Livronauta 23/06/2024
Como escapar do futuro que se faz presente em seu caminho ?
"Há algumas coisas que uma pessoa é incapaz de suportar. Eu interferi em todos os futuros possíveis. Eu podia criá-los, até que, finalmente, eles me criaram"
É com essa citação que eu abro a minha impressão do segundo livro da saga Duna.
Sem sombra de dúvida, esse livro foi mais uma ferramenta de profundidade da história do que uma continuação propriamente descrita. Nos é apresentando todo o império que consolidou após a grande guerra que durou 12 anos desde os primeiros acontecimentos de Duna (primeiro livro), logo temos embates políticos e religioso bem como um debate sobre dois pontos que eu achei genial: Live arbítrio e o que defini a nossa indentidade como seres individuais, vamos então aos pontos que me chamaram atenção.
Política e religião, Paul está sem seu apogeu imperial,sendo deusificado por seu seguidores onde por sua vez novas ramificações religiosas é originada, os Quizarates, nessa ramificação é expandindo a ideia do ser divino que é poderoso e detém todas as respostas e todo seguimento para um povo. Aqui vemos o quão perigoso é tal ato em proclama um lider como um ser divino e nesse ponto que Paul se afoga mediante ao seu império, de um lado uma religião que sufoca dando um fardo ainda maior e do outro a luta entre suas escolhas em prol do império e em respeito a religião e costumes do povo que ele salvou, tornando assim escravo dos seus modos de viverem. Os freemens, após sua subida da escravidão para uma sociedade centro político, eles se tornam algo fragmentado, algo parecido com os conversadores vs povo pós moderno, tendo vários pontos questionários sobre a preservação da cultura freemen contra a nova formação de uma sociedade poderosa com preceitos religiosos extremistas.
A escolha é um tema abordado de forma poética e um tanto quanto dramático, temos aqui Paul em sua luta interna entre a liberdade de viver ao lado do seu amor e sua prisão mediante ao futuro que ele tem conhecimento e que por sua vez todos os seus passos é limitado por esse futuro que tanto assombra. Por toda sua vida, Paul foi refém do seu destino preprofetizado que ele tanto lutou para não acontecer, mas no fim, ele se tornou escravo do tempo.
Esse livro é espetácular, poderia passar horas debatendo cada camada que fora acrescida na formação de todo o império e no peso de um ser humano em ser um Deus onde tal apoteose foi dada pelo povo para o povo.
Um adento, o universo desse livro abre uma expansão ainda maior, abre uma grande discussão sobre a genética e o que de fato nos define como indivíduo consciente, se é a nossa estrutura genética ou a nossa percepção de existência, experiência e a forma de como a nossa visão define o mundo ao nosso redor.
?As pessoas são subordinadas ao Governo, mas os governados influenciam os governantes.?