Niketche

Niketche Paulina Chiziane




Resenhas - Niketche


489 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


Daniel4 24/01/2023

"Mulher é terra. Sem semear, sem regar, nada produz."
Niketche: Uma história de poligamia, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, conta como Rami, uma esposa dedicada e subserviente, ao descobrir as traições do marido, transforma o seu casamento em um poligamo amoroso.

O desenvolvimento dessa premissa constrói um quadro amplo e complexo, abrangendo a análise e a crítica de diversos aspectos como a condição feminina, a condição masculina e as contradições da sociedade moçambicana.

Há durante todo o livro um embate entre o tradicional e o moderno, o que se preserva e o que se renova. Essa é aparentemente uma grande questão para o povo moçambicano que tenta manter sua raízes culturais em meio as imposições da colonização recentemente superada. Este é um fato histórico que atravessa todo o desenvolvimento do enredo.

Para muito além de um romance, Niketche é um livro de filosofia. Para um visão "ocidentalizada" como a dos brasileiros, o lirismo da escrita, os aspectos místicos e a fortíssima ligação com a natureza são capazes de encantar o leitor. A profundidade da exposição das ideias através da narrativa ancorada na cultura moçambicana e africana e em noções do feminismo - como a emancipação e a análise da condição feminina na sociedade - fazem de Niketche uma obra com grande teor filosófico.

Apesar disso, Paulina Chiziane se quer se considera romancista, sendo para si apenas uma contadora de histórias. Foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance ainda em 1990, com Balada de Amor ao Vento. Marca a primeira geração de moçambicanos a escrever em um país de tradição oral. Niketche foi publicado em 2002 e, assim como as histórias passadas de boca a ouvido, ficará para a eternidade. Genial e necessário.
comentários(0)comente



LetAcia 18/01/2023

Um livro que toda mulher deveria ler
Niketche me surpreendeu de uma forma incrível!! Ainda bem que eu enlouqueci e decidi tentar me preparar para a Comvest e li esse livro kkkk

Paulina não fala só sobre poligamia e amor conjugal, mas sobre todos os tipos de amor - principalmente sobre amor próprio.
Antes de começar a ler, assisti um vídeo de análise da história para saber onde eu estava me enfiando e foi perfeito. Mesmo sabendo um resumo, a história me fez rir e chorar com as personagens.

A forma como a Rami descobre a sua força como mulher e ajuda suas ?rivais? é perfeita. Conseguiu mudar a forma como me vejo. Simplesmente um livro que toda mulher deveria ler.
Me apaixonei pela escrita e a cultura de Moçambique e quero ler mais livros sobre lá.

Só leiam essa obra prima ????????
comentários(0)comente



Clara 15/01/2023

Obrigada, Uerj
Conheci o livro por ser uma das leituras obrigatórias do vestibular da Universidade Estadual do RJ, não consegui ler tudo antes da prova, mas mesmo assim terminei a leitura depois, e que experiência maravilhosa. O livro é lindo, escrita poética que prende e estimular a querer ler mais e mais, história emocionante, bonita, verdadeira, simplesmente incrível. Um livro diferente do que estou acostumada, mas que fico muito feliz por ter saído da zona de conforto para terminar essa leitura, demorei bastante tempo para finalizar a leitura, mas isso não estragou nem um pouco a minha experiência.
Todos deviam ler Niketche: Uma história de poligamia!
comentários(0)comente



Ana Lyra 14/01/2023

Um soco no estômago da sociedade.
Um livro que surpreende por mesmo sendo de um país e cultura diferentes, apresenta os mesmos questionamentos sobre o machismo, tratamento que é dado às mulheres. A história conta a vida de Rami que é casada com Tony, um policial. Rami eventualmente descobre que seu marido pratica poligamia, sem seu consentimento. Isso gera nela uma tempestade de sentimentos e reflexões muito importantes sobre autoestima, tradição, sobre a existência da mulher, etc.
O livro é um soco no estômago. Mostra muitas verdades sobre um mundo muito machista que impera até hoje, mesmo com as lutas feministas, tentando desconstruir e ressignificar alguns comportamentos ditados pela sociedade. A leitura é forte. Muito rica em reflexões, deveria ser leitura obrigatória nas escolas.
comentários(0)comente



Marcianeysa 10/01/2023

Não funcionou pra mim
Foi muito difícil terminar esse livro. Achei chato, repetitivo, exagerado e (entendo que é outra cultura), mas me incomodou a todo momento o machismo. Não rolou.
comentários(0)comente



Tina Lilian Azevedo 08/01/2023

É escrita mas faz crer que é história oral
É triste. É muito triste. É triste por demais. É tristissimo. E é tão triste porque conta a vida das mulheres de Moçambique mas estas mulheres poderiam ser de qualquer parte do mundo. Conta a história de uma família que pelas circunstâncias se tornou poligâmica mas que poderia ser a história de qualquer casamento dito monogâmico em que o homem sai pela vida colecionando mulheres e filhos. E as mulheres colecionando sofrimentos e criando os filhos sozinhas mesmo acompanhadas. Ainda bem que temos o feminismo que pouco a pouco vai iluminando consciências e mudando estas tristes realidades. Há passagens líricas belíssimas e tristes. A escrita é maravilhosa. Amei ler este livro mas vou demorar pra ler outro da autora porque a cota de sofrimento demasiada grande das personagens nos abala, desampara, oprime. Todos os louvores sejam dados a Paulina Chiziane que escreve como contadora de histórias orais.
comentários(0)comente



júlia 04/01/2023

?
Gente, pelo amor de Deus!

Eu tive que pular uns 5 capítulos pra conseguir terminar esse livro, porque eu não aguentava mais a muié reclamando de ser cornaaa ??
E fazendo isso, da maneira mais poética possível, o que era até que bem bonito, mas tão arrastado pra ler... Não é a toa que é leitura obrigatória da Unicamp ??

O livro abrange, sim, temas muito importantes e conscientiza nós, ocidentais, de uma cultura que a gente nem imagina que existe. Espanta, enfurece e entedia, tudo na mesma medida.

Acho que é uma leitura válida, pelo fator cultural. Abre nossos horizontes e nos faz dar valor pela liberdade que conquistamos dentro da realidade de ser mulher e se tornar mulher.

A proposta é muito boa, a escrita é deslumbrante, mas o livro poderia ter umas 150 páginas a menos.
comentários(0)comente



brydex 03/01/2023

bonito demais pra ser lido uma única vez
Comecei a ler Niketche - uma história de poligamia não por vontade própria, mas por ser um dos livros exigidos pelo vestibular da UERJ. Imaginei que a leitura seria um pouco maçante, pois o título não me interessou muito, mas, logo no começo, me encantei pela narrativa.

Acompanhar os pensamentos de Rosa Maria foi maravilhoso, seu fluxo de ideias é construído com maestria, deixando o leitor ávido pelas próximas palavras.

Nesse livro, Paulina Chiziane te convida a refletir acerca do papel social da mulher africana, de acordo com a cultura poligamica local, e sobre as consequências dessa cultura nas relações das africanas entre si e consigo mesmas.

Para mim, o melhor de Niketche foi ler os diálogos entre Rami e seu reflexo no espelho, que serve como um constante instigador dos questionamentos da protagonista. "Vou ao espelho tentar descobrir o que há de errado em mim."

Na história, o espelho funciona como uma consciência metafórica de comparação entre Rami e as mulheres de sua rua, as esposas de seu marido e as demais africanas em seus diversos papéis; uma consciência aguçadora da ânsia de Rami por autodescoberta.

Recomendo fortemente a leitura de Niketche - uma história de poligamia. Acredito que, se lido com mais calma e emoção, diferente do meu intuito de estudo, é até possível que vocês gostem mais que eu. Com certeza lerei novamente :))
comentários(0)comente



Rafael Moia 01/01/2023

Não monogamia é diferente de poligamia
Um livro surpreendente, que trata de como as tradições referente as relações afetivas evoluem, dando lugar a novos paradigmas. Como primeiro contato com a autora, não há como não se tornar refém do seu fantástico estilo narrativo. Conhecemos Rami, Julieta, Luiza, Saly e Mauá que circunstanciamente são envolvidas em uma relação poligama com Tony. Acompanhamos toda a história pelos olhos de Rami, a 1° esposa, que sempre questiona o patriarcado e o machismo ao qual ela e todas as mulheres são submetidas. Os papéis do homem e da mulher, no que se refere a um casamento tradição, são constantemente expostos negativamente, o que nos leva a refletir de como muitos abusos são impostos socialmente para que um relacionamento seja tido como bem sucedido. No mas, Paulina Chiziane entra mais que um romance, e sim, palavras de utilidade pública.
comentários(0)comente



oFontenelle 31/12/2022

Niketche - Paulina Chiziane
Eu tenho tanta coisa pra falar sobre esse livro que nem sei por onde começar. E sinceramente não vou falar tudo, porque é muita coisa.
O que vou dizer é que algumas coisas retratadas estão tão atuais que chegam a assustar.
Ver os dilemas e as dores de Rami me entristeceram, porque sei que ela é só uma das muitas mulheres que sofrem.
comentários(0)comente



Francielle 30/12/2022

Demorei muito a conseguir engatar a leitura, achei para mim muito cansativo quando a Rami entrava em fluxo de consciência, muitas vezes apenas pulava esses devaneios e ia para os diálogos.

É um livro sobre sofrimento das mulheres em casamentos infelizes e com uma forte crítica ao sistema patriarcado que produz uma sociedade que beneficia apenas aos homens e torna uma mulher uma serviçal de seus caprichos.

Gostei muito do plot twist quando as riviais se unem para melhorar de vida e acabam dando o "troco" em Tony pelo que ele fez elas passarem.
comentários(0)comente



Mary Stella 30/12/2022

Incrível!
Leitura sensacional! Certamente um dos melhores livros que li neste ano. A autora tem uma forma de desenvolver a história muito envolvente. Impressionante como faz desse livro a exemplificação máxima da socialização tanto feminina quanto masculina em boa parte das sociedades.
comentários(0)comente



Marcella.Audrea 30/12/2022

Que doideira
Ler sobre uma cultura completamente diferente da nossa é difícil. Certas situações que a personagem é submetida chega quase que ao absurdo. Vi uma palestra muito boa realizada pela UERJ que me deixou o questionamento depois de ler a obra: até que ponto essa história é uma ficção? O quão autobiográfico foi o livro?
comentários(0)comente



tsblack 28/12/2022

eu gostei do livro, ele é bom e bem escrito e complexo, porém não é o estilo que eu mais gosto, e por conta disso a leitura não foi muito aproveitada, li por causa da escola, e acho que ler um livro por obrigação não funciona.
mas a temática eu achei muito bem explorada, e os personagens e a história são bem desenvolvidos.
comentários(0)comente



Letícia 27/12/2022

Poligamia em via de mão única
Moçambique, país em que a poligamia não está legalizada, mas não constitui um crime. Traduzindo em uma linguagem que a cada página fica mais clara: a poligamia serve única e exclusivamente ao homem, porque acaba sendo ele o único beneficiado do sistema.

Em contrapartida, vemos mulheres em situações de extrema vulnerabilidade, com quase nenhuma oportunidade de ascensão social que caem na rede falocêntrica e falaciosa de homens que prometem rios de possibilidades, de mudança de vida e até mesmo a mais almejada de todas essas: a concepção de largar sua atual esposa e seus filhos para ficar com essa mulher; concepção essa que é feita por Tony não uma, não duas, mas cinco vezes.

No decorrer do livro torna-se cada vez mais claro que o próprio sistema poligâmico torna mais e mais excludente a participação e interação das mulheres naquilo que corresponde ao seu dia a dia e tudo o que diz respeito à sua liberdade e a liberdade dos seus filhos. Sistema esse que aplicado da forma que foi aplicado poda com brutalidade e repetidamente o viver das cinco mulheres; poda as possibilidades, desejos e sonhos a serem vividos.

E por fim, chega o momento que só o que resta a cada uma dessas mulheres é colocar o orgulho, a inveja e o medo de lado e aproximar-se das suas ?rivais?. E é nesse momento que o livro dá uma guinada e um plot twist sensacional, ou seja, cinco mulheres se unem fortemente umas às outras porque vêm que se tentarem lutar sozinhas ou uma contra as outras, todo o sistema vai engoli-las.
comentários(0)comente



489 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR