Ãlisson 24/01/2022
"Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer".
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Dôra, Doralina é a protagonista dessa obra fascinante. Em mais um romance Rachel de Queiroz presenteia o leitor com uma personagem feminina extremamente verdadeira. Aqui acompanhamos a história de uma menina até a vida adulta. Dôra nasceu no interior do Ceará em condições privilegiadas, numa fazenda cheia de criados e farturas. Órfã de pai desde cedo, foi criada pela mãe, uma viúva amargurada que administrava a fazenda da família à mãos de ferro. Com uma relação pouco amigável com a mãe, rodeada de escândalos, Doralina decide se aventurar na cidade grande. A partir de então, podemos acompanhar a emancipação e as descobertas de uma mulher que decide viver sua vida fora dos padrões dos quais foi criada.
A presença de uma linguagem regionalista, o contraste entre o sertão e a cidade grande e as constantes transformações da protagonista, são pontos fortes da narrativa. Um romance que flui com naturalidade e nos conquista.
Encantador e prazeroso.
Dôra, Doralina (1975)
Rachel de Queiroz