Um homem bom é difícil de encontrar

Um homem bom é difícil de encontrar Flannery O'Connor
Flannery O'Connor




Resenhas - É difícil encontrar um homem bom


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Camila Alexandrino 24/02/2021

Leitura arrastada e não tão boa
Definitivamente esse livro não entrou na minha lista de favoritos.

Comecei a leitura bem empolgada, principalmente depois de ler o primeiro conto — que dá nome ao livro —. Achei-o simplesmente sensacional, com uma reviravolta interessante e bem construída. Os contos seguintes, no entanto, acabaram me decepcionando.

A autora trabalha muito do que é considerado gótico sulista, então suas histórias são mais sombrias; alguns até comparam seu estilo de escrita com o de Edgar Allan Poe, e reconheço que sim, tem uma certa similaridade, mas, ela leva implicitamente, julgos racistas, religiosos e sociais que não me agradaram.

Há quem considere que esses elementos aparecem nos seus textos para trazer um debate, porém não consegui identificar nenhum personagem nessas condições de preconceito que se apresentasse de forma diferente do que estava ali no texto. Quando negros, pobres e pessoas com uma certa religião aparecem, são tratados como pessoas à margem.

Praticamente todos os contos visam uma salvação através da religião, muito disso deve ter a ver com sua criação e época da escrita deles. Contudo, não consegui sentir empatia pela autora e pelos seus livros, mas com certeza recomendo para quem quiser tirar suas próprias conclusões.

Talvez você possa identificar aspectos mais positivos do que eu mesma consegui ver, então, deixo o convite para que leia e me fale o que achou.

site: https://www.instagram.com/p/CLsAX1Dj-nc/
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Bianca 06/03/2021

Flannery O’Connor nessa obra retrata com maestria o racismo estrutural, a patriarcado e a regiliosidade exacerbada do sul dos Estados Unidos, todos eles atrelados à hipocrisia dos que pregam uma coisa que não vivem. A autora morreu de Lúpus aos 39 anos e escreveu esse livro logo assim que soube da doença e que estava com os dias contados.

Eu não tenho muita experiência com a leitura de contos, acho que esse é o quarto livro nesse estilo que leio na vida, portanto foi um pouco desafiador sair do padrão de leitura “normal”. Aqui nos deparamos com uma literatura gótica sulista estadunidense que lida com a crueza da natureza humana e nos coloca à frente de tais atrocidades: a alienação religiosa e o preconceito racial.

É uma leitura muito fluida, pois a escrita e a tradução contribuem muito para isso, mas, ao mesmo tempo é um livro que incomoda. O famoso “soco no estômago” é o que sentimos quando lemos. É difícil de digerir, possui desfechos cruéis e, por vezes, inesperado por mim. Aqui se percebe claramente o quanto o ser humano consegue ser ruim para conseguir obter aquilo que deseja; o quanto o preconceito e o sentimento de superioridade impedem que a empatia seja o centro das relações humanas.

Eu amei a experiência de ler esse livro e conhecer a escrita de O’Connor. Acredito que ele não seja muito conhecido, então o que tenho a dizer é que apesar da leitura fácil, são contos perturbadores e desconcertantes.

site: https://www.instagram.com/leitoresmaniacos_/
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Janaina 19/03/2021

Cada conto é um retrato de homens mesquinhos, cruéis, racistas, invejosos, oportunistas e mentirosos.
O cotidiano do que há de pior. De ladrão de prótese à quem abandona deficiente mental em lanchonete, passando por xenófobos declarados, tem de tudo nessa colcha de retalhos habilmente costurada.
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Thiago 20/03/2021

O essencial falta ao homem
Este é um daqueles livros do qual você se pergunta como a autora conseguiu conceber algo tão grotesco, mas ao mesmo tempo tão familiar. É um livro onde os personagens são forrados pela ignorância, pelo preconceito, pela falta de empatia. As situações apresentadas podem ser inclusive frequentes em nosso cotidiano, mas que ao ser esfregado em nós cara pode nos gerar asco.

É sem dúvidas uma obra prima, a autora exerce um domínio maravilhoso na narrativa curta.
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Robert125 10/04/2021

Seco como o deserto do Atacama.
Apesar da hostilidade apresentada ao longo dos contos, Flannery O'Connor fez um excelente trabalho ao retratar os preceitos atrelados a população branca sulista dos Estados Unidos do século XIX e XX. Seja na forma como a população negra era tratada e concebida ou como os estrangeiros, mesmo que brancos, eram considerados intrusos na ''grande América'', os contos seguem um ritmo peculiar e chegam a conclusões nada convencionais. Os meu favoritos foram 1) O negro artificial; 2) Um último encontro com o inimigo e 3) Gente boa da roça.
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Xuxu 30/04/2021

Estranho
Não sei a quem esse livro poderá agradar, por isso não irei recomendar kkk
Só vou dizer que: achei todos os contos muito estranhos, mas não de um jeito bom. Não achei que as histórias tem sentido nem que faça sentido ler elas, me senti perdendo tempo.

Não achei as tramas boas ou bem construídas, nada me envolveu, não gostei da maneira que os temas foram tratados, achei vazio.

Mas se te interessa, leia! Vai que você curte.

Esse é um livro de contos escrito na década de 50, as histórias se passam nos EUA. Todas elas tem como pano de fundo as guerras e a vida do cidadão norte-americano.
Todas retratam os personagens negros e pessoas com deficiência assim como eles eram tratados naquela época.
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Gisa 18/05/2021

Livro de contos góticos, trazendo dez contos da autora.

Destaco os contos: "um homem bom é difícil de encontrar", "a vida que você salva pode ser a sua", "gente boa da roça" e "o refugiado de guerra" como meus preferidos.
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Ludmila 26/05/2021

Se você gosta de finais felizes, do herói que vence, do malvado que se ferra, de justiça sendo feita...não leia esse livro!
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Carla.Cerqueira 15/07/2021

Despertou minha curiosidade sobre a autora
Ao ler o livrinho da TAG já me interessei de imediato pelo livro devido a história da autora. Tão brilhante para uma vida tão curta. Os contos são escritos de forma envolvente e traz a tona as contradições tão típicas dos humanos. Pena que tem tão poucos livros dela! Pretendo ler novamente
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NatAlia.Zangirolymo 28/08/2021

Vale a pena
Flannery O'Connor é uma daquelas autoras que não basta apenas ser lida, ela precisa ser estudada a fundo. A autora expressa sua religiosidade através de suas obras de uma maneira muito peculiar e quase sempre enigmática, julgando e condenando aqueles que praticam pequenas e grandes maldades por falta de fé, ou escondidos sob esta, mas mostrando tudo isso de uma maneira muito crua, as vezes de uma forma mais direta, as vezes através de simbolismos. Alguns contos me deixaram bem apreensiva em relação ao que iria acontecer como "O refugiado de guerra", outros nem tanto. Eu já havia lido o conto " Um homem bom é difícil de encontrar" antes, sem saber nada sobre a autora ou a obra, e me choquei muito no final, por isso esperava desfechos piores para os demais contos, o que não acontece exatamente, e na verdade isso me deixou aliviada, pois não sabia se teria estômago para outro final como aquele.
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Lucas1429 29/08/2021

À fragilidade humana, uma hóstia de sangue
Cristã inveterada, Flannery não era, no entanto, arredia à realidade existencial. Sua escola é pertencente aos modernistas, escritores que retomam elementos críveis com o viver e sua agruras, abdicando por muitas vezes das passagens exponenciais do romantismo, por exemplo, com agora vieses vanguardistas. Adequada à categoria "gótica sulista", embasbacou leitores afora com sua escrita enveredada ao decadente humano e geográfico do sul norte-americano, dotada de precisão atemporais.

Tendo vivido pouco, o lúpus ceifou sua vida aos 39 anos, em 1964, soube recolher não só a si dentro de sua fazendo na Geórgia, como os elementos necessários para se transformar numa das maiores contistas do ocidente, sem eufemismo. Nesta coletânea estão reunidos dez importantes histórias que exploram o radicalismo, o racismo, a cristandade exacerbada e a xenofobia, delineados numa exposição latente do pensamento, e comportamento, visto, com mais afinco, aliás, ainda nos dias de hoje.

Os contos não agem a partir de um crescendo do enredo, de um clímax explicativo, de um otimismo premonitório; eles são reais, cruciais e explosivos. Há diversos simbolismos e metáforas espalhadas em cada frase, parágrafo, na composição de suas personagens, em suas falas. Aquele sul ali transposto de fundo é o herdeiro da derrota da Guerra Civil, da Primeira Grande Guerra, da Depressão de 30. E seus herdeiros compõe prerrogativas e maneirismos obsoletos insistentemente praticados.

Por exemplo, no conto título, uma avó teimosa e egoísta leva sua família de encontro direto com um perigoso assassino visto por ela numa manchete local; sua paz interior virá da resolução desse homem dito por ela "mau". "O Rio", mergulha em um afluente utilizado como instrumento de batismo cristão do protestantismo, quando reúne um séquito crente nas milagrosas águas, situação toda ironizada pela autora. No "O Negro Artificial", Mr. Head leva seu neto, Nelson, ao espaço urbano diferente de sua morada, o rural; ali, ensina o preconceito contra os negros presentes, habitantes de uma sociedade em formação. Em "Gente Boa da Roça", é a vez da religião posta em xeque novamente quando um vendedor de Bíblias apresenta ser quem não é para uma moça deficiente cientificista. É o contraponto religioso versus científico. Ainda que pareça parcial ao ridicularizar seu povo "caipira" e inapropriado à modernidade vindoura, Flannery remete-se ao paralelismo do ateísmo ou a consequência da falta de fé. É escrevendo sobre o Outro, em detrimento da branquitude, analogia respeitosamente limitada por ela, que irá se preocupar em mais lesar sua etnia frente às demais, sem roubar um local de fala não vivido.

A escritora ainda sim não é uma conversora, ela não limita sua prosa a querer erradicar o mal do mundo, ou mesmo justificar sua podridão pela falta da conduta religiosa. É simplesmente uma pessoa condescendente com os injustiçados, com sua terra (amada mesmo de porém), e reveladora da moral a preço de banana, sem dicotomias, acreditando no ser nocivo, representativo do mal verdadeiro, hoje banalizado. Sua escrita, e sua intenção, ainda é verossímil, e sinceramente, eterna.
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Jessica.Marise 28/09/2021

Grotesco da realidade humana
É um livro de contos e a cada conto lido, me via em situação de paralisação, pensando sobre o grotesco presenciado a cada ação dos personagens.
Porém é bem fácil imaginar que na época (aproximadamente 1955) em que foi escrito, apenas retratava a realidade nua e crua onde o preconceito, o racismo e a religião eram muito próximos ou quase a mesma coisa.
Para quem curte o grotesco estilo Edgar Allan Poe, vale a pena ler.
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Priscila322 30/10/2021

Ruim
Contos sem emoção, sem suspense, nada interessantes.

Pessoas maldosas sem motivo, situações absurdas sem nenhuma explicação a não ser um livro ruim e mal feito.

Primeira vez lendo contos, espero ler algum que seja bom para tirar a impressão ruim.

Fora um ou dois contos que foram interessantes o resto é sofrível e o último insuportável.
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Val Alves 07/12/2021

Uma escrita assim é difícil de se encontrar
Não é o tipo de leitura para daqueles momentos em que você precisa ler algo apaziguador para restaurar a sua fé na humanidade.

Os personagens da Flannery não são as melhores pessoas. Muito pelo contrário: a maioria deles são as piores possíveis.  Nem todos sociopatas criminosos, não! Grande parte são pessoas comuns, que a gente convive no dia a dia. a questão é que ela não tá empenhada em mostrar o lado bondoso dessas pessoas nem evidenciar sua potencialidade à bondade e às virtudes.  Não pode-se esperar bondade sequer nas crianças.

Mesmo aqueles que a princípio parecem se salvar por uma característica ou outra, no final espantam o expectador com uma atitude questionável. Creio que até mesmo Carl Rogers ao se deparar com a velha Lucynell concordaria que seu potencial para autorrealização não está adormecido, e sim morto e enterrado! E por falar nisso, outra coisa bem característica nessa obra, de uma forma geral, é uma evocação ao fúnebre. Os ambientes são "macabros", ... e até na descrição dos personagens se encontra esse tipo de comparação:

"(...) era uma mulher baixa e, por sua conformação, quase igual a uma urna funerária. "

O que me fez pensar sobre a influência do ambiente em que ela viveu para sua fantasia se apropriar de símbolos que remetem a pulsão de morte e que parecem estar em tudo o que ela vê.  Numa breve pesquisa descobri que ela e o pai morreram jovens devido à mesma enfermidade: o lúpus. O que ocasionou que o fim de sua vida fosse muito sofrido, doloroso e marcado pela precariedade.

O acréscimo de pequenos episódios de humor ácido aqui e acolá quebram por instantes a morbidade do texto que, não fosse por isso, seria pesado do início ao fim.

A maldade em sua narrativa não é descrita como nos noticiários,  de forma alarmante, espetacular, mas é contada de forma corriqueira como se estivesse nos contando algo extremamente comum, chegando até a monotonia. É como se ela nos dissesse "esses eventos que para alguns possa parecer algo absurdo e causar grande espanto são a coisa mais corriqueira de onde eu venho, então tenho propriedade para narrar assim: como um acontecimento bobo e cotidiano".
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Ane 22/01/2022

É do horror e da maldade que nasce a esperança. Contos sem finais felizes, pessoas preconceituosas, egoístas e aproveitadoras. Nós como como pensamos que somos e o que somos de verdade. Diferente de tudo o que já experimentei ler.
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