Leostuepp 03/05/2010
Vamos brincar um pouco de matemática.
Vamos brincar um pouco de matemática ....na verdade de lógica.
Na aridez da maioria das aulas de matemática em nossas escolas, sejam de nível fundamental, médio ou superior, a matemática sempre é tratada como "ciência exata", algo assim concreto, como um muro, difícil de ser atravessado, complicado para ser pulado e então torna-se algo que nos priva do "outro lado" e este outro lado de que falo, é esta disciplina fabulosa que é a matemática, uma linguagem, que usa a lógica ......podem me jogar pedras, mas diria que a matemática é romântica.
Pois então vamos brincar um pouco.
Sempre que falamos de Pitágoras, a maioria das pessoas retorce o nariz, faz cara de assustado e quer logo mudar de assunto, pois bem, Pitágoras é conhecido da maioria como "aquele cara que não tinha nada para fazer" e inventou este teorema só para nos chatear ... desconhecem o seu lado de esotérico, das contribuições dele para a música, ao fazer estudos com cordas e notar que cada vez que uma corda era cortada ao meio, ao ser tangida, emitia uma mesma nota musical, só que em "uma oitava acima", que nos brindou com estudos da metempsicose, algo que a maioria desconhece, não sabendo do que se trata, mas ao falarmos de transmigração da alma ou outras vidas então sabem do que se fala e assim vai, mas o assunto aqui não é Pitágoras, mas é sobre um teorema, então vamos nesta nossa brincadeira, verificar três fundamentos da matemática, o Teorema, o axioma e o postulado .....vocês vão se divertir com certeza.
Teorema é uma proposição (isto é uma afirmação que se faz), deduzida de outras já aceitas anteriormente.
Mas e a primeira proposição a ser usada, foi deduzida de qual?
Esta primeira proposição tem que ser aceita sem demonstração mas, deixa de ser chamada de teorema para ser chamada de Postulado.
Um postulado que se conhece muito bem é o de Euclides: "Por um ponto fora de uma reta só se pode traçar uma paralela a esta reta". Esta proposição que Euclides não demonstrou, serviu de ponto de partida para ele demonstrar todos os teoremas da sua Geometria.
O postulado de Euclides descreve uma propriedade fundamental do espaço sem curvatura, que é a noção de espaço que nós adquirimos e aceitamos. Por isso, ele para nós é evidente. Mas, meditemos um pouco, ele não exclui a possibilidade de existir um outro espaço, no qual, por um ponto fora de uma reta, se possa traçar Uma Infinidade de Paralelas (postulado de Lobatchewky) ou Nenhuma (postulado de Riemann).
Vemos então que Postulado é uma proposição que não é nem evidente (ao contrário do axioma que vermos depois), nem demonstrável, mas que se reclama (postulare: de onde vem o nome de postulado), provisoriamente como princípio de uma teoria. Resulta de um ato decisório do espírito.
Os postulados tem como características:
Não é necessário. Para construir uma teoria matemática é sempre necessário recorrer a um postulado. Mas por si mesmo nenhum postulado se impõe como indispensável. Pode ser substituído por um postulado diferente que, às vezes, até o contradiz, como vimos quanto aos postulados de Euclides, de Lobatchewky e de Riemann.
Não é evidente em si mesmo. Com relação a ele não se põe a questão: É verdadeiro? É apenas um dado que se deve admitir sem discussão e livremente, embora se conserve sempre o direito de negá-lo.
Nenhuma evidência o impõe, portanto. As geometrias não-euclidianas são as testemunhas irrefutáveis dessa não-evidência do postulado.
Não é suscetível de demonstração. A indemonstrabilidade é um de seus atributos que compartilha, aliás, com o axioma. Igualmente ao axioma, o postulado não é dedutível, uma vez que, como aquele, ele é a hipótese primeira a partir da qual se inicia um raciocínio consecutivo que constituirá a demonstração. Esta é, pois, posterior a qualquer postulado que, por isso mesmo é indemonstrável.
É fecundo. O axioma é puramente formal. Nada fornece à inteligência que lhe permita elaborar um raciocínio. Poder-se-ia dizer que a deixa girar no vazio.
O postulado ao contrário, proporciona a matéria-prima do raciocínio. A respeito de um objeto já definido, ele afirma uma nova propriedade, a partir da qual se raciocina matematicamente para deduzir uma teoria inteira.
O axioma é o primeiro fundamento do raciocínio matemático. É anterior a qualquer postulado que sem ele não ofereceria ao matemático nenhuma possibilidade de deduzir coisa alguma.
Então axioma é uma proposição imediatamente evidente a partir do momento que a inteligência perceba seus termos; proposição que resulta da aplicação do princípio da identidade à ordem da quantidade. Exemplo:
Duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si.
É indispensável identificar bem as características próprias do axioma para distingui-lo do postulado.
Ele é necessário. Da mesma forma que é impossível qualquer raciocínio não-matemático sem se apoiar no princípio da não-contradição, é igualmente impossível qualquer raciocínio matemático que não repouse sobre um axioma.
Ele é infecundo. Não se reporta realmente a nenhuma proposição particular, a partir da qual poder-se-ia deduzir conclusões consequentes. Ele apenas baliza os postulados. Em si próprio, não tem nenhum conteúdo positivo.
Ele é universal. É, com efeito, a medida universal de todo ser quantificado.
Ele é puramente formal. Como princípio de identidade da lógica formal, ele proporciona ao raciocínio um ponto de apoio indispensável, mas não lhe oferece nenhuma matéria para dedução.
Viram porque demoraram só uns 350 anos para resolver este tal de último Teorema de Fermat?????
Coisinha fácil.