Sula

Sula Toni Morrison
Toni Morrison
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Resenhas - Sula


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Camila Borges 15/02/2021

Poético e Político
Um livro em que aquilo que não é dito (apenas insinuado) grita. Toni articula a narrativa de forma poética e política (detalhe do qual ela se orgulha no prefácio), e não faz questão de explicar todas as ações de seus personagens, nos confiando o desafio de "tentar compreender". Sula, uma das personagens principais, paga caro por ter escolhido a liberdade, que veio acompanhada do julgamento e da condenação da própria comunidade. Um livro sobre a amizade de Nel e Sula, mas também sobre a solidão que ultrapassa o indivíduo e parece ser uma sina (cem anos de solidão?) dessas famílias de mulheres negras.
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Kira 16/03/2021

"Se tivesse algo no que empregar sua tremenda curiosidade ou seu dom da metáfora, poderia ter trocado a inquietação e a preocupação com caprichos por uma atividade que lhe suprisse tudo que almejava. E, como qualquer artista sem forma artística, ela se tornou perigosa."

Não consegui me conectar direito com a história, talvez por isso eu não tenha gostado tanto... Todavia é um bom livro, com muitas reflexões, cheio de metáforas,alegorias e com muitas interpretações dúbias em suas passagens.
Acredito que faltou um pouco mais de desenvolvimento dos vários personagens que ela apresenta, entretanto entendo que o objetivo do livro é mais despertar para os temas do que se aprofundar.
A narrativa me parece um pouco estilo fluxo de consciência, bem fragmentada, não é muito do meu agrado, mas tem gente que adora, então é só questão de gosto.

E um comentário geral:
"Nem quem viver ou quem morrer, nem quem viver e morrer, vai viver ou morrer, vai todo mundo morrer." Hahaha
Davyd 16/03/2021minha estante
Legal. Gostei do final da resenha. Rsrs


Kira 17/03/2021minha estante
Hahaha




Fer Paimel 10/07/2021

Grande autora!
Eu estou muito impressionada com Toni Morrison. Pelo que vi, ela foi a única mulher negra a ganhar um nobel na literatura e, embora haja grandes injustiças nessa falta de representatividade, ela fez por merecer!
O primeiro livro dela que li foi O Olho Mais Azul e fiquei mal por muitos dias (o livro é PERFEITO!) e quero ler o máximo de obras suas que eu conseguir.
Sula, por sua vez, é impactante por diferentes motivos, ainda que não tenha sido tão marcante quanto O Olho Mais Azul. Em que pese se repita alguns temas, como racismo e machismo, a autora descreve personagens tão únicos, que suas obras se complementam, mas são inconfundíveis, é impressionante.
Adorei a força das personagens femininas da obra e realmente imagino o impacto que esse livro, tão à frente de seu tempo, causou quando foi publicado pela primeira vez.
Ótima leitura, fluida e cheia de reviravoltas. Recomendo!!!
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Pedro Sucupira 23/02/2021

2021 LIVRO 12 - Sula, Toni Morrison.
Sula é o segundo romance da carreira de Toni Morrison, a primeira mulher negra a ganhar o Nobel de Literatura. A história que se inicia na década de 1920 tem como foco a relação de amizade entre duas mulheres negras, Sula Peace e Nel Wright, a liberdade feminina vista pelo prisma da liberdade sexual com pinceladas sobre a opressão que a sociedade exerce sobre o desejo feminino.

Em suas obras, Toni Morrison relata de forma poética, bela e simples a segregação racial que assola nossa sociedade a séculos. Assim como em O Olho mais azul, Sula é uma obra que exala esse romantismo, sem ser piegas, mas forte, que nos impacta e nos faz questionar vários aspectos, pilares, fundamentos, morais, verdades que constituem a sociedade em que vivemos.

Sula é um romance que mexe com nosso conceito de moralidade. Nos faz questionar: O que é certo e o que é errado? Nos mostra personagens complexos, frutos de vivências complexas. Vidas complexas plenas de traumas, acertos e erros. Toni Morrison brinca com nossa vontade inerente de julgar. O que antes é bom aos olhos em um instante se transforma em abominação e vice e versa. Essa capacidade de Toni Morrison em desenhar personagens tão complexos em poucas linhas me impressiona mais uma vez. O livro é curto, poucas páginas, porém é como se eu tivesse lido milhares de tão profundo e dramático. Cenas de arrancar o fôlego e que não nos deixam largar o livro. Quando percebi já era tarde e eu lutando contra o cansaço querendo ler mais um pouco. Me aprofundar mais nos acontecimentos que se passam na pequena cidade de Medallion.

Publicado originalmente em pedrosucupira.com
Lrss. 12/03/2021minha estante
O tipo de resenha que eu leio e fico "nossa, isso foi tudo que eu senti e nunca conseguiria colocar nessas palavras". Adorei.




Mari Pereira 07/02/2021

Arrebatador
Um livro sofrido, sobre o significado de ser uma mulher negra na sociedade.
Narrativa muito bem construída, que deixa interpretações nas entrelinhas, de uma maneira genial. É um livro mais sobre o não dito do que sobre o efetivamente mostrado.
Vale cada minuto de leitura.
Meu terceiro livro da autora e não me decepcionou!
O final me deixou com o coração partido. ??
Mariana 07/02/2021minha estante
Já ia começar a ler o meu ainda hj, mas sua avaliação me deixou ansiosa! kkkkkk




Izadora 30/03/2023

A socialização machista das mulheres
"Sula" é um livro de mulheres acentuadamente protagonistas, não só no enredo literário traçado pela narrativa sobre a vida das personagens, mas também no machismo em que são encarceradas e encarceram umas às outras. Aqui, Toni Morrisson esgarçou o extremo das privações que o machismo submeteu as mulheres pretas periféricas, num recorte de violência racial do século XX, mas que ainda pulsa, tão atual como nunca. É uma leitura densa, visceral, mas que oferece pontas soltas para nos conectarmos com cada mulher retratada, para além da protagonista Sula. Afinal, a personagem que dá nome ao livro não domina a trajetória do leitor, pois sua história é tecida em cima do sofrimento de outras mulheres, que fazem o possível para sobreviver, ainda que esse possível seja controverso ou cruel. Seria uma mãe capaz de matar um filho para deixar de sofrer por ele? Seria uma filha capaz de ver a própria mãe morrer, para que pudesse parar de ser sufocada com a sua presença ofuscante? Até onde vai o limite da lealdade, quando o que se almeja é a própria sobrevivência? Do que uma mulher é capaz de fazer, para tirar de si o peso da misoginia racista? Sula nos dá a letra, faz e acontece, mas traça uma jornada em círculos, rodeando a própria solidão.
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bi-a 16/04/2023

Sula enlaça as vidas de mulheres negras que moram em um antigo vilarejo da comunidade negra localizado nas colinas. Um lugar marginalizado socialmente devido a faltas de políticas públicas e oportunidades para as pessoas que ali decidiram residir. A narrativa tem como foco a amizade entre Nel e Sula, que se conhecem na infância, e a narrativa se desdobraa nessa dicotomia que cerca as escolhas da fase adulta das personagens.
Sula é uma personagem que não cabe na caixinha nem de vilã nem de mocinha, é alguém que não permite ser influenciada pela versão que os outros esperam dela. Essa autonomia individual, por vezes, tende a fazê-la ferir pessoas próximas em prol de seu bel prazer. Apesar disso, Sula sente uma solidão e um vazio em seus desejos. No outro lado temos Nel que acaba seguindo as tradições locais, sem ter muita perspectiva de um futuro para além de cuidar do marido e filhos. Até que pontos Sula e Nel se distanciam? Até que pontos elas se assemelham?

Toni constrói personagens palpáveis que não são nem bons nem maus, são humanos cuja construção parte de traumas no passado e de lugares históricos. Além de Sula e Nel, há outros personagens que se relacionam com elas, todos muito bem desenvolvidos fazendo o leitor entender as escolhas de cada um.

Destaco aqui uma personagem em especial que achei bem interessantes também: Eva. Eva,, avó de Sula, mulher forte que ao ser abandonada pelo marido com 3 crianças pequenas (a qual cuidou nas situações mais torpes com a ajuda de algumas pessoas da comunidade que tinham quase tão pouco quanto ela) e que precisou cortar uma perna para receber uma pensão vitalícia e dar uma vida boa para seus filhos. Uma mulher que viveu anos difíceis para pessoas pretas, mas que conseguiu tornar-se uma mulher respeitada em sua comunidade. Os diálogos de Eva com Sula, e Eva e Hannah (sua filha e mae de Sula) são incríveis, principalmente quando Hannah a questiona se esta já amou os filhos? Eva representa a ancestralidade e o ventre do mundo. A mãe que pari e que infelizmente enterra.

Recomendo a leitura.
16/04/2023minha estante
Que resenha incrível


bi-a 16/04/2023minha estante
valeu :)




Evy 29/03/2021

Esse é o meu segundo contato com a autora Toni Morrison, e definitivamente eu vou ler qualquer coisa que essa mulher decidir publicar e até o que vazar na internet, tipo a lista de supermercado dela! Brincadeiras a parte, me sinto hipnotizada pela narrativa dessa autora. Algo na forma como ela coloca as palavras me faz mergulhar e vivenciar, mesmo que como espectadora, as situações que tão bem descreve.

É difícil dizer qual é o foco central dessa história e seu enredo não é exatamente linear, deixando alguns pontos em aberto, mas são fotografias cotidianas que nos apresentam a realidade triste no Fundão de um país segregado nos anos 1920, onde o casamento e a maternidade é uma imposição e uma necessidade às mulheres negras e os homens negros aceitam os trabalhos que os brancos recusam.

Acompanhamos, de forma tortuosa, algumas mulheres na narrativa forte e poética de Morrison, nos levando a vivenciar a solidão, a loucura, o abandono, o desespero da fome e da sobrevivência dura. Um olhar desavisado para esta realidade pode sugerir que são somente esses horrores que nos são apresentados, mas é preciso um olhar mais aguçado para encontrar pequenos pontos de amor e luz disfarçados em ações e gestos despretensiosos.

E então Sula, "filha única, mas imprensada em um lar de desordem pulsante constantemente desarranjado por coisas, pessoas, vozes e batidas de portas", decide pela liberdade, escolhendo uma forma de sobreviver baseada em suas próprias escolhas, independente, autônoma, impossibilitando qualquer um a lhe impor uma visão dela que não seja a que ela própria escolheu ser. A qualquer custo.

Suas ações são vistas pelos que não tiveram a coragem, ou vontade de fazer essa escolha, com insatisfação, raiva, escândalo, deboche e por fim, medo. E assistimos em nós mesmos, com nossos julgamentos, nos colocando nesse mesmo lugar. Eu detestei Sula e me indignei com diversas posturas suas que ainda não sei se consigo perdoar.

E é esse o ponto chave dessa história pra mim. A reflexão que fazemos sobre o que estamos vendo que nos traz muito mais do que o que está sendo visto. Esse livro abre as portas para reflexões importantes sobre a maternidade, o papel das mulheres, o amor, a amizade, a verdadeira natureza humana e principalmente sobre a liberdade e o quanto ela pode ser terrível, antes mesmo de ser um sonho.

Um romance que me trouxe lágrimas, angustia e muito a refletir. Adoro quando a literatura tira a gente do lugar comum, da zona de conforto e nos abre percepções diferentes do mundo. Super recomendo a leitura!
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Jugirassol 16/03/2021

Sula é um livro intrigante e desconcertante. Talvez, por isso, não me conquistou como eu imaginei. O início, a forma como a autora escreve, me prendeu de uma tal maneira que eu queria mais (coisas incríveis). Ao contrário disso, ela apresentou algo duro, cruel e real, sem muita explicação. Foi um golpe ver as personagens que eu tinha me apegado se desfazerem. Talvez, aí esteja a grandeza da literatura de Toni Morrison.
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Rodrigo 14/03/2021

Leitura necessária, mas não tão prazerosa
Estou feliz pela leitura de Sula, meu primeiro livro de Toni Morrison, cuja escrita é muito boa. O livro começou bem, super instigante. O fio condutor da história manteve-se bem construído ao longo de toda a obra.

Entretanto, em minha primeira leitura, achei que o livro não atingiu o seu potencial, porque a narrativa foi muito quebrada, episódica. É um estilo válido (talvez o único que a autora tenha encontrado para contar a história na perspectiva temporal que foi adotada), mas não chega perto da genialidade e riqueza de detalhes com que Natália Ginzburg conduz o leitor no excelente "Todos os nossos ontens".

No que diz respeito à história em si, abre -se margem para o questionamento acerca do significado mais profundo da liberdade. No meu entendimento, se a comunidade do Fundão não goza de liberdade, tampouco Sula é detentora desse valor. No máximo Sula atinge uma liberdade negativa, mas não o sentido mais profundo de uma liberdade social. A história não avança tanto nesse ponto, como se fosse suficiente o alcance da liberdade negativa pela personagem, mas o destino desta acaba se configurando como uma resposta certeira para essa crítica.

No final das contas, trata-se de um bom livro, que nos leva a uma necessária meditação sobre o seu enredo, mas com uma narrativa que atrapalha um pouco o desenvolvimento da história.
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Amy 05/08/2021

"O que estiver queimando dentro de mim me pertence!"
Meu primeiro contato com a Toni Morrison, espero ler mais obras da autora.
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Su 04/04/2021

Sula - Toni Morrison
" "Menina, eu tenho a minha cabeça. E o que se passa nela. O que quer dizer que eu tenho eu mesma."
"É solitário, né?"
"É. Mas é um solitário meu." "
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Paulo 19/09/2022

Surpreendente e humano
A autora é extremamente feliz ao narrar a história de uma comunidade negra nos EUA do início do século XX através de 3 gerações, e se concentrando na relação entre duas amigas que crescem juntas mas traçam caminhos opostos diante dos obstáculos que são impostos às mulheres negras.
Muito bom por trazer personagens com todas suas complexidades humanas, sem vilões e mocinhos.
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Marina.Gasperotto 08/07/2021

Surpreendeu
Como li várias resenhas antes de começar a leitura, minhas expectativas tavam baixas, mas o livro me surpreendeu. É o primeiro da Toni Morrison que eu leio e embora não seja um livro tão fácil de ler me prendeu, recomendo!
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Daniel263 27/09/2021

Como julgar o orgulho/recalque do invisibilizado?
11ª leitura de 2021.

É o 2º livro de Toni Morrison que leio - e também foi o 2º que ela escreveu.

A autora foi laureada com o Nobel em 1993 - a primeira mulher negra que recebeu o prêmio.

Eu gostei muito mais desse 2º livro do que o anterior (também o 1º que li dela), “O olho mais azul”.

No entanto, esse “gosto” é mais uma questão de maturidade desse leitor que vos fala, e também de mais intimidade com a autora.

Toni é genial porque ela tem uma narrativa muito lírica e descritiva, mas com conteúdo sócio-político subliminar.

Mas a cereja do bolo é a não explicação das ações dos personagens. O leitor precisa “tentar compreender” o que se passa, e de camarote, devendo destrinchar a moralidade das ações: o que é certo e o que é errado?

Em Sula, acompanhamos o companheirismo da infância de Nel e Sula e a complicada relação de ambas na vida adulta.

Elas vivem no Fundão, o subúrbio de Medallion, onde os negros ficam segregados do resto da cidade.

Um das amigas tenta se adaptar a sua dura realidade, enquanto a outra não: busca sua liberdade e paga um alto preço dentro de sua própria comunidade.

Eu achei o livro excelente! É daqueles em que o leitor carrega a história para sempre!

site: https://www.instagram.com/p/CL_-VJNDQbc/
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