Lola's 26/04/2013
" A culpa não é das estrelas é tua Brutus..."
Vou chorar...Desculpe mais eu vou chorar...E eu chorei, chorei muito e depois eu ri...
Sabe aquele dia de TPM bem forte no qual você se sente a mais triste e melancólica das criaturas? Aquele ser que carrega o peso do mundo sobre a suas costas ou que todos os problemas do mundo e da humanidade são culpa sua, por que você é uma mulherzinha sensível, eu li este livro neste dia, então dá pra imaginar o estado que eu fiquei?
No dia para piorar fiz uma listagem musical um tanto "TRILHA DO FRACASSO", ouvi desde de Jeremy(Pearl Jam) a Real the World (Michael Jackson), é eu sei eu tenho um gosto um pouco eclético demais, continuando...Vamos ao livro!
Na boa gente porque eu fui ler este livro naquela situação? Não sei!
Eu ouvi algumas pessoas falando muito bem do livro e então resolvi ler, porém, omitiram a parte de que o livro era dramático com D MAIÚSCULO. Por exemplo o nome "A culpa é das estrelas" (pra quem não sabe o título do livro saiu de uma frase de Júlio César do Tio Will (am)Shake(speare))aparentemente dar-se a entender que a história seria divertida, pensei até que se tratava de uma comédia romântica, não que não seja, o livro é engraçado, digo engraçado e romântico de uma maneira mórbida e pesam a mão no humor negro, é tipo o Morro dos Ventos Uivantes no que se diz a fatalidades, sem toda aquela doença obsessiva-compulsiva.
O livro inteiro gira em torno da morte, o destino de todas as criaturas vivas, a dívida que todos os homens um dia terão que pagar, algumas vezes como no livro vem com aviso prévio.
E é engraçado como os personagens encaram a morte, todos eles, os que vão morrer, os pais dos que vão morrer, os amigos dos que vão morrer, os que escreveram sobre os que morreram.
Hazel Grace uma garota de 16 anos, que sofre de um câncer pulmonar raro desde o 13 anos, para se manter viva ela anda por ai com um cilindro de oxigênio para onde vai, filha única, que adora um livro que se chama " Uma Aflição Imperial" (nome sugestivo não, no lugar dela ao ler este livro eu enlouqueceria, você vai entender porque), que visita o hospital com frequência, que se cansa só de comer, porém é uma garota inteligente e tem uma visão um tanto lúgubre e romântica da vida, mesmo depois de ter passado por tratamentos nocivos para prolongar a sua curta vida (REDUNDÂNCIA. COM) e Hazel mesmo diz no livro, ela sabe que vai morrer e é totalmente consciente disso, essa é a nossa protagonista, em uma reunião tipo Alcoólicos Anônimos, porém está mais para Cancerígenos Anônimos, ela conhece Augustus ou Gus, um garoto bonito, divertido, ágil, lindo, gostoso e com uma perna a menos, Gus teve câncer na perna e teve que amputá- la.
Eles se encontram e fica muito claro que ambos se apaixonam ao primeiro olhar, porém, o amor deles se desenvolve aos poucos e com todas as dificuldades de duas pessoas doentes e que na visão de muitos são simplesmente incapazes de qualquer coisa, o amor entre os dois é daquele tipo literal, intenso, empático, na alegria e na dor. Que tudo suporta, um amor de sacrifício...É MARAVILHOSO.
As escolhas feitas por todos os personagens foram todas acertadas, por mais que causassem dor. O livro me tocou tão profundamente que me fez refletir sobre algumas escolhas na minha vida e a maneira como eu encaro a morte ou o amor ou a amizade e etc.
A relação de amizade entre Gus e Isaac foi tão forte e bonita, assim como a de Hazel entre eles, a relação entre as famílias de Gus e de Hazel também era incrível, o poder do consolo e positivismo "A montanha russa que sempre sobe pra cima. O amor dos pais pelos filhos é inquebrável e imortal.
Também é interessante ver que quando alguém bate as botas como pode ser superficial os sentimentos de condolências sentidos por determinadas pessoas, ou mesmo, aquelas pessoas que dizem que te amam e quando você passa por uma dificuldade, por exemplo Isaac perde a visão e consequentemente perde a namorada que dizia que SEMPRE estaria ali, mas no entanto o sempre dela foi limitado por não suportar ter um namorado cego. Com isso é possível entender que palavras muitas vezes não são nada, somente palavras (lembrei da Cássia Eller, "PALAVRAS APENAS PALAVRAS PEQUENAS, PALAVRAS).
No livro é evidenciado como um momento pode durar uma eternidade infinitamente dentre os dias contados. Cada sentimento foi descrito na minha opinião com maestria e lindamente. Não tenho do que reclamar de "A culpa é das estrelas", por que a culpa foi minha de tê-lo lido em um momento de sangramento e profunda tristeza hahahahaha...
Eu recomendo, leiam este livro!
Moral da história: Não gaste nem um instante rumo a morte com coisas desnecessárias, sabe porque aquele instante poderia ser o seu eterno infinito. E se você não é um Zumbi, Vampiro ou derivados, um dia qualquer você irá morrer, todos nós iremos, então seja feliz!