A Utopia

A Utopia Thomas More




Resenhas - Utopia


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Renata CCS 22/02/2013

A UTOPIA é uma obra que deve ser lida por todos os que desejam uma sociedade mais justa
Longe de pretender fazer uma resenha acadêmica e clássica, como a obra merece, tentarei aqui apenas não deixar distante a abordagem da obra, possibilitando uma visão panorâmica aos que desejam conhecer a essência do livro. A UTOPIA é uma ilha fictícia e o protagonista, Rafael Hitlodeu, descreve a organização social, política e religiosa dos habitantes, apresentando de forma detalhada os usos e costume da ilha. Através da narração deste personagem, Thomas Morus vai descrevendo todo o modo de vida daquela sociedade onde todos os seus moradores vivem em casas idênticas, trabalham por turnos no campo e em seu tempo livre dedicam-se a leitura e a arte. É um cenário onde todos os homens vivem em igualdade, onde a vaidade é desprezível e o bem coletivo sempre se sobrepõe ao individual, e assim não há pobres nesta sociedade. Seu modelo é a República de Platão e as Leis de Platão: uma sociedade justa com leis pouco numerosas e as riquezas igualmente repartidas. A principal crítica social de Morus gira em torno da abolição da propriedade privada, advertindo que, com ela, é impossível obter a igualdade. Finalizando, o autor convida o leitor a comparar o que existe na ilha com o que existe na realidade de seu tempo, deixando uma reflexão importante sobre as formas de organização social vigente em sua época e na nossa.

Além de lançar a base do socialismo econômico, o autor criou a palavra utopia (significa lugar que não existe), dando inicio a um gênero literário que seria muito seguido nos séculos seguintes, principalmente servindo de base para os escritos socialistas do século XIX. Essa obra, escrita em 1516, apresenta idéias inovadoras não só para sua época, mas também para nossos dias. O livro é mais que uma simples ficção: é a reunião de vários princípios que More desejava para a sociedade, e são os mesmos desejos que temos nos dias atuais.
O estilo é claro, direto fazendo do livro uma leitura agradável. A Utopia é uma obra que deve ser lida por todos os que desejam uma sociedade mais justa.
Maria Luísa 28/02/2013minha estante
O livro foi interpretado de inúmeras formas, mas pode facilmente ser classificado como uma pré-configuração do socialismo em que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade.


Renata CCS 06/03/2013minha estante
Confesso que qd o li, foi por uma obrigação de uma disciplina na universidade, mas tornou-se uma agradável surpresa.


06/03/2013minha estante
Êta mulher verdadeira pra dá resposta.Adoro vc principalmente qdo resposnde assim, de uma maneira simples e agradável.beijocas!


Renata CCS 06/03/2013minha estante
Obrigada Sú. Temos que ser honestas (rs). Talvez não tivesse lido ainda se não fosse uma leitura "imposta", e estaria perdendo uma grande obra! Um abraço.


Maria Luísa 07/03/2013minha estante
Eu tb já tive experiências parecidas com indicações de livros que, em princípio, não correspondiam ao meu gênero literário, mas acabaram tornando-se agradáveis surpresas. O bom é estarmos abertas a descobertas que podem surgir de onde menos esperamos. Um grande abraço!


Renata CCS 08/03/2013minha estante
é certo Maria Luísa, 100%. Um abraço.


Marcelo 19/12/2013minha estante
Não é de se estranhar que ele fosse um conselheiro de um rei absolutista!! Fim da propriedade privada, igualdade, "organização" social, sociedade mais "justa", direitos coletivos sobre os individuais. Bata tudo no liquidificador e o que você tem é um totalitarismo. Ainda assim, uma leitura excelete. Gostaria de propor um contraponto, que é "a revolta de atlas" de Ayn Rand. Abraços a todos.


Renata CCS 15/09/2014minha estante
OLá Marcelo,
Obrigada por seu comentário. Já ouvi falar de "A Revolta de Atlas". Muito recomendado aqui no Skoob.
Abraços.


Digão Livros 11/07/2021minha estante
É minha próxima leitura! Normalmente, eu resenho os meus livros. Em poucos casos, eu gosto tanto da resenha de alguém, que copio e coloco a fonte, com o link. Nem li o livro mas já amei a sua resenha! rs




Ricardo Silas 07/12/2015

Desejo-o mais do que espero.
Em junho de 1536, após suportar a um ano de prisão, Thomas More foi condenado à morte pelo crime de alta traição contra o rei da Inglaterra, Henrique VIII. Essa acusação grave teve início alguns anos antes, quando More foi pressionado a compactuar com os interesses da realeza, que pretendia anular o matrimônio da rainha Catarina de Aragão para casar Henrique com Ana Bolena. Nenhum suborno ou ofertas de cargos de prestígio na nobreza impediu que More fizesse oposição política ao novo casamento. Mas essa não foi uma de suas melhores fases. Foi em 1516, no entanto, que o autor de Utopia publicou a obra que mais tarde influenciaria centenas de pensadores e filósofos europeus.

Trata-se de uma ficção que apresenta um novo modelo de sociedade. Utopia é o nome da ilha, anteriormente chamada de Abraxas, em que as pessoas são governadas por uma república ideal. De acordo com a antiga lenda, Utopus foi o herói que conquistou aquele território, transformando o seu povo em um dos exemplos quase perfeitos de civilização e cultura jamais vistas na humanidade. Essa foi a oportunidade que More encontrou para contestar os hábitos e tradições dos governos absolutistas da Idade Média, em sua maioria exploradores do trabalho e causadores da miséria dos povos. As instituições dominantes, com seu poder e influência sobre a vida social, foram alvo de duras críticas. Só um pensamento ousado se desafiaria a hegemonia monárquica e a ortodoxia da Igreja Católica, pois tudo aquilo que não estivesse de acordo com os interesses dominantes era rotulado como heresia punível com a morte.

O livro Utopia é dividido em duas partes: na primeira, vemos uma conversa protagonizada por Thomas More e um distinto viajante, Rafael Hitlodeu, personagem central do livro que testemunhara a ilha utopiana e os costumes de seus cidadãos; na segunda parte, Rafael descreve sua viagem em detalhes que despertam o interesse e o entusiasmo do leitor. Antes de ser solicitado a relatar as experiências de sua aventura, Rafael questiona a sociedade europeia comparando-a à terra utópica onde estivera. Lá, diz ele, não existe propriedade privada, quase nunca os crimes acontecem e as pessoas são ensinadas a viver sem ganância, sem soberba ou competições destrutivas. Na Europa, sobretudo na Ingleterra, o viajante observa que as instituições políticas e jurídicas criam as condições de pobreza e miséria para, em seguida, punirem os pobres e miseráveis. É um ciclo sádico de fabricação de ladrões e criminosos, que são eles mesmos punidos por aqueles que os fabricaram. Que mais seria isso, senão resultado de uma sociedade sem liberdade e acorrentada na desigualdade, e que concentra aglomerados de riqueza nas mãos de uns poucos que se beneficiam do trabalho pesado de muitos?

O livro dois traz as informações que Rafael colheu enquanto visitava na inacreditável Utopia, como garantia de que existe uma alternativa capaz de substituir o status quo das nações ocidentais.

O leitor do século XXI pode reconhecer que algumas aspirações de Thomas More se encontram vivas na atualidade, como a liberdade religiosa e a eutanásia. Em Utopia, um enfermo tem o direito de escolher a vida ou a morte, caso sua doença seja incurável ou o sofrimento de que padece não possa ser atenuado pelos médicos. Porém, nem tudo é perfeito. Percebemos isso ao encontrar elementos típicos da sociedade medieval entranhados no paraíso fictício do autor. Quando em sua viagem à ilha, Rafael Hitlodeu encontra um Estado fortemente patriarcal, com mulheres submissas aos maridos e filhos subservientes aos chefes das famílias, também chamados de filiarcas. Vemos ainda o escravagismo e a sobrevivência baseada em cultura agrária, tudo estruturado em hierarquias que gerenciam os setores de produção local e o comércio com o estrangeiro.

A jornada de seis horas de trabalho não é dedicada ao inútil e ao supérfluo, e todo o tempo é focado na produção de bens necessários para o bem-estar coletivo. Se alguma cidade está em escassez, ela é socorrida pelas regiões mais abundantes, sem nada exigir em troca. Todo o excedente é destinado ao reabastecimento das regiões que eventualmente precisam de determinados recursos, e ninguém precisa viver preocupado com a ameaça da fome, pois tudo é baseado em uma economia de doação. O tempo livre é aproveitado para a arte, os estudos e o lazer, que são a fonte de realização pessoal dos seres humanos. Não existe propriedade privada, nem moedas em circulação. Os utopianos vivem, enfim, como uma grande família que se respeita mutuamente, repudiando qualquer noção de conflitos entre si.

Dizem que Thomas More fez o esboço de uma sociedade comunista, e isso foi reflexo, três séculos depois, do socialismo utópico de Charles Fourier, Louis Blanc, Saint-Simon, Robert Owen e outros.

Para a nossa época, a Utopia teria de se adaptar a alguns conceitos. Nós levamos em alta estima a liberdade da mulher e não mais aplicamos a pena de morte como instrumento jurídico, ao contrário dos utopianos que infligem esse castigo àqueles que reincidirem no “crime” de adultério. É evidente que o autor carrega marcas do contexto em que vive, sobretudo da fé cristã que professa. Mas devemos reconhecer que isso não torna a sua obra menos fabulosa e destemida pelas críticas que faz à sociedade real. Se já enxergamos em nosso meio alguns anseios da Utopia, é sinal de que a humanidade, apesar de seus graves erros, está progredindo e amadurecendo. As utopias não são sonhos impossíveis, e isso me leva a crer que o futuro nos reserva mudanças extraordinárias.
Bia 07/12/2015minha estante
É bom?


Ricardo Silas 07/12/2015minha estante
Além de bom, é um livro curioso. Parece que o autor pensava uns 200 anos à frente de sua época. Dá pra aproveitar muita coisa da leitura.


Bia 07/12/2015minha estante
nossa que bom! eu estava pensando em ler :)


Ricardo Silas 07/12/2015minha estante
arruma um tempinho pra ele. acaba rapidinho. já percebi que a nossa fila de livros fica cada vez maior


Bia 08/12/2015minha estante
irei arranjar sim! pois é, e comprar todos eles dificulta todo o processo kk


Ricardo Silas 08/12/2015minha estante
kkkk concordo




Isabelle 16/01/2021

#desafioliterário2021
Descobri esse livro no primeiro semestre de 2020, em uma aula da faculdade, mas somente agora consegui lê-lo na íntegra. Um clássico, com certeza, gostei de várias passagens e pensamentos e discordei avidamente de outros, mas num geral foi uma leitura interessante.
Yasmin 16/01/2021minha estante
A linguagem é difícil?


Isabelle 16/01/2021minha estante
Nem um pouco! E as notas são bem completas, qualquer dúvida é só dar uma olhadinha lá.


Yasmin 17/01/2021minha estante
Obrigadaa




Fabio Shiva 01/03/2013

THOMAS MORE – Coleção Os Pensadores
É sempre uma emoção especial ler um dos clássicos, um desses livros sobre os quais ouvimos falar zilhões de vezes e, de tempos em tempos, temos a oportunidade de ler. Esse é bem o caso de “A Utopia”, publicado pela primeira vez em 1516.

A palavra “utopia” foi retirada do grego e significa literalmente “lugar nenhum”. Pela própria influência do livro, no entanto, o termo “utópico” passou a se referir a qualquer ideal tão elevado ou aspiração tão sublime a ponto de parecer mera fantasia, um sonho de realização impossível. A ilha de Utopia é uma sociedade perfeita, do ponto de vista do autor.

Ao visitar Utopia, minha atenção foi capturada por dois pontos principais. O primeiro deles é que os principais problemas da coletividade humana continuam sendo os mesmos de quinhentos anos atrás: desigualdade, miséria, fome, exploração do homem pelo homem, guerras. E o segundo ponto é que More, para criar a sua sociedade perfeita, modificou apenas uma característica principal: no reino de Utopia não existe o dinheiro. Não é difícil perceber como os dois pontos estão interligados e como a mera existência do dinheiro é a causa dos maiores malefícios enfrentados pela família humana.

E o que é o dinheiro, afinal? Inicialmente foi inventado para facilitar a troca de mercadorias, depois se tornou uma referência para um lastro em ouro nos bancos, depois foi se tornando progressivamente imaterial, uma abstração. O dinheiro só existe hoje porque as pessoas acreditam no dinheiro. Como demonstra a atual crise financeira, essa crença pode ser bem perigosa, pois de uma hora para outra o mundo inteiro pode ir pro brejo sem que ninguém saiba explicar direito o porquê. Está na hora do homem, em sua infinita criatividade, inventar algo mais interessante que o dinheiro para governar as nossas vidas.

Essa questão é ilustrada de uma forma brilhante em “A Utopia”: na ilha existem escravos, que são pessoas que cometeram crimes e que podem voltar a ganhar a liberdade após cumprir suas penas. Para que os escravos sejam facilmente reconhecidos onde quer que vão, eles usam correntes e elos feitos de ouro e prata, metais que não possuem nenhum valor em Utopia...

Esse exemplar da Coleção Os Pensadores traz ainda o texto “Diálogo Sobre o Conforto Espiritual e a Atribulação”. Achei esse texto ainda mais enriquecedor que “A Utopia”. More é um grande conhecedor da alma humana. Seu texto é permeado de citações bíblicas e menções ao demônio, mas por detrás da linguagem religiosa e totalmente adequada à época é possível perceber uma psicologia profunda, uma visão bem ampla da natureza humana e de seus conflitos.

Thomas More teve uma origem relativamente humilde, mas conseguiu galgar posições de destaque e tornou-se chanceler na corte do rei Henrique VIII. Quando o rei quis separar a Inglaterra da autoridade papal e se divorciar de Catarina de Aragão, More recusou-se a assinar o documento que legitimava o divórcio. Em conseqüência, foi aprisionado na Torre de Londres e posteriormente decapitado. Quatro séculos depois de seu martírio, em 19 de maio de 1935, Thomas More foi canonizado por sua corajosa defesa da liberdade de pensamento.

São Thomas More, rogai por nós!!!

***

Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/

LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html

Venha conhecer também a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
*
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
*

Maria Luísa 01/03/2013minha estante
Uma bela resenha. Você escreve muitíssimo bem.


Fabio Shiva 01/03/2013minha estante
Valeu, amiga!!!
Esse livro é que é inspirador!!!


Renata CCS 26/06/2013minha estante
Esta obra é a reunião de vários princípios que More desejava para a sociedade, e são os mesmos desejos que temos nos dias atuais.
Uma bela resenha Fábio!




@apilhadathay 06/05/2020

Em construção!
A resenha está em construção. O que posso adiantar é que esse livro é um clássico.

A leitura é densa, sim, é um livro de 1516! Mas o que tem de difícil, tem de importante para a história e a Literatura. Amo e não é pouco!

Em breve, a resenha completa aqui, no IG @apilhadathay e no blog www.pilhaflutuante.com.br
R. K. 20/10/2020minha estante
Estou relendo


@apilhadathay 26/10/2020minha estante
Maravilhoso, não é, profe? S2


R. K. 27/10/2020minha estante
E simples. Ando voltando ao básico, flor. A humanidade está cada vez mais difícil de interpretar




Valério 22/12/2014

A ilusão como estrutura de castelos de areia
Há duas formas de se ler este livro.
Com maturidade enxergar que não é possível, pelo menos atualmente, que a humanidade alcance o mundo perfeito descrito no livro.
E com irresponsabilidade. Entendendo que é perfeitamente possível. Que apenas a mudança das leis e do sistema político será suficiente para a mudança da alma das pessoas e todos se tornarão automaticamente bons.
Se você está no primeiro grupo, sabe bem que o sistema político - social - econômico é feito por pessoas. E que pessoas são imperfeitas. E que, portanto, não é possível alcançar a perfeição.
Se você está no segundo grupo, está à mercê de doutrinadores totalitarista que se utilizam dos românticos para criar novas ditaduras comunistas.
O livro, cujo titulo se baseia no nome da ilha comunista e que após o livro passou a ser palavra empregada para identificar um mundo perfeito, onde tudo funciona e nada dá errado, chega a ser até infantil, de tão pueris são as formas de governo e organização social propostas no livro e presentes na ilha de "Utopia".
Nada tem dono. Tudo é de todo mundo. Assim, ninguém tem necessidade de roubar.
Verdade. Mas não apenas de roubar. Fácil chegar à conclusão que não ninguém precisaria se esforçar também (aí entra a análise crítica do leitor para ver além do que vem escrito, sem muito esforço aqui). Assim, todos quererão, como faz o ser humano, obter o máximo com o mínimo de esforço.
É interessante leitura. Talvez o primeiro esforço da humanidade para estabelecimento do socialismo/comunismo.
Basta ler para entender como a ideia é falaciosa.
Mas não leia antes de saber tudo que o comunismo trouxe de miséria e genocídio para o mundo, em nome de uma "utopia" jamais alcançada.
Alice.Ribeiro 07/09/2017minha estante
Excelente reflexão!


Valério 07/09/2017minha estante
Obrigado




@apilhadathay 29/01/2017

Fantástico
O livro é um clássico, e é preciso ser lido. Ah, quem dera a sociedade fosse como Morus apontou em sua obra utópica. Que sociedade bela! Mas que, de certa forma, esconde um cerne distópico. Que bem há em ditar como a sociedade seria perfeita? Só isso já é matéria para questionamento. Em todo caso, um gênio. Relido com amor e com sabor.
Silvio 15/08/2017minha estante
Concordo plenamente.


Rod 09/03/2018minha estante
Verdade. À época, até poderia ser uma cidade perfeita, mas hoje somos pessoas que aprendemos com a história que certas atitudes são inumanas. Por exemplo, em Utopia ainda existem escravos, algo que não toleramos mais; e tem uma passagem que é narrado que "as mulheres servem os maridos", um incitação ao machismo, o que só configura a parcialidade da "igualdade", hoje também não toleramos mais isso. Repito, à época, essas questões eram tão intrínsecas que eles não consideram antinaturais.




Diego 09/02/2016

Utopia não utopica
Lógico que temos que levar em consideração a época que foi escrito e a cultura da época, mas esse mundo utópico tem escravos, mulheres submissas e socialismo, por isso é uma utopia não desejada, já que pra mim utopia é a perfeição e perfeita funcionalidade de um sistema sem desigualdade de classe, gênero e ou qualquer outra desigualdade.
Ramon M. Santos 22/04/2016minha estante
Como vc falou, tem de considerar a época. Naquela época, escravos e mulheres submissas eram comuns como hoje é comum usar calça. As ideias é a novidade é que vale neste livro.


Ramon M. Santos 19/06/2017minha estante
Utopia foi criada por Tomás Morus.




Guilherme.Werlang 10/01/2023

Leitura interessantíssima, bastante peculiar para sua época (século XVI). Fico imaginando como More escreveria Utopia nos dias atuais...
Beti. 27/06/2023minha estante
Acho bom. Eu quem te dei de presente.


Guilherme.Werlang 28/06/2023minha estante
Claro




Anderson 16/01/2021

Utopia é um lugar idealizado e você não quer viver lá
O livro Utopia do escritor Tomas More foi uma experiência de leitura bem diferente do que eu estou habituado e me tirou bastante da zona de conforto pra conseguir entender a mensagem por trás disso tudo. Com isso, uma observação e dica para os futuros leitores dessa história nessa edição é que o prefácio não ajuda muito e caso você não tenha informações sobre do que se trata esse livro antes de lê-lo, é bem provável que você fique perdido. Nesse sentido, utopia é dividido em dois livros e no livro I, o autor retrata de modo crítico as diferentes sociedades ao redor do mundo, em especial o modo de governo da Europa e a desigualdade brutal em que a população evidencia rotineiramente nesses espaços, isso é explicitado também devido ao fato de um dos personagens demonstrar bastante sabedoria após ter viajado pelo mundo com o Américo Vespúcio ("desbravador" que conhecemos nas aulas de história no ensino fundamental), inclusive, até o modo de vida dos índios antes da colonização é citado nesse livro. Já no livro dois - a minha parte favorita-, o autor dedica a narrar o modo de vida na nação Utopia e com muito esforço, tenta retratar uma sociedade feliz e que segundo ele, é o verdadeiro modo de uma república. Em face ao exposto, no geral, esse livro é incrível no que diz respeito ao contexto histórico e nos diálogos, mas a estruturação dele é bem confusa, talvez por ser bem antiga. Além disso, ler esse livro com o pensamento atual me faz pensar que nem de longe essa seria minha idealização de modo de governo perfeito, e apesar do autor falar que todos vivem bem, o que foi exemplificado nos diálogos foi uma nação bem rígida, em que preconceitos, escravidão e religião eram outorgados e comuns, então isso seria feliz pra quem?
caio.lobo. 16/01/2021minha estante
A utopia de um e a distopia do outro.


Anderson 16/01/2021minha estante
É exatamente isso, você resumiu esse livro




Igor Almeida 23/06/2020

O mundo perfeito, ou não
E se fizéssemos o esforço de imaginar um mundo ideal, como ele seria? Não apenas em conceitos amplos e imprecisos, como "não haveria injustiça" ou "viveríamos em paz eterna", mas com definições claras e detalhadas de como seria cada aspecto dessa sociedade, explicando a lógica da moradia, dos empregos, dos conflitos, etc. Uma coisa é certa, quanto mais se escrever, quanto mais se detalhar o funcionamento das instituições, mais distante estará da realidade e mais se mostrará, de fato, a personalidade e as crenças de quem está escrevendo.

Neste livro não é diferente, Thomas More, em 1516, descreve detalhadamente (tão detalhado quanto 150 páginas permitem), uma sociedade chamada Utopia, em que o cerne da justiça, segundo ele, é a igualdade (de resultados) e a ausência da propriedade privada:

"Ora, a igualdade é, creio, impossível num Estado em que a posse é particular e absoluta; porque cada um se apoia em diversos títulos e direitos para atrair para si tudo quanto possa, e a riqueza nacional, por maior que seja, acaba por cair na posse de um reduzido número de indivíduos que deixam aos outros apenas indigência e miséria ...eis o que invencivelmente me persuade que o único meio de distribuir os bens com igualdade e justiça, e de fazer a felicidade do gênero humano, é a abolição da propriedade. Enquanto o direito de propriedade for o fundamento do edifício social, a esse mais numerosa e mais estimável não terá por quinhão senão miséria, tormentos e desesperos."

É fácil de entender o porquê de um homem do século XVI ser contra a propriedade privada e declaradamente contrário aos ricos em si mesmos. Quando se tem a crença que o enriquecimento unicamente se dá por meio do acúmulo de metais (roubados, tomados à força por impostos ou pelo comércio – que também era uma atividade considerada suja), que o comércio nada mais é que exploração de uma das partes e que a maneira mais justa de se viver para a maioria seria lavrando a própria terra; quando, somando-se a isso, o enriquecimento por nascimento em uma época de rígida imobilidade social, com posse de terras garantidas por título de nobreza, negócios sem concorrência real com monopólio dado aos amigos e familiares dos nobres e onde tudo era decidido por nascimento, realmente não há como julgar o pensamento de quem acredita que a única forma de justiça seria acabando com tudo para começar de novo, mantendo a propriedade comum a todos.

Ele se revela, em termos atuais, um verdadeiro planificador bem intencionado, em nome do bem comum (como todos os ditadores o são), imponto aos outros o que ele considera justo. Se é justo para ele, decerto é justo para todos, não há erro (De fato, não nascemos sabendo viver em liberdade, é preciso aprender a respeitar opiniões contrárias e esse conceito é relativamente novo.). E assim se enumera as regras sociais: como não há propriedade, as moradias seriam decididas por sorteios a cada 10 anos, ou seja, nova casa a cada 10 anos, não importa o local que se deseje morar. Todo mundo deve ser agricultor porque todos precisam comer, somente após algum tempo poderia haver escolha de profissões distintas (se houver vaga disponível). E lá se perde a produtividade gerada pela divisão do trabalho. Ele parte do pressuposto que o crime é originado da miséria e que, possuindo todos as mesmas propriedades, não haveria motivo para crime. O autor ignora completamente a natureza humana...

Ademais, há número máximo de filhos. Quem ultrapassar esse número terá a criança tomada da família pelo estado. Se a população crescer, haveria emigração forçada para formar uma nova nação em outras terras (E quando povoarem tudo? Seguindo o raciocínio, tenho é medo da solução que podem propor...). Num ímpeto utilitarista, acredita que 6 horas de trabalho diário seria suficiente para todos, afinal não haveria profissão “inútil” e todos trabalhariam no que é importante, sem nenhum tipo de luxo (ele usa o exemplo dos ourives como símbolo da inutilidade). Esse merece um comentário à parte. Me pergunto, quem definiria o que é luxo? O luxo de alguns é realmente danoso para os demais? Há 100 anos, ter um carro era puro luxo. Um carro era caro, menos funcional que um cavalo e só rodava dentro das grandes propriedades com estradas preparadas, ou seja, era um brinquedo, uma extravagância dos ricos. No entanto, foi essa extravagância que financiou a indústria automobilística nascente e permitiu que se desenvolvesse ao nível que temos hoje. Da mesma forma, talheres e ter banheiro em casa também já foram considerados luxo. O que seria de nós se houvesse, em cada época, justiceiros sociais definindo o que os outros devem fazer ou não em nome do bem comum...

E segue no devaneio: "Na Utopia, as leis são poucos numerosas; a administração distribui indistintamente seus benefícios por todas as classes de cidadãos. O mérito é ali recompensado; e, ao mesmo tempo, a riqueza nacional é tão igualmente repartida que cada um goza de todas as comodidades da vida".

De início, soa bonito, mas só de início. É um trecho autorrefutado. As leis são pouco numerosas? O autor passa o livro inteiro mostrando de que maneira o príncipe faria isso ou aquilo, com infindáveis regras do que é permitido e o que é proibido, e fala em leis pouco numerosas? Mérito recompensado e riqueza igualmente repartida? Se é igualmente repartida, não há critério de recompensa nenhum, já que os mais merecedores e os menos recebem igualmente a produção. Afinal, quem decide quem é merecedor? Como não existe igualdade de capacidade e houve igualdade de distribuição, há injustiça intrínseca ao modelo. Esse sistema gera estímulo ou inibição para aqueles que fizeram a maior parte da produção? O que se tem em longo prazo? A última frase: todos vão gozar das comodidades da vida? Se não levarmos em conta um sistema que estimule e permita produtividade e aumento na geração de renda, sistema esse garantido pela propriedade privada, que tipo de gozo da vida haverá em distribuir renda nenhuma?

Neste livro, cada parágrafo é um "eita atrás de eita", compreensível para a época que foi escrito e com certeza vale a leitura. É uma ótima história, geradora de assunto pra muita conversa, mas direcionei os comentários para o fato dessas ideias terem sido postas em prática (tentadas) várias vezes desde então e serem idolatradas ainda hoje. Não é à toa que esta obra é considerada a precursora do socialismo, as bases ideológicas são as mesmas: controle estatal sobre o indivíduo em nome do paraíso futuro da igualdade.
Jamile.Almeida 23/06/2020minha estante
Teoria de sociedade ja testada e ?cientificamente? comprovada como ineficiente e fadada ao fracasso... exemplos nao faltam... confesso que toda vez que começo a ler esse livro, não consigo passar da pagina 20... mas tentarei... um dia... rs




Fábio Vale 10/12/2020

Chato.
Méritos literários e contexto histórico à parte, o livro é chato. É uma extensa descrição de um país fictício que teria uma sociedade "perfeita". Ainda que, de fato, muitas das coisas elencadas para essa sociedade sejam ainda desejáveis por nós (quase 500 anos e ainda estamos longe de chegar lá), muitas outras são demasiadamente datada ou mesmo absurdas (escravidão, intolerância ao ateísmo, patriarcalismo institucional...).

O livro vale por sua importância histórica, ao ser o (um dos?) primeiro a falar sobre o fim da sociedade privada, abrindo caminho para o desenvolvimento das teorias do comunismo/socialismo, e por ter sido responsável pela cunhagem do termo "utopia".

É chato, mas ao menos não é muito extenso. Está lido.
Fábio Vale 11/12/2020minha estante
*fim da propriedade privada




AndrA.BrandAo 22/04/2019

me fez pensar se a comédia (bem feita) realmente envelhece?
Karynna.Espinoso 08/09/2019minha estante
Não entendi




Bruno 17/02/2013

Nostalgia das aulas de ciência política...
O livro parece uma semente de Marx, mesmo escrito séculos antes do manifesto comunista e em um contexto diverso.

Com uma crítica severa à monarquia, à burguesia e ao clero o autor relata a forma de vida em Utopia, uma suposta ilha onde todos vivem felizes e contentes, onde não existe propriedade privada, onde não há corrupção, onde há igualdade, onde os presos trabalham em prol da sociedade, onde não há pobreza e por ai vai...

Em síntese o autor faz um paralelo da situação desta pseudo-ilha com a situação da Inglaterra na época em que viveu, apontando seus excessos, contradições e verdadeiros desatinos praticados pelas classes dominantes.

Bom... Cuba, União Soviética e a abertura do comércio da China (pseudo-capitalista) estão ai para provar o que o comunismo e a economia planificada tem de bom... realmente "uma utopia", que acabou virando uma "distopia" (A PAR DE QUE MORUS ESCREVEU UTOPIA SÉCULOS ANTES E SOB A ÉGIDE DE UMA POLÍTICA DISTINTA).

Comentários a parte o livro não deixa de ser uma obra-prima: conceitos, reflexões e a crítica voraz ao regime então em vigor são destaque e não podem ser descartados. Nostalgia das aulas de ciência política da época da faculdade...
Renata CCS 27/02/2013minha estante
Concordo Bruno. O livro é mais que uma simples ficção: é a reunião de vários princípios que More desejava para a sociedade, e são os mesmos desejos que temos nos dias atuais.




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