Polliana 01/02/2021A sucessora (Carolina Nabuco)
Publicado: 1934
Numa narrativa intimista e psicológica, Carolina Nabuco dá vida a Marina, uma menina criada numa fazenda, que vive na calmaria do campo, onde se divide entre a literatura e a companhia da mãe e os escravos, numa época (pós) abolição. Marina mantém uma terna relação com seu primo, que após a imposição da sua mãe o jovem casal noiva. O destino de Marina muda, após a visita de um rico industrial, o Roberto Steen. Marina se apaixona pelo viúvo, e logo se casam.
Após a lua de mel, o casal retorna para a mansão na rua Paissandu, ao entrar Marina é surpreendida pelo quadro com a pintura da falecida Alice, uma bela mulher, ícone da sociedade carioca, admirada por todos, um sentimento de insegurança invade Marina, ao pedido de Roberto o quadro é retirado da sala principal, mas Marina não consegue viver naquele ambiente, acredita que a presença da falecida é muito viva por toda casa, tudo tem um pouco de Alice.
Mariana se sente sufocada com o estilo de vida dos amigos do marido, com as expectativas de preencher o lugar da falecida, tão esperado por todos, com a futilidade, se sentindo inadequada, acredita que nunca chegara ao mesmo patamar de Alice, procura um defeito na falecida, mas para todos, Alice era um exemplo de mulher, anfitriã e esposa, uma mulher bem resolvida, feliz e sem defeitos.
Gradualmente a Marina desenvolve uma obsessão pela figura da Alice, acredita ser observada pela morta, que a todo instante a falecida a julga e recrimina suas atitudes, lentamente percebemos uma tensão psicológica, que oprime a Marina, e sua vivência na mansão se torna insuportável.
A sucessora é um retrato da sociedade do seculo XIX, além das questões psicológicas, podemos ver uma crítica aos padrões imposto as mulheres e esposas, a situação das ricas famílias que declinaram com a abolição, e a situação dos escravos pós abolição, percebemos que a vida dos escravos ainda é desumana, tem uma crítica da influência da moda francesa, e uma tentativa de firmar uma cultura puramente brasileira.
Esta obra foi adaptado novela por Manoel Carlos, e foi exibida pela Rede Globo em 1978.
Recomendo, um excelente livro.
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