RaissaBDA 19/03/2023Preferia não fazê-loNovela curta, do mesmo autor de Moby Dick, cheia de significados e metáforas por trás dos comportamentos dos poucos personagens, em especial do próprio Bartleby.
A trama é narrada em primeira pessoa por um advogado respeitável de Wall street, cuja a rotina de trabalho é pacata, apesar das peculiaridades dos seus auxiliares. Até que o mesmo resolve contratar um novo copista (estamos na wall street de 1800), Bartleby.
De comportamento incansável no início, o copista passa a adotar uma atitude de revolta passiva e aplicar o bordão ?preferia não fazê-lo?. Inicialmente para trabalhos, passando a situações cada vez maiores e absurdas, que não vou contar para não estragar a surpresa do livro.
É difícil não contar o final nesta resenha, pois as atitudes de negação de Bartleby são a fonte da reflexão. O que o levou a negar tudo? Liberdade? Sensação de aprisionamento? Traumas? As interpretações são múltiplas.
De um início cômico, a pequena novela mexe com nossos sentimentos, passando ao trágico por fim. Recomendo fortemente que tirem uma tarde para serem absorvidos por essa tão peculiar história.