O Caçador de Andróides

O Caçador de Andróides Philip K. Dick




Resenhas - O Caçador de Andróides


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Erich 13/04/2024

O livro me parece alicerçado em dois conceitos. Primeiro, a escravidão que ocorreu nas Américas e cujas marcas ainda estão presentes. Segundo, a comum e frequente dúvida da ficção científica sobre a inteligência artificial e a substituição de humanos por máquinas.

A referência à escravidão do passado é colocada em extrema evidência nesse trecho, colocado de passagem à trama principal como um anúncio:


duplique os gloriosos dias anteriores à Guerra Civil dos Estados do Sul! Seja como secretário pessoal, seja como trabalhador rural incansável, o robô humanoide projetado sob medida, especificamente para SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES, PARA VOCÊ E SÓ VOCÊ


Além disso, vemos indícios claros de "exploração sexual" tal como ocorria durante a escravidão. No caso, os robôs parecem programados para não resistir a qualquer estimulo de erotismo. O que parece contraditório com a proibição vigente na sociedade do livro de ter relações com androides. Essas contradições, ao meu ver, são uma marca da referência ao passado.

O outro pilar, referente à inteligência artificial, mas especificamente à inteligência emocional dos robôs humanoides, é inclusive o que da nome ao livro. Aqui vemos um aspecto interessante, onde a empatia de uma ser com respeito a outros é utilizada para distinguir humanos de máquinas. O livro cita algumas exceções, mas acredito que na sociedade atual teríamos ainda mais. Ou nunca ouvimos relatos de pessoas que não sentem nenhum incômodo em matar animais, alguns inclusive aceitando torturá-los? A "sociedade-base" do livro parece-me ter evoluído a partir de vegetarianos-puros (veganos temos certeza que não são, devido à referência a leite de cabra), pessoas que não aceitariam ver um animal empalhado, uma pele de urso no chão ou matar uma aranha que sobe pelas paredes. É baseado nessa sociedade que a distinção entre humanos e máquinas é realizada. E vemos os androides sem conseguir desenvolver uma reação empática.

Ah, e o que impede nessa sociedade das máquinas dominarem? Primeiramente o fato de que elas tem um tempo de vida curto. Quatro anos. Uma obsolência programada. Talvez, inclusive, seja isso que as leva a não ter desenvolver empatia, do lado emocional são como crianças de até 4 anos.

Essa é minha visão a respeito deste livro. Além disto, considerei-o um pouco confuso. Tópicos são introduzidos e não necessariamente aprofundados. É como se o autor inventasse uma realidade complexa e intricada para contar só um detalhe dela e abandonar o restante à mente do leitor. A adaptação para o cinema é interessante, mas não me parece ter intensificado nenhum dos aspectos que me chamaram mais atenção no livro. Não senti, em Blade Runner, um conflito tão grande do caçador de recompensas com a realidade dele. A noção de submissão dos robôs também não é tão intensificada. Mas é interessante, uma outra versão da mesma história. O segundo filme Blade Runner 2049 parece beber de uma pequena conversa entre Rick Deckard e Rachael Rosen.
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e-zamprogno 11/12/2023

É um livro existencial apesar do título (no Brasil)
É um desafio escrever uma resenha para um livro que é não apenas um clássico da ficção científica como também uma referência. Foi o primeiro livro que li de Philip K. Dick. Tenho que concordar com tudo o que disseram de bom e da importância do livro e do autor. Para quem ainda não identificou, este é o livro em que se inspirou o filme Blade Runner, também um clássico do cinema.
Em 1968 o autor imaginou um futuro pós-apocalipse, na década de 2020, em que a Terra foi devastada por uma guerra mundial nuclear e onde andróides, inicialmente concebidos para ajudar na colonização de outros planetas, tornaram-se tão avançados que são indistinguíveis de seres humanos, tanto fisiológica quanto psicologicamente. E é neste campo que se desenrola o verdadeiro enredo da história. Os andróides começam a ansiar pela liberdade da servidão humana e fogem para a Terra, agora pouco ocupada, principalmente pelos sobreviventes da guerra que não conseguiram emigrar por não ter dinheiro ou por não terem permissão, pois desenvolveram alguma degeneração física ou mental devido à radiação. Muitas vezes os andróides foragidos cometeram crimes, como homicídio, para alcançarem seus objetivos, e é por isso que são caçados.
Ainda que as ideias de "fuga pela liberdade" e "caça" possam evocar ação, como antecipei, a narrativa explora muito mais o lado psicológico e existencial. Neste aspecto parece mais literatura europeia do que americana. Acredito que isso possa frustrar a expectativa de alguns leitores. As cenas e os diálogos são lentos e profundos, mas se você se permitir tocar pelas questões levantadas, será pego refletindo você mesmo sobre os dilemas levantados, e passará a fazer parte da história.
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Drikahk 02/09/2023

Bom
O enredo é interessante, traz algumas reflexões, porém demorei para conseguir ler o livro, não fluiu a história, em algumas partes ficou meio confusa.
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Marcu 19/02/2023

Boa leitura
Uma terra inóspita cheia de sucata e poluição, onde poucas pessoas habitam e os andróides são tão parecidos, que é preciso algum teste psicológico ou cirúrgico pra indentificar se é humano ou máquina. Não bastasse isso, o trabalho de um cara que deve "retirar" certas máquinas ilegais se torna mais difícil quando se vê diante de questões morais e de identidade.

Além dessas reflexoes sobre a relação com a tecnologia, existe uma crítica válida ao consumismo e à degradação do meio ambiente, mas que se torna repetitiva. O final, arrastado.
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Marina 23/12/2022

Eu li e esqueci de fazer a resenha, mas lembro ter gostado da narrativa. O protagonista me incomodou em certos momentos, mas era para ser o objetivo, geralmente as distopias me frustram por conta dos personagens principais serviram como crítica. Em uns momentos gosto, outros não. Mas de qualquer forma, isso é opinião pessoal minha. Muito bem escrito, rápida leitura e super engaja.
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Amal0 18/08/2022

Caçador de Andróides
Pra falar a verdade eu achei esse livro um pouco chato. O autor descreve muito mais detalhadamente os animais e todo essa história da compra de um do que a morte dos Andróides.
Bem, achei que o livro não tem um ar tão sombrio como o filme.

Resumindo, não recomendo.

Esse não é o primeiro livro que leio do Philip K Dick e estou achando fortemente que não gosto da escrita dele.
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Morgan 11/08/2022

O livro em si, é sobre ética, moral e o poder de escolha.

Incrível que o autor faz uma crítica nada suave como se o ser humano não evoluísse, mesmo daqui a muitas décadas e tecnologia aflorada ainda assim deixamos situações de sempre da humanidade, colonialismo, religião, preconceito, ser algo que faça diferença.

Gostei dos androides, muitas vezes eu tive pena deles.

O que me deixou extremamente interessada foi o quanto eles eram "obrigados" a ter animais para ser considerados pessoas boas, que ainda assim eles custassem tão caros, e com a tecnologia tão em alta usaram isso a seu favor.

Gostei do livro, mas não tanto, eu acho que criei muito expectativa, o livro em geral é para reflexão, muito como a maioria dos livros do gênero.
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Mateus 03/07/2022

Leitura rápida, temas intrigantes e interessantes.

No mundo ficcional criado pelo autor é muito interessante ver como a tecnologia avança, mas as coisas que nos faz humanos (nossos sentimentos, contradições, preconceitos e inseguranças) continuam existindo.
São abordados temas como colonialismo, escravidão, depressão e religião.

A única coisa que me deixou um pouco decepcionado foi que o autor nos enche de novos conceitos, tecnologias e convenções sociais até a metade do livro, mas na segunda metade nada muito novo é inserido, dá a impressão que as ideias esgotaram.
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Marcos Nandi 26/04/2022

Emigre ou degenere! A opção é sua.
Eu tinha feito uma resenha muito boa, mas exclui sem querem. Que ódio! Vou fazer uma resenha simples KKKK

Em um universo abalado por uma guerra e por toxidade do ar, Rick, sobrevive caçando andróides que não querem mais servir aos humanos.

Junto a isso, temos Isidore, um homem que não passou no teste de inteligência e se envolve com andróides que Rick está sendo pago para caçar

Um livro sobre moral e ética, e sobre escolhas! Vale a leitura.
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Janssen 15/12/2020

Primeiro livro do K. Dick lido, bastante imersivo
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Thati 15/08/2020

Tem seu valor
Ler com um olhar mais filosófico, analisando os valores e as relações fez o livro fazer muito sentido para mim.
Todavia não me conectei com os personagens, não consegui os ver bem desenvolvidos.
Sigo pensando sobre o livro e questiono se não há um "hype" sobre ele.
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Isadora 28/07/2020

Aquela ficção científica que a gente ama
Por favor não assistam o filme novo porque não tem nada a ver com a história. Assistam o velho que é melhor. Estava na metade do livro quando decidir assistir o filme novo e fiquei "o q ta acontecendo aqui?".
Tiago Absolão. 18/11/2021minha estante
Não curti muito o novo e apreciei o mais antigo. Porém assisti o novo sem conhecer o antigo, acho que isso influenciou na minha experiência. Quanto ao livro, logo começarei a ler.




Vinicius 04/12/2019

O quê nos faz humanos?
Um romance noir ambientado num futuro distopico com elementos de ficção científica. Um livro curto que vai te fazer pensar por bastante tempo.

O entulho toma conta da terra, as pessoas foram para Marte. Restou alguns desajustados, debiloides e robôs em cidades cheias de prédios gigantes vazios.

Somos apresentados a Rick Deckard, um caçador de recompensas que está se tornando obsoleto, à medida que os robôs avançam a diferença entre as máquinas e humanos evaporam.

Ele assume um caso, onde um colega foi gravemente ferido, aí o livro começa a andar. Apesar de seres sem vida, cada um dos androides encontrados mostrará uma faceta humana, enquanto Rick, e nós, questiona a humanidade de suas ações.
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Adriano 21/09/2019

Futuro estranho dissoante
O caçador de androides ou Blade Runner, mostra um futuro bem estranho , bem diferente do 1984 ou eu robô. Requer um tipo de leitura diferenciada pois é filosófico.
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Mateus 08/02/2019

Complexos e envolventes androides
Quem espera encontrar em “O Caçador de Androides” (ou “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, tradução literal e como a obra é conhecida hoje), maiores explicações para o filme Blade Runner (1982), é melhor ir deixando as expectativas de lado. Isso porque o filme é apenas inspirado no livro e está longe de ser uma adaptação fiel – uma vantagem e tanto, já que temos duas obras distintas e de grande qualidade, ambientadas no mesmo cenário distópico.

Em 2019 (ou 2021, dependendo da edição), a Terra foi devastada por uma Guerra Mundial e a maior parte da população se mudou para Marte, em busca de maiores perspectivas de vida e cidades não contaminadas pela poeira radioativa resultante da Guerra. Já a Terra ficou povoada quase exclusivamente por pessoas “especiais” (uma forma de se referir a deficientes mentais) e os chamados “caçadores de cabeças a prêmio”, como Rick Deckard, contratados para matar (ou “aposentar”) androides rebeldes e inteligentes que fugiram de terras marcianas.

Apesar da caçada de Deckard pelos androides ser constante no livro, essa não é a premissa principal da narrativa como é no filme. Aqui, o enredo é muito mais profundo e de múltiplos significados, abordando principalmente a obsessão de Deckard por obter um animal biológico, símbolo de prestígio em um mundo onde a maioria dos bichos morreram; e o Mercerismo, espécie de religião em que as pessoas usam “caixas de empatia” para experimentar diferentes sensações.

Apesar de curto, o simbolismos presente em “O Caçador de Androides” deixa a história rica, envolvente e complexa, principalmente graças aos personagens bem construídos, à sociedade futurista muito bem detalhada e à escrita afiada de Philip K. Dick. Por isso, é um livro muito interessante para refletir, criar suas próprias interpretações e se perguntar: “quais androides fingem ser humanos?”. Além, é claro, da eterna questão: “os androides são o futuro da humanidade?”.
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