Carol 20/01/2020
É interessante notar como as personagens são retratadas de forma tão diversa pela autora. Morgana é normalmente a vilã das histórias de Artur. Na obra, é uma vítima, uma heroína, às vezes vilã. Guinevere (ou, na escrita do livro, Gwenhwyfar), sempre a rainha bondosa e amada, é retratada como uma moça fanática e manipuladora, deixando o leitor muitas vezes com raiva da personagem, embora seja possível entender as razões que a levaram a agir de tal modo.
O livro mostra bastante o contraste entre as religiões presentes nas ilhas naquele período, sendo o Cristianismo muitas vezes retratado como o invasor que oprimiu o povo nativo e a cultura local. Isso deixou muitas pessoas religiosas irritadas, mas, convenhamos, foi isso mesmo o que aconteceu. É claro que as coisas mudaram nesses muitos séculos (pelo menos um pouco) e que também não podemos generalizar, mas é inegável que muitas culturas foram extintas por meio da força dos conquistadores, em nome de uma fé. Isso não significa uma defesa unilateral das religiões pagãs, visto que há vários pontos em que as coisas parecem absurdas para pessoas de nosso tempo.
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