A Náusea

A Náusea Jean-Paul Sartre




Resenhas - A Náusea


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Nick 11/04/2015

Leitura Cuidadosa
Com certeza é um romance filosófico. Demorei um tempo para terminar está leitura, pois requer paciência e atenção e mesmo assim pode se tornar difícil compreender a mensagem. O protagonista parece ter uma mente perturbada causada pela solidão, a sua solidão também possibilita uma intensa comunhão com a existência, mesmo quando se trata de coisas simples. Não há uma história que se segue, você espera por isso no inicio do livro, depois percebe que não vai rolar, o que ele trás de fato são reflexões nauseantes sobre a nossa triste e mesquinha existência.
É um livro que eu pretendo reler algum dia, para extrair melhor a mensagem.
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Eduarda Sampaio 08/03/2014

Ótimo
Antoine Roquentin está escrevendo um livro sobre o Marquês de Rollebon, um personagem histórico. Para tanto, ele está residindo de forma temporária na cidade de Bouville, na França, e passa seus dias na biblioteca, na pensão em que está hospedado ou perambulando pelas ruas. Ele começa a escrever um diário quando percebe que algo estranho está acontecendo com ele: uma espécie de náusea que o invade e domina seus sentidos.

A Náusea é em parte um romance e em parte um tratado filosófico sobre o Existencialismo. A história de Roquentin nada mais é do que um pano de fundo para que Sartre explore as ideias que mais tarde ele aprofundaria em "O Ser e o Nada", seu livro mais famoso, o que torna A Náusea uma introdução perfeita para quem, como eu, nunca estudou a filosofia existencialista. A Náusea não apresenta as dificuldades terminológicas dos textos acadêmicos, mas pelo fato de boa parte da narrativa ser composta pelos fluxos de pensamento de Roquentin, a leitura é bastante desafiadora para um leitor que nunca teve contato com as ideias de Sartre.

Roquentin simboliza o ser humano que, por não saber o porquê de sua existência, sente-se isolado, angustiado e melancólico. A náusea que o personagem sente é uma incapacidade de sentir-se parte do mundo. Os objetos ao seu redor causam-lhe estranheza, a invisível passagem do tempo causa-lhe angústia e o contato com as pessoas soa-lhe artificial. Roquentin busca desesperadamente fazer parte do mundo em que se enconta inserido, encontrar um propósito para sua vida, mas se depara com um sentimento de profundo isolamento, chegando ao ponto de estranhar sua própria imagem refletida em um espelho, à semelhança do que acontece quando repetimos muitas vezes, em voz alta, uma mesma palavra, olhamos por muito tempo uma parte de nosso corpo ou pensamos conscientemente sobre nossa respiração.

Não é difícil para o leitor identificar-se com Roquentin, já que Sartre fala sobre sentimentos e sensações que todos nós, seres humanos, já vivenciamos. É fácil sentir-se parte do mundo quando estamos trabalhamos em algo que gostamos, quando estamos cercados de amigos e familiares ou quando estamos entretidos, mas com a mesma facilidade com que nos sentimos integrados nos bons momentos, nos sentimos isolados nos momentos de dificuldade ou tédio. Quando assumimos o papel do observador, o mundo parece não fazer sentido e questionamos o porquê de estarmos vivos e o que nos leva a continuar querendo viver. É comum esse sentimento nos momentos de luto e não causa nenhuma estranheza o fato de a filosofia de Sartre ter florescido justamente no pós-guerra, quando uma geração inteira questionava o propósito de tantas lutas, mortes, crueldade e injustiça.

A princípio, a filosofia de Sartre soa extremamente pessimista, já que para ele nossa existência não pode ser explicada. As vidas humanas não têm propósito algum. As ideias de Destino ou Deus são descartadas, já que "todo ente nasce sem razão, se prolonga por fraqueza e morre por acaso" (p.178). O cerne da filosofia existencialista é o fato de nossa existência ser anterior a nossa essência, ou seja, primeiro existimos e só depois damos uma razão para nossa existência. Essa ideia que à primeira vista parece aterrorizante tem a grande vantagem de libertar o indivíduo. Somos donos de nós mesmos e nossos valores e nossas vidas dependem apenas e tão somente de nós. O Existencialismo coloca o ser humano no centro, dando-lhe o poder de escolher seu próprio destino, mas dando-lhe também a responsabilidade de arcar com as consequências de suas escolhas. Com isso, a tão sonhada liberdade pode parecer um fardo, mas não deixa de nós permitir ser o que queremos ser.

Sartre também faz reflexões sobre o tempo. Roquentin percebe que a ideia de tempo é uma ilusão, que passado, presente e futuro sucedem-se sem intervalo e que nossas memórias não são confiáveis. Roquentin, por não possuir amigos ou familiares com quem compartilhar suas lembranças, sente ainda mais essa impossibilidade de apreender o passado:

O passado é um luxo de proprietários. (...). Não se pode colocar o passado no bolso; preciso ter uma casa, arrumá-lo nela. Só possuo meu corpo; um homem inteiramente sozinho, só com seu corpo, não pode reter as lembranças; elas passam através dele. Não deveria me queixar: tudo o que quis foi ser livre (p. 92).

Mais do que um livro para ser lido, A Náusea é um livro para discutido, o que torna essa leitura compartilhada ainda mais instigante.

site: http://maquiadanalivraria.blogspot.com.br/2014/03/a-nausea-jean-paul-sartre.html
Vitor Hugo 23/03/2016minha estante
Separei hoje o livro para ler. Sua resenha me deixou com mais expectativa. Parabéns.




Marcelo 27/01/2014

Só os indispostos verão A Náusea
A Náusea de Sartre é o enjoo diante do sentido, do vidro que se fez carne, da carne que se fez sangue, do sangue que mostrou seus "pés de barro".

Mas quando o cadáver está prestes a entregar seus ossos, acaba por descobrir que o seu destino pode vir parar em suas mãos, desde que aceite que está "condenado a ser livre". Aí, o corpo se recompõe, a vida respira, um novo ar se descortina: eis que o brilho do sol encontra uma página em branco para refletir o amor do existir.
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Digo SJC 09/10/2013

Muito bom!
Para quem lê o livro esperando uma aventura emocionante certamente se decepcionará, agora para quem se vê em vários momentos pensando no sentido da vida e no mistério da existência, o livro é muito bom e gostoso de ler;este é o meu caso.

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Ricardo 13/10/2012

Excelente!Antoine Roquentin e Meursault, de O Estrangeiro,os heróis existencialistas fraceses!Não foi uma leitura fácil, já que tive que ficar parando toda hora pra refletir as frases que tinha acabado de ler.Mas no fim,tudo vale a pena. Ou melhor,seguindo o pensamento de Antoine, nada vale a pena.Dos 3 que li do Sartre,esse foi o melhor.
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Marcone 21/08/2012

A Náusea, Jean-Paul Sartre

Um bom livro, nada além disso. Nenhuma grande contribuição para a literatura, mas uma narrativa regular e uma boa estória, cujo maior valor seja, talvez, a exposição das ideias que o autor viria explorar em sua filosofia existencialista. Narra as desventuras e as observações do protagonista, que termina por encontrar na arte a sua tábua de salvação.
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nanda 17/01/2012

sartre apenas é...
a náusea, de sartre, é, sem dúvidas, um dos melhores livros que li.

sua personagem principal, roquentin, homem em estado puro, revela ao mundo suas impressões através das palavras escritas em seu diário.
há uma rutura que alcança roquentin e o leva a sentir-se metamórfico a medida que entra em seus dias.

é tão importante esta relação que sartre nos mostra com seu personagem entre seu cotidiano e a chamada 'náusea', que passamos também a nos identificar com roquentin.%0
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Jéssica 06/04/2011


Há livros que não me proporcionam leituras, mas encontros.
Quando isso acontece deve se manter o silêncio, para que a mágica não se quebre.
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Namelass 06/06/2010

Não vou fazer resenha, só comentar.
Terminei de ler ontem à noite. Ainda estou meio depressivo. De vez em quando vou ao banheiro, olho no espelho para ver se não sou uma árvore ou se minha língua não é uma sentopéia.
Está pensando em ler? Se joga!
É do tipo de livro que faz você mudar a forma de encarar a vida.
Luna 27/06/2020minha estante
Nota pós-livro: fugir de espelhos


Antonio.Carlos 06/06/2021minha estante
Acabei de reler! Realmente é incrivel!


Marcos.Azeredo 03/11/2021minha estante
O filósofo que mais gosto, e um dos meus escritores preferidos.


THALES76 24/09/2022minha estante
To pensando em ler. Já li "A idade da razão", e me fascinei pelo existencialismo.




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