@blogleiturasdiarias 11/12/2019Resenha | Alguém Para AmarTermino a trilogia com uma saudade já no coração, mas também imaginando os próximos livros da autora para ler. Ela é minha grande surpresa do ano — apesar dos enormes elogios de amiga, ainda não tinha encarado algo dela — e recomendo demasiadamente Sequels para os fãs de romance de época.
Elizabeth Cameron, a Condessa de Havenhurst, era a joia da temporada. Com o recorde de pedidos de casamentos na bagagem, sua reputação acabou sendo manchada por uma série de acontecimentos interligados a Ian Thorton — aceito na sociedade londrina, porém não possuidor de título. Sua ingenuidade e pouca idade na época — tinha 17 anos — fez com esse episódio gerasse grandes consequências, sendo a escória da sociedade mesmo após 2 anos.
Como se não bastasse, ela depende da ajuda do tio sustentar seu lar e os parcos empregados, e este a quer em um casamento o mais rápido possível. Selecionando os pretendentes, de forma arbitrária, ela terá um reencontro com aquele culpado de acabar com sua vida, que colocados frente à frente perceberão os sentimentos adormecidos. Serão capazes de descobrir todo o mal entendido da situação e viverem um amor verdadeiro? Será que a hierarquia falará maior que a paixão?
Admito que depois do segundo volume, Algo Maravilhoso, pensei que nada iria superar a história — o que me fez ir com expectativas amenas para esse enredo. E errei feio! Alguém para Amar trouxe todos os elementos de uma narrativa que me conquista: bons protagonistas, drama na medida certa, descrições em pontos oportunos além de cenas de altas gargalhadas e de roer as unhas. É um exemplar completo que agrada do início ao fim — e que justifica as suas 500 páginas. Temos uma escrita quase mágica porque é com enorme fluidez que você realiza a leitura, o que realmente demonstra ser um dom!
"Era a inteligência, não a beleza, a maior arma de Elizabeth nessas transações, pois não apenas fazia contas de cabeça, como também se mostrava encantadoramente razoável e inventiva quando formulava seus argumentos para conseguir um preço melhor. Assim, costumava vencer seus oponentes ou confundia-os até que concordassem com ela." pág. 13
Os personagens principais foi outra grata surpresa. Tão próximos da nossa realidade, seus erros e acertos nos cativam ao longo da história. E personalidade também! Elizabeth é uma mocinha que tem espírito forte e contagiante, que todo leitor se vê torcendo para seu final feliz. Apesar de Ian ser aquele típico protagonista esperado — no limite entre confiante e arrogante — é sempre maravilhoso vê-los sendo vencidos pelo amor. Já disse que adoro quando as mulheres se sobressaem numa narrativa?! É esse o caso!
E como esperado, temos pequenas reviravoltas capazes de nos deixar de boca aberta. Quando pensamos que tudo se encaminha para o final feliz, a trama ganha ares de tensão, deixando-o em aberto — sendo mais um brilhantismo da Judith McNaught. Não é spoiler falar que a maioria dos romances de época terminam como os diversos contos de fadas, por isso essa façanha da autora em nos fazer duvidar do que pode ocorrer é fenomenal. O espaçamento de tempo entre os eventos finais é grande, o que me assustou inicialmente, de modo a pensar que não me agradaria. No entanto, como sempre, ela soube encaixar todas as pontas soltas e trazer um ponto final digno de um favoritado.
Suspeita pois tenho proximidade com qualquer ambientação feita na Escócia, sua preocupação em detalhar os lugares e em nos aprofundar nos locais descritos agrada. Como Thorton é escocês, diversas passagens são feitas no país e enriquecem o desenvolvimento.
De uma forma geral, recomendado! Um prato cheio aos fãs de romance, e que com certeza se tornará favoritos de muitas pessoas. Venham se encantar e se escabelar por esse casal perfeito um para o outro.
"Na verdade, as únicas coisas de que Lucinda não tinha certeza eram se Ian Thorton estava, agora, imune aos encantos de Elizabeth, conforme afirmara, e o que ela iria fazer para conseguir que ambos ficassem algum tempo sozinhos. Confiou aquelas duas últimas dificuldades às mãos capaz do Criador e mergulhou em seu habitual sono pacífico." pág. 171
Na parte física, gosto da capa porque ela combina com o contraste de cores que as antecessoras trouxeram. Com tons bem coloridos, elas combinam entre si — lembrando que esse volume tinha sido lançado anteriormente em formato pocket e com uma outra capa. Como relatado nas resenhas anteriores, a escolha de plano fundo é diferente do que vemos no mercado, então vale ressaltar esse detalhe. A diagramação é a padrão da editora e não encontrei nenhum erro de revisão e/ou ortográfico. A narrativa é feite em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas.
Agora estou apta para iniciar outra série da Judith, e feliz que consegui concluir Sequels ainda em 2019. Espero muitas novas descobertas em outras obras delas, e que vocês tenham gostado!
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