Juliana
28/05/2014Muitas perguntas para poucas respostasQuando ouvi falar de um livro espírita que tratava de sexo, erotismo, traição, relacionamentos, ele muito me interessou. Afinal de contas, muitas religiões veem esse assunto como pecado/ tabu, algo a ser reprimido da natureza humana. Então ter a espiritualidade falando de algo tão comum e importante na nossa vida quanto o sexo seria muito significativo. Mas a ideia foi muito boa, a confecção não tanto. Diante tópicos sobre homossexualidade, traição, atração física, desejos sexuais tudo o que vemos é uma redação rebuscada que parece tentar esconder que em nenhum dos temas teremos qualquer aprofundamento. O tempo todo se nota que uma leve pincelada do assunto é feito e o lugar comum “devemos procurar o angelicalismo/ melhoramento/ burilamento dos nossos atos/ pensamentos/ impulsos sexuais”.
Homossexualidade: além da já conhecida explicação de que este “fenômeno” é causado, não sempre, mas pelas sucessivas reencarnações que ora se dão em um gênero e ora em outro e que o espírito seria, basicamente, bissexual, nada mais é dito. E há muito para se falar sobre esse assunto.
Há muito o que se falar sobre casamentos, namoros, abortos, gravidezes... Toda uma temática que fica apagada pelo excesso de formalismo e o compromisso de não afirmar muita coisa.
Seríamos menos religiosos e evoluídos se pregássemos a importância de uma vida sexual saudável? De que o ato sexual, a sexualidade entre duas pessoas do mesmo sexo não tem nada de errado?
O livro é uma oportunidade perdida de se posicionar de forma mais humana, aberta, moderna.