estevão 21/01/2018
Não é um livro distópico de ação (talvez seja uma resenha pouco grande. Mas tem tópicos, tópicos são legais)
(ATENÇÃO, o texto contém alguns(ou muitos) vícios de linguagem internetês, caso vc seja sensível)
Não é um livro distópico de ação, porém não tem problema nenhum em não ser. Eu particularmente estava acostumado com essas distopias mirabolantes q foca muito no "futuro" e pouco no personagem. Então tenho em mãos Delirium. Q já havia me conquistado pela capa e posteriormente pela história. Essa obrigatoriedade de ação numa distopia é quebrada pela Lauren quando ela decide usar o ambiente futurista como plano de fundo para nos contar um romance.
*Sinopse*: faz tempo q eu li esse livro então coisas já me fugiram da memória, mas o básico é: em uma sociedade futurista e utópica, o amor é considerado uma doença, e aos 16/18 anos( não lembro) os jovens são obrigados a tomar a cura. Lena se aproxima da idade de finalmente tomar a cura, ela está ansiosa, porém o q ela não contava era q algumas semanas faltando pra finalmente ser curada, ela se apaixona. Lena então passa por conflitos internos tremendos sobre oq é certo, oq ela deve fazer e ainda conviver com o estigma da sua falecida mãe, o que Lena vai decidir fazer?. Parece clichê, talvez realmente seja, mas eu curti.
*Tema*: bom, esse tema foi um dos motivos tmbm a me atrair. Uma sociedade futurista que acredita q o amor é uma doença(e assustadoramente eles tem argumentos) e as pessoas devem ser curadas, elas fazem isso por vontade própria graças a lavagem cerebral q o sistema faz desde sempre, e a menina acaba "contraindo a doença" e percebe que é muito bom, porém ela acredita q é errado e é um conflito forte q ela tem sobre isso, ela fica na dúvida se quer acabar com aquele sentimento maravilhoso ou se faz oq é considerado certo e apagar o sentimento. Eu fiquei super conflituoso junto com a personagem pq o livro levanta questões q tu fica refletindo sobre amor, o mal que ele causa(ou não), os efeitos positivos se ele fosse exterminado, o abrir mão de algo tão bom para um bem social, e por fim, a grande questão da lavagem cerebral, que o personagem, e você entende ele, passa e supera.
*Escrita*: já começo confessando que como eu tava acostumado com a ação e tudo, eu achei um pouco arrastado, demora muito pra acontecer coisas até q eu aceito q é um livro pra contar uma história de romance e não uma revolução, a partir daí comecei a ler o livro em paz. Uma coisa q eu adorei na escrita da Lauren já começa pelo jeito q ela nos apresenta a crença dessa sociedade sobre o amor e a cura, ela realmente chegou a pontos de me convencer q o amor deve ser aniquilado. A descrição que ela faz não é muito crua nem muito exagerado, e destacando algumas descrições que ela fez de um jeito genial foi quando fala do "cinza", da "doença" e da "música", assim como tmbm de alguns lugares que eu fiquei tocado.
Já Juntando o tópico de *ritmo* aqui, como eu disse pra quem quer ou tá acostumado com ação o tempo todo, vai ser cansativo.
*Particularidades*: cada capítulo inicia com uma frase incrível, eu n lembro direito de onde elas vinham, mas a maioria eram tiradas da própria mitologia da história, cada quote um tiro. Ficava ansioso pra terminar o capítulo pra ler o quote do capítulo seguinte.
*Personagens*: não posso me demorar aqui pq como eu disse n lembro muita coisa, mas os personagens não são um porre, a principal da até um desconto pq fizeram a lavagem cerebral nela e ela é super ingênua ou resistente às coisas q tão acontecendo, porém ela n fica assim, ela cresce durante a história e tu acompanha isso. O par romântico eu tenho a vaga lembrança de ser um pouco clichê, mas não demais, da pra gostar e simpatizar com ele, tanto q no final eu simplesmente já tava super gostando personagem, n lembro o motivo kkkk, mas a minha favorita é a amiga da Lena.
*Desfecho*: acontece algumas reviravoltas pequenas durante a história, e a do final, comparado com as outras distopias, não é super fantástica, apesar q eu gostei. Bom vou explicar. - não tem spoilers - como eu disse, o ritmo da narrativa é bem leve, simples, nada de mirabolante e isso q fez o final ficar bom, pq tu acostumou ali naquela leveza e segurança q a história da, que no final uma considerada ação simples ou levemente um perigo faz parecer na narrativa uma grande coisa. e isso não só para o final mas para o livro em si, foi genial, pq estamos acostumados a personagens e histórias q toda hora tem uma explosão, o personagem é estranhamente forte e indispensável q chega falta sair fogos de artifício nas costas toda vez q ele faz alguma coisa, ai chega a Lena, simples e facilmente nos representa, a ação final dela comparado com muitos livros aí poderia ser considerado besta, mas é uma ação e situação que eu poderia estar ali e fazer tmbm, é muito real a situação toda, eu pelo menos senti isso, não foi fraco, foi razoável de acontecer e de eu estar ali, a vulnerabilidade que ela mostra conecta com o leitor e isso é um fator importante, a conexão com quem lê. Vc fica ali desesperadamente torcendo por ela pq vc vê q a bixinha é tão fraquinha em uma situação tão "considerado facil de se resolver" que fica bem realista e talvez ela não consiga se safar, ao contrário de outros personagens de outras histórias q tu já sabe q vai da certo pq o personagem tem "poderes"
Já me falaram que nos outros livros isso se perde, eu espero que não, só lendo pra saber, essa impressão então fica pelo menos nesse livro, mas acho q permanece.
Eu adorei muito o livro e tenho arrepios e sensações boas quando lembro dele. Não sei se é por que na época eu estava num pós operatório e o efeito dos remédios me deixaram dopado combinado com a leitura deu uma experiência"singular" e no caso memoravelmente positiva, ou se o livro é realmente bom mesmo, um dia vou reler pra tirar essa dúvida, mas até o momento o livro é fantástico e amei a experiência a ele me proporcionou, até hoje a cena da praia e da floresta foram 10/10.