Fabi 19/11/2016
Poderia ter sido melhor... e mais curto.
É uma grande saga, mas confesso que não terminei com tanta empolgação do mesmo jeito que comecei.
As situações e diálogos e reflexões por muitas vezes se repetiam e pareciam se arrastar como se eu estivesse no país das fadas.
Apesar do extremo poder dado às personagens femininas, por muitas vezes, elas me pareciam criaturas extremamente egoístas, irritantes, pirracentas e que justificavam todas as suas ações por vontade da Deusa. Ou então, eram criaturas apáticas, guiadas por um instinto feminino primário de casar e ter filhos – o que é perfeitamente compreensível em se tratando da época na qual a saga é narrada.
Eu ficava pensando no que estas mulheres tão poderosas fariam se realmente chegassem ao poder. Aliás, que poder é esse que elas tanto queriam ter? O Arthur já reinava tecnicamente por influência das mulheres (ou da Deusa), que raios mais essas mulheres queriam? Que todos se curvassem perante ao domínio de Avalon? Só porque a tida religião mais antiga era a certa?
Fato é que os braços do Cristianismo estavam se espalhando e Dona Morgana não aceitava e tinha crises de pirraça ridículas quando se via em uma conversa minimamente técnica com o Merlim Kevin.
Para mim, ele era o personagem mais centrado da saga. Soube perfeitamente observar a passagem do tempo e as modificações na sociedade e crenças. E, se pararmos para pensar um pouco, é exatamente isso o que acontece hoje em dia. O que estudamos como mitologia grega ou romana, era o vivido na época, religiões vivas.
O que dizer de Gwynevere? Sem dúvida a personagem mais irritante da saga, mais ainda do que Morgana. Esse medo paralisante de descampados deveria ter uma justificativa psicológica muito forte, mas que em nenhum momento foi abordado. Uma criaturinha frágil, egoísta, manipuladora e que ficava pensando a todo tempo se seria castigo de Deus ela ser estéril. Ah... faz favor... Se a história fosse realmete contada como deveria ser ela tomaria um pontapé do Arthur nos primeiros 5 anos de casada; onde já se viu um rei sem herdeiros? Vejam bem, eu estou refletindo uma postura da época! Esse era o padrão e o cara viver esse tempo todo com uma mulher que não dá frutos e ainda por cima sendo corno foi demais para o meu coraçãozinho.
A personagem mais interessante de todas as mulheres é, sem dúvidas, a rainha Morgause. Desde descrita na casa de Igraine, é ela quem dá a dose de malícia, espírito livre, poder e astúcia de uma mulher naquela época. E seu final é bem interessante, diga-se de passagem. O choque de realidade que ela tem é exatamente como o nosso nos dias de hoje. Palmas eternas para ela..
Enfim, no geral eu gostei, mas confesso que a maioria dos personagens me decepcionou ao longo da história e, na minha humilde opinião, a coisa poderia ser bem mais enxuta.