Su 28/01/2016
Esse livro me chamou a atenção pelo titulo. Me lembro de vê-lo em uma livraria e pensar: "Nunca vi nenhum livro com um tema nem sequer parecido. Isso é surpreendente!". E, por isso eu resolvi lê-lo.
Logo no inicio da leitura somos levados a nos questionar "Por quê ser introvertido geralmente é considerado algo ruim?", "Por quê valorizamos tanto aqueles que são altamente comunicativos mas nem sempre tem algo significativo a dizer?". Afinal, por quê?
A autora nos mostra o exemplo de Rosa Parks, a mulher que se negou a ceder o seu lugar em um ônibus a um homem branco no ano de 1955, durante o período em que havia segregação racial nos Estados Unidos. Tendemos a pensar que alguém capaz de ter uma atitude tão ousada como essa é um extrovertido. Mas, pelo contrario. Rosa Parks era introvertida e foi capaz de um ato de enorme coragem.
O livro é dividido em três partes. O ideal da extroversão, Sua biologia, sua personalidade?, Todas as culturas tem um ideal de extroversão?.
Esse livro não me desapontou de modo algum. Me fez bem saber que, como a introvertida que sou, preciso de momentos de descanso social depois de longas interações com uma grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo. E, que os introvertidos, em geral, possuem ótimas qualidades, como empatia e análise crítica.
"Mas cometemos um erro grave ao abraçar o Ideal da Extroversão tão inconsequentemente. Algumas das nossas maiores ideias, a arte, as invenções — desde a teoria da evolução até os girassóis de Van Gogh e os computadores pessoais — vieram de pessoas quietas e cerebrais que sabiam como se comunicar com seu mundo interior e os tesouros que lá seriam encontrados. Sem introvertidos, o mundo não teria:
A teoria da gravidade A teoria da relatividade “O segundo advento”, de W.B. Yeats Os noturnos, de Chopin Em busca do tempo perdido, de Proust Peter Pan 1984 e A revolução dos bichos, de George Orwell “O Gato do Chapéu”, do Dr. Seuss Charlie Brown A lista de Schindler, E.T. e Contatos imediatos de terceiro grau, de Steven Spielberg O Google Harry Potter"
"As pessoas que Fried entrevistou estavam dizendo em alto e bom som o que as pessoas criativas sempre souberam. Kafka, por exemplo, não suportava estar perto nem de sua querida noiva enquanto trabalhava:
Certa vez você me disse que gostaria de sentar-se ao meu lado enquanto eu escrevia. Eu não conseguiria escrever nada. Porque escrever significa revelar-se em excesso, a máxima revelação e entrega de si mesmo, na qual um ser humano, ao estar envolvido com outros, sentiria estar perdendo-se de si, e da qual, assim, ele sempre irá recuar enquanto estiver em seu juízo perfeito... É por isso que nunca se está sozinho o suficiente quando se escreve, nunca haverá silêncio o suficiente quando se escreve, nem a noite é noite o bastante."
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