As Aventuras de Pi

As Aventuras de Pi Yann Martel




Resenhas - As Aventuras de Pi


341 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Matheus Fellipe 10/03/2015

Acredite no Extraordinário
“É difícil acreditar no amor. Perguntem a qualquer apaixonado. É difícil acreditar na vida. Perguntem a qualquer cientista. É difícil acreditar em Deus. Perguntem a qualquer crente. Qual o seu problema com as coisas difíceis de acreditar?” — Pág. 350

Como foi emocionante e divertido conhecer o jovem Pi e suas aventuras. O livro é o relado do próprio Pi Patel ao autor Yann Martel, que transformou sua história em algo surpreendente, um livro que narra filosoficamente as aventuras e as angústias de um garoto comum e ao mesmo tempo singular.

Quem poderia sobreviver a uma viagem através do oceano Pacífico, dentro de um bote de cerca de 8 metros de comprimento, acompanhado de animais “...selvagens, ferozes e letais...”? Só mesmo alguém especial.

“As coisas não correram como se esperava, mas o que se pode fazer? Temos que encarar a vida do jeito que ela se apresenta e tentar tirar o melhor proveito dela.” — Pág. 117

A narrativa feita em primeira pessoa, nos transporta para dentro da história. Embarcamos junto com Pi e os animais e vivemos todos os seus sentimentos. O livro é simples (no bom sentido da palavra) e intenso, é algo que não consigo descrever. Trata de magnitudes físicas e espirituais únicas. Certamente esse livro ficará para sempre na minha memória.

“[...] A vida é tão linda que a morte se apaixonou por ela, e é um amor ciumento, possessivo, que tenta controlar o que pode. Mas a vida escapa a esse controle com a maior facilidade, perdendo apenas uma coisinha ou outra sem grande importância e, para ela, a tristeza nada mais é que a sombra passageira de uma nuvem. [...]” — Pág. 18

A Editora Nova Fronteira fez um ótimo trabalho editorial, não constatei nenhum erro gramatical, só dois casos de traços no meio da palavra, que acredito eu, foram ocasionados na hora de estruturar os capítulos ou fontes (a palavra que seria separada no final da linha foi para a linha de baixo inteira). A capa é muito bonita, apesar de eu odiar capas baseadas em cartazes de filmes, nesse caso foi exceção, as cores utilizadas e as imagens foram colocadas perfeitamente. O tamanho e os tipos de fontes utilizados no corpo do texto foram muito bem escolhidos, e não cansam a vista nem um pouco. Devorei em quatro dias, mas o livro poderia ser lido facilmente em dois ou três.

Por tudo isso, dou 5 estrelas ao livro.

site: http://coisasdeumleitor.blogspot.com.br/2015/03/resenha-as-aventuras-de-pi-yann-martel_10.html
comentários(0)comente



Filho Amado 05/03/2015

Simplesmente um dos melhores livros que já li .
aprendi que por mais que as coisas estejam ruins temos que glorificar a Deus
comentários(0)comente



Marina 29/01/2015

"Temos de encarar a vida do jeito que ela se apresenta e tentar tirar o melhor proveito dela."
Faz tempo que não escrevo uma resenha. Mas para esse livro eu tinha que tirar pelo menos uma hora do meu dia para escrever algo sobre ele. Não vou fazer sinopses nem dar detalhes sobre a história, quanto menos vocês souberem, melhor. Leiam a sinopse do skoob (acima) para saberem o básico do que se trata o livro As aventuras de Pi, e se continuar interessado no livro, não procure mais spoilers ou detalhes, não vale a pena. Esse livro, ou melhor, todos os livros, devem ser lidos obtendo o máximo de surpresa e sabendo o mínimo sobre o enredo.

Assim que vi esse livro pela primeira vez soube que ele seria bom. Não li resenhas nem nada, mas sabia que As aventuras de Pi era bom e que ia gostar. Demorei a adquiri-lo. Sempre acaba adiando a compra. Cheguei a colocá-lo no carrinho das americanas diversas vezes, mas nunca concluía a compra. Porém quando meu irmão me pediu 20k de cash (moeda de um jogo) emprestado, disse a ele que podia ficar com todo o dinheiro do jogo se quisesse, desde que me desse um livro em troca. E foi assim que adquiri as aventuras de Pi.

A promessa do livro é grande: "acredite no inacreditável." Como um menino sobreviveria a um naufrágio com um tigre solto a bordo do barco? Como ele não morreria de fome e como não serviria de comida em pleno Pacífico? A resposta aparece a cada página, que, aliás, virei ansiosamente. Sim senhores (e senhoritas) nós temos respostas, e o livro é tão fantástico e bem escrito que fica difícil parar de ler antes do final. Fui dormir às quatro da manhã várias vezes, mal aguentando de sono, prometendo a mim mesma que só leria mais um capitulo, só para saber o que ia acontecer em seguida. De "só mais um capítulo" a "só mais um capítulo", quase li o livro todo em uma noite só.

As aventuras de Pi é lindo, empolgante, nos faz ver o mundo de outra forma. Li em pouco menos de uma semana, e se ainda não tivesse o filme parar ver, juro que estaria lendo de novo. O menino Pi é extremamente cativante, divertido e eu duvido que alguém consiga não gostar de Richard Parker — o tigre — também.

Recomendo a qualquer um que leia. E se não puder ler, assista o filme. Eu nem assisti o filme d'As aventuras de Pi ainda, mas já sei que vale a pena. Voltando a promessa citada acima, sim, ela se cumpre: o livro nos faz acreditar no inacreditável. E vocês vão descobrir porque quando lerem.

site: https://marina-menezes.blogspot.com/
comentários(0)comente



Johnny 19/01/2015

Ótima escrita e cenário surrealista.
O livro possuiu um enredo surrealista narrado em primeira pessoa, que quando mesclado a escrita clara e detalhista de Yann Martel, possibilitou que cenas e cenários extraordinários fossem facilmente visualizadas durante a leitura, tornando-a leve e fluida. Devido a isso alguns cenários descritos na narrativa me pareceram muito mais vivos e possivelmente mais reais aos olhos do leitor.
Continue lendo no site:

site: http://legadodoslivros.blogspot.com.br/2015/01/resenha-as-aventuras-de-pi-de-yann.html
comentários(0)comente



SakuraUchiha 18/01/2015

Fala ao coração e alma com a profundidade impressionante.
Este livro foi muito cativante desde o início, o começo realmente deu-me um bom pouso sobre a forma como seria o progresso da história.
A minha principal queixa é que eu não estou 100% certa se é uma história real ou se o cara em questão estava sonhando alguns dessas coisas ou se elas realmente aconteceram. O capítulo final, realmente, deixou isso em ruínas para mim. Ele diz ficção, mas independente desse fato, ainda foi uma leitura muito agradável.

O garoto e tigre estavam originalmente a bordo de um cargueiro japonês que estava transportando eles e a família Patel, juntamente com inúmeros outros animais para o Canadá, para que os Patels foram levasse eles e seu zoológico, da Índia para escapar da agitação política.
Uma zebra, uma hiena, um orangotango, alguns ratos e baratas sobreviveram ao naufrágio inicial, mas não ao predatório Richard Parker, o tigre. Só Pi e o tigre eventualmente chegou ao México, onde lavaram-se em uma praia antes de Richard Parker desaparecer.
Durante seu tempo no bote salva-vidas, e em uma jangada improvisada que o próprio Pi fez, para colocar alguma distância entre ele e o tigre, transpareceu uma notável história de sobrevivência e da seleção natural em toda a sua glória sangrenta. É uma história, como um homem velho na Índia disse o autor, “que vai fazer você acreditar em Deus”.
O primeiro terço do livro é sobre religião; o resto é uma questão de sobrevivência, coragem e redenção. A voz é convincente. Passei um tempo refletindo sobre as mensagens, e não fui capaz de abandonar o livro até o final.

Eu acho que o grande desgosto para mim veio no final, quando o tigre foge. Depois de estar juntos pelo tempo em que estiveram, eu estaria perdida sem o meu companheiro antropófago.

Eu não tenho certeza do que dizer… a não ser que este é um livro muito famoso. A história geral é que este jovem brinca em muitas religiões, que na verdade é um bom ponto, porque você não pode realmente estudar mais do que um, eu suponho. Quero dizer, Deus realmente ficaria ofendido se você orasse a ele de maneiras diferentes? Eu não quero ofender ninguém sobre esse ponto, mas o personagem faz uma afirmação realmente bonita em um ponto, dizendo: “Eu só quero rezar a Deus!’ quando ele é confrontado por todos os seus professores religiosos, ao mesmo tempo.

Bem escrito e original, ele fala ao coração e alma com a profundidade impressionante, mas ele fornece muitas risadas. Eu acho que a maioria dos leitores irão gostar dessa leitura rápida.
comentários(0)comente



anabeatrizs23 06/01/2015

Encontro com si mesmo
Esse livro me ensinou muito sobre como lidar com conflitos internos que parecem ser dilacerantes. O final foi uma lição de vida para mim.
comentários(0)comente



Isotilia 02/01/2015

Uma história que eu vou lembrar por muito tempo!
Ganhei este livro do meu amigo JP. Considerando a forte amizade que eu tenho por ele e que este é exatamente a minha leitura de número 500, mesmo que eu não tivesse gostado, eu escreveria uma resenha positiva sobre ele. Mas eu gostei muito. Este com certeza é um dos melhores livros que eu li. Algumas pessoas acham ele triste, outras não. Eu pertenço ao grupo das "outras". Com certeza, a história de um menino que perde toda a família em decorrência de um naufrágio, é muito triste. Por outro lado, esta é uma história de superação acima de tudo. E que história! O personagem Richard Parker (assim como ele ajuda Pi a superar seus traumas e lutar para viver) não vai sair da minha memória nem do meu coração por muitos anos.
comentários(0)comente



Crislane 27/12/2014

Espetacular
foi uma história que me prendeu do começo ao fim. Simplesmente espetacular. Principalmente o final, a história como ela realmente é. Talvez, todos nós temos no nosso interior um Richard Park. Aquela vontade de viver que nunca nos abandona, nos momentos difíceis, aprendemos e nos tornamos mais fortes e a vontade de viver fica cada vez maior dentro de nós. O que seria de nós sem a nossa fé? Sem a esperança? Seriamos corpos flutuando num limbo sem fim.
Obrigada Richard Park!
comentários(0)comente



Vica Maltez 04/12/2014

Inacreditável!
Vou resumir: esse livro me surpreendeu. Tenho fixação por comprar livros que se tornaram filmes pois muitas vezes o livro acaba trazendo partes diferentes do filme, As aventuras de Pi mesmo sendo bastante fiel ao livro e tendo raríssimas partes que não colocaram no filme, me surpreendeu e vou dizer o porquê. No começo achei chato, monótono e achei que so ia piorar pois a maior parte no livro não tem diálogos e experiências passadas por outros livros me disseram que eu demoraria séculos para ler esse por causa desse fato, mas eu estava enganada. E estava enganada também sobre a parte que ele fala sobre suas religiões e seus Deuses, uma parte que eu achei que iria enjoar e ficar com raiva (sou agnóstica) porém, mais uma vez o livro deu na minha cara. O autor caprichou nos detalhes, detalhes que eu poderia até dizer ser desnecessários (SPOILER: como quando ele experimentou o excremento de R.P) mas são esses detalhes que deram ainda mais vida ao livro, por que te digo meu amigo, parecia que estavam eu, Richard Parker e Pi Patel naquele bote, não somente eles dois. Com certeza esse livro vai ficar na minha lista de melhores adaptações cinematográficas, pois mesmo não sendo um tipo de leitura que não convivo, super aprovo pra quem gostou mesmo do filme, um tigre nunca mais será o mesmo depois dessa aventura.
comentários(0)comente



Ruth Aparecida 24/11/2014

AS AVENTURAS DE PI // Yann Martel
Essa é uma história difícil de se acreditar. Um livro que investiga até que ponto é realidade ou não. Se algum dia você topar com esse livro, leia. Recomendo para todos.

Piscine Molitor Patel é um menino indiano, vegetariano, ama a vida, a família, a religião. Seu pai é dono de um zoológico na Índia, era daí o principal sustento da família. Até que a administração do zoo não andava muito bem e, a família decidiu se mudar para o Canadá. Recomeçar tudo do zero. Uma nova vida.

Cheio de esperanças para chegar ao novo destino, Pi e a família embarcam em um cargueiro japonês chamado Tsimtsum. Tudo andava bem, até bem demais quando o sonho de chegar ao Canadá virou pesadelo. No dia 21/06/1977 o cargueiro naufragou.

O único sobrevivente, Pi Patel agora vai contar uma história fascinante, com muita aventura a bordo de um bota salva vidas e acompanhado de seu amigo felino Richard Parker. Foi uma leitura agradável, mas é preciso ler com atenção. É um livro com valor muito reflexivo, cultural e religioso. São várias frases lindas, ensinamentos e experiências aprendidas. Também recomendo o filme, com destaque ao efeitos visuais de primeira.

Quote: "Pela primeira vez percebi - e viria a perceber constantemente durante o meu calvário, entre uma e outra crise de agonia - que o meu sofrimento de desenrolava num cenário majestoso."

"As Aventuras de Pi" merece 4 estrelas. Até a próxima resenha (:
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Thayná 05/10/2014

Incrível
O livro conta a história de Piscine Patel, um jovem que vivia em um zoológico com os pais e o irmão. Pi gostava de "descobrir" religiões, e acreditava em Deus acima de tudo.
O navio em que estava,mudando-se com a família e alguns animais do Zoológico naufragou, e apenas ele sobreviveu. A partir daí, a história toma um rumo de superação, coragem e acima de tudo, FÉ.
O livro é extremamente emocionante, cria uma reflexão ao final, sobre Deus.
Recomendo a todos.
comentários(0)comente



Breno Torres 22/08/2014

Para acreditar em milagres.
Ter As Aventuras de Pi em mãos foi um golpe de sorte. Não deveria ser meu; comprei prum amigo e, quando vi que tinha em mãos um livro de um filme que queria ver há muito tempo, decidi ficar com ele e dar um outro ao tal amigo – já que, bem, é uma regrinha básica para a maioria de nós, leitores, sempre ler o livro antes de ver o filme em que foi baseado (e eu sigo essa regra feito o chatérrimo bookaholic que sou). E, como dito: um golpe de sorte. E que sorte. Pois acabei tendo em mãos um dos melhores livros que li esse ano – e, quem disse que não?, da minha vida.

As Aventuras de Pi conta a história, baseada em fatos reais, de Piscine Molitor Patel – que, por razões inúmeras, rebatiza socialmente a si mesmo como Pi. Um menino inteligente e de mente aberta, vegetariano, que é ao mesmo tempo cristão, muçulmano e hindu (sim), descobre que precisa deixar a Índia com seus pais, irmão e animais do zoológico onde vive em direção ao Canadá para recomeçarem suas vidas. Na viagem de ida, porém, Pi vê-se num bote com uma hiena, uma zebra, uma orangotango e um tigre (Richard Parker – sim, esse é o nome do tigre, e o porquê dele ter esse nome você também vai descobrir), após o assustador naufrágio do navio Tsimtsum. E são sobre os meses – sim: no plural – que Pi Patel, um jovem sagaz, corajoso e perseverante sobrevive no meio do oceano que você irá saber. E entender. E, com ele, se aventurar.

No meio do livro, eu fiquei me perguntando se o título “As Aventuras de Pi” havia sido realmente uma boa escolha para a tradução do nome original, Life of Pi, no Brasil. O substantivo “aventuras” me passa uma imagem por demais... Romântica, quando se atribui a uma trajetória. É levar o leitor imediatamente a pensar em grandes aventuras mitológicas, sobre um forte, indestrutível e brilhante ser divino à la grega – e foi isso, confesso, que estupidamente me levei a acreditar. E, consequentemente, estupidamente fui jogado para fora do que eu acreditava pelo enredo. Pois foi também assim que foi As Aventuras de Pi, para mim: um soco na cara e no estômago. Assim como um beliscão na consciência, e em muitas verdades que eu achava serem sólidas dentro de mim.

A primeira parte do livro é brilhante. Trata-se basicamente de uma apresentação de Pi, da mentalidade de Pi e da realidade em que vive; é nesse momento em que o leitor irá conhecer o seu herói. Como dito, e provavelmente deve ter parecido confuso para quem não leu o livro, Pi Patel se trata de um menino um tanto diferente: ele se considera de várias religiões. E é esse o ponto que Yann Martel perfura com maior intensidade e maior foco, nesta primeira parte da obra, lindamente expressando o que quer expressar sem parecer um desesperado espiritualizado que quer converter pessoas – não, nem pense nisso. Sou pessoalmente apaixonado por qualquer coisa que traga discussões sobre religiões – desde entrevistas na TV a livros especializados no assunto –, e encontrei nesse livro uma mina simples, nada pedante e preciosa disso. Preciosa por não querer profetizar, ou dogmatizar, espiritualizar, mas por esclarecer: pelas palavras de um homem sábio, é descrita toda uma vibrante discussão sobre essa realidade pessoal de Pi, sua grande quantidade de crenças religiosas, o porquê dele ser assim, e o porquê de não ser errado ele ser assim; do porquê todo tipo de crença ter seu valor e sua beleza, apesar de suas grandes obscuridades, e, principalmente: como o seu eu cheio de fé e crenças foi uma grande arma para sua sobrevivência. As Aventuras de Pi é um livro lindamente universal, verdadeiro e corajoso nesse sentido.

É então quando o livro parece mudar de tom. A escrita leve, muitíssimo bem-humorada (o humor inteligente de Yann Martel me arrancou gargalhadas em sua primeira parte) e descompromissada tomba exatamente quando o navio de Pi Patel também tomba, para uma escrita mais dura e seca – e o leitor é levado com a história para o fundo do poço da nova realidade do herói de Martel. Magnífica, essa mudança de tom – do claro para o negrume, onde a tensão de Pi pode ser sentida na pele, quase que literalmente de tão real. É aí então que a história de fato começa. E o que Pi Martel passa em alto oceano, nos meses em que fica perdido... É cruel. Nuamente desenvolvida ao longo do enredo, as provações de Pi são lancinantes: seu estado emocional; seu estado físico; seu estado espiritual; seu estado existencial; seu estado psicológico – tudo, tudo, absolutamente tudo que poderia ser trabalhado em Pi para descrever a história de um garoto perdido em alto mar é trabalhado com perfeição – por isso me atrevo com toda a confiança do mundo a definir Piscine Molitor Patel como um dos mais completos protagonistas que já li.

A trajetória sofrida de Pi é desenvolvida num universo ironicamente “mínimo”: simplesmente um bote, uma engenhoca e imensidões verticais e horizontais (um céu infinito, um horizonte infinito, um oceano infinito). O passo a passo da sobrevivência nesse “mínimo” é acachapante: ver como Pi compreende sua realidade, encontra e constrói suas chances de vida e adapta-se inteiramente à necessidade é incrível, tudo em meio de uma escrita viciante, dinâmica, inteligente, baseada numa ótima pesquisa e inteira repleta de discussões relacionadas aos processos de identificação, entendimento, percepção, dentre outros, de Pi. É também tudo muito cru, seco, quando precisa ser. O que acontece realmente é dito como acontece, e isso me chocou algumas vezes – a ponto de me fazer virar o olho das páginas, tomar um fôlego e só em seguida continuar (claro que isso vai do nível de sensibilidade de cada um, mas acho que nenhum passaria ileso ao que acontece à zebra...). Mas mais interessante mesmo é a... Eu ia dizer “amizade”, mas é tanto mais como menos o que se desenrola entre Pi e seu fiel companheiro, Richard Parker, o tigre que tem nome de gente. O processo de entendimento, compreensão, habituação, rotina, sobrevivência de ambos é... Uau. Uau, de fato. E, por favor, um momento pro derretimento do resenhista: que coisa mais linda, incrível, fofa, fodástica é Richard Parker?! Esse tigre é LINDO, gente! Pelo amor de Deus!!! Fodástico e absurdamente metafórico – pode deixar o leitor doido, doidinho da silva, se ele se permitir pensar sobre todas as metáforas escondidas nas entrelinhas desse livro.

Ao final, enfim, é outro fôlego que a escrita toma nos poucos capítulos da terceira parte do livro – e qualquer informação que eu dê sobre esse fôlego eu corro o risco de dar spoiler, então prefiro deixar meu leitor por ele mesmo descobrir o que acontece (apesar de ser, bem, meio óbvio o principal do desfecho da história). O fim do livro é feito de uma forma que é bastante satisfatória – mas, bem, só. Fiquei meio em dúvida se gostei ou não. Se merecia mais poesia, algo mais inebriante...

Mas isso, um mero milímetro perto de quilômetros de maravilhas, não faria o livro perder nem um pouco seu brilho. As Aventuras de Pi é um livro precioso, um achado; uma prosa de ouro, que merece ser eternizada como um livro inspirador e poderoso. Aliás, por fim, eu finalmente concordei com o título dado no Brasil: As Aventuras de Pi. Porque o caráter de divino nessa história existe. Que não pode ser definida de outra forma além de: um milagre.

site: http://achouoque.blogspot.com.br/
LipeV 26/12/2014minha estante
Confesso que conhecia o livro e o filme só por nome e que já passei várias vezes por ambos sem me interessar muito, mas a sua resenha, Breno, me deixou surpreso e instigado por ler o livro ou ao menos assistir ao filme.
Parabéns! você escreve muito bem.




Rafael 17/07/2014

Um oceano, um barco, um tigre, um menino
As Aventuras de Pi podem ser bem resumidas assim: um mar, um barco, um tigre, um menino. Até porque o livro quase todo se passa nesse cenário. A história fala sobre a vida de um garoto indiano que vê sua vida mudar em questão de dias e que usa de muita astúcia para sobreviver num bote tendo apenas Deus e um tigre-de-bengala como companhia.
Piscine Patel é um jovem de idade por volta dos 16 anos, filho do dono de um zoológico que vê a prefeitura retirar os incentivos fiscais, e seu pai decide vender o empreendimento e mudar-se para o Canadá, onde conseguiria melhores ofertas de emprego. Eles embarcam em navio cargueiro com todos os animais sedados, porém nesta mesma noite uma tempestade se forma e o navio é naufragado. Os únicos sobreviventes em um bote salva-vidas são Pi, uma zebra, um orangotango, uma hiena, e um tigre.
Pi salva Richard Parker, o tigre, de morrer afogado, pensando que seria uma pessoa, mas meio que se arrepende ao perceber quem é. Aí já é tarde demais, pois Richard entra no bote. Ao amanhecer, Piscine recebe um orangotango fêmea que perdeu sua família no naufrágio, e ele vem boiando em uma pequena ilha formada por bananas. Claro que desse mix de seres vivos sobra apenas o menino e o tigre, obrigando Pi a ser muito astuto para não ser devorado por um tigre faminto. Vale lembrar que na infância ele passa por uma experiência não muito legal onde observou este mesmo tigre devorar um animal em sua frente, experiência projetada pelo pai para que Pi não ousasse chegar perto demais de Richard Parker.
O garoto tem que ser muito astuto para sobreviver com o tigre no meio do oceano. Monta uma balsa e passa a viver fora do bote. Se arrisca para pegar as comidas do bote. Pesca para alimentar o tigre. Conversa com o tigre, conversa com Deus. Escreve. Lê. Pi faz tudo para não ficar na ociosidade. E a história inteira perdura nesse ambiente.
Agora vamos falar sobre a minha experiência em ler este livro. Nunca imaginei que eu fosse gostar tanto deste livro, e aqui já vou adiantando que eu adorei o livro, dei cinco estrelinhas. As Aventuras de Pi foi muito bem escrito. O autor trabalhou bem o personagem, acho que ele teve muito tempo para fazer isso já que o menino fica a maior parte do livro sem a presença de nenhum outro ser humano. As emoções dos animais percebidas pelo garoto também é um ponto que contou bastante para mim.
O significado de luta pela vida desde o seu início até seu fim, é algo que o autor conseguiu passar de uma maneira fantástica para o leitor. Há em Pi uma sede de viver. Ele, sendo hindu/cristão/islã, conversa com Deus e faz suas orações diárias. Pi cria uma rotina em seu bote, para não enlouquecer. E é muito interessante esse diálogo inter-religioso que existe. 3 religiões diferentes entre si. O Hinduísmo acreditando em vários deuses, o cristianismo acreditando em um Deus trinitário, o islamismo crendo num Deus unitário. Mas Piscine resolve que pertence às três religiões.
Ao final da história, podemos parar e perceber o quão grande é toda a mensagem que o livro quer passar. Não é um livro que você lê e passa da sua vida, você esquece, mas um livro que nos conta como podemos sobreviver quando realmente queremos e que crer em Deus é assim, ou você crê ou não, não tem uma escolha simplesmente racional. Fé é isso, ir além quando a razão não pode mais ir. Agradeço ao autor por ter escrito esta história sensacional.
Também foi feito um filme que foi muito bem baseado no livro e aconselho que todos assistam, claro que depois de ler. Se vocês já leram ou pretendem ler comentem aqui, vamos discutir sobre isso tudo. ;)

site: http://livrocomhortela.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



341 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR