Bom-Crioulo

Bom-Crioulo Adolfo Caminha




Resenhas - Bom Crioulo


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Shey 03/02/2013

Nesse romance, é tratado o tema do homossexualismo, tendo como foco a vida dos marinheiros, retratada, às vezes, com requintes descritivos que chegam às raias da fotografia.
Esse romance, datado de 1895, tem como protagonista o jovem Amaro, negro escravo, homem forte e de boa índole, mas de espírito fraco que foge da escravidão e se embrenha na Marinha. Aí conhece Aleixo, grumete que atrai o bom crioulo por ser exatamente o oposto, branco e frágil.
O autor deixa o leitor conhecer um vasto painel dos fatos que envolvem o caso amoroso de Aleixo e Amaro. No entanto, Aleixo também é o ponto máximo do amor da portuguesa Carolina, prostituta, mulher excessivamente carente, que nunca havia conhecido o amor desinteressado e é atraída pelo espírito infantil do rapaz branco, pelos olhos azuis e puros. Na terra, envolve-o pelo amor carnal e passa a ser sua amante, mãe, amiga, e transpõe para Aleixo todo seu coração reprimido pelas cruezas da vida, ama-o como mulher e como mãe, uma vez que ela não tivera a oportunidade de gerar filhos.
O ciúme interfere nesse singular triângulo amoroso, fazendo Amaro agir irracionalmente, como um animal diante do instinto selvagem, destruindo a sua única razão de ser e de viver.
Amaro não conformado deixa Aleixo ensanguentado, morto Aleixo é levado por dois marinhos, e Amaro segue preso sendo guiado por guardas, enquanto Carolina assiste a cena da janela do sobrado.
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Luiz.HorAcio 27/05/2016

Resenha de Bom Crioulo pela Minha EStante Queer.
Se ainda hoje existe preconceito contra os gays, imagine então no século XIX! E tudo poderia piorar se esse gay fosse negro, ex-escravo e apaixonado por um marujo branco da Marinha.

Em Bom-Crioulo de Adolfo Caminha, republicado pela editora Martin Claret, temos o primeiro romance de temática homossexual da nossa literatura que, por sua vez, escandalizou a sociedade brasileira em sua época de lançamento, 1895.
A narrativa do romance gira em torno de Amaro, um escravo fugitivo que passa a fazer parte da tripulação de uma corveta, uma pequena embarcação, que navega pelas águas do nosso litoral. Lá ele se destaca por sua força, beleza, virilidade e bondade, recebendo assim o apelido de Bom-Crioulo.
No entanto, Amaro tem um vício, a bebida, e quando está alcoolizado torna-se muito violento e briguento. Isso se agrava ainda mais quando passa a fazer parte da tripulação um adolescente loiro de traços delicados chamado Aleixo, por quem Bom-Crioulo se apaixona. O ninfeto torna-se o protegido do homem negro que entra em confusões para defendê-lo a todo custo. Em uma delas o Bom-crioulo é punido com cento e cinquenta chibatadas.
O relacionamento dos dois torna-se mais sério quando surge a possibilidade de morarem juntos durante a reforma da corveta. Decidem então viver na pensão de uma ex-prostituta portuguesa, D. Carolina, localizada na Rua Misericórdia no Rio de Janeiro.
Lá entre as idas e vindas de Amaro, o relacionamento dos dois oscilará feito maré e seu desembarque será em um porto chamado sedução e traição em meio às águas do ciúmes, rumo a um naufrágio.
O livro se enquadra no período da nossa literatura chamado de Naturalismo, uma vertente do Realismo, cujo foco era a observação detalhista da realidade (há muitas páginas só descrevendo o navio) e o determinismo (o homem é determinado pelo ambiente em que vive e pela hereditariedade). Além disso, essa escola literária via o homem como um animal, um selvagem que mata quando se sente ameaçado. Tudo isso baseando-se nos estudos e pensamentos científicos da época.
Tendo isso em mente fica mais fácil entender questões como a violência, o erotismo, o alcoolismo e a homossexualidade (que é tratada como uma anomalia) no livro.
Por ser um clássico da nossa literatura e leitura obrigatória em alguns vestibulares, vale muito a pena ler Bom-Crioulo. Entre você também nessas águas.

site: http://minhaestantequeer.blogspot.com.br/2016/04/bom-crioulo-de-adolfo-caminha.html
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Ritinha 11/01/2013

Homoerotismo
A obra Bom-Crioulo de Adolfo Caminha, traz como tema a questão do homoerotismo, apresentado através da relação entre dois marinheiros: Amaro apelidado de Bom-Crioulo e Aleixo um jovem de 15 anos.A narrativa revela explora os sons, cheiros e imagens procuram transmitir ao leitor a vida cotidiana, costumes e valores morais daquela época.
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Wagner 17/10/2016

COMO UM COPO D'AGUA

(...) A gente é como um copo d’água: vai-se enchendo, vai-se enchendo, até não poder mais!

in: CAMINHA, Adolfo. Bom crioulo - Martin Claret
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Victor 11/09/2012

Razoável
Li o livro para um trabalho de escola, é uma história curta e até que é legal. Recomendo ler esse se algum professor pedir para ler algo da literatura brasileira.
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Gustavo 03/05/2019

Um retrato da escravidão e da sexualidade no Brasil pós-abolicionista.
O romance conta a história do encontro de duas figuras contrastantes: Amauro (o Bom Crioulo), negro forte e vivaz, antes sofredor das agruras da escravidão e que consegue um emprego mais digno servindo num navio de guerra da Marinha, e Aleixo, jovem de 15 anos branco e de olhos azuis, com traços meigos e algumas características femininas.
O encontro dessas duas figuras acaba por fazer a consumação do esperado: o negro, mergulhado em sua paixão borbulhante toma posse do garoto branco, e aquele, que antes era escravo e portanto não era dono de si mesmo, encontra no jovem branco uma satisfação por seus desejos de dominação, e o possui como puro objeto de seus desejos carnais.
De maneira paralela ao contato íntimo de ambos vemos no arrolar da trama como a homossexualidade e a feminilidade eram vistas naquela época de maneira pejorativa, e de como o jovem dominado encontra sua maneira de buscar a própria identidade que fora roubada pelo negro.
A história trata portanto de escravidão, não apenas a escravidão crua das senzalas e da casa-grande, mas da escravidão sexual, e de como a busca de cada um pela liberdade vai conduzir os personagens a caminhos antagônicos, de maneira que a felicidade e a liberdade jamais poderia ser alcançada.
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Alex L.S. 27/08/2019

Ótimo
Muito dramático e erótico.
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Jonathan 05/03/2012

Livro lindo! A escrita de Adolfo Caminha é excelente e, apesar do que é aparente, acho sensacional a defesa que o narrador faz do "Bom-Crioulo", que é, sem dúvida, um personagem muito bem construído!
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Dayvid Simplicio 15/05/2011

Bom-Crioulo é uma marca do Naturalismo brasileiro. Aproxima-se muito, em seu estilo, de obras-primas como O ATENEU, de Raul Pompeia e O CORTIÇO, de Aluizio Azevedo. Traz uma temática totalmente extraída da realidade nua e crua tal como era naquela época. Uma obra polêmica para a sociedade da época e para a nossa, no tocante à temática do homossexualismo, que é a marca registrada do romance. Caminha usa e abusa de uma inteligência compositora impressionante, quando compõe uma obra que atravessaria gerações.

Quem passar pelo Naturalismo sem ter conhecido BOM-CRIOULO, não pode dizer que desfrutou de todo o conhecimento das características desse fascinante período da nossa Literatura.
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