Uma Crença Silenciosa em Anjos

Uma Crença Silenciosa em Anjos R. J. Ellory




Resenhas - Uma Crença Silenciosa em Anjos


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Katy 21/08/2016

“Não sei como alguém pode suportar perder tanta gente e ainda acreditar na bondade fundamental do ser humano.”
Assim é Joseph Calvin Vaughan, e é a história dele que tive o prazer de conhecer lendo "Uma crença silenciosa em anjos", de R. J. Ellory.


O livro começa com Joseph ainda criança, contando sobre o dia em que uma pena branca trazida pelo vento pousou perto dele e desde esse momento, por superstição, ele soube que tratava-se de um aviso da visita iminente da morte. Pouco depois, seu pai vem a falecer, deixando Joseph sozinho com sua mãe e com a crença de que ele havia morrido para se tornar um anjo.

Desde muito cedo, percebemos que Joseph é uma criança diferente das outras. Ele tem um jeito profundo de pensar e sentir e um grande senso de justiça, acompanhados pela sensação de que é seu dever corrigir as coisas erradas do mundo e proteger todos aqueles que julga necessitados. Joseph tem um coração grande e é muito maduro desde jovem. Tem o dom da escrita e de ver o mundo com uma carga sentimental tão grande, que as vezes chega a tornar o livro pesado, mas posso garantir que vale a pena seguir lendo.

A história começa a se desenrolar quando uma menina do condado onde Joseph vive é estuprada e brutalmente assassinada, chocando à todos os moradores do pequeno local. Logo, todos começam a tentar entender quem pode ter tido coragem de tamanha crueldade. A menina estudava na mesma classe que Joseph e, apesar de não terem muito contato, ele fica terrivelmente abalado com o crime, sentindo-se até mesmo culpado por não ter evitado que ocorresse.

"Lembro-me da gargalhada dela. Mãe, eu me lembro do cheiro dela... de morango, morango amargo, uma coisa assim. Foi nisso que pensei quando a vi lá em cima... toda despedaçada e jogada ali como uma coisa sem valor nenhum, nenhum. Foi isso que vi, e acho que quando se vê uma barbaridade dessas, não há nada que se possa fazer para apagar as imagens da cabeça da gente, e elas vão ficar gravadas na minha mente até eu ser pasto para as minhocas. Isso muda minha visão das coisas. Me faz pensar que não se pode fazer nada com a vida a não ser vivê-la da melhor forma possível, e se a gente erra, erra pelo menos tentando fazer algo bom, ou tentando fazer algo melhor, ou pelo menos tirando um pouco de conforto e amor de onde pode tirar."

Porém, esse é o primeiro de uma série de assassinatos que ocorrem ao longo dos anos. Meninas sempre menores de doze anos, todas abusadas sexualmente e assassinadas, esquartejadas e tendo seus membros separados por diversos locais. A cada crime, uma parte de Joseph mudava e uma ferida era aberta em seu peito: ele sentia que precisava fazer algo, precisava impedir que mais meninas fossem machucadas, que mais crianças morressem e famílias sofressem com suas perdas.

Chega então a criar um grupo chamado "os Guardiões", formado por alguns colegas também crianças, se dividindo para vigiar e proteger cada menina que pudesse ser alvo do assassino. Mas logo o grupo fracassa, mais mortes acontecem, e a tristeza e culpa que sente é tão grande, que preferem não se reunir mais.

Acompanhamos todo o crescimento de Joseph. A paixão pela professora, com a qual chega a relacionar-se após adulto (o que no início me perturbou, pois ela dava aula para ele desde criança, mas depois os achei perfeito juntos), as inúmeras perdas e tragédias que sofreu e, principalmente o impacto que cada uma dessas coisas teve no caráter de Joseph. Acompanhamos ele tornar-se um escritor de sucesso, ele ver sua mãe enlouquecer aos poucos devido à um trauma e ele perder uma a uma, cada pessoa que amou e quis proteger. É triste, é pesado, é uma dor poética.

"O amor, mais tarde eu chegaria à conclusão, era tudo para todo mundo. O amor era o que fazia sofrer e parar de sofrer. O amor era mal interpretado, o amor era fé, o amor era a promessa do agora que se tornava esperança para o futuro. O amor era um ritmo, uma ressonância, um reverberação. O amor era estranho e tolo, era agressivo e simples, e com tantas qualidades indefiníveis que nunca poderiam ser transmitidas em palavras. o amor era ser."

O livro tem uma narrativa muito pesada, do tipo que você lê dez páginas e tem a sensação de ter lido cem, não pela quantidade de acontecimentos (os fatos ocorrem muuuuuito lentamente), mas pela profunda carga emocional que cada parágrafo trás. Por esse motivo, várias vezes pensei em abandonar a leitura, mas Joseph me cativou tanto e me vi torcendo tanto por ele, que me forcei a continuar.

Apesar de intitulado como thriller, vi muito mais drama do que suspense no livro. Os assassinatos seguem por toda a vida de Joseph, inúmeros crimes sem solução que lhe perturbam e impactam em todos os outros aspectos de sua vida adulta e ficamos angustiados para saber quem é o cruel assassino, mas, ainda assim, temos um foco muito maior nas perdas de Joseph, em suas tragédias e na forma como todas essas fatalidades impactaram sua vida pessoal.

O final não chega a ser tão surpreendente (eu, pelo menos, tinha duas suspeitas de possíveis assassinos e uma delas estava correta!) mas no decorrer da história aconteceram pelo menos quatro coisas que me deixaram de queixo caído e coração partido e mais de uma vez me vi como Joseph: querendo ter o poder de corrigir as injustiças e tristezas do mundo.

Se você procura um livro leve e divertido, para se divertir e se descontrair, esse NÃO é recomendado, de forma alguma. Entretanto, se procura uma história profunda, com uma grande carga emocional e profundidade na narrativa, nos personagens, nos sentimentos; esse com certeza será o livro perfeito!

site: https://bloggerculturando.blogspot.com.br/
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@fabio_entre.livros 12/10/2015

Uma assombrosa catarse em forma de thriller

Eu escolho a maioria das minhas leituras de acordo com o autor ou o tema/sinopse, mas tive de abrir uma exceção muito especial para R. J. Ellory (de quem ainda não havia lido nada) quando vi o livro “Uma crença silenciosa em anjos”. Foi um dos poucos casos em que comprei um livro pela capa: sou atraído por capas escuras, sombrias e isso, aliado à imagem das asas ensanguentadas e o próprio título instigante, foram fatores determinantes para que eu decidisse dar prioridade a essa obra, apesar de ter vários livros na fila de “próximas leituras”.
A primeira coisa que posso dizer é que foi uma das leituras mais deprimentes que já fiz; por deprimente quero dar a entender que o livro cumpre perfeitamente sua intenção de perturbar o leitor em vários níveis, fazendo-o sentir-se com o coração apertado perante tanto sofrimento e injustiça, desafiando os limites mais insuportáveis da existência, tudo isso sem parecer forçado ou caricato. De fato, “Uma crença silenciosa em anjos” é uma completa jornada de enfrentamento das tragédias inerentes a todo ser humano, quando seus maiores temores se tornam realidade, quando a fatalidade é uma marca intrínseca da vida, uma sombra que tolda qualquer perspectiva de otimismo a longo prazo.
O livro é descrito como um thriller, mas, particularmente, vejo que ele se desdobra em uma dimensão muito mais transcendental do que isso, assumindo um tom fortemente psicológico e dramático. A narrativa elegante de Ellory confere ao romance uma sobriedade belíssima em termos de linguagem, que chega a ser poética, embora lúgubre. Simultaneamente, o autor explora a psique dos personagens – sobretudo do protagonista, Joseph Vaughan, evidenciando o doloroso emaranhado de sentimentos, memórias e experiências vividas por ele desde a infância – enquanto constrói toda a atmosfera de paranoia e tensão coletiva que constitui o ponto de partida da história: a onda de assassinatos brutais cometidos contra crianças, que se inicia na pequena comunidade rural dos EUA onde Joseph mora, no final da década de 1930, e que perdura por décadas sem que o assassino seja capturado ou identificado.
Assim, embora o terror infligido por esses assassinatos e as investigações em busca do serial killer constituam o caráter de suspense policial essencial à história, eu creio que Ellory se destaca bem mais na abordagem dramática do livro. Isso porque, afinal de contas, o foco do romance é a forma como uma sucessão de tragédias pessoais, perdas e desgraças do tipo mais atroz afetam radicalmente a vida de Joseph, que, inclusive, é quem narra a maior parte do livro em 1ª pessoa; uma vez ou outra aparece o narrador onisciente em 3ª pessoa. A influência nefasta do assassino de crianças sobre Joseph cresce ao longo dos anos, até sua vida adulta, a ponto de seus destinos se tornarem indissociáveis; daí, o único meio encontrado pelo personagem para se libertar de seus terrores e exorcizar os demônios do passado é enfrentar seu maior inimigo, a fim de alcançar sua liberdade e purificação pessoal, uma vez que direta e indiretamente todas as perdas e humilhações sofridas por Joseph estão ligadas a esse terror, incorporado na forma de um assassino. E é justamente esse enfrentamento, símbolo da nossa própria busca por uma autorrealização, que constitui a magnífica catarse do livro.


site: http://metamorfosedaleitura.blogspot.com.br/2015/10/sobre-o-livro-uma-crenca-silenciosa-em.html
Leonardo 14/12/2015minha estante
Ótima resenha Fábio! Parabéns!


Valeria 31/08/2016minha estante
Ótima resenha !


@fabio_entre.livros 01/09/2016minha estante
Obrigado! :D




AmadosLivros 24/12/2013

Resenha do Blog Amados Livros
Não deixe de conferir nossa opinião sobre este livro no nosso blog! E lá também tem muitos outros livros legais!
Dê uma passadinha lá! ;D
Confira no link abaixo!

site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2012/03/uma-crenca-silenciosa-em-anjos.html
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Matheus 04/06/2013

Este livro me fez mudar por completo a minha visão de mundo. Um livro completamente arrasador, nostálgico e lúgubre, mas que me fez acreditar que o ser humano é indestrutivel. Tem o elenco de personagens mais fantásticos que eu ja presenciei, e uma história que foge de todas as críticas. Mescla essa história pesada e drástica com uma descrição poética de cada passo do personagem principal, que, ao longo do drama, vive as maiores tristesas que eu porderia sentir - e senti, cada uma das perdas dele. Agradeço a R.J Ellory, agradeço por Joseph, por sua mãe, pelos guardiões, mas mais que todos eles juntos, agradeço por Bridget, e por todo o amor que ele consegui transpor dessa obra-prima. Está mais que recomendado.
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Magella 11/01/2013

Foi surpreendente ler esse livro,mais um dos meus favoritos.Uma história cheia de mistério e suspense altos e baixos personagens que o tempo todo são surpreendidos por algum evento,momentos de profunda tristeza ao ler esse livro o que acaba ficando meio pesado mas não deixa que isso atrapalhe a leitura porque é esse peso,penumbra e suspense que sustenta o livro até o fim você sofre junto fica triste com todos os acontecimentos fatídicos da cidade em questão. Essa não é uma leitura para ser feita as pressas é para ser apreciada com cuidado,com atenção.É comovente,belo,triste,perturbador e belo.Surpreendente até o fim de tirar o fôlego.
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Felipe Mendes 19/03/2012

Diante do pior dos piores

Realmente uma história que foi a fundo nas emoções humanas. Tantas mortes não? 12 pra 29. Terríveis foram todas elas.
Já sabia o final.
O que posso concluir é que nós passamos momentos angustiantes, tristes, difíceis; são barreiras nas quais precisamos passar.
As pessoas são capazes de machucar, decepcionar, mentir, manipular, portanto, fique forte, é preciso continuar, conforme Joseph nos disse em suas palavras finais.

Temos em vários capítulos a narrativa feita sob o ponto de vista de um personagem, e quando trabalha em uma terceira pessoa mais pessoal o autor consegue um resultado maravilhoso em imprimir o lado psicológico dos personagens, com certeza um dos pontos fortes da obra.
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Linny 14/03/2012

Intenso
Uma Crença Silenciosa em Anjos é uma história intensa, escura e repleta de mistérios que conta a vida de Joseph Vaugham, um garoto que desde muito jovem aprende da maneira mais bruta como não é fácil viver.Ele passa por muitas tragédias pessoais ao longo de décadas, desde a morte de parentes próximos como de conhecidos,porém existiram fatos que o marcaram para sempre...



Um deles foi: Um serial killer que fez vitimas; meninas que eram encontradas brutalmente assassinadas em sua pequena cidade. Todos os moradores desta vila tinham que conviver como medo , pavor e preocupações com o que poderia acontecer a seguir e quem seria a próxima vitima.Joseph foi um dos moradores que sentiu profundamente o pânico pelas mortes.Na época ele era apenas um menino e teve que ter forças para suportar a ocasião que fora presenciar um dos corpos mutilados que era de uma colega sua do colégio. Assim ele junto com alguns amigos mais valentes formaram um grupo titulados como Os Guardiões que seria tipo vigilantes e protetores das meninas que moravam na vila.
Com o passar dos anos o crime foi cessado mas ainda incomodava Joseph que já era um homem e vivia em outro país.Contudo ele começa a descobrir que o assassino ainda continuava a praticar os seus crimes bizarros, pois somente havia aprimorado a sua tática, então Joseph usa toda a sua perseverança para desvendar quem é o assassino e consequentemente acabar com os crimes de uma vez por todas.
O interessante neste livro é o mistério que ronda essas mortes.Joseph foi um personagem vigoroso que sempre estava disposto a acabar com os crimes, mesmos que estes o perturbassem. Também se mostrou ser um guerreiro pois passou por muitos acontecimentos ruins e não se deixou abater por eles porque o poder de sua vontade o fazia com que sobrevivesse ao pior e corresse atrás de seus objetivos.
O autor foi muito talentoso em criar um suspense policial, com uma pitada de terror que deixa o leitor preso nas linhas até o final, pois a cada passagem a história fica mais intrigante! Como também os acontecimentos não nos deixa pistas, então uma dica: nada é o que parece. E acima de tudo com um final completamente imprevisível.
Recomendado para adultos pois há cenas bem fortes, onde algumas pessoas podem se impressionar.
Recomendo à todos que adoram um livro com um ótimo suspense policial.
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Luciane 12/01/2012

Este livro me surpreendeu muito. Como não leio as sinopses, achava que se tratava de mais romance sobrenatural, envolvendo anjos. Mas não! É um livro de suspense com drama. Tudo vai acontecendo uma sequência de trajédias, quando se acha que agora finalmente melhorou, novamente há algo pior e totalmente inesperado. Confesso que suspeitei do assassino desde o começo. Contudo, o que o motivo para realizar todas as atrocidades não ficou muito bem esclarecido na minha opinão, mas não tira a grandeza do livro, tanto que o classifiquei com 5 estrelas.
Este livro é do Grupo Livro Viajante: http://www.skoob.com.br/grupo/1284-livro-viajante
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Núbia Esther 23/10/2011

“Rumores, boatos, folclore. Fosse qual fosse a forma como uma pluma branca pousasse ou descansasse, diziam que indicava a visita de um anjo. Na manhã de quarta-feira, 12 de julho de 1939, eu vi uma. [...]”

Naquele dia, a morte viera pela High Road e levara o pai de Joseph Vaugham, então com 12 anos. Foi a primeira visita dela à Augusta Falls na Geórgia que Joseph se lembrava, porém não seria a última. Durante muitos anos ela viria pela High Road e levaria um anjo, uma menininha, e isso acarretaria mudanças na vida de Joseph, esses eventos marcariam para sempre sua alma e seguiriam com ele por toda a sua vida.

A primeira delas foi Alice no dia 03 de novembro de 1939, a menina de onze anos que sentava atrás de Joseph na escola, fora estuprada, espancada e esganada. Nove meses depois foi a vez de Laverna, em julho de 41 Ellen Mary é encontrada morta e em março de 42 Joseph encontra o corpo de Catherine. Quatro meninas, quatro anjos, quatro recortes de jornais que Joseph vai guardando com as notícias dos assassinatos. Sempre ali, lembrando-lhe que não fora capaz de evitar que aquelas meninas fossem mortas com tal crueldade, mas como poderia um garoto de quinze anos lutar contra alguém tão vil? Junto com outros amigos eles formam um grupo denominado “Os Guardiões” para vigiar e proteger as garotas de Augusta Falls, o que claramente prova-se inviável quando a quinta menina é encontrada morta.

Em meio a isso tudo, Joseph descobre o dom da escrita, sua tábua de salvação e provavelmente uma das poucas coisas que o mantém são e confiante de que as coisas podem melhorar. Mas a morte não se contentou com apenas 5 anjos, continuou a fazer vítimas, e tentando escapar disso tudo ele deixa Augusta Falls, parte em busca de algo maior, de uma chance de um recomeço, o que também lhe é negado. Joseph parece destinado a sofrer eternamente, muitos em seu lugar já teriam entregado os pontos, mas o material de que ele é feito é de fibra e tem força de vontade. Ellory construiu um protagonista crível, forte ao demonstrar sua fraqueza, com uma força enorme para encarar e tentar superar seus problemas e passível de uma empatia sem tamanho, talvez ajudada pelo fato de acompanharmos o crescimento do personagem ao longo da história, literalmente.

O autor trabalha muito bem as relações das comunidades pequenas, as suspeitas sobre quem é de fora, ou é diferente e as suposições que podem advir daí. Ellory cria um ambiente sombrio, punitivo, deixa o leitor constantemente frustrado e descrente do futuro, mas nos mostra que ainda assim é possível sobreviver ao pior que o mundo pode reservar. O autor também teve uma infância brutal, perdeu os pais e os avós bem jovem e aos 17 anos cumpriu pena por roubo. O que nos faz pensar se Joseph não seria uma espécie de alterego e se a exemplo do seu personagem não foi a literatura que permitiu que ele superasse seus problemas. Não sei. O que não se pode negar é que Ellory sabe criar excelentes tramas policiais com grande carga emocional. E, diferente de muitos livros por aí, com tramas fast-food (não que eu não goste é bom deixar claro), o desenlace da trama é demorado, porém, de forma alguma cansativo. Durante 30 anos meninas foram mortas, durante 30 anos Joseph não conseguiu esquecer o passado e, ainda que a minha suspeita sobre o assassino tenha sido confirmada, a conclusão da história foi de certa forma surpreendente.

[Meia Palavra] - http://blog.meiapalavra.com.br/2011/10/23/uma-crenca-silenciosa-em-anjos-r-j-ellory/
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Danni 07/09/2011

Não sei como alguém pode suportar perder tanta gente e ainda acreditar na bondade fundamental do ser humano.
"É um thriller fascinante,da melhor qualidade,impossível de largar." (The Guardian)
Essa é a frase que está escrita na capa do livro, e realmente é a verdade.
Uma Crença Silenciosa em Anjos tem uma narrativa única, é brilhante, poética. Isso mesmo, poética...muitas vezes eu parei de ler pra anotar um frase linda do livro.

Joseph Calvin Vaughan, já adulto, conta sua estória, deste que tinha 12 anos e perdeu seu pai, que ele acreditava que se estivesse esforçado mais viraria anjo. Anjos,sim, Joseph acreditava neles, e estudava sobre eles.
Mas foi a partir da morte de Alice, que tudo mudou.Depois da morte dela, veio muitas outras. E Joseph criou um grupo batizado de Guardiões,pra tentar proteger as meninas de August Falls, mas isso se estendeu.
Na leitura dá pra perceber que Joseph é um garoto especial. Tem o dom da leitura e de sempre ajudar aos outros.
O triste é ver ele perder tanta gente querida, tantos amores...e superar tudo isso.

"As Crianças,embora perspicazes, têm visão seletiva.Vêem tudo,não discute,mas escolhem interpretar o que vêem de uma forma que convenha às suas sensibilidades."pág16

"Meu pai me dizia que era uma das coisas mais importantes para se fazer.Dizia que a gente podia passar a vida toda num barracão de um quarto numa cidade minúscula,mas podia ver todos os lugares do mundo na imaginação deste que soubesse a ler."pág29

"A amarga contradição de fazer tudo o que se pode para ter sucesso,e depois pedir desculpas quando fez...que tipo de vida é essa?" pág100

"A solidão é uma droga,um narcótico;cresce nas veias,nos nervos e nos músculos;assume um direito de posse sobre o seu corpo e sua mente;alimenta-se e cria sua própria exigência."pág146

"Quando se ama uma pessoa,a gente assimila tudo nela,o passado e o presente.Assimila tudo,ou nada."pág164

"Talvez haja cicatrizes-na mente,no coração-que nunca fechem. Talvez haja palavras que nunca possam ser ditas nem murmuradas,palavras para escrever num papel que se transforme num barco que desça um rio para ser engolido pela maré.Talvez haja sombras que persigam a pessoa para sempre,que envolvam a pessoa naqueles momentos de escuridão particular, e talvez só ela consiga reconhecer os rostos que essas sombras apresentam,pois são suas sombras, as sombras dos seus pecados, e nenhum exorcismo terreno consegue expulsá-las.Vai ver que não somos tão forte,afinal.Vai ver mentimos para o mundo, e ao mentir para o mundo mentimos para nós mesmos."Pág 316

"O amor era o que fazia sofrer e parar de sofrer.O amor era o mal interpretado,o amor era fé, o amor era a promessa do agora que se tornava esperança para o futuro.O amor era um ritmo,uma ressonância,uma reverberação.O amor era estranho e tolo,era agressivo e simples, e com tantas qualidades indefiníveis que nunca poderiam ser transmitidas em palavras.O amor era ser."pág329

"Talvez alguns de nós voltem... talvez alguns de nós tenham aprendido o bastante para fazer uma diferença, para influenciar as situações para melhor... para ficar observando... para esperar a hora certa e depois agir.
E apesar das aparências, apesar de todas as indicações em contrário, apesar da reserva por medo do que os outros pudessem pensar, eu ainda sentia que todos nós tínhamos aquela crença silenciosa."


Para ser lido com tempo e com a mente aberta.
Foi por esse motivo que não dei 5 estrelinhas, e porque descobri o assassino antes do final!
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Alessandra 22/05/2011

Uma "bem "silenciosa crença em anjos
O livro gira em torno da trajetória de vida de Joseph Vaugham, que logo aos 12 anos se depara com a morte e violência e o que elas causam nas mais diversas pessoas, principalmente em uma cidade pequena onde todos se conhecem.
A historia é narrada em primeira pessoa, alternando o tempo passado e o presente, com capítulos curtos ao todo 34.
Considero uma boa leitura, mas não é um livro apaixonante daqueles que você não sossega até ver o fim.
Joseph Vaugham é morno e diante dos acontecimentos da sua vida, eu realmente esperava mais do personagem. Claro que não estou falando de um herói, porque o livro é todo estruturado na condição real da sociedade, seus medos, suas crenças.Mas como o enredo vai da sua pré adolescência até a vida adulta dá pra acompanhar a transformação psicológica e a formação de caráter e o honestamente o que me pareceu foi que Joseph Vougham não envelheceu, nem embruteceu,apenas foi um espectador da sua própria historia.
A ambientação começa 1939, no sul dos Estados Unidos e o autor faz um paralelo dos acontecimentos regionais da pequena cidade Augusta Falls com o macrocosmo mundial, pincelando os personagens com suas expectativas diante de assuntos como guerra, preconceito, nazismo e embora não aprofunde nos faz lembrar que a ficção não está tão longe da realidade.
Quem gosta de muita descrição de cenário ou diálogos extensos, vai sentir uma certa frustração. O autor dá mais enfoque ao lado emocional dos personagens, obviamente pela ótica de Joseph.
O que mais segura na leitura é a solução do mistério do livro, durante a leitura você consegue fazer suposições, e com uma pequena reviravolta você pode até se surpreender, mas até ai senti falta de uma motivação, ou um dialogo mais bem construído no desfecho, não com explicações, porque a principio o livro se estrutura em cima da mente e sentimentos dos seres humanos e bem... tem mente que não dá pra entender, mas até os mais loucos encontram uma justificativa para sua motivações.
Resumindo em poucas palavras eu diria é um livro intrigante, com drama, de fácil leitura e voltando a me repetir... morno.
Flávia 17/02/2012minha estante
Alenda, você descreveu exatamente o que penso. Estava desconfiando que eu não tinha lido direito porque só via elogios. Joseph é apático, a leitura pouco empolgante. O mistério é o único tema que tenta segurar a história, mas com tantos argumentos contra, quase não é capaz. Por diversas vezes, quase desisti de lê-lo. Pretendo fazer uma releitura, ainda sim.




Simone 10/04/2011

Uma pequena cidade é abalada por uma série de brutais assassinatos de meninas.
Joseph juntamente com seus amigos faz um pacto para proteger as meninas da cidade e tentar capturar o terrível assassino. Eram apenas crianças diante de um assassino frio, cruel e calculista.
Os assassinatos continuam ao longo dos anos e os fantasmas das meninas parecem perseguir Joseph como que cobrando dele a promessa feita de protegê-las. A busca por esse assassino só trará para Joseph perdas e grandes sofrimentos. Mas ele acredita que só terá paz quando descobrir a identidade do assassino. Mal sabe ele que o assassino sempre esteve tão perto.
Romance policial bem escrito, com uma linguagem fácil, que nos leva a ter uma grande empatia pelo protagonista da história. O autor conduz muito bem a trama. Apesar de deixar pistas para o leitor, consegue esconder com muita habilidade a identidade do assassino.
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Kel Costa 01/04/2011

Ótima leitura!
Uma Crença Silenciosa em Anjos é um livro intenso. Demorei a me empolgar com a leitura, admito. Logo nas primeiras 50 páginas eu pensei em desistir do livro e mandá-lo para a próxima pessoa (livro viajante). Não porque o que eu lia era ruim, mas eu não estava me sentindo disposta para algo tão forte como eu sabia que o livro seria. Mas aí resolvi dar uma chance, me forçar a ler e não me arrependi. Pelo contrário, teria me arrependido muito se não tivesse lido.

R. J. Ellory escreve de uma forma que faz você sentir o bolo na garganta em momentos mais tensos da narrativa. Faz ter raiva por tudo que Joseph é obrigado a passar e faz querer entrar dentro do livro para fazer o que ninguém parecia conseguir: descobrir quem era o infeliz que assassinava aquelas meninas. Você não descobre. Pelo menos eu não consegui. Pensei em várias pessoas, duvidei das mais improváveis e só descobri, quando Joseph me contou.

Para ler a resenha na íntegra: http://www.itcultura.com/2011/03/resenha-uma-crenca-silenciosa-em-anjos/
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