Gustavo Rodrigues 16/02/2021
Um acerto para o universo de Duna.
Frank Herbert consegue manter o nível do primeiro livro, trazendo um lado muito mais humano dos personagens. Além disso, mostra como o Jihad, que tem em Paul sua figura central, formou um império potente, respeitado e invejado.
Em Messias de Duna há um Paul muito mais humano, sentimental e responsável do que havia em Duna. Isso deve-se muito ao fato da idade, mas também a todas as responsabilidades que ele teve que carregar quando o Jihad tomou forma. O poder da presciência continua a lhe fornecer informações que ninguém seria capaz de ter. Além da evolução clara do Paul, outros personagens se destacaram muito. Alia vem ganhando notoriedade desde o final do livro passado, assim como Stilgar.
A história é muito bem articulada, cheia de camadas, e envolve várias tramas ao mesmo tempo. Aqui o autor decide deixar um pouco a ecologia de lado, que foi tema muito recorrente em Duna, pra focar mais em embates políticos e religiosos que trazem reflexões importantes. Isso trouxe uma complexidade maior a história, deixando-a mais densa.
O início do livro, assim como o anterior, é um pouco lento devido a necessidade de ambientação, já que passaram-se alguns anos desde o desfecho do livro anterior. Porém, logo a história começa a acelerar e vários acontecimentos vão moldando um final que, ao meu ver, é fenomenal. É impressionante como tudo se encaixa perfeitamente bem, e não fica uma ponta solta.
A sequência foi um acerto, sem dúvidas. Quero terminar a primeira trilogia o quanto antes.