Carol 04/01/2023
Esse livro é um misto de emoções, traz força, mas também tristeza e reflexão.
É diferente dos outros livros sobre militantes políticos justamente por falar tanto sobre amor, medo, sobre as trivialidades de estar vivo, sobre as emoções das pequenas coisas. Mas talvez não seja o livro, mas sim a própria Iara.
Em diversos momentos me identifiquei com ela, particularmente nas relações amorosas e penso que se hoje sofro julgamentos por essas decisões, imagine essa mulher, em plenos anos 60 em uma repressão política com moralidade extrema, como não era julgada. Mas isso não a incomodava, porque acreditava em um outro mundo. Em um depoimento sobre ela, vi alguém dizendo que era uma mulher a frente de seu tempo, pensei em como dizem isso sobre a maioria das mulheres que se destacam, mas depois de ler sobre a vida e seus sentimentos, tenho que concordar: Iara era uma mulher a frente de seu tempo.
Ela entendia que a militância política não está, e nunca estará, desvinculada das emoções, dos medos, dos desejos e das vaidades, aquilo que nos torna humanos.
Não dei cinco estrelas, porque o livro merece uma reedição visto que hoje já sabemos e é comprovado que Iara não cometeu suic*dio.