Cia do Leitor 25/11/2012
A TRAVESSIA
Ao Iniciar a leitura de A TRAVESSIA de William Paul Young, eu tive certeza que esta obra seria tão boa quanto o sucesso mundial de vendas, A CABANA e eu estava certíssima. Felizmente ambos os livros foram publicados aqui no Brasil pela Editora Arqueiro, a mesma que me presenteou com "Prova para Leitura" e devo agradecer por esta benção. O Livro é narrado em terceira pessoa, tem uma linguagem agradável e de fácil entendimento. Nada tem a ver com livros religiosos ou de auto-ajuda. É um belo romance que nos envolve na história a ponto de nos fazer refletir sobre nossos atos e pensar mais no próximo.
Somos apresentados ao protogonista Anthony Spencer, um verdadeiro HOMEM DE SUCESSO. Lindo, rico, inteligente, rodeado por mulheres e aparentemente feliz. Eu disse, "aparentemente".
Ainda criança, perderá os pais em circunstâncias diferentes e passou por vários lares para adoção junto com seu irmão mais novo. Não compreendia como sua amada mãe tão devota e religiosa pode ser-lhe arrancado a vida por "Deus". Passou a culpá-lo por tudo de errado que lhe acontecia e começou a rebelar-se contra o Criador.
Quando adulto, casou-se duas vezes com a mesma mulher, na primeira vez, gerara um casal de filhos e o pouco de sentimento que ainda tinha em seu coração foi dado a eles. Só que, um infortúnio aconteceu, Gabriel, seu filho estava com câncer e foi definhando-se aos poucos até "Deus" levá-lo de si.
Foi a gota d'água, Tony virou definitivamente as costas para Deus, tornando-se frio e cruel, a ponto de torturar emocionalmente sua esposa, culpando-a "também" pela morte de Gabriel. Não aguentando a pressão e a frieza, ela pediu o divórcio.
Dois anos depois, reconquistou e casou-se novamente com a ex-mulher, apenas com o intuito de vingança. E como consequência de seus atos, magoara a filha que nunca o perdoaria por fazer-lhe-as sofrer.
Perdera ambas e a solidão foi a sua mais fiel companhia.
Amargurado, tornou-se um homem ainda mais frio, inescrupuloso, egocêntrico e desconfiado, tinha uma barreira que impedia passar emoções positivas. Não jogava para perder e pisava em quem tentasse ferir seu orgulho, foi o caso da esposa. Na vida profissional não era diferente, humilhava e sentia desdém por todos em sua volta..
Mas, Tony não contava com o que estava por vir.
Com mania de perseguição, isolou-se em seu "esconderijo secreto" a fim de relaxar e fugir das poucas pessoas de seu convívio. Sozinho, começa a sentir-se mal, sofre um derrame e fica inconsciente...
Internado em um hospital em estado de coma, é constatado que Tony tem um tumor cerebral e pouco tempo de vida.
Ao "despertar" percebe encontrar-se em um lugar estranho, surreal e lá é recebido por Jack, Jesus, Espírito Santo (vovó para os íntimos) que pacientemente e docemente o leva a refletir sobre seus atos até o momento, mostra-lhe a triste verdade, as máscaras caem e o arrependimento sucumbi sua alma. Triste consigo mesmo, Tony implora por uma segunda chance e Jesus, sempre misericordioso, o envia de volta ao "mundo real" para uma jornada, onde deverá escolher apenas uma pessoa para receber a cura divina. E neste percurso, Tony vive suas melhores experiencias e seu maior aprendizado, Anthony aprende a amar.
Bom, vou parar por aqui, a história a partir dessa jornada, vai ficando cada vez mais emocionante e interessante. Conhecemos junto com Tony os personagens coadjuvantes que irão encantar e alegrar a obra.
Sim, nem tudo são lagrimas de tristeza, fiquei deveras emocionada com o personagem chamado Cabby, um menino com síndrome de Down que vê muito além do que nossos olhos permitem. Conhecemos sua mãe Molly uma guerreira de fé inabalável. Também somos apresentados a amiga de Molly, Maggie, posso afirmar que a maior parte das risadas que dei foi por culpa exclusiva de Maggie. É através desses novos amigos que Anthony amadurece e algo muda dentro de si, algo infinitamente melhor.
"-Deus é capaz de transformar toda a dor, todo o desamparo, toda a mágoa e todas as coisas ruins em algo que jamais poderiam ter sido, ícones e monumentos de graça e amor. É profundamente misterioso como as feridas e cicatrizes podem se tornar preciosidades, ou como uma cruz implacável e aterrorizante pode se tornar o maior símbolo de um amor inabalável.
- E isso vale a pena? - sussurrou Tony.
- Pergunta errada, filho. Não existe "isso". A pergunta certa sempre foi: "Você vale a pena?" E a resposta é e sempre será "Sim!"."
Enfim, a essência desta obra está nas mensagens que ela partilha conosco, está no aprendizado, naquilo que você se permite abraçar, aproveitar e mudar. Muitas vezes nós cultivamos o deserto dentro da gente, ao fecharmos o nosso coração, secamos e morremos, não a morte física, mas pra vida. Esse aprendizado ficou fixado em minha mente, nunca senti tanto a presença de Jesus como nesse livro, a emoção é indescritível.
Mais uma vez afirmo que, o Espírito Santo escreveu através das mãos de William P. Young, ele soube nos passar a mensagem, sem misturar religião e crendices. Mas nos fez abrir os olhos para algo maior, que é amor ao próximo.
Indico esse livro a todos que acreditam que algo de bom existe em nossas vidas, uns chamam de destino, outros apenas coincidência, eu chamo de Deus.
Na verdade Indico este livro a todos que amam fraternamente, incondicionalmente e divinamente.
Fantástico, lindo, emocionante, perfeito!
P.S.: Alguém parou pra pensar qual a diferença do "real" e "verdade"? (risos) Amei essa abordagem, adorei a explicação. (vide página 43)