Serena

Serena Ian McEwan




Resenhas - Serena


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CooltureNews 19/11/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Estava de olho neste livro desde que foi anunciado o seu lançamento e quando o tive em mãos, foi um sonho. Ian McEwan me conquistou desde “Reparação”, então comecei a ler “Serena” com grandes expectativas e a principio não foi o que esperei.

Talvez eu esperasse algo mais dramático e denso como seu livro anterior, mas quando mais avançava na leitura mais fui percebendo a versatilidade da narrativa de McEwan. O mesmo autor que consegue te levar as lágrimas, também consegue escrever uma história tensa com ares de romance de folhetim.

“Serena”, em principio, parece ser uma história simples, onde a heroína conta suas desventuras amorosas e vai tecendo teias ao torno de outros personagens, o que gera uma tensão sugestionada pelo ambiente em que a história se passa.

Temos como cenário uma Inglaterra em meio a Guerra Fria, com um serviço secreto que teme o avanço do comunismo na terra da rainha e articula planos para influenciar a população. Poderia ser o trilher de algum livro de espionagem, mas acaba sendo a causa do encontro entre a protagonista e seus pares. Além disso, para completarmos a atmosfera romântica, temos uma sensível Serena, ávida leitora de romances, que se deixa influenciar pelo clima e se envolve com o objeto de sua missão.

Estão ai reunidos os elementos de uma história despretensiosa em primeira pessoa, que vai envolvendo o leitor até chegar a um final surpreendente.

Aliás, o final é a melhor parte do livro, pois ele me deu um nó tão grande na cabeça que pude entender o porquê de Ian McEwan ser considerado um dos maiores romancistas da atualidade. Passei o livro inteiro pensando de uma maneira e ai, no capitulo final, me senti manipulada e compreendi a ideia apresentada pela sinopse: “Afinal, um romancista é um ótimo espião. O que, neste romance, o leitor também precisa ser.”.

É difícil dizer exatamente quem é o verdadeiro narrador desta história, ou o quanto de verdadeiro são os pensamentos de Serena ou quantos fatos foram manipulados pelo narrador. É algo que me deixou intrigada até hoje e se me perguntarem não sei mais qual a verdade a cerca de Serena e sua história.

Não creio que seja um livro que agrade a todos os públicos ou até mesmo a todos os fãs do autor, mas é uma obra em que ele mostra o quanto sua mente é fértil e, ao mesmo tempo, sua obsessão em manipular o leitor em cada página, nos fazendo crer em algo para destruir no final. Neste livro, essa manipulação é mais sutil e difícil de ser percebida, por isso é tão impactante.

Um livro como poucos, que cumpre aquilo que promete: ser um romance.
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Bruna.Mateus 18/10/2012

Surpreendente
Muitos já devem ter ouvido falar do autor Ian McEwan, e provavelmente bem. Ele inclusive escreveu o livro Reparação, com adaptação para o cinema com o filme Desejo e Reparação, com Keira Knightley.

E veja só, não me recordo de ter assistido ao filme, e muito menos ler o livro.

E como estreia na parceria com a Editora Cia. das Letras, solicitei este exemplar para conhecer o autor e dividir com vocês a minha experiência sobre a escrita e a leitura deste livro.


Narrada pela própria Serena Frome, este é um livro que nos deixa com um pé atrás desde o início da leitura. Ambientado na época pós “término” guerra fria, a jovem Serena é uma garota bonita, inteligente e atraente a muitos homens.

Filha do Bispo da comunidade onde vive, ela possui uma educação conservadora dos seus pais. Mesmo assim, sua mãe lhe diz para ir em busca da independência e fazer uma faculdade.

Se tornou matemática, mas seu maior hobby sempre foi a leitura, ainda assim, durante o seu curso, conheceu um professor no qual teve um envolvimento e aprendeu a ler de maneira diferente, com atenção aos acontecimentos do pós guerra, sobre a política e outros assuntos da sua época.

Você leitor, deve se perguntar, ai que coisa mais chata isso… e realmente o livro de inicio é arrastado, cheio de ‘detalhes’ e rotina da vida de Serena. E partir do momento em que ela entra para o MI5 (serviço de segurança secreta da Inglaterra), você começa a ter a fé de que uma bela história de espiões será arrebatadora.

E novamente ficamos a espera de alguma ação, estilo 007… só que Ian McEwan não fez isso… e por isso venho dizer, finalmente li!

A partir do momento em que começou a trabalhar no MI5, Serena não era uma espiã dessas de filmes, porém ela tinha que manter a discrição sobre o seu trabalho. O MI5 estava com um projeto chamado Fundação, no qual o objetivo era financiar um escritor em que fizesse um romance sobre esse momento da política. Serena ficou encarregada de cuidar dessa sua missão, acompanhar o desenvolvimento de Haley em relação ao seu romance.

Agora que você já conheceu um pouco sobre a história, eu vou comentar aqui meus sentimentos em relação a tudo isso, mas eu tenho que deixar claro a vocês é que esse livro é MUITO BOM.

Ian McEwan nos envolve com uma história bem pacata, entretanto sua história é difícil de ser largada pela escrita, frases muito bem elaboradas e de forma simples, mas algo realmente pensado. Outra peculiaridade do autor é amarrar a história exatamente na última página, e mudar todo aquele pensamento de: “ah, que livro bobo”; “não vi nada demais”… ao ler a última página, minha opinião sobre o livro mudou TOTALMENTE!

Eu recomendo a leitura desse livro para as pessoas que não se importam com livros sem muita ação, com ar mais filosófico e também sociopolítico!

Pretendo fazer um vídeo comentando mais sobre ele… porém, esta aí a minha opinião, e que difícil escrever!!!

FICHA TÉCNICA
AUTOR: Ian McEwan
PÁGINAS: 384
EDITORA: Companhia das Letras
TRADUÇÃO: Caetano Waldrigues Galindo
GÊNERO: ROMANCE

EXEMPLAR DE PARCERIA
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Psychobooks 15/10/2012

Meu primeiro contato com Ian McEwan foi ao ver o filme Desejo e Reparação, que achei incrivelmente maravilhoso. Meses depois é que fiquei sabendo que era baseado no romance Reparação, mas aí, a surpresa já tinha sido estragada e eu sabia a surpresa final. Mas isso não me impediu de comprar um exemplar do livro para ler daqui algum tempo, depois que minhas memórias sobre o filme estiverem um pouco apagadas.

Ao ficar sabendo que o lançamento mundial de Serena seria na FLIP, fiquei bem animada e desejando poder finalmente conhecer a narrativa de um autor tão clamado pelo público e crítica.

Serena Frome, filha de um bispo anglicano, é linda, jovem, inteligente, mas faz uma faculdade escolhida pela mãe, que quer ver sua filha inteligente fazer alguma coisa de bom para o mundo e não ser apenas mais uma dona de casa. Então ela vai para Universidade de Cambridge e cursa Matemática, em um ambiente machista, onde todos os alunos e professores fazem questão de frisar que ela não é tão brilhante quanto pensa. Enquanto isso, Serena queria mesmo é ter cursado letras e aprofundado-se em seu grande amor pelos livros. Durante o último ano de faculdade, ela se envolve com um homem mais velho, que a faz ver a leitura além dos romances e a educou em políticas sociais. Mas depois de uma mudança abrupta de atitude, os dois se separam, mas antes, ele consegue uma entrevista de emprego para Serena.

Na década de 70, a Inglaterra passava por uma crise financeira, sofria ameaças de ataque do grupo terrorista IRA e a Guerra Fria ainda estava presente, principalmente no campo intelectual. Serena é uma mulher que aproveita todas as oportunidades que a vida lhe oferece, ao ser entrevistada para trabalhar no MI5, ela resolve aceitar o emprego e torna-se uma agente secreta, fazendo parte de uma operação onde o objetivo é financiar alguns jovens escritores a escreverem seus romances, sem se preocuparem em ter outro emprego para se sustentarem. É claro, que os autores são minuciosamente investigados, mas o MI5 não tem a intenção de influenciar o que eles irão escrever e nem revelar qual é a verdadeira fonte do salário deles.

Disfarçada de agente literária de uma Fundação, Serena vai conversar com T.H. Healy, um professor universitário que escreveu alguns contos, mas por causa do trabalho, não teve o tempo necessário para escrever algo mais longo, como um romance. Os contos de Tom foram publicados em algumas revistas e chamaram atenção de algumas pessoas influentes, inclusive da bela Serena. O leitor não precisa morrer de curiosidade, já que Ian McEwan coloca os contos na narrativa de seu livro.

A atração entre Serena e Tom é tão forte, que nenhum dos dois consegue resistir. Com medo de perder seu namorado, Serena fica com medo de lhe contar toda a verdade, mas sente que um dia tudo virá à tona. Começa então um jogo de espionagem, intrigas, sedução e estratégias para conseguir o que almeja.

Para quem já teve algum contato com o autor, pode não se surpreender com o final, mas confesso que fui pega completamente de surpresa e ADOREI!

A narrativa é feita em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Serena, que narra parte de sua adolescência, sua vida universitária, casos amorosos culminando em seu emprego no MI5. O ritmo de leitura é lento, com poucos diálogos e por vezes, divagações exageradas, com grandes parágrafos e uma imersão completa nos bastidores da Guerra Fria. Mesmo com um enredo denso, a leitura é prazerosa, mas deve ser feita sem pressa, apreciando suas belas frases de impacto e digerindo o que está sendo contado.

Leitura recomendada, para quem gosta de um romance adulto, sem ser meloso, com cenas quentes, temas baseados na história mundial e que não se importa com uma leitura tranquila, sem um ritmo alucinante, mas com um final memorável.

Obs: Há muitas referências ao livro 1984 de George Orwell, o que me faz lembrar que preciso lê-lo com urgência!

"(...)Dizem que os escritores têm superstições e pequenos rituais. Leitores também. O meu ritual era ficar segurando o meu marcador enroscado entre os dedos e passar o polegar por ele enquanto lia. Tarde da noite, quando chegava a hora de largar o livro, o ritual era encostar o marcador na boca, e colocar entre as páginas antes de fechar o livro e pôr o livro no chão ao lado da poltrona, onde eu podia pegar com facilidade da próxima vez. (...)"
Página 86
http://www.psychobooks.com.br/2012/08/resenha-serena.html
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Celso 15/10/2012

Serena
Serena é um livro cheia de boas surpresas e reviravoltas, porém sem ser mirabolante. Os elementos para criar a narrativa poderiam levar ao clichê de uma história bem comum, ou seja, os segredos de uma mulher do serviço secreto inglês e realização de um amor quase impossível. Quem tem o volume em mãos não tem ter como foco apenas a história, mas a forma indiscutivelmente talentosa que o autor “brinca” com as palavras e tece sua narrativa. Por alguns momentos o leitor fica embasbacado não com os acontecimentos, mas com a forma como McEwan disserta sobre o mundo e seus personagens.

Serena é formada em Matemática, mas adora livros e romances, por isso se torna colaboradora de jornais da faculdade sugerindo livros e fazendo algumas críticas literárias. Enquanto isso, conhece seus amores, separa de alguns deles e se torna, nesse caminho, funcionária do serviço secreto inglês. E recebe uma missão, oferecer apoio a um escritor iniciante, sem que ele saiba a origem do dinheiro. Uma forma do aparelho estatal ter domínio sobre as ideias e divulgar pensamentos por meio de romances e livros “chapa branca”.

O que é mais fascinante é que assisti algumas entrevistas de Ian McEwan quando esteve no Brasil para a FLIP e ele sempre dizia do romance sobre a perspectiva de um homem que tenta esquecer um amor. A partir daí, investiga aquela mulher, escreve sobre ela e até mesmo a reduz em alguns momentos e quando chega na última página ao invés de esquecê-la, está mais apaixonado por ela. Nessa perspectiva procurei o tempo todo por este homem, que entendi apenas nas últimas páginas.

Apesar de toda originalidade e talento de Ian, não é um livro fácil de se ler, ou melhor, daqueles que a gente entende enquanto a tevê está ligada. É preciso certo “trabalho” diante dos parágrafos. Mas, não deixa de ser uma ótima leitura e necessária para quem deseja ter contato com um dos maiores romancistas da atualidade.

Mais resenhas: www.blogdocelsofaria.blogspot.com
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Zé Pedro 10/10/2012

Sereno
Ian McEwan é capaz de me surpreender a cada livro. Sem dúvida um dos melhores e mais criativos escritores da atualidade. Um mestre das palavras. Por vezes, me lembra Garcia Marquez, que sabia lapidar a palavra como ninguém. Mas o Sr. McEwan também o faz, e o faz com muita agudeza e simplicidade, algo que me faz pensar o quão simples é escrever. E tão difícil. Prá poucos.
Aqui temos a estória de Serena, pequena funcionária do serviço secreto britânico, que se vê numa teia de espionagem e amor com um certo escritor que o serviço secreto vai financiar. Achei a estória pouco importante.
Ao final, o que se vê é que o escritor nos manipula a todos. Algo como já havia feito em “Reparação”.
Um belo livro, de um escritor fora de série.
Renata CCS 25/10/2013minha estante
Gostei da proposta deste livro. Vou colocar na lista de futuras leituras!




Ladyce 04/10/2012

O labirinto de Ian McEwan
Inicialmente pensei que a imagem mais apropriada para ilustrar o livro SERENA de Ian McEwan fosse uma das paisagens de Estaque do pintor francês e fundador do cubismo, Georges Braque, tal como Viaduto de Estaque. Na tela há uma paisagem com algumas casas rodeadas de vegetação e um viaduto romano ao fundo. Nós compreendemos a cena, e ainda a vemos mais completa, porque somos instruídos -- através da criativa maneira de pintar desenvolvida pelos cubistas, inspirados por Cézanne -- sobre as demais facetas da paisagem que revela diversos elementos vistos por diferentes ângulos, que não estariam dentro das nossas possibilidades entrever. Com o uso de múltiplas perspectivas Georges Braque neste caso permite que conheçamos o outro lado da lua ou seja: os dois lados de um telhado que nossa visão não permitiria perceber, ou a fachada de uma casa, que ele levanta ligeiramente, por cima das casas na frente, para que vejamos a série de janelas paralelas corridas. Essa visão compreensiva, giroscópica, do tema, dos objetos ou pessoas retratadas, explorada pelos cubistas constitui em grande parte a maneira narrativa de Ian McEwan.

Mas à medida que o texto avançou e certamente depois que cheguei ao fim do romance, a visão cubista, ainda que interessante, não me satisfez. Porque é um texto que se renova, que se reencontra e que recomeça. É um labirinto com alguns becos, algumas passagens em múltiplos níveis, com algumas realidades paralelas, como se estivéssemos num jogo digital e uma vez ou outra achássemos a porta que nos leva direto até o próximo nível, sem termos que lutar com o dragão ou algum inimigo inesperado. Esta é uma história que vai e volta e se aprofunda em diversos níveis sem que saibamos por que estamos sendo levados por aquele caminho e de repente, parecemos voltar ao ponto inicial como em um rondó musical ou em uma fita de Möebius. E foi pensando nela que acabei selecionando uma das muitas gravuras de M. C. Escher para dar o tom visual do que acontece com o leitor de SERENA. Escolhi a gravura Relatividade, uma litografia cuja primeira tiragem foi feita em 1953, porque esse artista holandês é quem, nas artes plásticas, de meu conhecimento, melhor exemplifica a minha experiência ao terminar esse texto.

É a habilidade narrativa de McEwan que permite que se chegue ao final da trama capaz de entender os diversos níveis em que ela se desenvolve. E ser surpreendido. Totalmente surpreendido. Este é um romance, um thriller, que aparenta tratar de espionagem na década de 60 do século passado. Espionagem envolvendo o fabuloso serviço inglês MI5 já bastante caracterizado na literatura, no cinema e em programas televisivos pela sua invencibilidade. Não há nenhum James Bond, mesmo em se tratando de Londres, cidade onde Serena, que acabou de terminar o curso superior numa excelente universidade inglesa, arranja seu primeiro emprego. A jovem é a nossa porta de entrada para esta aventura literária que insiste em parecer simples e direta. Até que, em certo momento, temos a sensação de que talvez não estejamos lendo coma atenção necessária. No meu caso foi lá pela página 140, quando parei e voltei ao início. Mas tive relatos de outros leitores, talvez mais sensíveis, mais perceptíveis, que o fizeram umas 50 páginas antes. De qualquer modo, o leitor sente que há algo no ar mas não sabe onde, nem o quê, nem o porquê. E assim se desenrola a narrativa.

Mais do que um thriller, SERENA é um livro sobre ficção. Sobre diversos níveis de ficção. Sobre a ficção que encontramos no dia a dia, na fabricação de quem somos, no contar e recontar de nossos movimentos de nossas ações. Temos a ficção de espiões e a ficção de quem escreve ficção. Este é um romance baseado no ato de simular, na habilidade do fingimento. Ian McEwan explora aqui a tênua linha que define realidade. Este romance é uma ode à imaginação. À nossa habilidade, à capacidade humana de iludir e de aceitar ser iludida. A narrativa é um quebra-cabeça, um Cubo de Rubik com faces de espelhos, onde tudo se encaixa, a qualquer momento em qualquer hora, porque tudo, absolutamente tudo não passa de ficção. Uma narrativa brilhante.

Minha objeção está na personagem que achei o menos crível dos elementos. Mas como acreditar em um personagem que nos ajuda a construir o ficcional? Como julgar aquele que nos faz crer e que nos ajuda a descrer. Este é o impasse a que chegamos. E a mensagem é simples: não creia, não acredite. Tudo não passa de ficção. Nem mesmo eu, nem você que me lê, nem Serena.
DIRCE 11/11/2012minha estante
Mais uma vez sua resenha me rendeu: para Estante esperançosa de poder lê-lo em breve.
bjs


DIRCE 04/01/2013minha estante
Ladyce,
Acabo de ler esse livro, e confesso que o maior mérito dele foi ter me proporcionado um verdadeiro êxtase, quando me deparei com a associação que você fez do livro e as telas no seu blog.
Não deixei comentário no blog porque eu sou meio atrapalhada, melhor dizendo, atrapalhada e meio.
Parabéns! Fiquei mui maravilhada.
bjs e que em 2013, você nos proporcione mais êxtases.


Ladyce 05/01/2013minha estante
Dirce, que presente! Ter a minha resenha assim tã bem resenhada! Ai, ai... "assim me dá um troço!"...

Muito obrigada, mas suas resenhas são também sensacionais. Um beijo e um ótimo 2013


Daniel 07/05/2013minha estante
O livro é bom, mas demora demais para decolar. No finalzinho o leitor é recompensado, e vai virar a última página com um sorriso na cara.




kleris aqui, @amocadotexto no ig 01/10/2012

Serena
Acho que esperei muito de "Serena".
Não foi uma leitura viva, tampouco aflita. Foi serena e prolongada.

Tem umas boas sátiras, metalinguagem, mercado editorial, 'leitor fingido', e até 'estética da recepção' para uns bons estudiosos de literatura. Mas isso o torna cansativo por muitas vezes. Ora é muito contextual, muito 'enrolation'. A narrativa é lenta, às vezes sonolenta para embalar os fatos. Ou para escondê-los. Isso dá aquela aparência de ser sem fim... você lê, lê, lê e ainda está com duas, três páginas. Não se lê com afinco, tem que deixar as informações descerem - acredite, tem muita informação para se entender. Porém, não se deve ler com muitos intervalos, pois uma vez que a informação desce, ela pode ser esquecida. O livro é bom, muito bom; só peca nisso que o deixa pesado. E não é bem propaganda enganosa, só... 'too much' para suas quase 400 páginas não devoradas.

"Serena" pede muita calma e silêncio, não só por se prolongar em demasia nos fatos relatados, mas também por uma tradução que por vez não se faz bem entendida (talvez o lançamento mundial no Brasil deve ter atrapalhado nisso). Nesses momentos você acha que se perdeu no "muito da história" ou perdeu a meada da fluidez, em que você espera engatar de vez e não ficar muito cortada; no fim, você entende que ficou mal colocado. Sim, isso influi um pouco na leitura.

Não fica estranho falar de como é a narrativa porque, bem, o livro trata disso: o leitor genuinamente como leitor, entre ânsias, expectativas, dúvidas e interação, a ser comparado com a atividade de espionagem. Ser leitor nos torna um bom espião.

Ainda não comprovei se Ian McEwan é um dos maiores ficcionistas do momento. Só não há como negar que sua trama seja excepcional.
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Helder 29/09/2012

Um livro bastante surpreendente. Conta a história de Serena, uma inglesa que cresce no interior de seu país e por uma série de acasos acaba entrando no serviço secreto nacional. A leitura agradável e fluente acaba por despreparar o leitor para os grandes méritos do livro; suas reviravoltas muito bem arquitetadas pelo autor. Sugiro um leitura minuciosa e atenta aos detalhes de cada página do romance, pois nesse livro nada é dito por acaso. Assim fatalmente terá um leitura muito prazerosa.
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Rodrigo 21/09/2012

Ligeira decepção
A sinopse do livro é chamativa. Um ambiente de espionagem, relações proibidas, traições, deixa o leitor na expectativa por um livro emocionante, cheio de surpresas.

A narrativa é fluida, a leitura é fácil, gostosa, mas só. Não há momentos empolgantes, que te fazem mudar de posição na poltrona. A protagonista não cativa. É apenas aquela eterna adolescente romântica, ávida por aprovação, sem ambições na vida. O autor não deixa os personagens brilharem. A única que parece ter potencial pra "esquentar" um pouco as coisas, a contestadora e impulsiva Shirley Shilling some durante quase todo o romance. Nada no livro é difícil, nada dá muito trabalho, as coisas simplesmente vão acontecendo, vão se ajeitando. Até os momentos de "romance" entre os personagens é chato. Nada de calor humano, beijos tórridos, noites intermináveis. No máximo uma rapidinha na praia.

O final do livro, tão aclamado é um tanto quanto criativo, mas não chega a ser surpreendente. No fim das contas, todos eram exatamente o que pareciam ser: a espiã de modos pueris, o escritor prestes a escrever sua obra-prima, a hippiezinha maconheira, a esquentadinha que toma rumo. Personagens sem nenhuma densidade, de quem certamente o leitor vai se esquecer no momento em que fechar o livro.
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Jacqueline 30/08/2012

Publicado originalmente em www.mybooklit.blogspot.com.br
Serena é uma jovem que se formou em matemática (sem louvor algum), e que encontra prazer na literatura, dedicando horas a leitura de romances de seus autores preferidos, e se arriscando em conhecer novos.
Após escrever um artigo literário para a coluna da revista ?Quis?, ela conhece Tony Canning.

Apesar de ser bem mais velho, Serena se encanta por Tony, e se torna sua amante. É o próprio Tony quem a prepara para a entrevista que ela terá com o Serviço de Segurança britânico.
Quando Tony sai de cena - deixando milhares de questionamentos na mente de Serena - ela não vê outra saída além de concordar em trabalhar no MI5.
Promovida graças a recomendação de Max Greatorex, seu trabalho é recrutar o escritor iniciante Tom Haley para a Fundação, que nada mais é um projeto que funciona como uma fachada, e na realidade é financiado e controlado pelo MI5.

"Na minha opinião havia um contrato tácito com o leitor, que o escritor devia honrar. Nenhum elemento de um mundo imaginário e nenhum dos seus personagens deveria poder se dissolver por causa de um capricho do autor. O inventado tinha de ser tão sólido e consistente quanto o real. Era um contrato que se baseava numa confiança mútua." (pág. 234)

McEwan esteve este ano pela segunda vez no evento Flip, ao lado de Jennifer Egan, para o lançamento mundial de seu novo livro. No evento, o autor de "Reparação" e outros 11 romances, soltou um baita spoiler de Serena, que eu só fui saber após de ter concluído a minha leitura. Não que isso faria diminuir o meu interesse e apreço pela obra.
A primeira coisa que o leitor precisa ter em mente, é que Ian não é apenas um escritor. Ele é um manipulador de emoções, e isto fica claro para quem mergulha de cabeça nas primeiras páginas de seu romance.

Apesar de ser composto em sua maioria por narração, e possuir escassos diálogos, o texto nunca atinge um ritmo maçante, mesmo quando a protagonista discursa sobre a política dos anos 70. A Guerra Fria, e o tom presunçoso do Serviço de Segurança, que acredita ser o responsável pela prevenção contra o terrorismo do IRA na Inglaterra, são assuntos profundamente conhecidos pela nossa espiã.
A história atinge seu ápice quando Serena lê os contos de Tom, e imediatamente se apaixona por eles. Determinada a desvendar a brilhante mente do autor, ela flerta com a possibilidade de ser uma personagem de seus contos, e em determinados momentos sente ciúme de seus personagens masculinos.

Os contos de Haley, têm muito em comum com os contos que Ian escreveu no início de sua carreira. Não posso afirmar que Haley seja um alter ego de Ian, mas afirmo que me apaixonei sem medida por ambos. O que me chama mais atenção é a perfeição com a qual o autor descortina a mente feminina, e discorre pelos pensamentos mais íntimos da protagonista. Serena é uma personagem que possui grande pronfundidade psicológica, o que rende mais um ponto para a percepção excepcional de McEwan.

A narrativa extremamente viciante, detalhista e inebriante, converge para um final surpreendente. Durante metade do livro, o autor nos dá pistas do que virá pela frente (por isso o leitor deverá também se tornar um espião), e mesmo imaginando o que estaria por vir, as últimas páginas me pegaram totalmente desprevenida.
Serena não é só um romance sobre espionagem, ou sobre como todo leitor desejaria entrar na mente do autor. Nem tampouco sobre as inspirações que um escritor encontra para criar um romance de sucesso. Serena é simplesmente um dos livros mais geniais que já li.
Ouso afirmar que será impossível ler algo que produza tamanho impacto, quanto Serena me causou. Agora só me resta ler outros de seus romances, para cobrir o vazio que senti ao terminar de ler a última linha.
Só posso desejar que você tenha a mesma sorte e o privilégio que eu tive, de ter em mãos essa obra prima da literatura, e que apaixone-se do mesmo modo que eu.
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Francine 14/08/2012

Serena
Serena é uma garota universitária que faz um curso que não gosta para agradar a mãe, que tem medo da filha se tornar dona de casa. Em meio a um ambiente machista, ela até considera interessante ser estudante de Matemática, porém, como nunca foi um sonho de estudo, Serena Frome (“a pronúncia é Frum”) conclui o curso sem brilhantismos e destaques. E para aguentar um ambiente tão diferente do seu desejo de ter estudado Letras, os livros a acompanharam por todo o período universitário e também o caso amoroso com um homem mais velho, que a ensinou a gostar de literatura e a entender de política e economia.
Sem grandes ambições, seguindo a linha “carpe diem”, Serena é uma mulher que diz sim às oportunidades. E assim, quando ela tenta descobrir porque o seu amante a abandonou, aceita o trabalho no MI5 e passa a fazer parte de um grupo de espionagem que põem em destaque revelações literárias, por meio de um bom salário mensal para que o artista se sinta livre para criar, sem se preocupar com algum outro trabalho, a não ser escrever. Serena é a mulher responsável por realizar o primeiro contato com o escritor e convencê-lo da excelente oportunidade de fazer parte de um grupo selecionado de escritores proeminentes. É neste ponto que mora a mentira de Serena que, apaixonada pelo escritor que ela convenceu a fazer parte do projeto “cultural”, sua vida é transformada. Antes, a garota que não sabia por que estudou Matemática, passa a ter como trabalho o que mais gosta de fazer: estar perto da literatura, ler.

leia mais: http://livroecafe.com/2012/08/13/serena-ian-mcewan/
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otxjunior 10/08/2012

Serena, Ian McEwan
Um leitor atento da obra de McEwan pode perceber antes do tempo que este livro é estruturado sobre um truque metalinguístico, tal qual foi com seu romance de maior sucesso, Reparação. Várias pistas antecipam o twist final. Porém seria injusto se esse ponto "negativo" refletisse na minha avaliação, pois o autor consegue, ainda assim, surpreender com seu talento em confundir e maravilhar o leitor.
Serena Frome, a bela filha de um bispo anglicano, tem um breve romance com um homem mais velho durante seu último ano na Universidade de Cambridge, e encontra-se sendo preparada para o Serviço de Inteligência Britânico. Em 1972, a Inglaterra passava por um período nebuloso de sua História recente. Enfrentava uma crise econômica e ameaças do grupo terrorista IRA. A Guerra Fria ainda era uma realidade, especialmente na esfera cultural. E por isso mesmo, cabe a nossa heroína, devoradora de livros, desempenhar um papel em um projeto de propaganda cultural, que consiste em acompanhar e financiar a carreira de um escritor jovem e promissor. Mas quando Serena se apaixona pelo prodígio da literatura, vai ficando cada vez mais difícil manter a ficção de sua vida secreta.
Apesar desse tom de romance de espionagem, Serena se enquadraria melhor no gênero de aventura romântica. Foi divertido torcer pela protagonista mesquinha, orgulhosa e romântica, que mesmo vivendo em um lugar decadente, em meio a imundície e caos, só é capaz de se concentrar em seus problemas de relacionamento e vida pessoal, em geral, sem qualquer senso coletivo. Ainda com a preocupação de apontar o papel prático que os romancistas desempenham no mundo, Ian McEwan conclui sua obra com um Happy Ending dos mais criativos e originais que já li.
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Xxxxxxxx1 04/08/2012

Excelente
Livro excelente, um dos mais geniais que já li.A última linha é devastadora.
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Bila 02/08/2012

Vale (muito) à pena insistir na leitura!!!
Por inúmeras vezes o livro se arrasta...detalhes que não fazem (ou fazem)diferança o torna cansativo...mas só até certo ponto. O final inimaginável, imprevisível, romantico e sensível traduz toda a história. Surpreendente e apaixonante!!!
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