Dri 22/12/2022
Melancolia e mistério no espaço!
Um trio de cientistas está em uma missão no planeta Solaris, descobrem que o local possui um oceano inteligente que os faz passar por acontecimentos inexplicáveis, mas que os leva em uma série de reflexões, incertezas e mistérios.
Solaris é muitas vezes filosófico e levanta questões sobre o contato de seres humanos com vida extraterrestre e toda a relação dos humanos com o funcionamento do universo: existe um limite para isso? Quais são as possibilidades?
Esse livro me ganhou nas partes mais reflexivas, humanas, de tensão e de conversas entre os cientistas sobre o que estava acontecendo.
Mas ele me perdia nas partes que ia descrevendo coisas mais físicas e técnicas do planeta e outras partes mecânicas e externas. O finalzinho é basicamente só isso, por isso não curti muito.
Ele me fez pensar bastante, mas não foi dos mais fluidos, alguns trechos bem de ficção-científica eu tive que ler duas vezes pra entender. Ele não é grande, tem umas trezentas páginas, o que é ótimo porque o autor não fica enrolando e cada cena é importante.
A história é inteligente e é muito intrigante acompanhar as tentativas dos cientistas de compreender Solaris e dar sentido ao que o oceano faz.
Tudo o que acontece em Solaris está além do entendimento humano, o livro não traz respostas nem nada muito explicado, o que aumenta o mistério e fascínio em torno da trama, já que existem várias interpretações possíveis.
Solaris é melhor ainda considerando que o livro foi publicado na década de 60. O autor sabe muito bem passar a sensação de isolamento, dúvida, culpa e tantos outros sentimentos que os personagens, em especial o protagonista, carregam.
"Nós partimos para o cosmos preparados para tudo." Mas será mesmo que estão preparados?
Uma experiência única e totalmente fora da minha zona de conforto que eu amei ter.
"O que é um homem normal? Aquele que nunca fez nada abominável? Sim, mas será que nunca pensou em fazê-lo? Ou talvez nem tenha pensado, apenas alguma coisa dentro dele pensou, pululou, dez ou trinta anos atrás; talvez tenha se defendido daquilo e esqueceu, e não ficou se martirizando, porque sabia que nunca levaria a cabo. Bem, mas agora imagine que subitamente, em pleno dia, no meio de outras pessoas, encontra aquilo corporificado, acorrentado a você, indestrutível, e emtão? O que você tem então?"