spoiler visualizarricardinho 20/05/2024
Sarcástico...
As obras de Chesterton são tão paradoxais quanto o escritor, sendo a leitura fácil, mas compreensão complexa e densa.
Ortodoxia não é diferente e, nesse livro, de forma sarcástica, procura responder aos seus críticos sobre a sua fé e conversão. Aos egocêntricos da escrita e da fé, fala que autoconfiança é uma das características mais comuns dos fracassados, os criticando não tão sutilmente e os comparando aos loucos por estes perderem tudo, menos a razão. Ao mesmo tempo, usa os contos de fadas para dizer que mesmo que um coisa não faça sentido, não deixa de sê-la simplesmente por não poder ser explicado.
Quando ele diz: "As coisas comuns a todos os homens são mais importantes do que aquelas que são peculiares apenas a alguns.", está fazendo uma crítica aos pensadores progressistas que querem dominar o mundo com as ideias que são importantes aos seus círculos, e não ao interesse maior. Nos dias de hoje, com certeza, seria "cancelado" bem antes de pronunciar tal afirmação e condenado pelos "inteligentinhos" (peço licença a Pondé) ao afirmar que, democraticamente, as coisas mais importantes deveriam ser controladas pelos homens comuns: a procriação, a educação dos jovens e as leis do Estado, contrariando o "Grande Irmão", como diria Orwell.
Quem, também, não gostará do livro são aqueles que amam em quantidade, pois, estranhamente, se sentirão castrados com a fala:
"A poligamia é a falta de realização do sexo..." e os críticos do catolicismo por não entenderem que esta religião é o equilíbrio dos paradoxos, como pode ser visto ao defender família e celibato.
Portanto, obra indicada para alguns, pois nem todos têm estômago, ou consciência, para verdades. Finalizo com a frase enigmática e chestertoniana: Não leia sobre o Novo Testamento; leia o Novo Testamento.
site: @photobrincando