Jessé 30/10/2017
Ah, fazia tempo que eu não me encantava tanto com um livro!
Talvez você não conheça o livro, mas certamente conhece o autor. Ernest Cline é um geek de carteirinha. Fã de games, deixou de lado qualquer outra carreira e decidiu trabalhar com o que gostava. Seu livro, Jogador Número 1, é um sucesso absoluto, e Armada é um belo mergulho à cultura nerd, além de ser um manjar dos deuses para os geeks.
Em Armada, acompanhamos as aventuras de Zack Ligthman, um jovem que está a poucos meses de se formar no ensino médio e tem um trabalho bacana numa loja de games. A vida de Zack não poderia ser tão ruim, mas eram só ele e sua mãe, pois seu pai havia falecido num acidente de trabalho quando ele ainda tinha poucos meses de vida. E, bom... ele sempre era comparado fisicamente a seu pai, e isso não era lá algo muito legal. Ele queria seu próprio legado.
Se você é um gamer, pode confessar. Você queria ter a chance de usar suas habilidades no mundo virtual para salvar o mundo real, se fosse necessário. Se gosta de FPS, talvez você tenha um espírito patriótico e resolva se alistar no exército caso o país entre numa guerra.
Se o mundo real era esquisito para Zack, o mundo virtual era seu reino. Assim como seu pai, ele também amava filmes de ficção científica e videogames. Num deles, Armada, um simulador de combate espacial, ele era o tenente BeagleDeAço, e havia alcançado a sexta posição no ranking MUNDIAL. Imagine que você jogue League of Legends (é, essa é a fama de Armada na história) e, entre milhões de jogadores, você ficou em sexto no ranking mundial. É algo para se gabar.
Em Armada, o jogador controla drones remotamente, com o objetivo de impedir uma invasão alienígena no planeta Terra. Zack era um dos melhores nisso, mas ele queria mais, e sabia que podia alcançar mais, e tal ideia solidificou-se ainda mais quando ele encontrou coisas antigas de seu pai, incluindo suas anotações sobre vários assuntos.
E é aí que o mundo de Zack vira de cabeça para baixo. Logo na primeira página, durante uma aula, ele avista um OVNI do outro lado da janela, e logo percebemos que o autor não está para brincadeira. Vai ter invasão alienígena SIM, e cada um pode tirar suas próprias conclusões sobre o motivo de isso estar acontecendo. Enquanto você decide em quem acreditar, o autor recheia o livro com referências da cultura pop (o Capitão América até chorou aqui), mencionando vários games e filmes que marcaram época, ao mesmo tempo em que cria uma grande conspiração governamental, envolvendo uma invasão alienígena, usar jogos para encontrar possíveis combatentes numa ameaça real e até mesmo colocar Neil DeGrasse Tyson e Stephen Hawking no meio disso tudo! E não, Carl Sagan não ficou de fora. Ele também foi lembrado. Num momento bem assustador, mas foi.
Num geral, o autor cumpriu o que queria: um livro escrito para jovens, cheio de referências. Alguns clichês aqui, algumas reviravoltas acolá, e tá pronto o livrinho. Os personagens não são muito bem desenvolvidos, mas interpretam muito bem a função para a qual foram criados. Se você procura uma leitura leve, Armada é uma pedida certa.
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