Gramatura Alta 26/06/2018
http://www.gettub.com.br/2018/06/armada.html
Ernest Cline é um gênio da cultura pop, e com ARMADA, conseguiu se diferenciar mais uma vez. A história se passa em 2019 e mostra a verdade por trás dos jogos e filmes sobre invasões alienígenas. Zack Lightman é um dos jogadores no TOP 10 de Armada, um jogo onde a função é combater aliens que estão invadindo a Terra. Apesar de ser bom em Armada, Zack não é tão bom em relação a Terra Firma, que é o jogo onde seus amigos (Cruz e Diehl) são melhores, apesar de ter os mesmos criadores, mesmo universo, são máquinas diferentes a serem controladas.
Com a cultura pop sempre presente, Zack é um personagem que tem que lidar com piadinhas sobre a morte de seu pai, algumas explosões de raiva, uma mãe um pouco protetora e bullyies. Após ver uma Glaive (uma nave espacial dos Sobrukai, eles parecem lulas gigantes), Zack acha que esta alucinando e ficando maluco igual ao pai, que tinha toda uma conspiração sobre vídeo-games e filmes. O livro é muito detalhado, então é óbvio que muita coisa não tem como ser explicada na resenha, até porque seria muito spoiler. Mas, basicamente, muitos dos filmes, livros, games, etc, foram feitos para o mundo se acostumar com a ideia de que aquilo realmente poderia existir.
Cada capitulo que você lê, ele te faz querer ler mais, assim devorando o livro em poucas horas. Existem muitas referências no livro, e uma delas, a Pam, mãe de Zack, quando usa, eu dei muita risada:
“Ela ficou entre mim e a escada, bloqueando minha fuga. – Você não passará! – declarou ela, batendo o pé de um jeito teatral no tapete.”
Cortando todo esse meu momento fangirl, continuando a resenha: uma das armas inseridas no jogo há pouco tempo é chamada Disruptor e ela desabilita todo e qualquer tipo de sinal, embaralhando-o para que não haja comunicação. Assim, nenhum jogador consegue derrotar essa arma, é meio impossível, e com milhões de aliens com uma arma dessas e apenas alguns jogadores bons, como a Terra poderia vencer a Guerra?
É impressionante a forma como os fatos são colocados na sua frente e você tem que tentar encaixá-los como peças de um grande quebra-cabeça, que salvam a sua vida ou te deixam para ser aniquilado. Diversos problemas ocorridos do passado, são resolvidos nesse presente, onde apesar de ser esclarecido grande parte dos mistérios envolvendo esse povo de outro planeta, existe todo um porquê de espera, sendo que poderiam ter aniquilado tão rápido a todos.
Eu não estava querendo utilizar uma comparação, mas para quem já leu JOGADOR NÚMERO UM, sabe que Wade, o personagem principal, não teve essa adolescência, a vida dele era ficar dentro do OASIS e sem contato com pessoas fora daquilo. Já o Zack, vive em um mundo aparentemente “normal”. Entretanto, as referências utilizadas na vida de Zack, são um pouco forçadas, mas com um fundamento, ele saber tanto sobre a cultura pop era para tentar entender como foi seu pai, Xavier, que morreu quando ele era um bebê.
Você também vê algumas coisas parecidas entre os dois livros, mas tem também diferenças, porque ARMADA traz a história além de jogar o tempo todo, enquanto JOGADOR NÚMERO UM fica muito nisso. ARMADA leva o personagem para realidade, enfrentando o inimigo dele real, porque é basicamente uma invasão alien acontecendo naquele exato momento.
Algumas coisas no livro são bem previsíveis, é claro, mas isso não tira dele o fato principal: eu particularmente gostei do livro, não achei uma obra prima, mas é ótimo para passar o tempo e não se afundar em uma repetições com trilogias ou sagas.
Cline encerra o livro de uma forma que dá a entender que haverá uma continuação, e esperamos que venha logo, com mais quebra-cabeças, referências, e que a equipe se reúna mais uma vez.
site: http://www.gettub.com.br/2018/06/armada.html