Rai 07/05/2024
Um lembrete sobre a brevidade da vida
Normalmente, vivemos nossas vidas despreocupadamente como se não fôssemos morrer. Quando alguém morre, a gente até fica triste, mas dificilmente encaramos aquela situação como um lembrete de que nós também vamos morrer. Afinal, morrer quebra o nosso ego, é algo que nos diz que nós não somos especiais para o universo, mas sim somos apenas animais, assim como qualquer outro, que terão de morrer para que o ciclo da vida e dos elementos aconteça
Da mesma forma que a maioria de nós, Ivan Ilitch também vivia a sua vida como se não fosse morrer. Ele era ambicioso e se preocupava demais com a opinião alheia, sobretudo com a opinião fútil de pessoas da alta sociedade, pessoas que nunca se importaram com ele genuinamente. Ivan Ilitch não tinha um relacionamento saudável nem com a esposa nem com os filhos, tudo era superficial e seu trabalho era usado como refúgio para não ter que lidar com a família. Ivan Ilitch passou superficialmente pela vida: ele estudou, trabalhou num bom emprego, se casou, teve filhos e fez ao máximo para ser bem visto socialmente, porém, mesmo que ele tenha acumulado alguns sentimentos bons e algumas realizações, Ivan Ilitch nunca encontrou um propósito genuíno, não aprofundou suas relações e, inúmeras vezes, deixou de ser ele mesmo para corresponder às expectativas alheias, que eram fúteis e vazias de significado verdadeiro
Para mim, esse livro representa o caráter de urgência que a vida tem. É preciso que sejamos nós mesmos, que busquemos o nosso sentido individual para a vida e que esse sentido nos preencha e nos torne felizes, além de cultivar boas relações com as pessoas e, principalmente, valorizar as pessoas que sempre tão ali conosco, torcendo por nós e nos amando. Porque, mesmo que o nosso cérebro negue, vai chegar um momento que a morte vai bater na porta, e o desespero de se sentir como Ivan Ilitch por ter tido uma vida vazia de significado é terrivelmente deprimente. Com certeza vou lembrar desse livro para tentar construir minha melhor versão, porque, se vamos morrer, é apenas isso que me resta