A Festa de Babette

A Festa de Babette Karen Blixen




Resenhas - A Festa de Babette


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Aline T.K.M. | @aline_tkm 05/08/2013

Banquete como fonte de prazer e pecado, e de felicidade
A situação conflituosa entre o banquete de Babette e a religiosidade e auteridade das irmãs Martine e Philippa, conforme vemos nas enxutas 64 páginas do livro, suscita interpretações sagazes.

Sem qualquer indício de agressividade explícita, e acompanhada por uma atmosfera de beleza, a trama mostra o exercício de uma religiosidade ortodoxa e dogmática, que acaba por se revelar altamente egoísta. Especialmente no que diz respeito às duas irmãs que, tendo renunciado a um destino de felicidade e realizações, se mantêm fiel ao falecido pai (que fazia parte da classe eclesiástica) e à prática do desapego. Os habitantes do vilarejo, tal como Martina e Philippa, levam uma vida austera e insípida; os excessos, o carnal, o mundano, e o prazer - inclusive em relação à boa comida - são condenados.

Babette dará novo colorido ao vilarejo de Berlevaag durante o banquete - fonte de prazer e pecado, mas também de felicidade - que deseja oferecer na casa das irmãs. Motivada pela generosidade, mas, e principalmente, pela artista que tem dentro de si, a francesa vê no banquete o deleite dos convidados e também algo de realização pessoal. Provar algo a si mesma e aos demais em fins do século 19, e na posição de uma mulher, requer coragem e determinação além do visível.

O texto “fácil” e a mensagem que ele traz fazem de A Festa de Babette, conto mais conhecido da dinamarquesa Karen Blixen, uma leitura daquelas que a gente tem vontade de recomendar.


LEIA PORQUE... A adaptação cinematográfica do conto é bastante aclamada, tendo levado o Oscar de filme estrangeiro em 1988. (Venho prometendo a mim mesma, há anos, assistir ao filme.) A película franco-dinamarquesa A Festa de Babette (1987) tem direção de Gabriel Axel.

DA EXPERIÊNCIA... Surpresa das boas. Sem falar que é inevitável traçar um paralelo entre as habilidades gastronômicas de Babette, que não haviam sido plenamente reconhecidas por ser mulher, e o fato de a autora ter sido mais conhecida pelo pseudônimo masculino Isak Dinesen.

FEZ PENSAR EM... Comida! Na sopa de tartaruga. Na Comuna de Paris, o primeiro governo em que o papel governante cabia à classe operária. E na necessidade vital do artista de mostrar seu potencial.

site: Leia mais em: http://LIVROLAB.blogspot.com
Gustavo.Cabral 20/06/2020minha estante
Assisti o filme e acredite, é realmente muito bom! Descobri hoje que tinha o livro. Acabei de adicionar na lista de leitura!


Aline T.K.M. | @aline_tkm 20/06/2020minha estante
Eu assisti depois e gostei bastante do filme! =) Recomendo muito o livro.


LeeFerreira 12/11/2021minha estante
Ótima critica!
Assisti o filme há alguns anos e ontem li o livro pela primeira vez.
Rápido, inteligente e gostoso de ler.


Giovanna.Nogueira 31/01/2024minha estante
Resenha impecável!




Disotelo 20/10/2021

O Indivíduo Sufocado Pela Sociedade.
1-Enredo: Cozinheira francesa foge da França e é abrigada por duas humildes irmãs puritanas em um vilarejo nos confins da Noruega. Após anos de serviço prestados as irmãs, a cozinheira convence a família a permitir que ela se encarregue de um jantar comemorativo, as irmãs aceitam, mas o episódio se torna fonte de um conflito entre a austeridade das irmãs e a sofisticação da cozinheira.

2-Avaliação

A- Acessibilidade : É tipo um conto de fadas, a diferença é que, devido a certas sutilezas, não funcionaria para o público infantil.
B-Conteúdo: Simbólico, oferece muitas possibilidades de interpretação que podem dialogar com temas como individualidade, religião e arte. Babette pra mim, é um símbolo da pessoa interiormente rica sufocada pelo simplismo daquelas que a cercam.
C-Trama: Simples, mas bem construída.
D-Intensidade:Bom, não tem nenhum ponto morto.
E-Concisão: Não se se é conto ou novela, mas o livro é bem curto, nunca se perde em detalhes desnecessários.
F-Verossimilhança: Não dá pra ler como um olhar realista, mesmo assim dá pra dizer que todos os personagens são críveis, exceto Babette, mas ela , tal como os personagens mitológicos, se vale pelo simbolismo.
G-Personalidade: Ótimo, me pareceu bastante singular.

3-Recomendação: Recomendo pra qualquer um que sinta inconformação com o mundo onde vive.

4-Melhores Trechos


"As donas da casa, no início, estremeceram levemente, tal como o deão, no passado, ante a ideia de acolher uma papista sob seu teto. Mas não lhes agradava aborrecer sua semelhante, uma criatura que passara por tão duras provações, com catequizações; tampouco estavam muito seguras do próprio francês. Tacitamente concordaram que o exemplo de uma boa vida luterana seria o melhor meio de converter a criada. Desse modo, a presença de Babette na casa tornou-se, por assim dizer, um aguilhão moral para suas moradoras"

"No mundo todo, um longo lamento é emitido pelo coração do artista: Permitam-me dar o máximo de mim!"

PS: Tem uma adaptação cinematográfica realizada nos anos 80, venceu Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ela é ótima, bastante digna do livro.
Carolina 23/10/2021minha estante
Eu assisti esse filme que você citou, mas já faz uns 20 anos kkk

Fiquei interessada em ler o livro


Disotelo 23/10/2021minha estante
Nossa, vc era uma teenager quando viu, capaz que hoje em dia vc veja com outro primas, eu vi há uns 15 anos. Eu imagino que vc vá gostar bastante do livro.


Disotelo 23/10/2021minha estante
*prisma ao invés de primas




C Henrique 16/07/2016

Contraponto moral numa viagem gastronômica
"A Festa de Babette" é um dos contos mais simples, bonitos e ricos que já li. Simples, por ser uma história curta com poucos personagens (em que consiste na verdade um conto), narrando a vida de duas senhorinhas de idade puritanas (no sentido estrito, criadas sob a religião e costumes protestantes) numa vila da Noruega, e de uma misteriosa forasteira francesa que modifica a rotina de todos com sua chegada, e de quem vamos sabendo mais com o decorrer da narrativa.

Bonito e rico porque, apesar da simplicidade, traz uma "moral da história" que nos faz refletir sobre diversas questões que abrangem muito além do que "a priori" a maioria de quem o lê interpreta, muitos achando que se trata apenas ou principalmente de um livro sobre a culinária e gastronomia. Mas o conto vai muito além desses assuntos, tratando de questões de ordens filosófica, religiosa e artística, ao tecer um contraponto entre duas visões de mundo e de moral.

Uma moral religiosa, de quem renuncia ao mundo, não tirando nada dele e vendo nas coisas terrenas apenas uma fonte de pecado e luxúria, uma distração dos caminhos que levam a Deus, e devotando a vida a procurar não se desviar dos seus preceitos e dogmas, e uma moral forjada na experiência e no sofrimento, de quem o mundo tudo tirou, e que encontra no ofício e na arte (no caso a culinária) e na sua expressão uma espécie de compensação e um significado para a vida.

No clímax do conto, durante o banquete preparado por Babette para uma dúzia de convidados, usando todo o dinheiro que possuía, por algumas horas mágicas essas duas visões de mundo se convergem e a autora nos mostra que ambas não precisam ser excludentes. Que a Graça (fazendo um trocadilho na língua portuguesa) é de graça, está para todos, e se manifesta não apenas através da virtude espiritual, mas na própria criação e na humanidade, na alegria e nos prazeres.
@livreirofabio 26/07/2016minha estante
linda resenha! vi o filme há umas semanas a atrás, e que coisa boa é encontrar e sentir de novo o prazer de Babette em servir, em fazer o que gosta, e transformar por algumas horas pessoas já bastante cansadas...


C Henrique 31/07/2016minha estante
Obrigado, Fábio! :)

Também adoro o filme, vi há muitos anos. Stéphane Audran está maravilhosa como Babette,


Antonio 29/09/2016minha estante
Adorei sua resenha também. Acabei de ler o livro há uns 15 minutos, estava refletindo a respeito dele e pensei exatamente nos mesmos pontos que você (o contraponto entre dois mundos de certa forma antagônicos, e as discretas alterações benéficas que o contato entre esses dois mundos causaram nas duas partes...). Mto bem colocado.




vanessamf 13/06/2020

A arte pode ser espiritual
O livro é curtinho, mas muito bem escrito e cheio de reflexões. Trata da quebra da crença de que ficamos mais próximos de Deus apenas quando somos simples e austeros, já que a arte, e mesmo os sentidos físicos, também podem elevar a alma.
@monicadoceu_ 14/06/2020minha estante
Bacana, interessei agora, o título não diz muito....


vanessamf 15/06/2020minha estante
Se puder, veja o filme também. É bem fiel ao livro e também engraçado.


@monicadoceu_ 15/06/2020minha estante
Com certeza! Obrigada




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Gabriela Lisboa 08/08/2019minha estante
Obrigada, ajudou bastante a minha interpretação.


MF (Blog Terminei de Ler) 09/08/2019minha estante
Gabriela, obrigado pelo comentário! Se quiser ler essa e outras resenhas minhas, por favor, visite minha página no Facebook (Terminei de Ler): https://www.facebook.com/termineideler/




Eduarda Sampaio 12/02/2014

Inesquecível
A Festa de Babette é um conto da dinamarquesa Karen Blixen, escritora que foi muitas vezes cotada a receber o prêmio nobel de literatura. Ele conta a história de duas irmãs de meia-idade, filhas de um pastor protestante, que vivem em uma isolada cidadezinha na costa montanhosa da Noruega. Quinze anos antes da data em que a história ocorre, elas recebem a inesperada visita de Babette, uma francesa que está fugindo da Comuna de Paris de 1871, e a acolhem em sua casa. Passados muitos anos, Babette ganha a quantia de 10.000 francos na loteria e decide organizar um exótico jantar francês em memória do falecido pastor.

A Festa de Babette é uma história curta e bastante simples (o conto tem apenas 55 páginas), mas Karen Blixen a conta de forma genial. Sua linguagem é, assim como o jantar que Babette organiza, deliciosa, e a escritora consegue, de forma leve e divertida, tratar de temas bem profundos.

(Leia a resenha completa clicando no link para o blog)

site: http://maquiadanalivraria.blogspot.com.br/2014/02/a-festa-de-babette-o-filme-e-o-livro.html
@camillaeseuslivros 14/12/2016minha estante
vamos lê-lo na compartilhada deste mês, começo hoje.




João 01/04/2017

A Festa de Babette não é um livro como pensei que fosse.É uma noveleta,leitura rápida e interessante.
Os personagens são bem construídos e a cada capítulo ficava mais curioso para saber realmente o que ia acontecer.
Porém o livro chegou ao final e não consegui captar a mensagem que a autora quis passar com sua narrativa. Me senti perdido. Estou até agora ruminando sobre isso!
Juliane 12/04/2017minha estante
Sinto o mesmo.




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Letícia M. 20/02/2014

O prazer da comida e a alma do artista
A adaptação desse conto para o cinema é um dos filmes preferidos dos meus pais, por isso sempre ouvi falar dessa história desde criança. Cheguei a assisti-lo alguns anos atrás, mas só ao ver o livro de bolso em promoção na Cosac me dei conta que era de autoria da Karen Blixen, de quem ouço falar por ter influenciado alguns de meus escritores favoritos.

Assim como o filme conseguiu captar, "A festa de Babette" é belo, delicado e inspirador. Fala sobre os mais fortes anseios da alma de um verdadeiro artista, e de como uma refeição prazerosa é capaz de unir e apaziguar um grupo de pessoas que dela compartilham.
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Rittes 05/02/2015

Uma festa para a mente
A dinamarquesa Karen Blixen acabou ficando mais famosa com o pseudônimo de Isak Dinesen, mas a sua obra não precisa de subterfúgios. Este precioso conto de pouco mais de 50 páginas é a prova disso. Delicado, comovente e brilhantemente escrito, "A festa de Babette" é uma joia da literatura. Diria até que é um belíssimo romance espremido à exaustão, até que só restasse o essencial. Mas, olhos atentos vão captar as muitas linhas não desenvolvidas que se escondem nas outras linhas desse fantástico trabalho. Sem dúvida, um grande livro de uma grande autora.
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Vanessa 08/04/2024

Praticamente um conto bem interessante sobre uma funcionária que gastou todo o dinheiro fazendo um jantar para as patroas
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Sanoli 13/02/2016

Em uma frase...
O Primeiro Master Chef da Literatura.
Para ler nossa resenha, por favor, acesse nosso blog!
Obrigado

site: http://surteipostei.blogspot.com.br/2016/02/a-festa-de-babette.html
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izabelaborges 08/01/2017

Babette inspira!
Livro pequeno, sem enrolação, com palavras encadeadas para contar, de modo bem objetivo, a influência positiva da chegada de Babette, francesa, em um vilarejo da Noruega. Para mim, o livro traz uma grande lição: por que não darmos sempre o que temos de melhor? Babette me auxilia a continuar não acreditando em uma máxima que ouço regularmente: "o ótimo é inimigo do bom".
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Gabi Buarque 16/01/2017

A Festa de Babette
li em uma tarde esse livro deliciosamente simples.
não vi o filme mas fiquei curiosa pq imagino que o banquete deve ser bem mais atraente e farto do que o descrito no livro.
o encontro de dois mundos: um que dialoga com a escassez, de palavras, sentimentos, pensamentos. e outro, rico em sensações, sabores, cores, prazeres-generoso e cheio de vida.
como esse contato pode transformar a vida de ambos?
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