Paulo Sousa 22/10/2019
A festa de Babette
Título lido: A festa de Babette (Col. Portátil 14)
Título original: Babettes Gaestebud
Autor: Karen Blixen (DIN)
Tradução: Cássio Arantes Leite
Editora: Cosac & Naify
Lançamento: 1956
Esta edição: 2014
Páginas: 64
Classificação: 4.5/5
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"No mundo todo, um longo lamento é emitido pelo coração do artista: 'Permitam-me dar o máximo de mim'! '" (Posição no Kindle 548).
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me permiti uma merecida pausa nas cousas jurídicas para me refestelar com um bom livro. no caso, esse pequeno livro que de pequeno somente alguns pares de páginas, mas que em seu conteúdo, um bom conto.
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em " a festa de babette" ficamos conhecedores da história de duas irmãs solteiras norueguesas, filhas de um deão (pastor) que, em dado dia, recebem à porta uma senhora fugitiva da Paris dos anos da guerra civil de 1871. babette (esse o nome da imigrante), uma cozinheira de alto nível da sociedade parisiense recebe a acolhida das irmãs, por longos doze anos, quando, devido ao caráter puritano do lugar, vive a cozinhar iguarias locais que para si são pratos efêmeros e triviais.
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num belo dia, babette descobre que ficou rica num sorteio de loteria e acaba convencendo as irmãs a organizar um jantar em homenagem ao falecido deão. já nos preparativos era perceptível que não seria um jantar comum, composto de pratos exóticos e regado a itens das melhores safras de vinho. o jantar acaba mudando a percepção dos moradores sobre comida, o que também contribuiu para revelar a identidade da governanta.
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nessas linhas simples mas bonitas, a escritora dinamarquesa mostra o exercício de uma religiosidade ortodoxa e dogmática, que acaba levando o leitor a pensar em como esse manto aparentemente piedoso pode esconder perfis altamente egoístas. é um livro, sobretudo, sobre os excessos, o carnal, o mundano e o prazer, sobretudo na alegria advinda de uma gastronomia potente e saborosa. recomendado!