Resenhas - A Festa de Babette

Vanessa 08/04/2024

Praticamente um conto bem interessante sobre uma funcionária que gastou todo o dinheiro fazendo um jantar para as patroas

Hono 24/03/2024

Grandes artistas não passam fome.
Li esse livreto entre viagens de trem para o Lollapalooza nesse final de semana. Uma surpresa agradável, sobretudo, por esperar alguma tragédia, porém, ser encantado pela história de uma revolucionária sem revolução.

Jasmimcafé 10/03/2024

Análise profunda: Supérfluos necessários
Um ser humano precisa de alimento, água, abrigo e da graça de Deus para se manter vivo. Qualquer coisa além disso seria considerada "supérflua", porém, são esses elementos adicionais como beleza, estética, arte, cultura, diversão e convivência humana que distinguem a vida humana da animal, sendo essenciais para viver plenamente como ser humano.

Aquele que se fixa exclusivamente no mundo das "necessidades" arrisca-se a sucumbir ao materialismo mais banal. Nesse percurso, a possibilidade de perder sua vocação, o sentido da vida, a religião e a tão chamada "alegria de viver" torna-se iminente. Identificar os supérfluos necessários a serem cultivados é a rota para alcançar sua vocação de maneira mais plenamente humana.

Vemos isso nos trechos: "Ao manusearem e ganharem familiaridade com os agourentos maços de papel"

"Não, Babette!?, exclamaram as senhoras. Como podia imaginar uma coisa dessas? Acreditava ela que lhe permitiriam gastar seu precioso dinheiro com comida e bebida? ou com elas? Não, Babette, de jeito nenhum."

As protagonistas se viram envoltas em uma nova experiência, onde o egoísmo caminhava de mãos dadas. Essa interação com o dinheiro as instigou a testar as virtudes intrínsecas de sua natureza, levando-as a refletir de maneira autoreferente sobre seus próprios planos e despertando a faceta materialista que antes permanecia latente.

O supérfluo desempenha um papel fundamental na vida humana, especialmente no campo da beleza, da arte e da cultura. Esses elementos considerados "supérfluos" são, na verdade, essenciais para a ascensão da humanidade. Museus, cultura, teatro e artes plásticas são indispensáveis para a vida humana plena.

Quando a vida se torna marcada por tristeza, estagnação e rigidez, é provável que esteja faltando o supérfluo necessário. Elementos do mundo da arte, cultura, diversão, hobbies e convívio saudável são cruciais para evitar que nossa existência perca o aspecto humano, incluindo a beleza, o convívio e, em última análise, o elemento do amor.

Abandonar elementos como beleza, virtude, convívio humano e cultura requer uma base sólida de contemplação desses aspectos. Quando alguém se envolve profundamente no supérfluo necessário, que é a vida do espírito, torna-se capaz de abrir mão das preocupações com as "coisas necessárias". Aqueles constantemente ocupados com tarefas essenciais podem se encontrar em um estado de desgaste. É imperativo incorporar a contemplação da beleza, da verdade e da calma para equilibrar a vida e alcançar um sentido mais profundo de plenitude.

Que elementos "supérfluos" Babette trouxe para a vida das pessoas da aldeia?

Babette trouxe para a vida das pessoas elementos como alta gastronomia, sofisticação culinária e uma experiência sensorial única para a vida das pessoas da aldeia. Seu talento como chef e a elaborada refeição proporcionaram não apenas uma festa para o paladar, mas também resgataram a beleza, o convívio e a expressão do amor através da comida e da comunhão entre os habitantes da aldeia.

Esses elementos transformaram a vida da aldeia,  proporcionando experiências estéticas, culturais e sociais que enriqueceram a existência dos habitantes, indo além das necessidades básicas. Sendo assim, foram essenciais para transformar a monotonia e a rigidez da comunidade em momentos de beleza, convívio e até mesmo amor.

Mila105 03/03/2024

Se a benção bater na sua porta Deixe entrar
Duas irmãs que eram uma benção na vila, levavam a palavra de Deus e tinha uma vida de "exemplo" cristão.

Acontece que um dia uma moça bate na porta delas pedindo moradia por um tempo, elas poderiam ter dito "não", mas elas aceitaram.

E mal sabiam elas que estava entrando uma moça que só traria benção para elas e a vila também.

Ela diminuía até os custos do mês. Quem não gostaria de alguém assim?

Acredito que esta obra vai muito além de esperar que alguém assim entre na sua vida.

Mas que nos tornemos, assim como Babette, pessoas que deixam leve a vida do próximo.

Pâm 27/02/2024

Um conto leve mas falta emoção
A história é leve, porem achei muito vago, um pouco sem emoção. Entendo que se trata de um conto, então não da para simplesmente ter 200 páginas, mas esperava um pouco mais.

Giovanna.Nogueira 12/02/2024

O jantar que conecta o presente e o passado
O conto de Karen Blixen acompanha a história de duas irmãs protestantes que permanecem vivendo juntas após a morte do pai, abordando brevemente a fase juvenil de ambas ao apresentar acontecimentos marcantes dessa época. A obra também apresenta a chegada de Babette, uma francesa que, fugindo de conflitos em seu país de origem, busca asilo trazendo consigo uma carta escrita por um antigo amigo das irmãs.

Após anos trabalhando na casa, Babette descobre que ganhou um prêmio na loteria e o decorrer do enredo se debruça em um jantar preparado pela francesa como retribuição pela bondade das irmãs. O jantar é o ponto mais alto do livro, onde questões mal resolvidas do passado e reflexões sobre o presente são alavancadas.

Apesar da obra ser bastante curta, achei a linguagem utilizada não muito fluida e bastante rebuscada, dada a época em que o livro foi escrito. Porém, é uma leitura rápida e vale a pena chegar ao final do livro para descobrir os desdobramentos após o jantar.

bluesbird 16/11/2023

Adoro essa história
É um livro muito curtinho, com uma história muito querida! Babette se desdobra em conquistar um pequeno vilarejo, com sua dedicação e habilidades. O sonho de realizar um grande banquete quase mágico, foi o que mais me marcou. A personagem é testemunha da vida simples ao seu redor, e ambos os lados se presenteiam de alguma forma ( a gente entende mais no final). É um clássico que acaba rápido e me deixou com um quentinho no coração. Recomendo.

Ingrid Lúcia 02/09/2023

Último livro do Segundo CLPC
Nesse segundo semestre do Clube do Livro do Paulo Cruz, lemos esse incrível conto de Karen Blixen. De alguma forma, o professor adora escolher livros que têm uma temática religiosa por trás, que acaba engrandecendo os personagens e as histórias lidas. Como não gostar dessa leitura, que acaba por mostrar que o talento sempre supera as nossas vontades e os nossas escolhas? Sinceramente, adorei a experiência dessa leitura e já estou inscrita na próxima turma.

legolas_ 21/06/2023

Minha interpretação sobre esse conto demorou muito pra tomar forma, como se eu não conseguisse visualizar que mensagem a autora estivesse tentando passar, apesar de sentir isso.

Erikacristn 10/05/2023

Impactante
Um sentimento diferente me surgiu. Um aconchego, um afeto. A autora conseguiu transpassar o sentimento da cozinha e da alimentação. Lindo!

Mc Brendinha Carvalhão 11/09/2022

Pra se empanturrar
Curtinho, rápido e fácil de ler, me emocionei com a conversa das irmãs com Babette depois do banquete, final melancólico. Simples, delicado e te deixa com fome.

Rafael.Brina 11/06/2022

Bem tocante
Duas irmãs protestantes, que moravam na Noruega, recebem em sua casa Babette, fugida da França, que havia perdido toda a sua família para a guerra.
O Livro me tocou bastante ali bem no final, apesar de ser curtinho. Pena que não era maior, mas foi uma ótima leitura. Existe até um filme de 1987, bem fiel ao livro.

Cyntia 08/01/2022

"Mas é uma francesa e descobrirão que, mesmo em sua miséria, ainda encontra desembaraço, grandeza e estoicismo. (...) Em momentos como esse percebiam que Babette era profunda e que no abismo de seu ser havia paixões, havia lembranças e desejos sobre os quais nada sabiam."

Disotelo 20/10/2021

O Indivíduo Sufocado Pela Sociedade.
1-Enredo: Cozinheira francesa foge da França e é abrigada por duas humildes irmãs puritanas em um vilarejo nos confins da Noruega. Após anos de serviço prestados as irmãs, a cozinheira convence a família a permitir que ela se encarregue de um jantar comemorativo, as irmãs aceitam, mas o episódio se torna fonte de um conflito entre a austeridade das irmãs e a sofisticação da cozinheira.

2-Avaliação

A- Acessibilidade : É tipo um conto de fadas, a diferença é que, devido a certas sutilezas, não funcionaria para o público infantil.
B-Conteúdo: Simbólico, oferece muitas possibilidades de interpretação que podem dialogar com temas como individualidade, religião e arte. Babette pra mim, é um símbolo da pessoa interiormente rica sufocada pelo simplismo daquelas que a cercam.
C-Trama: Simples, mas bem construída.
D-Intensidade:Bom, não tem nenhum ponto morto.
E-Concisão: Não se se é conto ou novela, mas o livro é bem curto, nunca se perde em detalhes desnecessários.
F-Verossimilhança: Não dá pra ler como um olhar realista, mesmo assim dá pra dizer que todos os personagens são críveis, exceto Babette, mas ela , tal como os personagens mitológicos, se vale pelo simbolismo.
G-Personalidade: Ótimo, me pareceu bastante singular.

3-Recomendação: Recomendo pra qualquer um que sinta inconformação com o mundo onde vive.

4-Melhores Trechos


"As donas da casa, no início, estremeceram levemente, tal como o deão, no passado, ante a ideia de acolher uma papista sob seu teto. Mas não lhes agradava aborrecer sua semelhante, uma criatura que passara por tão duras provações, com catequizações; tampouco estavam muito seguras do próprio francês. Tacitamente concordaram que o exemplo de uma boa vida luterana seria o melhor meio de converter a criada. Desse modo, a presença de Babette na casa tornou-se, por assim dizer, um aguilhão moral para suas moradoras"

"No mundo todo, um longo lamento é emitido pelo coração do artista: Permitam-me dar o máximo de mim!"

PS: Tem uma adaptação cinematográfica realizada nos anos 80, venceu Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ela é ótima, bastante digna do livro.

Luiz.Goulart 15/09/2021

"Um artista nunca é pobre"
O segundo livro que li da dinamarquesa Karen Blixen (conhecida pelo pseudônimo Isak Dinensen). O primeiro foi A Fazenda Africana, adaptado para o cinema como Entre Dois Amores (ganhador de 7 Oscars). A Festa de Babette também foi um filme premiado internacionalmente, incluindo o Oscar de filme estrangeiro. A história de Babette, uma renomada chef de cozinha francesa que, fugindo da revolução em Paris, se abriga na casa de duas irmãs puritanas.