A Fera na Selva

A Fera na Selva Henry James




Resenhas - A Fera na Selva


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Natalie Lagedo 19/04/2017

A Fera na Selva está ecoando em minha mente desde o fim da leitura. O enredo se desenvolve com requinte e ao mesmo tempo simplicidade. Parece ter existência autônoma, sem interferência humana na criação, um deleite para quem lê.

John Marcher acredita que um grande acontecimento marcará sua vida. É algo único e que não se sabe o que é. Eis o segredo, que é apenas partilhado com May Bartram, sea melhor amiga. Eles estabelecem uma amizade ainda na juventude, com o objetivo quase que exclusivo de que ela será sua cúmplice e guardiã. Os anos passam e a velhice se apresenta a ambos sem que o momento esperado e decisivo venha à tona. Marcher, apesar de julgar a si com um enorme diferencial diante de todos, procurou levar uma vida comum para manter as aparências, até que Miss Bartram o coloca de frente à verdade, obrigando-o a refletir e repensar tudo o que (não) fez até ali.

Este foi o meu primeiro contato com Henry James. Os flashbacks e o discurso indireto trazem os personagens para perto. Sugere mais do que efetivamente diz, abrindo um leque de possibilidades de interpretação. A progressividade no entendimento do enredo é constante. Até os personagens vão descobrindo os fatos pouco a pouco. A impressão é que o autor se deixou levar e também ia descobrindo o passo seguinte conforme a estória ganhava corpo, mas isso é só um palpite, pois sua intenção real é latente.

"Alguma coisa estava lá, a esperá-lo, nas curvas e torneios dos meses e dos anos, como uma fera à espreita na selva. Pouco importava se a fera na tocaia deveria matá-lo ou ser morta. O ponto definitivo era o bote do animal." O momento ideal. James traduziu o sentimento de expectativa por algo desconhecido e indelével que ronda o meu ser com a precisão do bote felino. Com absoluta certeza é um dos melhores livros que já li.
Nanci 19/04/2017minha estante
Ótima resenha, Natalie. Eu adoro esse livro - li no original e nessa versão traduzida (pretexto para a releitura ;)


Natalie Lagedo 19/04/2017minha estante
Obrigada, Nanci! Se ele é maravilhoso em português deve ser ainda mais incrível em inglês. Fernando Sabino, na introdução, disse que foi muito difícil encontrar termos e expressões que conseguissem transmitir com exatidão o texto original. Provavelmente vou fazer muitas releituras dele, como também de Uma Criatura Dócil, de Dostoiévski.




Eclipsenamadrugada 02/08/2021

O distraído
Assim como existe o amor à primeira vista para os dois, ali com certeza haverá felicidade.
Quando existe amor à primeira vista só por um dos personagens, ali existira sofrimento as vezes para os dois, e quando o outro perceber que sua alma gêmea é aquela pessoa que sempre está a seu lado, que entende as suas desventuras e o apoia em todas as suas aflições. Pode ser tarde demais. Narração de Paulo Bete Muito boa... ( creio que é assim o nome dele )
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Celso Filho 23/02/2024

Intrigante
"A fera na selva" é um livro curto, de menos de cem páginas, que parece que cada vez que você lê e pensa nele ele vai duplicando o conteúdo potencialmente discutido.

A história do livro tem uma premissa muito simples: após dez anos, John Marcher se encontra com May Bartram, uma conhecida para qual ele tinha revelado um grande segredo: de maneira súbita e inesperada, ele esperava que acontecesse um evento tamanho em sua vida que a mudaria para sempre. Essa expectativa corrói a alma do personagem de tal forma que ele simplesmente congela para a tentativa de realizar qualquer coisa que poderia fazer, pura e simplesmente por esse medo do desconhecido, ou dessa "fera na selva", como ele mesmo chama.

Surpreende John que tenha contato pensamentos tão íntimos para essa mulher, assim como nos surpreende como aquilo pode realmente causar esse prejuízo na qualidade de vida daquele homem. Mais ainda quando ambos (nós e a personagem principal) vemos que May decide esperar com esse homem o ataque dessa besta, e a partir desse ponto desenvolvem uma forte amizade e ver-se regularmente.

Como qualquer outro livro dessa estirpe, as possíveis interpretações são as mais diversas e ainda quando o livro é tomado a "face value", ainda há muito o que ser extraído aqui. Particularmente, apesar de ser curto, James tem uma escrita que por algumas vezes pode se fazer com que o autor se perca nessa selva literária, visto que existe uma forte presença da voz de John, que se mistura muitas vezes com a própria maneira que o autor encarava sua vida.

Como o livro tem uma maneira de narrar de aspecto bem autoral, muito provavelmente há alguns detalhes interessantes que podem ser extraídos a partir da leitura da obra no original em inglês. Tem valor o suficiente para eu considerar em um momento futuro, ou para recomendar inicialmente que alguém já procure essa edição.
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Mariana 01/02/2022

egocêntrico
uma agonia muito grande o livro girar em torno de um homem que não tem noção de si e é descaradamente egoísta. mas entendo que disso se tira as melhores análises, aquelas pausas pra respirar e pensar...
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Joy 27/11/2023

Uma narrativa que nos convida a refletir sobre o egoísmo, o amor, as relações humanas e o destino. A escrita é envolvente e concisa, de forma que acabamos formando um laço de identificação com as personagens e enquanto a narrativa vai se transformando e o tempo passando, conseguimos perceber as transformações ocorridas em ambos, apesar do autor não indicar precisamente quanto tempo se passou.
Esse é um livro relativamente pequeno, mas muito interessante e foi o primeiro contato que tive com a escrita de Henry James. Descobri o livro a partir da menção dele em "Dentro de ti ver o mar" da Inês Pedrosa e apesar de ter uma ideia do que se tratava, me emocionei bastante com a escrita do autor e as temáticas que ele se propõe a abordar. Vale a pena a leitura
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Andre.Santana 31/01/2022

Quem não sabe o que procura, quando acha não encontra.
O protagonista John Marcher é um homem sensível que gosta de poesia e arte e a sua história começa quando ele reencontra de forma inesperada a sua antiga amiga May Bartram para quem em ele havia contado à muitos anos atrás o seu importante segredo. Esse reencontro reaproxima os dois, principalmente porque é ela quem lembra ao Marcher do seu segredo.

À partir daí ele demonstra interesse em se aproximar dela e em alguns momentos, a medida em que a reaproximação cresce, Marcher quase se predispõe a efetivamente conhecer, a compreender sua amiga, mas quase sempre ele acaba dominado pelo seu segredo, pela espectativa que ele tem de está sempre esperando a fera que vai saltar da selva e derrepente mudar radicalmente a sua vida.

Os encontros entres eles ficam cada vez mais frequentes e o Marcher nunca deixa de ser um cavalheiro, um homem de boas maneiras.

Lentamente nós vamos percebendo o quanto ele é egoísta. Na verdade o Marcher concede migalhas de atenção para a sua amiga, mas faz isso acreditando estar sendo generoso, no fundo se trata de um homem preso aos seus próprios sentimentos, um homem que só consegue amar à si mesmo.

No que se refere a May Bartram é uma mulher justa e serena que ama o Marcher apesar de todas as limitações que esse homem infeliz demonstra. Ela dedica a sua vida a proteger o Marcher de si mesmo. Essa foi à sua prova de amor, um amor para o qual o Marcher só vai acordar com grande atraso.

É um livro em que o protagonista fica à espera de algo acontecer e como ele não sabe o que esperar as coisas vão acontecendo e ele não percebe. Enquanto isso a vida passa.

Uma situação bem comun à todos nós que estamos sempre criando espectativas e esperando que algo aconteça para mudarmos nossas vidas, tipo passar em um concurso, conseguir um emprego, arrumar uma namorada, ter um filho, etc.
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SamuellVilarr 09/09/2021

A Fera na Selva, Henry James.
A novela A Fera na Selva é um escrito de Henry James em que os personagens principais, dois, uma mulher e um homem, se entrelaçam em sua relação de uma maneira em que a narrativa discorre da consciência de um mistério aparentemente insolucionável entre os dois e a busca incessante envolto de um autoquestionamento em que os personagens, diante de suas inquietações, demonstram ter. Assim, tal questão citado anteriormente de tamanho mistério se revela como uma representação de uma fera, a mesma que por algum motivo está obscurecida em todo percurso da narração (a selva), assim descobriremos, ou não, ao final, que podemos interpretar como uma revelação ou uma questão de delírios que trancorreram e que impediu o personagem de apenas discernir ou observar a questão que tanto lhe incomodava, assim também com o leitor. É impressionante a maneira com a qual ele (o escritor) redige sua narrativa, abrindo passagens e lacunas para explorar profundamente sua narrativa, este é um daqueles casos de livros curtos que tratam de temas profundos e que buscam alimentar uma perspectiva de maneira que ele seja de alguma maneira, apreciativa por sua qualidade e ao mesmo tempo concisa.
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Nat 17/09/2020

O que eu imaginei do livro desde o início foi tudo o que aconteceu; ainda assim foi uma escrita boa.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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de Paula 16/12/2021

Ser predestinado a algo extraordinário, ainda que desatento
Com o título do livro imaginava que Henry traria uma aventura na Índia ou na África, como muitos autores contemporâneos seus adoravam fazer, mas ainda bem que estava enganada - não sei se estaria pronta para outro no Coração das trevas. Mesmo não tendo este tipo de temática, não quer dizer que em poucas páginas James não soube cutucar a ferida onde dói e tenho que confessar que adorei a leitura.

Este é o meu segundo contato com o autor, o primeiro foi com a Outra volta do parafuso, onde me deparei com essa escrita nada clara, cheia de nuances e informações nas entrelinhas, que causam certa angústia no leitor de tentar entender o que está acontecendo, ao mesmo tempo que você não consegue desprender da história até chegar ao fim dela. Esse é o estilo pessoal do Henry e por vezes afasta alguns leitores por conta dessa experiência mais truncada. Confesso que sofri um pouco com a Outra volta do parafuso por estar desacostumada, mas A Fera na Selva me ajudou a quebrar essa impressão.

A história conta sobre o personagem John, que tem a convicção que nasceu para um evento extraordinário e comenta isso com uma jovem em uma viagem à Itália dez anos antes do início da narrativa. Eles se reencontram numa exposição e May questiona se a situação tão aguardada já aconteceu. Ele afirma que não e ela decide fazer parte da vida dele para presenciar quando tudo acontecer.

O que deixa o leitor confuso em meio a essa história é o fato de que as páginas passam e não descobrimos o que é esse bendito momento, assim como o próprio protagonista. Eles envelhecem e May descobre o que é o evento e confessa a John que já passou. Infelizmente, ele a perde antes de conseguir com que ela confessasse a verdade e isso o corrói por muito tempo.

May o protegeu, fez dele um homem comum aos olhos da sociedade, suportou os escândalos que envolveram o nome dela, uma mulher solteira amiga de um homem solteiro na era Vitoriana (mesmo que a publicação tenha sido em 1903, Henry foi um homem desta era), tudo para estar ao seu lado quando ele enfim se desse conta do evento extraordinário. Às vezes o ego não nos deixa ver o que está na frente dos nossos olhos.

John só compreende o grande evento para o qual estava predestinado anos depois dele acontecer, quando já tinha perdido tempo demais permitindo que a vida fosse uma selva fechada intransponível, mesmo com a fera o espreitando a vida inteira.

É um livro sobre a nossa mania de ser humano de se sentir especial demais, de achar que foi predestinado a grandes coisas, que algo extraordinário está no caminho e assim deixa de viver, de olhar o mundo, tão preso ao pedestal do ego e do orgulho. As coisas comuns podem ser extraordinárias, desde que você saiba vivê-las e coisas incríveis podem passar desapercebidas por quem não sabe viver. Não tem nada de ruim ser comum, é bom, importante, saudável e necessário para nos fazer humanos, o resto é megalomania.

Um ótimo livro para refletir sobre o que temos feito com as nossas vidas esperando por um momento extraordinário que pode ser algo comum que muda a nossa vida, se permitirmos. Vale a leitura!
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PriFerraz 16/02/2024

Essa é uma obra da qual eu não desejaria viver a vida dos personagens. Refere-se a um desperdício de uma vida inteira e leva o outro junto a esse desperdício. De tanto esperar que finalmente a "fera" chegou e o resto é silêncio.
Que leitura, recomendo muito.
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Rodolfo Vilar 16/02/2024

? considerado como uma novela, a obra de Harry James conta a história de John Marcher, um não tão jovem que durante um passeio pelas residências de um amigo reencontra uma velha conhecida, onde após o momento de relembrar o passado essa jovem chamada May Bartran o confessa que ele também o confessou contar um de seus maiores segredos, o que faz com que essa percepção da confiança o leve a crer que essa senhora sempre foi de sua confiança. enquanto essa relação entre os dois cresce, May propõe que ela possa continuar sendo sua amiga para conseguir ver o segredo de John tornar-se realidade para. o grande mistério é que esse segredo será uma grande revelação que está pra acontecer em sua vida.

? durante o correr dos anos, enquanto visitas, passeios e confissões acontecem entre os dois, percebe-se que ambos esperam esse ?fato? acontecer: ele à espera de sua realização, ela dando sua vida e seu tempo para acompanhar seu companheiro. conforme vamos lendo, percebemos que a relação dos dois começa a criar laços mais fortes, porém o egoísmo de John o cega ao ponto dele não enxergar a sua vida que se desenrola diferente da May, essa que se entrega a uma relação que parece, e de fato é, unilateral.

? Harry James cria no fim do século XIX uma das maiores histórias sobre o amor e suas percepções, sobre como esperamos tanto da vida e esquecemos do principal: viver. ?A fera na selva? é nada menos que uma metáfora sobre esperar daquilo que está para para acontecer, o bote que não sabemos quando pode surgir. essa percepção para John pode vir tarde demais, mas não se pode ignorar o quanto o tempo é inexorável e cobra seu preço com juros.

? outra leitura que fiz há um tempo atrás foi do livro ?Deserto do tártaros? de Dino Buzatti. não há como não lembrar dessa obra após a leitura de a ?A fera na selva?, não pela semelhança nos enredos, porque não há, mas sim a temática que nos reflete sobre a vida, a espera pelo que pode acontecer e que deixamos de viver nessa expectativa que se torna tão falsa. ambos os livros, como suas personagens, nos marcam profundamente, principalmente no momento em que entender a vida requer paciência.
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Marina 19/04/2021

De tanto esperar, passou
Esse é um livro que você vai lendo aos poucos e consumindo cada palavra com muita calma. O jeito que o autor cria essa história e forma esses personagens é incrível. Fiquei completamente apaixonada e tocada pela história, sem dúvidas se tornou meu livro preferido.
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Andre 15/08/2022

???????
Muitas camadas...... Clichê? Pode ser....
Livro intrigante, leitura muito densa; tem de se debruçar realmente na estória senão se perdem muitos detalhes...
Ao final alguém pode perguntar: quem ou o quê é a fera? qual a selva em que o protagonista está metido?
Aí me vem a mente também que todo o autor coloca algo de si em suas estórias. Então, pelo que passara Henry James? O que lhe foi a vida: tédio, melancolia, dificuldade de adaptação, gênio incompreendido?
Aliás, outras coisas me surgiram durante a leitura: as relações; como de repente se pode estar envolvido numa relação talvez pela simples sensação de que ela dá sentido a própria falta de sentido.
Bem, leiam! Em que pese o humilíssimo comentário, o livro é muito bom; a leitura como disse pode parecer densa e pesada como um filme do Bergman, mas superado isso a experiência valerá a pena.
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livi123 24/07/2022

Que eu me lembre essa foi minha primeira experiência com novelas e a meu primeiro contato com Henry James.
Achei a estória agonizante, bonita e o personagem central egoísta. Nos faz refletir que, muita vezes aquilo que buscamos está a nossa frente e não enxergamos.
" 'Eu ainda viveria por você - se pudesse." Seus olhos se fecharam por um instante, como se, recolhida em si mesma, ela estivesse, pela última vez, fazendo uma tentativa. "Mas não posso!", disse, ao ergue-los de novo, para se despedir dele."
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Janaina 09/01/2023

Me surpreendeu muito
Não achei um livro muito fácil de ler no início, a forma que o escritor narra a história me fez demorar algumas páginas para me adaptar ao estilo, mas a leitura vale muito a pena.
O livro conta a história de um amor que é concretizado pela metade, sem acontecimentos grandiosos, mas que nos intriga a saber o final da história de pessoas comuns.
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