Resenhas - Dance Dance Dance

Murasakibara12 09/03/2020

'Esta é a realidade. Dor e sangue'
Após a trilogia do Rato, o mesmo protagonista tem que lidar novamente a morte de pessoas amadas, situações incômodas e inusitadas. Ainda entre o mundo de ca e o mundo de lá, é uma história um tanto depressiva com um toque sobrenatural, onde pela primeira vez o boku tenta se posicionar nas situações que a vida o leva.

Wynícius 04/09/2020

Depois da minha primeira leitura, eu me senti perdido e com pena de um personagem que expressa um pouco do meu vazio. Na segunda leitura, eu senti tudo isso, mas acima de tudo eu me questionei ainda mais sobre o quão nossa realidade pode ser simples e ilusória.

guipvr 03/12/2020

Adorei o protagonista
Acabei de ler praticamente agora. Provavelmente minha percepção sobre o livro vai mudar com o tempo...mas aqui vai o que achei 10 minutos após terminá-lo.
É um livro misterioso, com momentos específicos bem intrigantes e, para dizer o mínimo, um tanto quanto psicodélicos, inesperados. Como vários livros do Huraki, sob minha percepção, esse pode ter também várias interpretações. O protagonista fica praticamente obcecado por Kiki, uma moça com a qual ele se relacionou e desapareceu e o primeiro passo atrás dela dá o fio da meada pro resto do livro.
Senti diversas coisas lendo, gostei muito da relação de Yuki com o protagonista e em boa parte do tempo me identifiquei muito com ele. É um cara profundo, pé no chão de certa forma e que ainda está aprendendo a viver sua vida aos seus 34 anos, como todos nós.
Gostei muito de Gotanda também e da amizade dele com o protagonista...era um cara interessante no fim de tudo. Se suicidou...muita coisa por trás. Um espectro depressivo em diversas partes do livro. A vida é dura como pedra.

O final, para mim, trouxe a seguinte mensagem: simplicidade; a coisa é o que ela é. Uma grande metáfora que extraí, além de outros significados a mais...a trama acontece, não é simplesmente chegar a um veredito sobre Kiki, May ou outras mais...mas permanecer dançando no ritmo da vida, chegar em um certo incerto, mas seguro veredito sobre si mesmo, quem sabe. Ou não.

Barbara857 17/10/2021

É um caso de amor e ódio com o Murakami, que olha... eu acho que nunca vou deixar de me chocar com a capacidade que ele tem de me prender em suas histórias malucas e que não se desenrolam. Deve ser porque a gente se cativa demais por esse personagem sem nome, se compadece da loucura solitária que é a vida dele, tem vontade de bater nele por ser tão esquisito e por atrair gente ainda mais esquisita para seu convívio, ou por insistir em ir atrás de situações sem pé nem cabeça. É tanta coisa sem nexo que você fica curiosíssimo por um fechamento, uma explicação. Pena que no final desse livro, pelo menos pra mim, não houve esse fechamento. Ao ler a última frase do livro, eu disse sonoramente "não entendi nada". Será uma limitação minha? Tantas resenhas e avaliações positivas... não sei.
O livro é uma espécie de continuação de Caçando Carneiros, mas ao contrário desse, o desfecho deixou a desejar, pelo menos pra mim.

"As pessoas acabam morrendo de uma hora para outra. ?...?Por isso devemos nos relacionar de modo a não restarem arrependimentos. De maneira justa e, se possível, com sinceridade. Eu, particularmente, não gosto daqueles que não se esforçam para tanto e depois ficam chorando arrependidos porque alguém morreu."

Ah, em tempo: amei a brincadeira com o escritor Hiraku Makimura, achei muito 'espirituoso'.

lara.lagarto 05/06/2022

¿
no começo eu me arrastei TANTO pra ler esse livro que achei que fosse largar a leitura, mas algo me disse pra continuar, e não me arrependi. uma vez que engatei na leitura, engatei MESMO. personagens incríveis, profundos, amei os diálogos, amei a relação dele com gotanda e com yuki, achei tudo tão bem amarrado que não tinha como dar uma nota menor. só não aumentaria por causa do comecinho, que foi, talvez, desnecessariamente arrastado.
depois que eu descobri que era o ÚLTIMO de uma trilogia e fiquei com cara de palhaça kkkkk mas fiquei a fim de ler os outros dois.

Bruno 12/08/2016

Dançando de maneira que impressione todos ao seu redor. Dançar esplendidamente.
A psique das personagens Murakamianas é de longe o mais marcante. Podem querer dizer que seja as referências, ou ainda os plots non-sense, mas isso de nada valeria se não fossem as personagens perturbadas que transitam entre lá e cá.

Dentro desse realismo-fantástico do Murakami somos levados a desvendar a psicologia das personagens, invadindo suas proprias mentes, e não é diferente em "Dance dance dance". A continuação não oficial de "Caçando carneiros" não desaponta. Apesar de não ser uma continuação, a história da busca por novos laços existenciais da personagem comove, emociona e ao mesmo tempo te tira de um estado normal de espírito - talvez seja algo só meu, mas sinto-me fora do "lado de cá" ao ler Murakami.

Conforme os personagens da trama anterior vão ressurgindo, seus próprios papéis vão se alterando já que a personagem não é mais a mesma do inicio do primeiro livro - e certamente não o poderia ser.

A tradução da Neide Hissae Nagae e da Lica Hashimoto não deixam em nada a desejar em comparação a de Leiko Gotoda no primeiro livro. Transmitir a qualidade extremamente metafórica do original em japonês é um mérito para poucos.

Em suma, sem spoilers, "Dance dance dance" é um daqueles livros de clima pesado que liberta nossa própria alma. Na busca junto a personagem por si mesma, acabamos por nos confrontar a nós mesmos. Não existe momento ideal para ler Murakami, basta estar vivo. Atemporal, universal... esse é o realismo-fantástico Murakamiano.

CisoS 07/11/2019

Quase, quase, quase
Li a 1ª página de 1Q84 e fiquei viciado, tive que ler os 3 livros. Caçando carneiros foi quase a mesma coisa.
Aqui não. O livro demora a pegar. As situações se repetem, as observações se repetem. O texto é prazeroso e depois do primeiro terço, engrena.
O universo de Marukami está lá: o Japão das marcas ocidentais, a música pop e rock, os personagens peculiares e as observações sutis. E os universos paralelos.
O livro lembra mais um romance policial, mas um policial de Murakami. É bom, só que, em comparação com seus outros livros, ele empalidece.
E a morte de May fica sem solução.

Janaína 29/08/2020

É um livro interessante, tem todo um suspense que permeia o enredo e que te faz passar a página pra saber o que vem a seguir.
Achei o começo um pouco lento, mas depois melhora. O que considero um ponto negativo é a forma como o autor descreve as personagens femininas, sempre se referindo à estética em primeiro plano e essa estética sexualizada.

Lali 08/09/2021

Quarto livro conduzido pelo narrador sem nome. O mais intenso e (por muitas vezes) sombrio deles. O que inicia como uma forma de amarrar as pontas soltas de Caçando Carneiros, se mostra na verdade um novo emaranhado de situações que te fazerem querer devorar a história. E termina novamente com um doce sabor de ?quero mais?. Murakami é genial em tudo que escreve.

Matheus.Taffe 10/01/2022

Sensacional
Segunda leitura do ano.

Livro sensacional, fecha muito bem todas as questões da chamada trilogia do rato. Retrata com excelência como o dinheiro, a cultura (através de comentários sobre diversas bandas e músicas) e as conexões vão sendo cada vez mais superficiais e dedutível de imposto de renda, afinal, é um mundo altamente capitalista.
Um dos melhores livros de Murakami que eu já li.

Gabriely 19/04/2024

Grande escritor
Como todos do Murakami tem mistério policial, dilemas existenciais, fantasia, loucura e êxtases. Esse eu gostei, mas não gostei muito, não sei o porquê.

Claudia 25/01/2024

Sou fã de Haruki Murakami, o seu jeito ordeiro e mágico de escrever simplesmente me encanta!
Este é um livro diferente de todos os outros que já li.
Começa meio que perdido, mas o personagem vai crescendo e vc se pega até rindo com ele.
No final, não é meu livro favorito mas faz parte da história literária do autor. Para quem gosta, vale a leitura com certeza.

LaAs183 05/03/2023

Tem sido uma viagem bastante interessante ler Murakami em ordem cronológica. Nesse livro, apesar de achar que poderia ser um pouco menor, a construção dos personagens e a trama, sempre muita maluca, do autor, melhora consideravelmente a cada livro. Reflexões profundas e a busca incessante em um significado pra vida, mesclada com a falta total de sentido em alguns momentos (característica típica do autor), enriquece e da muita personalidade a trama.

Jean 19/01/2023

O livro é uma continuação de Caçando Carneiro, que pode ser lido sem necessidade de ler a Trilogia do Rato.
Conta história do nosso protagonista sem nome que se identifica como um "limpa-neve cultural", após 4 anos do final de Caçando Carneiro nosso herói sente uma enorme necessidade e reencontrar sua amante que simplesmente desapareceu. Com isso ele conta com a ajuda de um antigo amigo, o Homem-Carneiro, uma recepcionista de hotel, uma menina de 13 anos sensitiva e seu ex-colega de classe que agora se tornou um ator famoso e infeliz.
"A realidade e a imaginação se confundem."
Não gostei tanto assim do livro como em Caçando Carneiros. O ar de Realismo Mágico estava do começo ao fim do livro, mas o que mais me incomodou foi que em certos momentos havia cenas muito tensas no livro que sugeririam que algo extraordinário iria acontecer para na cena seguinte voltasse à monotonia. A amizade do protagonista com a Yuki me encantou e mostrou que podemos a amida vem em momentos oportunos na vida, e que ainda hoje com um mundo altamente capitalista, podemos ter amizades de verdade. Depois que tudo se resolve um pouco antes do fim do livro, o restante já era praticamente previsível.

ilber 07/02/2022

Gosto bastante dos personagens metódicos de H. Murakami e como eles lidam com certa naturalidade diante das situações mais sobrenaturais e bizarras que caem sobre eles. A pegada de Dance Dance Dance é bem essa e tem hora que é narrado um mundo bem realista para logo em seguida dá um salto para um mundo que segue uma lógica meia estranha, quase que de sonho. O protagonista do livro tem a missão de "religar as conexões" que foram perdidas em sua vida. E ele vai fazendo isso pulando de situação bizarra para situação bizarra, a fim de conseguir se religar ao mundo. Bem legal. Tem o realismo mágico bem nos moldes de outros livros do autor. O começo tava massante mas não demorou a entrar em um ritmo legal.