O Silêncio dos Inocentes

O Silêncio dos Inocentes Thomas Harris




Resenhas - O Silêncio dos Inocentes


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Lisandra.Silva 19/07/2016

Sobre o Silêncio dos Inocentes
O livro não é somente um ótimo suspense policial, é uma trama psicológica irresistível.
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Marcelo 29/08/2016

Muito bom!
Muito boa essa sequência de Haniball, indico para todos!
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Bernardo Brum 18/09/2016

"Killer thriller": quando o romance policial encontra o horror
"O Silêncio dos Inocentes", mais que o antecessor "Dragão Vermelho", foi o principal responsável junto à sua adaptação cinematográfica por consagrar a protagonista, a formanda do FBI Clarice Starling e principalmente seu coadjuvante, o psicólogo canibal Hannibal Lecter.

Do romance policial, Harris utilizou-se dos elementos estruturais do filão "crime procedural", centrados na investigação de pistas e análise de perfis criminosos. Do horror, elementos do whodunit? (contração de "who done it?", "quem fez isso?"), filão inaugurado por Poe e Edgar Wallace e que fez muito sucesso em várias mídias - no cinema, por exemplo, como os filões giallo e slasher.

Temos então temos a inteligência e determinação de Starling na busca por Buffalo Bill, um assassino de mulheres inspirado em serial killers reais como Ed Gein e Ted Bundy. É puro reflexo da época, quando serial killers ganhavam projeção midiática mundial, com os jornais detalhando seu modus operandi e trajetória dos policiais que os caçavam.

Interessante notar que a policial é uma mulher caçando um assassino de mulheres em um mundo de homens; o que se repete com todas as outras mulheres coadjuvantes, que têm de enfrentar as mais variadas formas de machismo, desde homens que as desprezam por não se encaixarem em arcaicas designações de papéis de gênero até assédio e violência sexual. De maneiras variadas, do orgulho passivo-agressivo do diretor do hospício Dr. Chilton até os requintes de crueldade de Lecter e Bill, fica marcado que um dos elementos mais perturbadores de "O Silêncio dos Inocentes" é a misoginia e seus mais variados aspectos e avatares que assumem.

Lecter tem seus motivos para figurar como um dos vilões mais notórios da cultura popular das últimas três décadas: diferindo da imagem clássica de lobo em pele de cordeiro (como víamos em um "Psicose") ou de um bárbaro à beira da selvageria, Hannibal é uma caricatura perversa do homem sofisticado.

Apreciador de alta gastronomia e música erudita, distinguindo perfumes pelo odor e destrinchando sotaques em pouco tempo de conversa, além de uma incrível capacidade de análise psicológica por pura inferência a partir de poucas informações factuais, o Dr. Lecter tem um papel bem menos central do que no primeiro romance de sua saga, atuando como uma espécie de tutor para a protagonista. Um anti-tutor perverso, é verdade, que gosta de provocar, manipular e omitir por pura diversão, guiando a policial obcecada em descobrir a verdade por salas cheias de fumaça e espelhos.

Harris nem sempre tem uma prosa clara ou objetiva - certas passagens, especialmente as de tensão ou tensão, podem parecer ocasionalmente confusas. Mas o trunfo do autor é a construção psicológica brilhante de seus personagens - à medida que conhecemos Clarice, entendemos como ser policial, corrigir injustiças e caçar criminosos faz parte de sua natureza de maneira incontornável.

Isso a leva a criar um laço de proximidade com seu superior Jack Crawford, espécie de segundo mentor de Starling; policial experiente e emocionalmente calejado, põe um contraponto mais ético aos caminhos sem volta que Lecter se diverte em abrir. Com a esposa à beira da morte, tem uma das poucas subtramas do livro ao lado de Lecter que, trancafiado em uma prisão manicomial, faz seus cruéis jogos mentais enquanto espera uma oportunidade de fuga.

Com isso, Buffalo Bill, ainda que assustador, acaba ofuscado em relação ao núcleo principal. Polêmico à época e ainda hoje, o grande vilão do livro em toda sua repulsão acaba esvaziado. Isso tampouco chega a ser um tiro no pé do livro: ele antes é uma assombração, uma criatura dos pesadelos, habitando uma casa assustadora e quase clichê. Os dilemas de Starling e Lecter operam em um nível bem mais realista, por assim dizer: mais psicológico e com menos psicologismos, andando em uma área moral bem mais cinzenta.

O ouro do livro está na relação entre policial e criminoso, ambos psicólogos de formação. Seus diálogos tateiam, rastreiam e questionam a motivação por trás dos crimes analisados, papel que antes era assumido no livro anterior por Will Graham. Mas se Graham e Lecter nutriam ódio mútuo pela identificação em certo nível, sendo arqui-inimigos que tinham em certo nível de trabalhar juntos, Lecter e Starling têm uma relação ainda mais complicada. Professor e aluna, gato e rato, negociantes de informações e acordos. Para capturar Buffalo Bill, Clarice se vê obrigada a se aproximar e a se abrir para um verdadeiro predador, o que geram algum dos momentos mais desconfortáveis e perturbadores da obra, justamente porque Harris está apostando na sugestão e não no exagero de detalhes gráficos.

Definitivamente influente - o arquétipo da mulher detetive que desafia os papéis de gênero e conquistam sua posição e objetivos de maneira intelectual e racional podem ser vistos em personagens como Dana Scully, de "Arquivo X" e Sarah Linden, de "The Killing", e o gênero popularizado por Harris também alcançou sucesso em romances como "Post-Mortem" e "O Colecionador de Ossos" - o romance tem todos os méritos de um clássico best-seller contemporâneo. Criou um caminho singular em sua convergência de gêneros, facilmente reconhecível, arrebatando uma legião de fãs. Poucos competem de igual para igual nas últimas décadas com Dr. Lecter na galeria de grandes ícones cult, e bastará a leitura - viciante, magnética e imersiva - para se compreender a razão.
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Carolina 16/10/2016

Resenha pelo blog Arsenal de Ideias
Acredito que muitos conhecem a trama pelo filme, aquele bem famoso, sabe? Então, eu nunca assisti, mas é impossível não saber do que se trata, do canibal Hannibal Lecter. Mas, apesar de ele ter um papel crucial na trama, ele não é um dos personagens principais, acredita?

Clarice Sterling está em Quantico para se tornar uma agente do FBI e é chamada para traçar um perfil psicológico do Doutor Hannibal Lecter. Nisso, já podemos ver uma ligação entre os dois personagens e como o Doutor se simpatizou com Clarice, dando dicas sobre o serial killer que estava solto e era o maior procurado pelo FBI.

Me simpatizei com Clarice logo no início do livro. Ela é esperta, corre atrás do que quer e jamais desiste. Hannibal não tem muita participação, mas em suas partes o autor conseguiu demonstrar de forma sem igual a genialidade do personagem. Você chega até a ficar de boca aberta.

Nós demoramos um pouco para descobrir quem é esse serial killer que estava solto, e com isso o livro muda para o ponto de vista da personagem, explicando suas razões de matar tantas mulheres, o que me fez chegar a uma conclusão: o autor criou perfeitamente uma personagem totalmente sádica, com uma grande história por trás desse personalidade do assassino. Ficou uma coisa simplesmente genial.

Eu li o livro em poucos dias, a leitura foi muito fluída e com o passar das páginas você vai se apegando cada vez mais à história, pois ela vai se desenrolando cheia de mistérios e você não consegue simplesmente deixar o livro de lado, pois a cada página que você vira sua curiosidade vai aumentando.

Indico muito esse livro para quem curte o gênero, com certeza é uma leitura indispensável. Agora estou morrendo de vontade de assistir ao filme, porque como já conhecia os atores, os imaginei enquanto lia a obra.

Já até ia me esquecendo! Essa mariposa, que tem na capa do livro, tem um significado muito interessante por trás, dentro da história. Mais uma prova de que o autor conseguiu criar uma trama extremamente inteligente.

site: https://arsenaldeideiasblog.wordpress.com/2016/10/16/resenha-33-o-silencio-dos-inocentes-thomas-harris/#more-2084
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Lih leme 01/03/2017

Para tudooo...
Que livro maravilhoso, Hannibal por mais que tenha gostos... Peculiares, o personagem arrasa, a mente do Hannibal é brilhante, ele consegue manipular as pessoas e descobrir coisas sem um pingo de esforço, por mais intimas q sejam essas coisas. Fiquei extasiada com essa leitura e preciso de ler os outros urgente rs... Recomendo
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Nisy 27/03/2017

Realmente um clássico
Depois de ler O Dragão Vermelho, confesso que fiquei levemente desanimada com O Silêncio dos Inocentes.Não que o primeiro tivesse sido ruim, mas foi uma leitura bem cansativa pra mim.
O ritmo desse livro é frenético e eu, que nunca vi o filme, já fiquei louca de curiosidade pra ver os personagens representados. Sei que vai ser difícil me decepcionar, uma vez que o filme foi tão aclamado por todos.
Extremamente bem escrito e fluído, eu estou cada dia mais fã do Thomas Harris!
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Renata 05/05/2017

Um livro de suspense que cativa você do começo ao fim
Aqui temos uma protagonista feminina e forte que mostra seu potencial em resolver um crime de um assasino de mulheres mesmo sendo apenas uma estudante. Não tenho nem o que falar, ele superou minhas expectativas, eu li dragão vermelho e mesmo gostando do livro eu achei um pouco parado e não me prendeu tanto, o que é bem diferente deste livro que além da narrativa ser envolvente o livre aborda vários temas importantes e não muito falados na época em que foi lançado. Vale super a pena ler e recomendo a qualquer pessoa
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Dany 10/08/2017

O Silêncio dos Inocentes de Thomas Harris
Enrolei demais para continuar lendo a série e foi por desleixo meu mesmo. Em O Silêncio dos Inocentes eu já sabia da história por conta do filme que já vi várias vezes, então não era nenhuma surpresa o enredo. Mas, como toda adaptação tem suas modificações, o enredo do livro tem certos detalhes que fazem a história se tornar ainda mais rica.

Clarice Starling é uma estudante do FBI que acaba sendo convocada por Jack Crawford para um trabalho, ele encarrega ela de falar com o Dr. Hannibal Lecter acerca de um assunto, mas com o intuito de que ele acabe sendo propenso a falar sobre o serial killer intitulado de Buffalo Bill.

Clarice é bastante inteligente e se empenha para consegui fazer com que Hannibal forneça informações para a captura de Buffalo Bill e com isso acabamos conhecendo um pouco de ambos. Sobre a vida dela, como foi à trajetória que a motivou em entrar para o FBI e ao mesmo tempo sabemos mais sobre Hannibal, sua inteligência, a frieza com que ele conversa, e um sobre seus crimes. Acho muito interessante o personagem porque ele é extremamente envolvente. Sempre que tinha uma cena com ele eu ficava pregada no livro. E por conta disso foi que a leitura deu-se de modo tão rápido. Eu simplesmente não consegui desgrudar.

Com relação ao serial killer Buffalo Bill não fiquei tão fascinada com ele. Em O Dragão Vermelho o serial killer apelidado de Dentuço foi muito bem trabalho, além de ter tido uma história mais envolvente.

Acho que o fato de eu não ter ficado tão intrigada com esse serial killer em questão é porque a história não foi tão focada nele. O ponto alto era o Dr. Hannibal Lecter e o fato de cinco mulheres terem sido assassinadas e uma ainda está desaparecida ficou como pano de fundo. Esse era o casa que Clarice procurava desvendar, até porque os crimes eram bárbaros e ao mesmo tempo que instigava a minha curiosidade em saber mais e querer desvendar esse mistério tudo ficava esquecido quando Hannibal entrava em cena.

A escrita do Thomas Harris é simples e acaba envolvendo a gente. Fora que todos os detalhes, as perguntas sem respostas, os mistérios fizeram com eu devorasse o livro rapidamente.

site: http://recolhendopalavras.blogspot.com.br/2017/05/o-silencio-dos-inocentes-de-thomas.html
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Fêtorres 29/01/2018

Livro Fenomenal , mas o que mais me agradou foi a troca de pontos de vistas , sendo que o ápice desses momentos foi poder entrar na mente de Lecter , esse , sem dúvida , foi o ponto alto do livro.
Foi uma das leituras que me surpreendeu e que superou as expectativas , com louvor.
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@apandaliteraria 02/02/2018

As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões.


O livro de Thomas Harris nos traz um mundo de romance policial, em uma trama muito elaborada Dr. Hannibal Lecter é convidado a ajudar a agente em treinamento Clarice Starling a desvendar tudo sobre um serial-killer conhecido como Buffalo Bill. Dr. Hannibal está preso em uma clinica psiquiátrica por causa de seu canibalismo e para conseguir algumas comodidades ele resolve ajudar, mas de sua maneira.
As celas de sua prisão não impedem Hannibal de manipular a todos que rodeia, com cada espaço pequeno de tempo se encontrando uma vitima, o FBI vê uma certa urgencia em construir o perfil do Buffalo Bill,
No decorrer da trama a filha da senadora é uma das vitimas do serial-killer e o tempo para o procurar se torna menor, sendo de poucos dias, os dias em que Buffalo prepara suas vitimas. Em frente a isso Clarice se vê obrigada a começar manipular Hanniabal e obter seu perfil e tudo que ele souber.
Uma historia cheia de mentiras, suspense e medo, Silencio Dos Inocentes nos prende a cada nova descoberta, nos faz querer mais de Thomas Harris pelo seu desfecho tão surpreendente.

site: https://www.facebook.com/Rhecanto-Nerd-1629223904011540/
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Paula.Soares 02/02/2018

Maravilhoso
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Mr. Jonas 03/02/2018

O Silêncio dos Inocentes
Cinco mulheres são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. Para chegar até o sanguinário assassino, uma jovem treinada pelo FBI entrevista o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra, cuja mente está perigosamente voltada para o crime. Ao seguir as pistas apontadas por Lecter, a jovem se vê envolvida numa teia mortífera.
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Ana 26/03/2018

Interessante
Eu esperava um texto mais elaborado, continuidades mais coerentes e perfis de personagens mais desenvolvidos.

O tema é envolvente.
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Renata.Reis 09/04/2018

A ideia do livro é genial
Eu sou uma grande fã do seriado do Hannibal, e então, resolvi dar continuidade com o silêncio dos inocentes.
O Thomas Harris é bastante descritivo com relação a linguagem de perícia, que envolve anatomia também, o vocabulário do livro é bastante extenso. Foi um dos motivos pelo qual eu achei a leitura por muitas vezes confusa, mas nada que uma pesquisada no google não resolvesse. Isso pode tomar um tempo da sua leitura, mas não que seja ruim, até porque os detalhes aqui fazem a diferença.

O decorrer da história é fascinante. O modo como o James Gumb mata as vítimas é muito ``fascinante´´ e aterrorizante. No entanto, eu achei que o autor deveria ter explicado mais a fundo o perfil psicológico do serial killer. Até porque os sentimentos pela cachorrinha preciosa, foi um exemplo dele ter alguma empatia.

Em troca de informações, Hannibal queria saber mais sobre o passado de Clarice Starling. É interessante saber aqui o quanto ela é uma pessoa empática. Foi fascinante como o Dr Lecter analisou o perfil dela e tirou algumas conclusões. E foi fascinante também como ele deu as pistas do serial killer para a Clarice.
Só que a minha curiosidade é: mas por que ele faz isso? diversão? de fato ainda não tirei conclusão alguma sobre o canibal. Embora os outros agentes do FBI e o Dr Chilton afirmam que é um comportamento puramente de diversão, como um gato brincando com uma presa antes de mata-la.

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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 17/05/2018

Sugestão de Leitura
O Desafio 12 Grandes Livros com Grandes Mulheres (12GLCGM) é uma homenagem às protagonistas femininas que deixaram sua marca no mundo literário, transformando a imagem da mulher, trazendo uma mensagem de empoderamento e força e promovendo reflexões. No post de hoje, teremos "O Silêncio dos Inocentes" de Thomas Harris.

Thomas Harris, em um período de 25 anos, escreveu quatro livros cujo personagem central é o Dr. Hannibal Lecter: "O Dragão Vermelho" (1981), "O Silêncio dos Inocentes" (1988), "Hannibal" (1999) e "Hannibal - A Origem do Mal" (2006). Mas, apesar disso a protagonista do post de hoje é Clarice Starling, de "O Silêncio dos Inocentes".


Clarice Starling ainda não se formou na Academia do FBI quando é chamada por Jack Crawford para ajudar em um caso. Crawford chefia a divisão do FBI que cuida de crimes e perfis psicológicos de serial killers e não tem conseguido obter relatos consistentes de seu prisioneiro mais famoso, o Dr. Hannibal Lecter. Assim, Crawford aciona Clarice Starling para interrogar Lecter, que tem a missão de levar alguns formulários e testes psicológicos para o prisioneiro. Lecter praticava canibalismo com suas vítimas, é bastante inteligente, sofisticado e lê o íntimo das pessoas com uma precisão e uma facilidade incríveis. Depois de alguns encontros, Starling percebe que a real intenção de Crawford é investigar os assassinatos cometidos por outro serial killer, apelidado de Buffalo Bill, com a ajuda das dicas e insights do Dr. Lecter.

Uma sexta vítima de Buffalo Bill é encontrada e Starling segue a equipe do FBI para fazer a autópsia da garota. Dentro de sua garganta, Starling encontra uma pupa (casulo) de mariposa e esta pista a levará mais perto de descobrir quem é Buffalo Bill. Starling confidencia sua descoberta ao Dr. Lecter e, pelas coisas que ele supõe do caso depois disso, Starling percebe que o doutor conhece pessoalmente Buffalo Bill.

Enquanto isso, a filha da Senadora Ruth Martin, Catherine, é sequestrada e, pela forma como os acontecimentos se desenrolaram, o FBI suspeita que ela será a sétima vítima de Buffalo Bill. Em paralelo, Crawford passa por sérios problemas familiares e começa a perder credibilidade na investigação e, consequentemente, Starling é tirada do caso e orientada a retomar os estudos da Academia.


Em um primeiro momento, a análise de Starling como uma grande personagem feminina pode resumir-se ao fato de ela conseguir dialogar com o Dr. Lecter - coisa que ninguém tinha conseguido até então. De fato, isto é digno de nota, mas o mérito de Starling vai muito além disso.

Ela é a melhor aluna da disciplina de Tiro, desbancando todos os homens da turma com sua mira precisa e sua tranquilidade. Starling é uma personagem muito centrada, sempre focada nos resultados que estabeleceu para si e extremamente ambiciosa. Thomas Harris escreveu uma protagonista feminina que vai além dos clichês onde a personagem feminina "passa a perna" nas demais colegas ou usa de sexualidade para chegar onde quer. Starling é franca e retraída.

Além disso, ao longo do livro, Starling sofre assédios dos mais variados níveis e de vários homens da trama, tanto do FBI quanto dos órgãos que a ajudam, bem como do diretor do presídio psiquiátrico onde está Dr, Lecter. Fica claro, logo no início da estória, que Starling está inserida em um universo predominantemente masculino e branco e que precisará enfrentar muitas barreiras que lhes serão impostas simplesmente por ser mulher. Apenas Crawford parece levá-la a sério e enxergar todo o seu potencial, além do próprio Dr. Lecter.

Thomas Harris também conduziu de forma muito competente o encerramento do caso de Buffalo Bill. Starling relata que, para o caso ser resolvido, é preciso "pensar como uma mulher", ou seja, ter uma visão mais sistêmica da vida das vítimas: Starling reflete sobre seus sentimentos, seus pensamentos, seus anseios e sua rotina, o que a leva para pistas realmente relevantes para chegar em Buffalo Bill. Starling havia demonstrado no enredo estômago forte para lidar com cadáveres e mutilações, sangue frio para lidar com os assédios e desrespeito e, no fim, mostra sua sensibilidade e profundidade para compreender quem é o serial killer. Ou seja, ela é maravilhosa.

Catherine Martin também merece uma menção honrosa. Sequestrada por Buffalo Bill, ela luta até o fim pela sua liberdade e não deixa se abater pelo medo e pelo cativeiro. Longe de se portar como uma vítima de um serial killer, Catherine também foi ótima de se ler.

Nos próximos livros, Starling terá que enfrentar muitos obstáculos profissionais por ser mulher. Ela será renegada e prejudicada diversas vezes, só porque não é um homem branco do FBI, e isso a torna ainda mais interessante. "O Silêncio dos Inocentes" é um livro ótimo, que prende a atenção do leitor e fornece cenas de ação assustadoras e bem construídas. Gostei muito da leitura e, claro, amei Starling.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2018/05/12glcgm-o-silencio-dos-inocentes-de.html
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