A Tenda Vermelha

A Tenda Vermelha Anita Diamant




Resenhas - A tenda vermelha


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Anna 18/11/2019

?A morte não é nenhuma inimiga, a morte é o fundamento da gratidão, da solidariedade e da arte. De todos os prazeres da vida, só o amor não deve nada à morte?

Uma leitura especial e comovente. Da força de Dinnah, de suas mães e de todas as mulheres do seu tempo. Mulheres guerreiras, submissas, sofridas, mas que apoiavam umas às outras. Essa é uma história sobre a luta das mulheres, que vale à pena ser lida.

?...Quando alguém se senta à margem de um rio, vê somente uma pequena parte da superfície. No entanto, a água que passa diante de seus olhos prova que existem insondáveis profundezas. Meu coração transborda de agradecimento pela bondade que vocês me demonstraram sentando-se à margem deste rio, visitando os ecos de meu nome? Dinnah.
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Naiara Goes 09/11/2019

Ancestralidade
"Na tenda vermelha, sabíamos que a morte era a sombra do nascimento, o preço que as mulheres pagam pela honra de dar a vida a alguém. Assim nossa tristeza tinha uma medida."

O livro fala sobre Dinah e as mulheres de sua família, e por meio das histórias dessas mulheres é possível sentir a conexão com a sabedoria das nossas ancestrais. Dinah conta como as histórias de suas quatro mães eram repassadas à ela durante os períodos de menstruação e da lua cheia quando todas se reuniam na tenda vermelha. Pelos olhos de Dinah, mergulhamos em um mundo cheio de vida e morte, sorrisos e tristezas, medos e esperanças, de conhecimentos sobre nossos ciclos, gestações, partos, ervas medicinais e nossa ligação com a mãe Terra. Um mundo onde as intrigas e diferenças entre as mulheres eram deixadas de lado quando a natureza feminina, geradora de vida, lembrava a importância da união, do apoio e do respeito para enfrentar as dores e as alegrias que permeiam a vida de uma mulher.
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ClAudia 17/09/2019

Conhecimentos ancestrais
[#ResenhadaAninha] [#LeiaMulheres] •

A Tenda Vermelha - Anita Diamant
@veruseditora
294 páginas | 2018
4 ⭐️
___________________________________
A história da Bíblia contada pelo ponto de vista das mulheres e da Tenda Vermelha, o lugar sagrado que guardava os segredos e mistérios do poder feminino que mora na força vital do sangue. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
“Se você quiser compreender qualquer mulher, precisa antes perguntar sobre a mãe dela e depois escutar com atenção o que é dito.” ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
É uma leitura arrebatadora, que causa certa estranheza por alguns costumes tão primitivos daquela civilização, mas surpreende pela proximidade quando fala sobre as mulheres e seus rituais.
Para quem, como eu, tem se interessado por deixar a menstruação seguir seu curso natural, sem tomar remédios, usando coletor ou absorventes de pano, percebendo dia a dia as mudanças do corpo em comunhão com a lua, vai se sentir ligada às mulheres desse livro de forma ímpar.
Dinah conta a história de sua mães e como a vida girava em torno da Tenda, onde as mulheres se uniam e aprendiam sobre a seu papel no mundo, sobre nascimento e prazer, os ensinamentos ancestrais passando de mãe para filha.
Tem reflexões belíssimas sobre amor, irmandade, vida e morte. Uma leitura tocante que recomendo a todos, mas principalmente às mulheres. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
“(...) na tenda vermelha, as mulheres dão graças: pelo repouso e pela recuperação, por saber que a vida vem de dentro de nós, surge entre nossas pernas, e que a vida custa sangue.”

site: https://www.instagram.com/p/ByIYJzKjUk5/
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Maí­ra 25/09/2018

A Tenda Vermelha
O poder feminista de tomar uma narrativa tradicional, como a Bíblia, e dar voz a uma personagem feminina que nunca teve a chance de falar por si mesma, já é, em si, impressionante. Além disso, a própria forma como Diamant decide narrar essa história, sem medo de narrar cenas eróticas e de violência de modo bastante explícito, é de uma coragem extrema. Não é a toa que este livro recebeu tantas traduções e edições ao longo dos últimos 21 anos.

É um livro, por conta disso, desconcertante, tanto pela forma como questiona a veracidade e confiabilidade do relato bíblico como pelo modo como expõe rituais e costumes que causariam horror à nossa cultura. Desde penetração com ídolos para banhá-los com o sangue sagrado da primeira menstruação ao fato de que Jacó se casou com quatro irmãs e todos os seus filhos eram ao mesmo tempo seus filhos e sobrinhos, há uma série de hábitos apresentados com muita naturalidade e que podem se tornar incômodos para quem não conhece muito sobre os costumes desse período histórico.

Porém não é só na ousadia e nas polêmicas levantadas que a autora busca ganhar seu leitor. Pois ao nos dar a oportunidade de observar a história de Dinah por completo, desde da sua mãe e tias até a sua própria complicada trajetória, nos vemos diante de uma narrativa em que a evolução da personagem ganha protagonismo. Dinah passa por muita dor e reviravoltas em sua vida e sua própria sobrevivência diante de tudo que acontece é prova de sua força, de sua perseverança e do quanto ela cresce enquanto personagem a cada nova encruzilhada que se apresenta a ela.

O livro foi adaptado para um formato de minissérie (dividida em dois capítulos de aproximadamente 1h30 cada) para o canal americano Lifetime e disponível atualmente no Netflix. A minissérie é interessante e vale a pena conferir, mas apenas se você assisti-la como uma obra original, pois, no que tange ao aspecto da adaptação, não sobrou muita coisa da obra original de Diamant. E, na minha opinião, embora valha a pena assisti-la, ela é fraca comparada ao filme, especialmente quando faz escolhas que buscam claramente diminuir o impacto e tornar os acontecimentos da obra original mais palatáveis para seu público.

“O Egito apreciava o lótus porque sua flor nunca morre. Também é assim com as pessoas que são amadas. Basta algo insignificante como um som, um nome – duas sílabas, uma alta, outra suave – para trazer de volta os incontáveis sorrisos e lágrimas, suspiros e sonhos de uma vida humana.”

O livro, ao contrário, não faz concessões desse tipo em momento algum. É uma história forte, complexa, poderosa e que traz em si uma mensagem de poder feminino e de sororidade muito marcante. Com capítulos por vezes um pouco longos, o ritmo da narrativa às vezes sofre um pouco, mas essa edição, em geral, favorece bastante a leitura, com uma capa instigante e uma diagramação confortável para a leitura. Recomendo especialmente para quem se interessa por recontos, romances históricos e, especialmente, por uma literatura que valoriza a força feminina.



site: http://resenhandosonhos.com/a-tenda-vermelha-anita-diamant/
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Lu 16/09/2018

Livro muito bom
Eu comi o livro. A leitura é super interessante, cada ocorrido me prendia cada vez mais. Eu realmente gostei muito dessa abordagem.
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@retratodaleitora 29/07/2018

Intenso!
A Tenda Vermelha é o local onde as mulheres descansam durante os dias de menstruação, convalescença e ao dar a luz. É um lugar exclusivo para mulheres, e as meninas só podem adentrar a tenda após o primeiro sangramento. Um lugar para conversas, para o privilégio do descanso e de contar histórias; e de estreitar as ligações com os deuses da saúde e da fertilidade.

Neste livro conhecemos Dinah, que na Bíblia é mencionada brevemente no capítulo sobre seu pai, Jacó, e ainda assim descrita apenas como uma vítima, seguido pela vingança de seus irmãos contra aquele que, segundo esses escritos, a desonrou. Mas a verdadeira história de Dinah está longe de se resumir apenas a esse episódio de tremenda crueldade; sua verdadeira história será agora contada, e nada melhor do que sua própria voz para expor tudo aquilo que viveu.


"Nós nos perdemos de vista por um tempo longo demais. Meu nome nada significa para você. Minha lembrança hoje é pó. (...) É de admirar que certas mães ainda assim tenham dado às filhas o nome de Dinah. Mas algumas o fizeram. Talvez tenham adivinhado que fui mais do que aquela nulidade sem voz própria que aparece no texto. Talvez tenham percebido isso na música de meu nome: a primeira vogal alta e clara como quando a mãe chama o filho ao entardecer; a segunda, suave como segredos sussurrados no travesseiro. Dinah."


Mas para contar sua história, primeiro Dinah compartilha a história de suas mães. Filha de Lia, segunda esposa de Jacó, ela tem ainda três mulheres que a criaram, as quais também considera suas mães: Raquel, Zilpah e Bilah. Ela explora os acontecimentos mais intensos da vida dessas quatro mulheres de forma íntima e marcante; suas dores, intuições, seus partos e sua força em um ambiente dominado por homens brutos e ignorantes. Sua sobrevivência.

É uma história emocionante e muito bem escrita, que nos leva a uma época distante e sofrida, principalmente para as mulheres. É uma trama de segredos, milagres e paixão, mas também de muito sofrimento e traições dentro da família. Esses personagens mudam e se transformam várias e várias vezes.


"Não tenho certeza se minhas lembranças mais antigas são minhas de verdade porque, quando me vêm à mente, sinto a respiração de minhas mães em cada palavra."


Anita Diamant fez um ótimo trabalho ao resgatar essas personagens dos escritos masculinos da bíblia e apresentá-las sob novas e intensas luzes. Acompanhamos Dinah, em primeira pessoa, desde seu nascimento, a única filha de Jacó depois de muitos irmãos, até o dia de sua morte, e todas as provações e perdas que enfrentou no caminho.

De todo foi uma leitura fluida e cativante, apesar de em alguns momentos ter ficado um pouco perdida diante de tantos nomes, ligações e mudanças de tempo e espaço no livro; e isso exige uma atenção a mais do leitor. Estou muito feliz por ter finalmente realizado a leitura e também com tudo o que encontrei aqui. Foi uma experiência fantástica! :)

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com/2018/07/resenha-tenda-vermelha-de-anita-diamant.html
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Taís 04/07/2018

Dinah
“A Tenda Vermelha” conta a história de Dinah, única filha de Jacó (que viria a se tornar Israel) com sua primeira esposa, Lia. Dinah como única menina foi mimada e criada com carinho pelas quatro esposas de Jacó: Lia, Raquel, Bilah e Zilpah. O título se refere a tenda menstrual onde as mulheres ficavam durante seu período, onde contavam suas histórias, conservavam seus costume e memórias vivos num mundo dominado pelos homens. A história é narrada pela própria Dinah que conta como foi sua vida desde a infância até a morte, passando pelo tão conhecido episódio bíblico do estupro que teria causado o conflito entre os filhos de Jacó e os homens de Siquém.

O primeiro contato que eu tive com “A Tenda Vermelha” foi a minissérie (Netflix sempre salvando vidas) e eu me apaixonei pela história. A história de Dinah realmente nunca tinha me interessado muito sendo apenas, como a própria personagem diz, uma nota de rodapé da história de Jacó e dos seus filhos. Claro que nas aulas de catequese eu me comovia com o sofrimento de Dinah, mas ela some logo em seguida na narrativa e é logo esquecida, então ver uma versão do ponto de vista da personagem, mesmo que totalmente romanceada, é muito instigante.

Mais do que uma biografia fictícia da vida de Dinah a história fala muito às mulheres, sobre sua união, sua força e seu lugar na sociedade. Há um momento em que ela questiona o pai sobre a injustiça que seus irmãos cometeram contra os homens de Siquém, ao que Jacó pergunta o que ele poderia fazer já que os “malfeitores” são seus filhos e Dinah exclamou, em desprezo, que ela é APENAS uma filha e não passa de uma propriedade. Essa discussão, independente do tempo ou lugar em que se passe, fala muito ao público feminino.

Depois de ler o livro e ver a série fui ler a respeito de ambos, localizei críticas, análises, correções históricas e a turminha esbravejando sobre a “distorção” da história bíblica. Todas as questões sobre o patriarcado (oh! O patriarcado), sobre religião, bíblia e sociedade (principalmente o lugar da mulher na sociedade e como as amizades femininas são representadas) são extremamente relevantes e atuais, mas para mim elas acabaram compondo o plano de fundo de uma história de amor, perda e superação.

As críticas à falta de fidelidade histórica ou bíblica (não! Não são a mesma coisa. Vamos todos nos controlar!) não são tão importantes para mim quanto a história que está sendo contada. Não se trata só da história de Dinah ou de Jacó, trata-se de memória, sobre a perda ou manutenção dos costumes e da vida das pessoas, sobre como as histórias que chegam até nós, não só sobre Lia e Raquel. Me fez refletir sobre quanto das vidas da minha mãe, minhas tias e avós eu não conheço. Como eu desconheço seus dramas e dificuldades e quanto me é passado através da perspectiva de outros. Sempre aprendendo as versões da história e não os fatos, como isso pode causar desencontros e mal entendidos.

Para mim a história fala sobre os laços entre as pessoas, como eles podem ser complexos ou parecerem frágeis e mesmo assim serem as conexões que definem nossas vidas, como a história das pessoas com que nos relacionam passam a fazer parte da nossa própria história. Sobre como todas essas pessoas tem seus defeitos, fraquezas e falhas, como podem errar e se arrepender e isso não faz delas menos culpadas, ou inocentes, apenas humanas.

Mas, acima de tudo, a história dessa Dinah me trouxe uma lição sobre superação. Não só sobre ter a força de seguir seu próprio caminho e tomar suas próprias decisões. Mas como superar os desafios que esse caminho nos traz, e se não conseguirmos superá-los, se formos derrotados por eles, conseguirmos reunir a força necessária para levantar, continuar e ainda conseguir encontrar a felicidade.

Usando metáforas de filmes é como Tom Hanks esperando na praia pelo o que quer que seja que a maré possa trazer, ou como Stallone dando aquela lição incrível ao filho sobre continuar lutando independente de como a vida nos derrube.

Todos nós que gostamos de ler acabamos em certo momento percebendo que o ato da leitura não se trata só de registrar o que o autor diz, mas sobre como isso nos toca pessoalmente, sobre o que cada livro adiciona à nossa experiência e perspectivas. Por isso eu compreendo as críticas mas, ignoro as imprecisões históricas e estou, sinceramente, cagando para o quanto disso pode ou não ser “ofensivo” para alguns e estou aqui escrevendo essa resenha, porque esse é um livro que eu amei ler e que recomendo.
Letícia Serrat 16/11/2018minha estante
Fascinante sua resenha!




Ane 01/06/2018

Toda história tem dois lados e quando falamos de fatos narrados da Bíblia, ouso dizer, que aquilo que nos é passado é somente a ponta do iceberg. Por esse motivo assim que soube do relançamento de A Tenda Vermelha da autora Anita Diamant, fiquei curiosíssima para me aventurar pelas páginas da obra. Afinal, quem não gostaria de saber mais sobre personagens que mesmo depois de tantos séculos ainda são lembrados por povos de todo mundo. Com uma narrativa rica e detalhada, Anita Diamant nos leva por uma viagem no tempo, cheia de misticismo, mistérios e feminilidade.

Acredito que a história de Jacó, filho de Isaac e neto do patriarca bíblico Abrahão seja conhecida até mesmo para àqueles que não seguem nenhuma religião específica. E é exatamente por isso que há meu ver A Tenda Vermelha é um livro tão único e belo, pois ao trazer a possível visão feminina da história, Anita Diamant tornou esses personagens lendários reais.

O que me chamou a atenção em A Tenda Vermelha foi justamente o fato da narrativa ser feminina. Pois, pouco se sabe dessas mulheres que foram tão importantes dentro de suas comunidades e que infelizmente acabaram tendo suas vozes silenciadas pelos homens nos livros bíblicos.

A Tenda Vermelha é uma obra que exalta o poder feminino com toda a sua beleza e força. Através de personagens icônicas como Lia, Zilpah, Raquel e Bilah, a autora Anita Diamant nos mostra o quanto nós, - mulheres temos poder. Pois a ligação dessas mulheres não se dá apenas por que “dividem” o mesmo marido e sim, por que na intimidade da tenda vermelha elas criaram uma ligação única baseada no amor e dedicação uma para as outras. E isso sem dúvidas torna esse livro emocionante e poético.

Resenha completa no blog ;)

site: http://goo.gl/SRfZUT
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Queria Estar Lendo 04/04/2018

Resenha: A Tenda Vermelha
A Tenda Vermelha é um romance altamente elogiado. Foi escrito pela autora Anita Diamant e relançado aqui pela Editora Verus - que cedeu o exemplar para resenha. Conta a história de uma mulher silenciada pela Bíblia, uma das muitas figuras femininas que se perdeu nos escritos conduzidos por homens.

Dinah é uma personagem secundária nos textos do Gênesis. Sua única participação, inclusive, se dá em um trecho chamado "o estupro de Dinah" - que muitos estudiosos da Bíblia consideram difícil de ser comentado. Este livro é um relato lúcido e realístico do que seria dar voz a essa personagem que, aos textos sagrados, existiu durante uma cena de violência e desapareceu em seguida, apagada pelos nomes dos homens ao seu redor. É a voz de dezenas de outras mulheres - mães, esposas, filhas, amigas.

"Na tenda vermelha, as mulheres dão graças; pelo repouso e pela recuperação, por saber que a vida vem de dentro de ós, surge entre nossas pernas, e que a vida custa sangue."

Eu tinha grandes expectativas quanto a essa leitura e todas elas foram alcançadas. A Tenda Vermelha é um livro arrastado, de narrativa bem detalhista, mas dá tanto destaque às suas mulheres, tanta vida, que é impossível deixar de lado enquanto você não terminar de ler. Anita sabe como contar a história daquelas que foram esquecidas; Dinah, principalmente, é uma figura marcante. Tem voz mesmo antes de nascer, através de relatos de histórias que foram passadas à ela depois de seu nascimento.

A família da qual ela faz parte é composta por muitas mulheres. Lia, Raquel, Bilah, Zilpah são todas esposas de Jacó, seu pai. Lia é mãe de Dinah, mas todas as outras são suas mães também. Em cada uma delas, Dinah encontra diferentes tipos de força para se espelhar. Essas quatro mulheres ensinaram tudo à garota sobre deuses e sobre seu corpo, sobre as coisas que podia alcançar, sobre os sonhos que podia interpretar.

A irmandade criada entre elas, a ligação inquebrável construída através de confiança, amor e dedicação, é tudo tão bem escrito que chega a emocionar. Dinah tem nessas mulheres suas figuras de inspiração, modelos a serem seguidos, mas também pessoas que cometem erros, dão passos em falso; mulheres frágeis tal qual são extremamente poderosas. Lia, Raquel, Bilah e Zilpah têm suas histórias entrelaçadas por serem as esposas de um único homem, mas acima disso por serem irmãs e por estarem conectadas de coração e alma umas as outras.

"Quanto mais detalhes sobre a vida da mãe a filha parece conhecer, mais forte é essa filha."

O mais interessante em toda obra, a meu ver, é a humanidade de suas personagens femininas. As histórias de Jacó - filho de Isaac, que é filho de Abraão -, são conhecidas mesmo pelos mais leigos em questões religiosas. As mulheres à sombra desses homens, no entanto, são de um desconhecimento de dar dó. Havia muitas delas e foram esquecidas.

O The Boston Globe escreveu que "se a Bíblia tivesse sido escrita por mulheres, seria exatamente como este livro" e é apenas uma verdade. Anita descreve tudo em seus pormenores, constrói as ligações familiares entre personagens, dá vida à família através das mulheres que fazem parte dela. Dinah é o ponto central e, com a protagonista, tudo se desenvolve.

"No espaço de tempo de uma tarde, ela se tornara uma força dos deuses, como uma tempestade ou um incêndio na floresta."

Mesmo depois de afastada da família, sozinha à própria sorte, assombrada por tragédias causadas por aqueles a quem mais amava, Dinah encontra forças para se reconstruir. Sua história é dividida em três partes, e são três momentos importantes - seu nascimento, seu crescimento e por fim sua ascensão como mulher.

"- Moça de sorte, olhe só que trono real de irmãs você tem."

A conexão com os deuses e com quem ela é, a força que Dinah encontra na natureza e no que faz dela mulher, suas reações às injustiças e à crueldade do mundo para com seu gênero, tudo isso é muito bem explorado e enriquecido por essa trama tão simples e tão fervorosa.

Temos muito do seu desenvolvimento como parteira - e aqui vem o ponto mais elucidado pelo livro, uma vez que Dinah convive com parteiras, que viveu toda sua infância na tenda vermelha (lugar para onde as mulheres se retiravam durante os dias em que estavam menstruadas, para se conectar com a deusa e oferecer os agradecimentos pela renovação do ciclo de vida); a protagonista aprende a entender a vida, toda a jornada desde a concepção até a morte.

A conexão das personagens com sua feminilidade, com o misticismo e com a força em nascer como nasceram é muito pontuado pela obra. Não existe vergonha, não existe receio; as mulheres são fortes porque são mulheres e ponto final. É ainda mais fascinante de se entender quando vemos a maneira com que os personagens masculinos começam a reagir a essa liberdade, temendo que as mulheres se encontrem dentro delas mesmas. É aquela famosa fragilidade masculina, sabe como é...

A edição da Verus está impecável e, além de uma obra linda, seu conteúdo é absurdamente fascinante. A história, inclusive, foi adaptada em uma minissérie e está disponível na Netflix para quem quiser assistir!

"O Egito apreciava a flor de lótus porque sua flor nunca morre. Também é assim com as pessoas que são amadas. Basta algo insignificante como um som, um nome para trazer de volta os incontáveis sorrisos e lágrimas, suspiros e sonhos de uma vida humana."

A Tenda Vermelha é um livro interessante para quem quer saber mais sobre figuras femininas esquecidas pelo passado - como a História tanto gosta de fazer com nossas mulheres.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/04/resenha-tenda-vermelha.html
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Marina Stech 29/12/2017

Sensível
Tive a oportunidade de ler esse livro como estudo para participar de um espetáculo de dança que o representou. Uma grata surpresa... a história é envolvente e realmente prende com as narrações sensíveis sobre a vida das mulheres. As personagens carregam muito sofrimento mas ao mesmo tempo força e aprendizados por conta da época, passados através de gerações. É uma história sobre perdão, amor e o sagrado feminino.
É importante conhecer tão detalhadamente o passado, para compreender e dar valor ao futuro.
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Cíntia 31/08/2016

Uma história sobre "A História"
Uma ficção sobre um evento bíblico bem escrito, plausivelmente encaixado no tempo-espaço bíblico.
Dai Michaelsen 31/08/2016minha estante
Ahhh!




Fabíola 24/06/2016

A Tenda Vermelha
Um livro emocionante, feminino e escrito com muita sensibilidade.
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Vanessa Bittencourt 13/10/2015

Quem conhece um pouco da Bíblia sabe que, com poucas exceções, as mulheres não aparecem com tanto destaque. A Tenda Vermelha tenta reescrever os passos de Dinah, a filha de Jacó, brevemente citada no livro de Gênesis como a mulher que se envolveu com o filho do rei de Siquém. Vale destacar que Anita Diamant vai muito além da tragédia de Dinah ao assumir como foco a conexão entre as mulheres da família de Jacó e as tradições femininas bem guardadas na tenda vermelha, o local onde as mulheres se reuniam durante a menstruação e o parto. Estejam avisados: esse é um livro intenso sobre mulheres e também sobre o momento do parto. E foi o primeiro livro a me fazer chorar em público.
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Vânia 21/09/2014

A indicação de "A Tenda Vermelha" apareceu durante um feriado em Belo Horizonte em que eu - engenheira - ingressei em um curso de formação de doulas, acompanhantes de mulheres durante o período gestacional. Naquele ambiente, totalmente diferente de tudo que já havia vivido, muito se falava sobre o protagonismo feminino, o sagrado feminino, temáticas que eu, mulher, desconhecia. Fui então em busca desta leitura, e foi como se recebesse em minha casa uma prima distante, com a qual não havia convivido. A narradora (que só lá na frente descobrimos chamar-se Dinah) traz à tona sua estrutura familiar, suas sensações infantis, e vamos amadurecendo com a personagem, como se estivéssemos experimentando juntas uma fruta madura e suculenta. O ciclo da existência de Dinah é completo. No decorrer de seus anos, grandes alegrias e terríveis experiências têm espaço. Foi o primeiro livro que me fez pular e quase gritar de desespero dentro do ônibus em certo trecho. Sofri com a Dinah. Confesso que esperei por metamorfoses e a supremacia de uma "princesa Dinah", alheia a todo sofrimento, pois passei a amá-la como a alguém da família. Mas não. Ela é mulher, comum, que experimenta o bem e o mal sem ser alertada - assim como cada um de nós - mas sem apresentar insegurança ou amargura. O mundo masculino, marcado por personagens bíblicos do Antigo Testamento da linhagem de Labão, é simples pano de fundo, pois o foco é a Tenda, na qual as mulheres da tribo abstinham-se do mundo externo e abriam-se às suas próprias necessidades e seus próprios sentimentos, cuidavam umas das outras, transmitiam os conhecimentos de gerações anteriores através da contação de histórias. Essa reunião se dava no período menstrual, o qual toda mulher reconhece como de grande sensibilidade. A Tenda tem grande influência sobre Dinah, e todas as mulheres da Tenda estão presentes em Dinah. A Tenda é o feminino (o poderoso sagrado feminino de que tanto ouvira naquele fim de semana em BH). Terminei o livro triste e desejosa de um abraço da minha família, mas nem por isso deixaria de recomendá-lo, muito pelo contrário. Boa leitura!
helena.galvao.10 23/01/2017minha estante
Eu tbm amei e adorei sua descrição.




KarineXavier 04/06/2014

Forte!!
Esse livro, me deixou muito em dúvida se estava gostando ou não. Em um momento pensei em abandona-lo. Mas resolvi insistir mais um pouco e fui surpreendida positivamente.
Uma história pesada, forte, de sofrimento e ao mesmo tempo doce, mostrando a importância de muitos sentimentos. Retrata a força das mulheres e da família.
Se está na dúvida sobre ler ou não esse livro... leia vale a pena!
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