Todos os belos cavalos

Todos os belos cavalos Cormac McCarthy




Resenhas - Todos os belos cavalos


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Anselmo Mendo 20/05/2021

Uma história com desenrolar de qualidade desigual
Gosto muito de Cormac McCarthy, já li No Country for Old Men, A Estrada e Todos os Belos Cavalos. O último é o mais fraco até agora. Os capítulos têm um desenrolar desigual na narrativa. O começo é confuso e em seguida arrastado. Já a, fundamental, parte central do livro é apressada. O final achei satisfatório, mas o conjunto não me agradou. Não dá pra justificar mais sem dar spoilers.
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Fábio Lobão 06/05/2021

Quando tomei a decisão de ler ?Todos os Belos Cavalos?, uma pergunta inevitável me ocorreu: ?Por que raios você que odeia cavalos e que não é afeto a obras de ficção vai iniciar a leitura de uma obra de ficção cujo título remete a cavalos??.

A resposta a esse questionamento não é tão simples, porque, afinal, a vida não se limita a ?sim e não?. O percurso é permeado de intempéries, é árduo, por vezes implacável. Você é moldado pelas escolhas que faz, pelas pessoas que passam pelo seu caminho, e, sobretudo, pela forma como você encara cada um dos desafios que a contingência, dia após dia, coloca na sua estrada. Sem reclamações. Apenas em frente e com a cabeça erguida.

Quando John Grady, então com 16 anos de idade, deixa o Texas em direção ao México acompanhado de seu primo Lacey Rawlings (15), cada um em seu cavalo, o único objetivo é: encontrar um local para trabalhar. Seu avô falecera, o rancho da família seria vendido por sua mãe, seu pai perdera o emprego. O caminho em direção ao Sul representava a manutenção de sua essência. O que eles vão encontrar nas paisagens áridas do sul definirá os respectivos destinos para sempre.

A partir de uma premissa relativamente simples, Cormac McCarthy cria um épico sobre o papel representado pelo ser humano no universo. A busca por sentido. A violência de seus pares. A dor do luto. A perda da inocência. O amor precoce e impossível. A natureza impassível. A indiferença dos poderosos. O sonho, quase sempre distante, de se encontrar paz e um propósito.

E talvez aí só sobrem mesmo os cavalos. Aquela conexão com algo que somente o transcendente consegue explicar (ou não). A bondade que só encontramos nas pequenas coisas. A eterna marcha em busca de sentido.
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Beto 18/04/2021

Belo, seco e uma aula de subversão de linguagem
Gostaria que, ao menos uma vez na vida, todos pudessem ter um contato com a escrita de Cormac McCarthy. Seu modo de escrita não é apenas "diferente porque tem poucas vírgulas", é uma verdadeira aula de como subverter a linguagem para apresentar o que você deseja.

"Todos os Belos Cavalos" é a primeira obra que leio do autor e foi uma introdução digna de Oscar. Todos os aspectos do livro são incríveis: a introdução é singela, a trajetória de John Grady Cole é absurdamente profunda e todas as partes do livro são compostas por reflexões profundas que nos levam a pensar sobre os mais diversos temas.

Algumas passagens de McCarthy são tão belas que parecem poesia em forma prosa, e sua descrição dos eventos é tão incrível que chegar a parecer que você está observando as cenas de cima, totalmente envolvido com o projeto. Parece uma coisa boba, mas fui obrigado a tirar foto de algumas passagens - mesmo de raciocínios que discordo, como no diálogo final entre John Grady e a avó - simplesmente porque a narrativa de McCarthy entra dentro de nós e parece instaurar um terremoto. É devastador - e sublime.

Termino esse livro com saudades, mas também ansioso para adentrar o restante da obra deste escrito que já considero incrível. Aproveitem e se envolvam com esta maravilhosa obra.

"Passavam e empalideciam na terra a escurecer, no mundo a vir."
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Pequod.3 12/03/2021

Cormac McCarthy é um dos meus autores favoritos, onde os velhos não tem vez é na minha opinião uma das melhores histórias que li até hoje, todos os belos cavalos é um livro bastante singelo e envolvente, o final é de explodir a cabeça, devo confessar que apesar de várias pessoas que eu conheço que leram as obras deste autor, eu não acho ele muito fácil de ser lido, exige uma concentração maior, mas, a leitura é bastante gratificante.
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Cristiano.Vituri 17/10/2020

O sacrifício, a honra e o não pertencimento...
John Grady Cole (16 anos) + Lacey Rawlings ( 17 anos) adoram cavalos, década de 50 em San Angelo, Texas, vão realizar uma epopeia pra de lado maluca/triste/fatídica.

Objetivo: Atravessar a fronteira em direção ao México, cavalgar pelo deserto e trabalhar em algum lugar.

Encontram outro norte-americano: Jimmy Blevins (14 anos) durante a cavalgada, destinos que se cruzam, em território hostil, México de pistoleiros, de cavalos arredios e tempo ruim. Durante todo o livro, os personagens SEMPRE vão contra as dificuldades - ELES NUNCA RECUAM - seus destinos parecem escritos há milênios, e entendendo isso, SEGUEM.

Há mortes! Há amores.
Alejandra encontra John. Cormac McCarthy descreve geograficamente o México ( fui no google earth, e estão lá todos os locais!) e descreve também uma parte da história mexicana! Revoluções, traições, famílias arrasadas.

"Os laços mais estreitos que algum dia conheceremos são laços de sofrimento". A mais profunda comunidade é a da dor" Pág. 224.

Presos, John e Rawlings conhecerão e aceitarão suas penas da forma mais dura. Briga de faca, sequestro, tiroteio e uma fuga espetacular...Mas e os CAVALOS?? A exemplo dos personagens de William Faulkner, aqui também tem tanto cabeça dura que sim!

Ele volta pelos cavalos! pela honra? pelo destino?





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Emanuel.Silva 07/07/2020

Yeah, I'm gonna take my horse to the old town road
Dizem, que o homem que não conhece o lugar de onde veio, está eternamento fadado a não saber para aonde ir.

Neste belíssimo romance de McCarthy, temos John Grandy, jovem rancheiro, partindo de sua cidade natal do Texas, rumo ao México. O motivo é que a fazenda onde passou toda a sua infância e adolescência será vendida, pois, com a morte do avô (proprietário), sua mãe (filha que ficou com o direito ao terreno) pretende vender tudo.

Esta decisão vai contra todas as vontades de John, que sempre sonhou em manter-se na sua terra, vivendo a vida que seu avô contou ter tido, se deparando com esta impossibilidade, parte à cavalo acompanhado de seu amigo Rowlins. Os dois iniciam a aventura e vão para o México, trabalham em uma fazenda de um ricaço, correm perigo, domam cavalos, bebem, conhecem outras pessoas e mundos completamente diferentes, não vou me alongar.

Todos os belos cavalos é um livro sobre a transformação, sobre a passagem para a vida adulta, vemos John Grandy saindo como um jovem até que rebelde, impossibilitado de viver o sonho que tanto quer, acompanhamos seu primeiro amor, seus primeiros conflitos, suas falhas e suas angustias. Tudo em busca da vida que ele sempre pensou que deveria ter, como um rancheiro, tomando conta de uma fazenda e por ai vai.

Acontece que a vida é cheia de muralhas, são tantas as pedras no caminho e John Grandy vai lidando com todas essas impossibilidades, para regressar ao Texas, não melhor, nem pior, mas diferente, mudado, em movimento.

Nosso impossível herói pensava conhecer o lugar de onde veio, e consequentemente para aonde queria ir, entretanto o mundo a vir é sempre diferente e o mundo do agora é sempre, impossibilitado, inconstante, e por isso nos restam os cavalos, "que tinham coração ardente e sempre seria assim e nunca de outro jeito."pg. 8
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Juliano.Ramos 30/03/2020

O melhor livro que li em 2020, uma história simples mas densa, tudo é medido para não cair em extremos, personagens complexos e diálogos inteligente. Nota 10.
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Lucas Lira 14/02/2020

Amadurecimento, pureza, crueldade e beleza. Segundo livro que leio do autor e que fico extasiado com a sua escrita. Parece difícil no meio dos livros um escritor conseguir casar dois estilos tão distintos, que são a crueza da narrativa e a beleza do texto (principalmente em forma de diálogos), mas com certeza não é difícil para o Cormac McCarthy. Com personagens principais que normalmente preservam o ar de “bom cowboy”, aquele homem ligado à natureza, honrado, e com uma inteligência profunda de como as coisas estão ligadas fora do mundo urbano. As descrições iniciais são detalhadas e secas, assim como o próprio ambiente descrito, as conversas entre os personagens se destacam como uma ferramenta importante e essencial no desenvolvimento dos mesmos (e que diálogos!). Esse livro conta a história de um jovem chamado John Grady Cole que sai da sua terra natal no Texas, onde já não pode nem mesmo chamar de lar, em busca de encontrar o seu lugar no mundo atravessando a fronteira para o México. O livro se desenvolve rapidamente e logo fiquei preso à trama e apegado aos personagens que são interessantíssimos, com camadas tão bem exploradas nos diálogos, que ao contrário da narrativa seca e crua, são poéticos e cheios de uma simplicidade tocante. Em minha opinião Cormac McCarthy é um dos melhores escritores que já tive a oportunidade de ler, dono de uma literatura tão bela que aos meus olhos parece um mar de rosas vivas e brilhantes em meio ao deserto seco e árido.
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Adriano 06/02/2020

Que livro! Que prosa!
Vontade de ler "Onde os velhos não tem vez" e "Meridiano de sangue" .
Não é tão que ele é considerado um dos principais escritores norte americanos do romance pós moderno.
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Ernani.Maciel 06/03/2019

Um livro indefinido.
Nada senti; apenas li. Gosto - enquanto leio - que o livro, de alguma maneira, me enleve, incomode ou provoque.
Maravilho-me quando vejo-me em um determinado personagem, parcial ou totalmente, ou mesmo quando sinto repulsa por outro, nojo, raiva etc. Em suma, quando o livro desperta meus sentimentos - às vezes adormecidos.

A história tampouco é empolgante, narra as desventuras de dois amigos - que se esbarram em pessoas que serão determinantes no futuro para ambos -, que saíram de casa por motivos que não são explicitados claramente, fazem uma longa e extenuante viagem e um deles tem uma curta e acelerada história de amor.

A linguagem também decepcionou, McCarthy ignorou a vírgula em momentos em que ela deveria, imprescindivelmente, ser utilizada.

Não pretendo ler a continuação, tendo em vista que trata-se de uma trilogia.
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Biblioteca Álvaro Guerra 25/09/2018

Todos os Belos Cavalos é o primeiro volume de uma trilogia chamada “The Border Trilogy”, ou a Trilogia da Fronteira. São romances ambientados na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Seguem a esse o A Travessia (também esgotadão na editora, nem adianta chorar) e Cidades da Planície (talvez esse ainda tenha alguma coisa), os quais certamente estão entre as minhas próximas leituras, todos devidamente providenciados. Por hora, posso falar do primeiro. O livro conta a história de um sujeito chamado John Grady Cole, que veio de uma família de fazendeiros do Texas e cujo sonho maior é… tchanam! Ser fazendeiro. Mas justo quando chega a vez dele de assumir, o avô morre e o resto da família acha por bem vender a droga da fazenda que nunca deu dinheiro mesmo. Ele luta com isso o quanto pode, mas quando vê que não tá dando pé pra ele, resolve pegar um cavalo junto com o primo, de sobrenome Rawlins, e partir pro México, sem nenhum plano muito mais elaborado na cabeça. E aí ele chega numa fazenda mexicana, resolve domar os potros selvagens, se apaixona pela filha do hacendado e se mete em altas confusões, ao estilo faroeste cabôco do McCarthy. Seus personagens são todos sábios taciturnos, ninguém fica desfiando muitas teorias e ninguém vacila com os sentimentos na frente de ninguém. Onde os fracos não tem vez.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788556520463
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Paulo Sousa 14/05/2018

Todos os belos cavalos, de Cormac McCarthy
Livro lido 4°/Mai//26°/2018
Título: Todos os belos cavalos
Título original: All the pretty horses
Autor: Cormac McCarthy (EUA)
Tradução: Marcos Santarrita
Editora: @editoraalfaguara
Ano de lançamento: 1992
Ano desta edição: 2017
Páginas: 270
Classificação: ????????
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"Dentro do arco das costelas entre suas pernas o negro coração pulsava segundo a vontade de quem e o sangue latejava e as entranhas se mexiam em suas maciças circunvoluções azuis segundo a vontade de quem e os fortes ossos das coxas e joelhos e canelas e os tendões parecendo amarraa de linho que puxavam e dobravam e puxavam e dobravam suas articulações segundo a vontade de quem envolta e abafada na carne e nos cascos que abriam rombos na neblina rasteira da manhã e na cabeça virando de um lado para outro e no grande teclado escravizante dos dentes e nos globos quentes dos olhos onde o mundo ardia" (Posição no Kindle 2348/42%).
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Todos os belos cavalos, do escritor americano Cormac McCarthy, pode ser considerado uma obra prima. Ambietado na fronteira entre o Texas e o México, narra a história de John Grady Cole, que parte a cavalo com seu amigo e companheiro Lacey Rawlins para o território mexicano na metade do século, em busca de algo que o compense de duas grandes perdas: a desagregação familiar e a derrocada de seu ideal de tornar-se rancheiro como seus antepassados. Exímio cavaleiro, ele se vê domando potros selvagens numa hacienda mexicana, perdidamente apaixonado por Alejandra, filha do proprietário e lançado numa aventura sangrenta em que só os mais fortes sobrevivem.
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A vigorosa prosa de McCarthy eu já tinha experimentado em outro romance seu, "Onde os velhos não têm vez", igualmente excelente, mas bem mais sangrento e que trouxe de volta o gosto pelos romances western. Mas, diferente do anterior, "Todos os belos cavalos" vai ainda mais além, tanto na beleza em si, na construção de personagens fortes, cuja sabedoria adquirida com o trato com a terra e os animais não deixa de trazer profundas reflexões sobre a vida. O leitor como que fica encantado com a ligação entre homem e cavalo, numa harmoniosa co-existência.
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Todos Os Belos Cavalos é o primeiro volume da Trilogia da Fronteira, formada ainda pelos "A travessia" e "Cidades das planícies". Nesse primeiro volume são tratados temas como o desencanto com o sonho americano, a busca pela sobrevivência, a descoberta do amor e o amadurecimento de um homem, tudo isso tendo como pano de fundo a natureza selvagem na sua mais pura rusticidade.
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É um livro perfeito. Aquela agilidade nas frases que quem já leu algum livro do McCarthy saberá a que me refiro. Repleto de passagens que merecem ser destacadas, tamanha a sua beleza marcada pela dor, pelo desespero, pela resignação e pelo apreço àqueles que vão promovendo tanto encanto como são os cavalos.
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"Cavalgou com o sol acobreando-lhe o rosto e o vento rubro soprando do oeste a terra noturna e os passarinhos do deserto voavam chilreando entre as samambaias secas e cavalo e cavaleiro e cavalo seguiam em frente e suas longas sombras passavam engatadas como a sombra de um único ser. Passavam e empalideciam na terra a escurecer, no mundo a vir" (Posição no Kindle 5465/98%).
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Lopes 17/11/2017

Os belos cavalos que somem
“Todos os belos cavalos”, eis um belo e potente nome para um livro tão íntimo e peculiar, que provoca sensações perturbadoras, mas acalanta nosso ser ávido por uma arte mirabolantemente simples. Cuidar e domar cavalos, um animal dócil, que experimenta nas personagens um vislumbre, seja no sentido de poder, ou na rápida sensação de olhar as paisagens intactas que os afogam em secas miríades. É a fronteira espiritual, material e de espaço que o autor encrava o enredo da obra, faz surgir uma trajetória cunhada na esperança de se encontrar, dentre diversas aventuras violentas – as únicas possíveis, ali – e do condicionamento das relações que atormentam de forma exponencial. A melancolia brota na palavra que compartilha o título da obra - belos -, é através deste adjetivo que se encontra a fronteira mais branda e completa. O belo é a solidão do que se perde em todos os instantes pelo que sente e não existe materialmente, e mesmo assim buscamos e achamos em nossos silêncios. É o pessoal, construído com a unicidade de todas as turbulências que essa beleza melancólica pode ser sentida. Essa intimidade mútua revela um exterior paisagístico incrível – mais trabalhada em “Meridiano de sangue” -, que nos deixa perplexos ao nos distrairmos pelo que o espaço relativiza, é como se essas paisagens se soltassem do enredo, criando uma nova dimensão, que excede a linguagem e leitor, extraindo um sabor arenoso e cuidadosamente macio e ainda sim cruel.
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Ricardo Rocha 11/04/2017


Cormac deixou sua marca na literatura. Conseguiu a difícil proeza de ser Cult e comercial e acho que isso em muito se deve a seu estilo minimalista que transgride todas as normas porém com a virtude de não fazê-lo por alguma espécie de capricho porém com um fim bem claro antes o estilo servindo a uma força narrativa que se evidencia com a retirada de travessões e vírgulas. Pode parecer pouco mas faz um efeito Essa é sua maior virtude e também seu problema maior porque muitas vezes ele parece refém desse estilo; não coloca uma vírgula ou travessão onde poderia perfeitamente haver, para clareza e sem prejuízo da narrativa. Mas termina por não prejudicar o todo. Outra questão que eu poderia colocar são as histórias. Violência detalhada e amor apenas sugerido, por exemplo. Nove fora porém Todos os belos cavalos é um livro muito acima da média


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