela no YouTube (Ler antes de morrer), as metas propostas me ajudaram a continuar e as lives de discussão me ajudaram a compreender e ver além, mesmo não acompanhando ao vivo.
Márcia! 19/03/2024minha estante
Estou lendo,mas já tinha pegado spoiler! :(
A Isabella Lubrano também foi de extrema importância pra mim.




Larissa4014 12/03/2024

O que tem de complexo tem de genial
simplesmente absurdo e só não vai ser 5 estrelas por não ser o meu formato de livro convencional e isso me tira um pouco da história
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Laura Oliveira 10/03/2024

Viver é muito perigoso
Essa frase marcou o livro em diversos pontos e somente no final consegui entender de fato o sentido dela no contexto do livro, embora parecesse muito óbvio.
Sem dúvidas é um dos melhores livros que li na vida. Ainda não tenho palavras para descrever a imensidão desse livro.
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Bianca.Molezini 03/03/2024

Ler grande sertão: veredas é no mínimo uma experiência multicultural e reflexiva tanto pela história quanto pela forma do texto. INCRÍVEL
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Kubo.ayu 03/03/2024

Precisei começar a ler esse livro umas 3 vezes. Eu sempre começava e desistia, grande sertões veredas não é uma leitura fácil, nem fluida. Mas fico muito feliz de ter insistindo. A história é arrastada, e chegando no final eu entendi que aquele arrasto, aquela coisa de esticar a história, narrando cada detalhe de uma paisagem, gastando páginas para descrever um passarinho, tudo aquilo tinha sentido.
Porque chegando no final você já sabe o que vai acontecer, você sabe o final que é triste e inevitável, mas você quer evitar, o autor também quer evitar. E juntos o leitor e o autor vão evitando aquele final, fazendo questão de narrar tudo nos mínimos detalhes, lembrando de histórias antigas, de cantigas, tudo para evitar chegar naquele fim trágico, que chega, invariavelmente, chega.
Grande sertão veredas é uma vida. Vai acontecendo, a gente vai se apegando em coisa pequena pra não ter que encarar a verdade de que toda história se acaba, incluindo a nossa. Viver é isso, um constante esforço em se esquecer que o inevitável fim está chegando.
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Luana.Iannone 01/03/2024

Quando eu morrer, cansado de guerra
Quando eu morrer, que me enterrem na beira do chapadão. contente com minha terra, cansado de tanta guerra, crescido de coração.
que prazer imenso ler esse livro que é, pra muita gente e agora também pra mim, o maior livro já escrito por um brasileiro. passei dois meses na companhia de riobaldo, me apaixonando pela história dele e de diadorim e pensando no que era a vida de um jagunço. jagunço riobaldo que era diferente dos outros, que refletia muito sobre o certo e o errado, sobre o demo, deus, rezas? viver é muito perigoso.
dois dos meus trechos preferidos: ?acho que, às vezes, é até com ajuda do ódio que se tem a uma pessoa que o amor tido a outra aumenta mais forte. coração cresce de todo lado. (?) coração mistura amores. tudo cabe.?
?o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando afinam ou desafinam.?
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