A Carne

A Carne Júlio Ribeiro




Resenhas - A Carne


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Lane 01/10/2013

A CARNE
O autor deste livro – Julio Ribeiro - é patrono da Academia Brasileira de Letras, e é reconhecido por ser um representante do movimento naturalista, este romance é a sua obra mais famosa.

O Naturalismo foi um movimento literário que desvelou a realidade, pois tentava explicar material e cientificamente os fenômenos da vida e do comportamento humano. Ler uma obra naturalista é como ler uma obra contemporânea, só que escrita em outra época.

Para alguns não há muita diferença, entretanto o principio do naturalismo não é somente descrever a realidade. O cotidiano, os fatos corriqueiros são compartilhados com uma perspectiva óbvia de mergulhar o leitor na incerteza que é a vida. O diferencial no naturalismo é mostrar a impossibilidade do porvir.

Desta forma, portanto, podemos considerar que é algo ruim de ser ler, no entanto devo afirmar que é ao contrário. O que nos impulsiona a ler uma obra naturalista são as ofertas do descobrimento. As experiências antigas sempre nos intrigaram e no naturalismo percebemos que as preocupações, as desilusões, o instinto humano, as fraquezas, os perfis psicológicos debilitados são coisas desde sempre.

“A Carne” é uma obra densa e atual que nos faz encarar com lucidez a vida.

Por ter sido escrita em 1888, foi considerada polêmica pela igreja e sociedade, pois levantava questões moralistas. Questões estas, que até bem pouco tempo ou se duvidar ainda hoje em dia são discutidas.
O divórcio, os anseios sexuais femininos, o amor livre, o sadismo, a violência, a razão e a emoção são questões desenvolvidas com ousadia pelo autor nesta obra.

Os sentimentos dentro da história são constantemente demarcados de forma individual sem causar estranhamento ao leitor, porém toda a atmosfera da leitura é de uma batalha interna, e mesmo com tanta descrição realista sobre o comportamento humano é possível verificar sensibilidade na obra.

Os personagens preenchem toda a história, e a narrativa é toda em 3ª pessoa com um narrador onisciente [comum nas obras naturalistas], entretanto este consome avidamente o leitor durante toda a leitura desta obra, ele se esvoaça em detalhes, alguns prolongados e cansativos e outros breves e irritadiços, e nem sempre inteligíveis, ainda que ele se destaque compondo e ao mesmo tempo sobressaltando na história.


Embora a obra tenha sido escrita em outro século, ela não possui o tradicionalismo que comumente observamos em romances históricos, não obstante a sua linguagem é arcaica e há muitos trechos com descrições enigmáticas.

A trama toda cria expectativas no leitor, porém o seu valor vai muito além de apenas ler um clássico.

“A Carne” é um grito de revolta entre a carne e a mente, entre escolha e consequência, entre viver e morrer... Entre ser livre e se prender.

O tom singular que é exibido neste romance é de que o amor não é a coisa mais importante na vida, e isto nos surpreende de uma maneira perspicaz por causa do alento e do perigo que o mesmo representa dentro da história.

A pós-leitura deste livro me produziu uma intensidade cognitiva intensa, ainda que eu o tenha achado bem reflexivo, contudo a minha maior admiração por ele é porque ele não possui o toque típico do sentimentalismo piegas que constantemente vemos por aí. Ele é cru em todos os aspectos.

Apesar de tudo, eu creio que não sei descrever o tipo de emoção que senti quando terminei de lê-lo, não que não houvesse interação minha e a obra, só que [não foi pelo final] o sabor dele em mim foi forte, e cada um de nós sabe exatamente os embates de luta que tem com a sua própria mente.

Avaliei com 4 estrelas.
Edna 18/01/2017minha estante
Verdade, ele é cru, nos mexe profundamente, li esse livro há quase quinze anos atrás, más o que lembro é denso.




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Pandora 04/12/2012

Esse livro é minha mais nova aquisição, infelizmente não posso caracterizar esse livro como uma coisa fofa, “titininha” como diz minha irmã. "A Carne" é um romance publicado no final do século XIX de temática naturalista, então aqui o que vemos não é uma história movida pelo amor e sim pelas necessidades físicas dos personagens, seus anseios sexuais, especialmente os da audaciosa Lenita.

Alias, sobre Lenita, a narrativa aparentemente conta a história dela, uma moça que recebeu uma educada muito mais ampla que a maioria dos homens de sua época (o que se dirá das mulheres). Lenita perde sua mãe no berço e seu pai a educa como educaria a um filho homem, ao perder seu pai aos 22 anos, Lenita se ver emocionalmente abalada e muda-se para a fazenda de uma espécie de avô, o velho Barbosa, onde conhece Manuel Barbosa e o resto, bem, não vou contar a história toda.

Mas, não comprei esse romance por causa da história de Lenita, não que essa história não seja interessante, mas o que me chama atenção neste livro é que Julio Ribeiro traça um retrato muito interessante da escravidão, muito diferente do usual. Ele mostra escravos que não se conformavam com a escravidão e inúmeras características das relações senhor/escravo que foram ignoradas pela História e hoje estão sendo reencontradas.

O que a História academica apenas começa a retratar a partir da década de 80 do século XX a literatura já retratava com muita competência em pleno século XIX... E para além do “queijo” da Lenita, esse livro traz um retrato da escravidão e de como ela era vivenciada no campo e, como se trata de um discurso de época , ainda podemos analisar a visão que a sociedade branca tinha do negro, ou seja, para quem se interessa por história afro-brasileira, essa sem dúvida é uma leitura recomendada e vamos nessa \o/!!!

Originalmente publicada em Maio de 2010 em http://elfpandora.blogspot.com.br/2010/05/carne-julio-ribeiro.html
Wander Blaesing 14/08/2013minha estante
Genial análise deste livro!


Pandora 15/08/2013minha estante
Obrigada Wander!!!!




Yussif 17/05/2012

A obra A carne de Júlio Ribeiro é um romance naturalista publicado em 1888 que aborda temas até então ignorados pela literatura da época, como divórcio, amor livre e um novo papel para a mulher na sociedade. O livro conta a história da garota Lenita, cuja mãe morrera em seu nascimento e teve a instrução ministrada pelo pai de uma forma acima do comum. Lenita era uma garota especial, inteligente e cheia de vida. No entanto, aos 22 anos, após a morte de seu pai, tornou-se uma jovem extremamente sensível e teve sua saúde abalada.
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Pedróviz 11/01/2012

Grande mensagem
Júlio Ribeiro, através dos personagens Helena (Lenita) e Manuel Barbosa, nos mostra uma bela cena da eterna luta entre a razão e os instintos.

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Silvia 27/12/2010

Só li por que era obrigatória na matéria de Português, mas atá que gostei do estilo seco.
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Cássia 18/04/2010

É isso mesmo. Homens têm apenas importância funcional: ou instrumentos de prazer ou seres necessários para uma vida social baseada nas aparências. Lenita é uma mulher muito inteligente. Pena que não viva no meu tempo. Teríamos noites de sexo selvagem.
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Narinha 12/02/2010

*__*
Foim louco na hora de terminar de ler ele, só consegui parar as 04:00 da madrugada (e tive que acordar cedo no outro dia ( o final me deixou muito curiosa *-*
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Peagá 07/02/2010

Naturalismo ao extremo
O mais bacana do livro é o realismo e o naturalismo com que foi escrito. É uma visão do mundo tão concreta que chega a ser agressiva, inclusive no que diz respeito aos pensamentos humanos. Por ser tão realista, o livro não escapa de ser bastante sensual, erótico. Só não ficou bem o autor repetir o título do livro a toda hora, em letras garrafais.
Edna 18/01/2017minha estante
E põe extremo nisso. Estou com vontade de ler novamente este livro.




Cardoso 28/01/2010

Detestei, oh! leitura chatinha ;/
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Maria José 04/01/2010

Romântico/Naturalista
O romance se passa em meados de 1888. Ao ler, remonta-se ao tempo dos escravos e ao tempo em que a mulher não podia exercer seus direitos de pessoa humana e pessoa pensante. Esta é a particularidade da personagem principal, Lenita, que contradizia tudo o que se poderia esperar de uma mulher daquela época.
São Paulo, naquela época, possuía uma média de 60 mil habitantes, e algumas de suas obras monumentais já haviam se estabelecido, com a cooperação de empresas européias.
Em pouco mais de 200 anos, tem-se estampado de como os conceitos e atitudes humanos mudaram, bem como a legislação com relação aos direitos humanos, de proteção ambiental, direitos e deveres civis.
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Eduars 17/07/2009

A Carne
Livro polêmico. Primeiro é necessário atentarmos que Júlio Ribeiro é um dos principais intelectuais do século XIX. Professor particular, professor no Colégio Americano - embrião da Universidade Mackenzie. Foi um importante gramático da língua portuguesa e seu nome é citado nos Anais da Igreja Presbiteriana de São Paulo do historiador presbiteriano Vicente Themudo Lessa - o qual é aparentado deste. Júlio Ribeiro era um espírito inquieto, chegou a compor os quadros do evangelismo presbiteriano viajando com Chamberlain por regiões do Brasil. Não sabe ao certo o porquê tenha abandonado as fileiras presbiterianas, Lessa sugere que desentendimentos com os missionários estadunidenses sejam os motivos. Sua principal obra dessa época é um livro que não lembro bem o nome, mas se não estou enganado chama-se "Padre Belchior de Pontes".



"A carne" é polêmico não por causas religiosas, mas morais. Por exemplo: enquanto grande parte de nossa literatura trata a mulher como coadjuvante ou como uma mera serviçal e alguns casos como sinônimo de vilania, como a personagem Sophia de Machado de Assis. A personagem Lenita de Ribeiro é altamente independente, domina seus sentimentos, não está atrás de um marido para agradar a sociedade. Ela fica grávida e assume sozinha as complicações de sua gravidez, simplesmente não permite a ingerência do homem que lhe engravidou. Polêmico né?



Não é uma excelente literatura, mas passar por Júlio Ribeiro e suas obras e não dar-lhe o devido crédito é o cúmulo da ignorância literária.
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Inlectus 19/04/2009

Interessante.
Leitura que começa sutilmente sensual, e depois, fica claramente sensual, só não gostei muito do final, mas enfim, é uma boa leitura.
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