Paulin 06/05/2020
A autonomia intelectual do indivíduo
Se você curte livros leves, que não exigem um nível relativamente elevado de abstração, que não te fazem pensar profundamente depois que terminou de ler, este livro é pra você.
Eu esperava mais dele, lendo percebi um potencial de ir mais a fundo nos questionamentos que o autor operou; mas só instiga e não se aprofunda, só ?chama pro jogo e não joga?.
Me achei no direito de comparar esse livro com a obra prima (pra mim é) do Gaarder, O Dia do Curinga. Ambos têm em comum a ambição de mostrar a importância da autonomia intelectual do ser humano. Mas apenas um cumpre com excelência tal objetivo. E infelizmente não é o caso de O Código da Inteligência: todas as questões sociais, filosóficas e psicológicas apontadas são rasas e manifestas de maneira muito clichê, além dessas ideias serem colocadas repetidas vezes como se o leitor tivesse Perca de Memória Recente. Já O Dia do Curinga não, trabalha ideias filosóficas e sociais (estas últimas em menor escala) de maneira mais profunda, como se o autor criasse através daquela ficção um laço de comprometimento com o leitor.
Enfim, O Código da Inteligência promete algo, mas infelizmente fornece apenas parte daquilo que prometeu; aquilo que o tornaria diferenciado, isto é, suas ideias relevantes, na verdade o torna frágil e componente da infinita fileira de obras repetidas com títulos diferentes que presenciamos por aí.