Gisinha 16/01/2021
Força, resistência e sobrevivência no mesmo contexto.
O primeiro livro do ano e a primeira leitura do Explosão Desencalha 2021, coordenado pelo @carol_explosaodeletras, Ponte do Galo, escrito pelo paraense Dalcidio Jurandir, traz para o leitor um universo fantástico e fatalista, traz o encanto dos rios e a dureza da vida do homem ribeirinho, uma leitura que soca o estômago, por trazer a tona uma realidade que devíamos conhecer mas que não faz parte da cultura do leitor, por ser uma cultura à parte, marcada por crenças (ou crendices), sobrevivência e violência nos rios da Amazônia.
O presente romance, o sétimo de dez que fazem parte da série Ciclo do Extremo Norte, traz a nova fase de Alfredo, menino marajoara que vai estudar na capital paraense a pedido da família, agora no antigo ginásio, passando por novas experiências, agora que está crescendo e se tornando um adolescente, as novas vivências trazendo idas e vindas no tempo, trazendo novas curiosidades da cidade natal do rapaz.
O livro não tem a tradicional divisão por capítulos, a narrativa é dividida em duas grandes partes, a primeira, maior, dedicada às férias de Alfredo em sua cidade natal, Cachoeira do Arari, e a segunda etapa, onde é mostrada a vivência do estudante pelas ruas e bairros de Belém.
Uma pequena recomendação que faço para quem se aventurar a ler a obra é começar a leitura pelo prefácio escrito pelo prof. Paulo Nunes, que permite ao leitor explorar o universo de Ponte do Galo, conhecer o autor e suas demais obras, possibilitando assim não mergulhar às cegas nessa que é uma obra sem igual.