Lili Machado 06/04/2012Ele é uma das criaturas mais assustadoras da literatura... até que a evolução de sua personalidade maligna é revelada. Descubra as origens de um dos vilões mais assustadores de todos os tempos, neste thriller de Thomas Harris, que promete revelar a evolução da personalidade maligna de Lecter.
Thomas Harris nos apresentou ao Dr. Hannibal Lecter, em O Dragão Vermelho (resenha no blog: http://houseofthrillers.wordpress.com/?p=1556&preview=true), o primeiro livro da trilogia - uma estória que versava ao redor do agente do FBI Will Graham (o homem que o capturou) e sua habilidade de entrar na mente dos criminosos. É aqui que a lenda de Lecter se inicia.
Na sequência, O silêncio dos inocentes (resenha no blog: http://houseofthrillers.wordpress.com/2011/02/12/o-silencio-dos-inocentes-thomas-harris/), Harris presenteia seus fãs, mas foi o filme ganhador do Oscar, de Jonathan Demme (melhor ator, melhor atriz, melhor diretor, melhor roteiro adaptado), e a extraordinária atuação de Anthony Hopkins, que transformaram Hannibal, num sucesso.
Hannibal, o terceiro livro da trilogia (resenha no blog: http://houseofthrillers.wordpress.com/?p=1565&preview=true), o transformou numa presa ao invés de predador, mas ainda não tinha revelado a origem dos dons malignos do psiquiatra.
Os fãs da série esperaram 25 anos para descobrir como ele tornou-se o mestre da morte e A origem do mal foi o livro mais esperado de 2006, e o filme de 2007.
Nas primeiras páginas, Hannibal Lecter sai de um pesadelo – um garoto na neve, mudo, com uma corrente no pescoço. Ele parece muito sozinho, mas trouxe seus demônios com ele.
Mas o livro começa, mesmo, durante a 2a Guerra Mundial. A família Lecter, Um Conde e uma Condessa muito cultos (de onde vem a sofisticação e a cultura do monstro) e seus filhos talentosos, Hannibal e Mischa, foge para uma cabana numa floresta da Polônia, para escapar da invasão dos nazistas que pilharam sua mansão.
É claro que tudo dá errado, quando um avião de caça cai perto da tal cabana, queimando os pais de Hannibal e deixando as crianças por sua própria conta.
Um bando de soldados russos famintos chegam até o que restou da cabana e... sem nada mais para comer... eles descobrem Hannibal e sua irmã...
Os leitores de Hannibal, já sabiam desde o livro “Hannibal”, do trauma terrível que transformou o jovem Lecter: a morte de sua amada irmã Mischa, durante a Segunda Guerra Mundial.
A missão de Lecter é vingar-se dos responsáveis pela morte de Mischa.
O tio de Hannibal, um pintor famoso, o descobre num orfanato soviético e o traz para a França, onde vai viver com sua linda e exótica esposa, que o ajudar a tornar-se o rapaz mais jovem a entrar numa escola de medicina na França – além de tornar-se sua amante.
Mas os demônios de Hannibal continuam visitando e atormentando. Quando ele fica mais velho, a coisa muda – ele passa a visitar os demônios.
Hannibal descobre que tem outros dons além dos acadêmicos. E nessa epifania, transforma-se no prodígio da morte.
A porta de suas memórias da infância não está completamente aberta: são cenas fragmentadas em flashes luminosos acompanhados de gritos de terror.
A essas cenas podemos acrescentar registros policiais e interrogatórios forenses.
Lecter alterou seus documentos, para confundir as autoridades, mas, com esforço, podemos delinear como a fera saiu de dentro dele e ganhou o mundo.
Thomas Harris não é o autor indicado para as multidões que anseiam pelo “viveram felizes para sempre.”
E Hannibal a origem do mal não tem NADA em comum com suas outras obras anteriores.
O personagem Hannibal Lecter permanece fascinante, mas é um pouco mais humano do que o seu exemplar “adulto”, apesar de ainda ser brilhante. Pode não ser uma obra-prima, mas se aceitá-lo, simplesmente, como um conto sobre a vingança, não vai se arrepender.